Colunista:
Provas de Grupo, por Ivamar 13/03/2007 - 20h16min
Immortelle é a nova líder
Domingo foi realizado no Hipódromo da Gávea o importantíssimo GP Diana (GI), segunda prova da Tríplice Coroa de potrancas, para as 3 anos (como todo turfista sabe). A título de ilustração, registre–se que o páreo paulista, similar, para a mesma geração, nascida em 2003, corrido em outubro do ano passado, foi vencido pela tríplice coroada paulista Colina Verde, já no exterior. Assim, o resultado do Diana carioca poderia consagrar a melhor potranca em treinamento no Brasil, e isso aconteceu com o bonito êxito de IMMORTELLE, que vinha de vitória em São Paulo, no GP 25 de Janeiro (GII), mostrando que corre bem nas duas pistas. Por isso, não deve ter sido um triunfo casual, ainda que obtido a duras penas, pois ela encontrou em SHERIKAN uma rival difícil de ser dominada. E, diga–se de passagem, esta filha de Blush Rambler largou da pior baliza, a última, por fora de 15 concorrentes, o que, no local da partida dos 2.000 metros, na grama do Hipódromo Brasileiro, é quase fatal, pelo grande esforço que tem de ser feito na primeira curva, para não ficar muito longe dos da frente. Uma grande atuação, fazendo com que um novo encontro entre essas duas potrancas tenha de ser aguardado com ansiedade. As que chegaram a seguir, da terceira à sexta, QUADRIGLIA (Jules), FRENCH LADY (Ghadeer), FAZ DE CONTA (Nedawi) e Lira da Guanabara também impressionaram. Já a candidata ao título de tríplice coroada, Que Fuerza, não confirmou a ótima corrida de um mês, em pista igual.
A ganhadora, criação do Haras Fronteira P.A.P., com resultado espetacular na semana, e propriedade do Stud CED, conquistou a terceira vitória, segunda clássica, em apenas seis atuações. Foi apresentada por Eduardo Garcia, teve a condução de Tiago Josué Pereira e assinalou tempo muito bom: 1Â’59”45, na raia leve.
O pai de Immortelle é Vettori (Macchiavellian), descendente do fenômeno Phalaris, por via paterna (ramo de Native Dancer, que está obtendo enorme sucesso mundial, principalmente por causa de seu neto Mr.Prospector), e a mãe, Baby Rafaela, filha de Beau Genius (Bold Ruckus).
Happy Boy: um craque na areia?
Sábado, no Hipódromo Paulistano, foi corrido o GP Piratininga (GII), para produtos de 3 anos e mais idade, em 2.200 metros.
Reabilitando–se da derradeira corrida, quando perdeu a invencibilidade, HAPPY BOY (Ski Champ e Ultra Maresca, por Filago), de 3 anos, derrotou por aproximadamente quatro corpos GLÚTEN (Roi Normand), da mesma idade. Venceu e convenceu. Fosse este triunfo há três semanas, seria um digno representante paulista (vencedor de prova graduada) ao Latino–Americano. Longe, sem nunca ameaçar, QUE FUEGO (Shudanz) e ALCATRAZ AMERICAN (First American), ambos de 5 anos, e NIGELO (Know Heights), de 4, completaram o marcador. E Mata Leão e Fogonaroupa, respectivamente ganhadores dos GPs Bento Gonçalves e Paraná, ambos do Grupo I, sucumbiram diante dos paulistas, não subindo no marcador.
Happy Boy, criação e propriedade do Haras Torrão de Ouro, foi pilotado por José Aparecido e é treinado por Altair Oliveira. Fraco o tempo: 2Â’17”002, na pista molhada. Foi a terceira vitória, primeira clássica, em quatro atuações, todas na areia.
Cruzada Americana assume liderança
Também em Cidade Jardim, São Paulo, mas no domingo, aconteceu o GP Presidente Guilherme Ellis (GII), para potrancas de 2 anos, em 1.400 metros, grama.
A carreira marcou a queda de duas invictas, REGENERADA (American Gipsy), que terminou em melancólico quinto lugar, ainda que não muito afastada, e MANY THANKS (Vettori), que acabou em segundo, empatada com QUANTA BELEZA (Boatman). Surgiu uma nova líder na turma: CRUZADA AMERICANA (Nedawi). que vencera na estréia. Agora, na segunda apresentação, confirmou ser altamente promissora, vencendo, com firmeza, por dois corpos. PEROBA ROSA (Gregoriano) foi a quarta, muito perto, em boa atuação. Houve reclamação do piloto desta contra o de Quanta Beleza, mas o páreo foi confirmado.
Cruzada Americana, criação do Haras Fronteira P.A.P. e propriedade do Stud Raça, foi pilotada por Waldomiro Blandi e apresentada por Marcos Guimarães Campos. Tempo regular: 1Â’23”238, na pista leve, com cerca móvel.
Spring Princess (Itajara), mãe da ganhadora, foi boa égua, tendo vencido o GP José Paulino Nogueira (GIII). A terceira mãe de Cruzada Americana, Pale Hands, também o é de Queen Desejada, vencedora do GP Brasil, e de Unipolar, milheiro dos melhores, recordista dos 1.800 metros, na grama de Cidade Jardim, clássico de grupo, mas que não ganhou o que merecia.
Candy Annie: atropelada irresistível
Também no sábado, mas no Hipódromo da Gávea, Rio de Janeiro, foi disputado o GP Euvaldo Lodi (GIII), por éguas de 3 anos e mais idade, em 1.600 metros, grama.
