O GP José Pedro Ramírez é disputado desde o ano de 1889, e à época a prova ainda recebia o nome de Gran Prêmio Internacional – denominação que perdurou até meados da década de dez. De maneira ininterrupta, o páreo seguiu sendo disputado até 1997, quando Maroñas teve decretada a sua falência. E em que pese a crise ter privado o importante hipódromo das corridas durante seis anos, o retorno se fez de maneira esplendorosa. Um hipódromo repaginado e moderno, então, passou a ser dirigido pela empresa privada Maroñas Enterteinment, recolocando o Uruguai em evidência no contexto internacional. E essa nova fase de Maroñas já provou sua força dentro e fora das pistas, seja pela qualidade da administração nos “bastidores” – que garantem a proprietários, por exemplo, uma das melhores relações de custo–benefício da América do Sul – ou por craques revelados para o mundo naquela pista de areia, como Invasor, por exemplo.
Novamente com o foco voltado para o “Ramírez”, a prova teve sua disputa retomada no ano de 2004. Em seu nome, a homenagem àquele que, no final do século XIX, garantiu prosperidade às corridas de Maroñas, a ponto de as mesmas não precisarem mais da participação de cavalos crioulos, mestiços ou de outras raças, só permitindo a inscrição do Puro Sangue Inglês. Da presidência da Comisión Organizadora de las Carreras Nacionales para o batismo à maior disputa do turfe uruguaio, José Pedro Ramírez é figura das mais enaltecidas pela comunidade turfística local.
O primeiro brasileiro a ter logrado êxito no páreo foi o excelente Duplex. Sob incursões destemidas, e muito bem sucedidas, direcionadas pela dupla Walfrido Garcia e Jorge Garcia, Duplex não venceu apenas o “Ramirez” de 1982, como também levou a melhor em outras três provas de graduação máxima: na Argentina faturou o Gran Premio OSAF e o Gran Premio Internacional Asociacion Latino Americana de Jockey Clubes e Hipodromos; e no Peru, o Gran Premio Jockey Club del Peru. Foi um desbravador do turfe sul americano. E isso sem contar sua participação – sendo treinado no Brasil – no Arlington Million de 1982, nos Estados Unidos. Invicto em pistas nacionais, Duplex obteve dez vitórias em 13 apresentações ao longo de sua fantástica campanha.
Somente 27 anos após o êxito de Duplex outro animal brasileiro conseguiria se sobressair na importante corrida: Relento, que, no entanto, só competiu em pistas uruguaias durante toda a campanha. O neto de New Colony deixou na segunda colocação do “Ramírez” de 2009 o também brasileiro Bucaneer, outro que sempre argolou bons resultados em pistas uruguaias. E, se a espera por uma nova vitória brasileira no páreo fora tão longa, em compensação, nos dois anos que se seguiram o que se viu foi uma hegemonia de nossa criação. Em 2010 o castanho Sing–A–Song foi quem levou a melhor, ao passo que Relento, vencedor no ano anterior, teve de se contentar com o quarto posto. O inesgotável Relento, em seu terceiro “Ramírez”, no ano de 2011, por pouco não bancou o algoz do também brasileiro Mr. Nedawi, que num final de muita emoção, conquistou uma das mais importantes vitórias de seu estupendo turf record. Outro corredor “nosso”, Figo, foi o quinto àquele ano. E por fim, em 2012, o local Alcazar quebrou a série brasileira, valendo, no entanto, a menção do quarto lugar obtido por Sing–A–Song.
Em 2013, serão três os competidores brasileiros buscando o quinto êxito de nossa criação na história do Gran Premio José Pedro Ramírez: I Want The Glory, Vector e Unstoppable. O último, por sinal, figura como um dos melhores valores de sua geração – a atual turma de 3 anos – em Maroñas, e é um dos nomes mais cotados à vitória no próximo dia 6. Ganhador do Gran Premio Jockey Club (Gr. I), a 2ª prova da Tríplice Coroa, Unstoppable finalizou em terceiro, para o companheiro de farda – e também brasileiro – Fin Del Mundo, no Gran Premio Nacional (Gr. I), o Derby Uruguaio, disputado em novembro último. Prontos para obstar quaisquer tentativas de sucesso por parte dos brasileiros, também se farão presentes ao embate: Alcazar, Ares, Bandero, Coqueiro Plicck, Cucuel, Imperrito, Lawrence, Malibu Queen, Pandero Pal, Polaris, Suardi, Talentoso Plicck e Troyano Plicck.
por Victor Corrêa