EM CIDADE JARDIM DEU A LÓGICA NAS PROVAS DE GRUPO 1
O turfista paulistano foi privilegiado, no último sábado, em Cidade Jardim, com a realização de dois belos espetáculos turfísticos na disputa dos tradicionais Grandes Prêmios Derby Paulista e Diana. E, o mais importante, de tudo, foi as bruxas estarem afastadas do prado e permitirem o sucesso dos protagonistas nos dois belos espetáculos. No Derby, depois da negociação do craque Opazo, do Haras Cifra, ganhador das duas primeiras provas da coroa, para o exterior, o segundo colocado para ele, nas duas primeiras edições, Navio Fantasma, do Stud AML, ficou a vontade. Porém, surpresas, às vezes acontecem. Mas, desta vez, elas não pintaram no pedaço. E, o filho Put It Back e Quatro Islas, por Trempolino, criado pelo Haras Santa Maria de Araras, bem conduzido por Leandro Henrique, e apresentado em estado atlético impecável, por Zeferino Moura Rosa, impôs seu poderio locomotor e se consagrou o derby–winner da temporada. Outra Vista, potranca do Haras Cifra, tentou impedir, numa inscrição ousada, em defesa da honra da farda. Fez bonito e foi segundo. Mas não pode impedir a lógica.
Na magia do Grande Prêmio Diana também não houve surpresa. Night of Rose, do Stud Brave Heart, e oriunda do Haras Anderson, filha de Drosselmeyer e Name of Rose, por Clackson, emplacou a quarta vitória consecutiva, com o seu jeito simples, pragmático e objetivo de correr e de atropelar as rivais. Apresentação de luxo de Lucas Quintana, e, direção precisa de Ruberlei Viana, que levou pequeno susto, nos metros finais, com desvio de linha de sua pilotada, num movimento espontâneo de sua conduzida, que causou reclamação da quinta colocada. Mas a comissão de corridas ignorou, confirmou o páreo, e não quis aparecer mais do que o espetáculo. Afinal, eles não são como os árbitros do futebol brasileiro.
PURO–SANGUE MELHOR APRESENTADO
Todas as honras da semana para Lucas Quintana. Trouxe Night of Rose no último furo para levantar o Grande Prêmio Diana, a maior honra possível para uma potranca. Inteligente, detalhista e tem no sangue do sobrenome Quintana, o poder de nos lembrar do maravilhoso Ivan, um profissional que marco época no cenário de Cidade Jardim. E, no turfe, o sangue dos profissionais que montam e treinam os cavalos, se mistura ao sangue indispensável dos heróis de quatro patas, tais como Night of Rose, que tem o extraordinário Clackson correndo em suas veias.
JOQUEADA DA SEMANA
Leandro Henrique, este pernambucano de valor, idolatrado no turfe carioca por sua extraordinária energia, e batizado de Braço de Mola, num momento de rara inspiração pelo locutor, Thiago Guedes, comprovou mais uma vez, que não é apenas um jóquei de rigor. A cada triunfo clássico que acrescenta no seu currículo precoce, que o fez ser o primeiro aprendiz a conquistar a estatística na Gávea antes de passar a categoria de jóquei. Bom percurso, limpo, sem partidos ilícitos, respeitado pelos colegas devido a isso, e técnico, muito técnico. Navio Fantasma esteve sempre em suas mãos, nos 2400 metros do percurso mais nobre do turfe mundial. O percurso do Derby. Todas as honras a este pernambucano porreta. Sem dúvida, ele possui o braço de mola. Um mano a mano com ele, numa reta de 600 metros, é tremendo desconforto. Porém, L. Henrique, não é apenas um piloto de rigor. Possui todas as armas de um grande jóquei.
PERSONAGEM
O treinador Emerson Garcia obteve duas vitórias espetaculares no festival de Cidade Jardim, nas conquistas de Tamara, do Stud Red Quinntella, no GP Conde Silvio Alvares Penteado, Grupo 2, e For Export, do Haras Maria Aparecida, no GP Governador do Estado, com a mesma graduação. Inscrição da potranca foi das mais inteligentes. O páreo foi escolhido a dedo, no momento certo da campanha. E For Export, um especialista da distância, corre na medida exata de um milheiro, e, talvez por isso, possui a medida certa do percurso, e derrota os rivais, em cima do disco. Grande treinador.
Menção honrosa para Luiz Roberto Feltran e João Moreira no triunfo autoritário de Bubbly Rain, do Haras H. Oliva no GP Ministério da Agricultura. E parabéns a dupla Valmir Rocha e João Borges Quadros, pela atropelada fulminante de Legender, do Stud Galope. Dois momentos especiais no hipódromo paulistano.
SURPRESAS NA GÁVEA
As duas provas de Grupo 3, realizadas no domingo, no Hipódromo da Gávea, foram marcadas por resultados inesperados para o público turfista. No clássico das potrancas, o GP Octávio Dupont, a derrota de Ethereum, do Stud New Bridge, pegou todo mundo de surpresa. Depois de quatro triunfos consecutivos, a pensionista de Cosme Morgado foi derrotada. Estava linda no galope de apresentação, e correu dentro da normalidade. Mas, a sua maior rival na geração, Sorte Pura, do Stud Eternamente Rio, é que finalmente cumpriu atuação ajuizada, sem baldas, sem disparar, e por isso, com um padrão de corrida acima das atuações anteriores, e derrotou Ethereum. Ela correu acima da sua normalidade. No páreo dos potros, o GP Ernani de Freitas, o triunfo de Saladino, em período de franca evolução, era uma prova passível de surpresas numa raia anormal. Mas, os cavalos do Haras Nacional estão apresentando bons resultados, e, o treinador, Carlos Rodrigues, o ITO, atravessa fase magnífica. Anônimo na cocheira, e com animais de nível técnico sofrível, ele foi apresentado, de uma hora para, a outra, para uma classe bem superior a sua rotina habitual. Ao lado, de um jóquei experiente, Waldomiro Blandi, deslanchou na profissão. Saladino deu um passeio nos adversários. Foi um triunfo bem fácil, na verdade.