Turfe brasileiro está de luto. Morreu ontem, aos 88 anos, de parada cardíaca, Linneo de Paula Machado, um dos titulares dos Haras São José & Expedictus. Durante longos anos, Linneo, foi o maior responsável por tocar de perto os campos de criação da família Paula Machado, uma das mais tradicionais do turfe nacional. Lineu Filho, o Lineuzinho, se mostrou resignado com o falecimento do pai. Emocionado ressaltou a importância dele nas incontáveis glórias conquistadas pela coudelaria.
"Papai sempre preferiu estar perto dos cavalos. Por muito tempo foi o responsável pelo haras. Gostava do dia a dia na lida, ao lado dos empregados, das cocheiras, dos piquetes, enfim de toda a infraestrutura dos nossos campos de criação. Na verdade, ele era o coração da nossa criação. Meu tio Francisco Eduardo, sempre preferiu o lado político. Foi um brilhante administrador e por isso presidiu o JCB por mais de 30 anos. Estou conformado. Meu pai andava cansado, muito fraco, e pouco saia da cama. Sua morte, foi como se fosse uma luz, que vai se apagando aos poucos, gradativamente", falou Lineuzinho, tentando conter as lágrimas.
Os Haras São José e Expedictus marcaram época no turfe brasileiro. Foram responsáveis pela importação de extraordinarios reprodutores. Investiram pesado na criação, sempre a procura das melhores linhagens. Dificil dizer qual foi o melhor animal criado pela família Paula Machado. Na década de 80, em uma eleição feita pelo Jornal O Globo, o inesquecível Itajara, craque que arrastava multidões ao Hipódromo da Gávea, foi o eleito. Os turfistas mais antigos não concordam com isso. Atribuem a eleição de Itajara a mídia, pois era um cavalo enaltecido a cada corrida pela imprensa. Na verdade, Itajara foi tríplice coroado, e depois de 7 atuações se manteve invicto até ir para a reprodução. A seguir, alguns animais inesquecíveis da coudelaria do saudoso criador Linneo de Paula Machado: Apore, Baronius, Tibetano, Apple Honey, African Boy, Heracleon, Toreador, Fantasie, Virginie e Be Fair, entre tantos outros.
por Paulo Gama