O convidado da semana, treinador Marcos Ferreira, conta sobre sua trajetória no turfe 07/07/2018 - 03h26min
O convidado da semana é o treinador Marcos Ferreira da Silva, carioca, nascido no Rio de Janiero. Aos 54 anos, Marquinhos começou no turfe como aprendiz, aos 16. “Minha influência e inspiração foi meu pai, um turfista muito conhecido e querido de todos, o Periquito.”
O peso, eterno problema dos jóqueis, acabou levando o profissional para outra direção, o treinamento. “Tirei minha matrícula de treinador com 29 anos (já fiz Bodas de Prata na profissão) e quem me deu a primeira oportunidade foi o Stud Diego, cujo titular era o Sr. Izidro, pai do Diego Guedes, hoje comentarista da PMU Brasil. Treinei seus cavalos até ele deixar a atividade. E, graças ao Sr. Izidro, eu pude conhecer o Richard, titular do Stud Blue Mountain, com quem estou até hoje”.
“Comecei trabalhando na Gávea. Depois, fui para o Vale do Marmelo, aonde tive a oportunidade de formar uma parceria intensa com o Chico Anísio, titular do Stud Chico City com quem permaneci até ele infelizmente nos deixar. Com certeza, uma experiência inesquecível. Passei pelo CT Vale do Itajara e também trabalhei no CT Júpiter. Agora, estou de volta ao Itajara, local onde adoro trabalhar e acredito que posso dar o que há de melhor para os meus animais”.
Nesses 25 anos de carreira, o treinador tem alguns animais especiais em sua trajetória: “Sem dúvida o Quinhão é inesquecível. O New Export também me marcou muito. Esse cavalo após vencer a 1ª prova da Tríplice Coroa foi vendido para o exterior. Minha primeira grande vitória foi com a Perla Fighter (Stud Blue Mountain).”
As vitórias importantes tornam a trajetória da carreira de Marcos Ferreira ainda mais brilhante. Dentre elas, algumas, com certeza, têm destaque para o fanático rubro–negro: “A vitória do Quinhão no GP São Paulo (G1), em 2015 é sem dúvida o ponto alto da minha carreira. Por tudo envolvido. Era um animal muito querido na cocheira, de um proprietário que sempre esteve comigo, o cavalo era o menor do campo (mas, o maior de coração, fácil)... Ele entrou na reta em último e ainda ganhou com o Gulart comemorando. Nunca vou me esquecer deste dia. Gostei muito também do triunfo com o Sol de Angra (Stud Performance) no GP Major Suckow (G1), em 2009.”
Hoje, o treinador está de volta a Secretário, no Vale do Itajara: “Como já disse acima, sigo no Itajara onde tenho a minha disposição uma raia muito boa, piscina, caminhador e até piquete para os cavalos mais estressados. Uma excelente estrutura de onde posso tirar o máximo dos meus pensionistas.”
Uma carreira de conquistas e muito trabalho, não se constrói sem ajuda de pessoas especiais e Marcos não se esqueceu delas: “Agradeço sempre àqueles que me dão oportunidade e tem cavalos aos meus cuidados. Procuro sempre fazer o melhor para que o resultado apareça. A família é muito importante, pois nos dá estrutura para trabalhar cada vez mais e o filho está crescendo, portanto o trabalho precisa ser triplicado. Para sintetizar os agradecimentos, preciso citar o Jaime Ferreira de Oliveira, meu 2º Gerente, uma pessoa da minha confiança e que está comigo praticamente desde o começo de minha carreira. E também a veterinária Adriana Lioi, minha amiga pessoal e parceira de trabalho. Sem uma equipe coesa e competente, o resultado não aparece.”
Marquinhos tem na prova magna do turfe nacional um desejo maior, mas não é só esse: “O sonho de qualquer profissional é a vitória no GP Brasil. Mas o objetivo é sempre aprender e melhorar a cada dia. Não se alcança a realização profissional sem muito suor. Afinal, o sucesso é consequência total e absoluta do trabalho.”
Por Maria Teresa Morgado |