O equilíbrio era tanto entre as 18 candidatas que a cátedra ficou confusa e o público apostador fez de Quiet Dreamer franca favorita, inexplicavelmente. Pela primeira vez medicada com furosemida, venceu, por pouco mais de um corpo, a argentina CANDY ANNIE (Lode). Na dupla terminou QUIERASQUENO (Choctaw Ridge), um corpo à frente de QUARTZ SANDS (Trempolino). Perto, completaram o marcador PARIS NIGHT (Clackson) e a citada QUIET DREAMER (Trempolino). Com exceção da quarta colocada, Paris Night, que tem 4 anos, as outras têm 3. As sexta e sétima colocadas, respectivamente Queops Pyramid e Nossa Carolina, correram bem. Tipo do páreo que, se realizado novamente, em condições parecidas, pode dar resultado completamente diferente, ainda que as potrancas devam ser encaradas como possíveis (e desejáveis) revelações.
Candy Annie, criação e propriedade do Haras Santa Maria de Araras, foi pilotada por Alex Mota e é treinada por Roberto Morgado Neto. Tempo bom: 1Â’33”17, na pista leve. Foi a terceira vitória, primeira clássica, em oito apresentações.
Candy of Mine, a mãe da ganhadora, é filha do extraordinário reprodutor Candy Stripes (Blushing Groom), pai de Seaborg, Lots of Hope, Leroidesanimaux e Invasor, entre outros, que morreu há pouco.
Ricocó, o melhor entre os potros
Voltando ao Hipódromo de Cidade Jardim, domingo foi corrido o GP Presidente Augusto de Souza Queiroz (GIII), para produtos de 2 anos, em 1.200 metros, areia.
Vitória de RICOCÓ (Put It Back e Giggi Fazi, por Bright Again), que estreara com vitória no Tarumã, Paraná, e agora derrotou promissores potros paulistas. Em segundo, a aproximadamente quatro corpos, SELECT REASON (A Good Reason). Os outros não impressionaram, chegando longe. Em terceiro, quarto e quinto, PISCAR DE OLHOS (Romarin), o favorito BAR BAR BAR (Music Prospector), que perdeu a invencibilidade, e PUBLIC RELATIONS (Public Purse).
Ricocó, criação do Haras Santa Maria de Araras e propriedade de Jose Cid Campelo Filho, foi pilotado por Vagner Leal, substituto de Altair Domingos, e é treinado, no Paraná, por Luiz Roberto Feltran. Tempo bom: 1Â’11”520, na pista molhada.
A linha materna de Ricocó é muito boa e a ela pertencem, entre outros, El Centauro e Algenib, ganhadores do GP Carlos Pellegrini.
Southampton confirma êxito
Sábado, também no Hipódromo de Cidade Jardim, foi realizado o Clássico Câmara Municipal de São Paulo (L), para produtos de 3 anos e mais idade, em 1.400 metros, areia.
Prestes a completar 6 anos, SOUTHAMPTON (Midnight Tiger e Validness, por Dark Brown) mostrou que atravessa a melhor fase de sua campanha, ganhando por mais de três corpos, com facilidade. Na dupla, o 3 anos BOB TEEN (Dancer Man), mais de sete corpos à frente do terceiro, ZICOPAM (Talloires), um ano mais velho. ANANIAS (Pitu da Guanabara) e ZORRERO (Norba), ambos de 3 anos, completaram o marcador.
Southampton, criação e propriedade do Haras Figueira do Lago, foi pilotado por Antônio Queiroz, é treinado por José Luiz Aranha e assinalou bom tempo: 1Â’22”653, na pista molhada.
Do Paraná reabilita–se
No Hipódromo da Gávea, domingo, foi disputado também o Clássico José Calmon (L), para potros de 2 anos, em 1.200 metros, areia.
Reabilitando–se, DO PARANÁ (Vettori e Notizia, por Pallazzi) venceu em bom estilo, ainda que não se possa aquilatar o valor dos rivais aos quais derrotou. Na dupla, a três corpos, em bom esforço, SENHOR COMPADRE, e em terceiro, quase dois corpos atrás, SENHOR EXTRA, com EMPATE TÉCNICO (Dubai Dust) e SENHOR LOLO completando o marcador. Senhor Compadre, Senhor Extra e Senhor Lolo são filhos de Spring Halo.
Do Canadá, criação do Haras Fronteira P.A.P. e propriedade do Stud Eternamente Rio, foi pilotado por Tiago Josué Pereira e é treinado por Luiz Esteves. Tempo fraco: 1Â’13”40.
Sparkling Gold, por vários corpos
Voltando ao sábado, no Hipódromo de Cidade Jardim, em São Paulo, foi corrido o Clássico Donética (L), para éguas de 3 anos e mais idade, em 1.900 metros, areia. Só atuaram cinco éguas de 4 anos.
A vitória, obtida por aproximadamente sete corpos, pertenceu à favorita SPARKLING GOLD (First American e Ibush, por At Ease), única com vitória em prova de grupo. Na dupla, BARRA SECRET (Blush Rambler) quase três corpos à frente da terceira, QUARRY (Burooj). Em quarto, afastada, JUJU WILLIE (Our Captain Willie), e em último, ganhando prêmio e status clássico, CHAÇA (Siphon).
Sparkling Gold, criação e propriedade do Haras Santa Luzia da Água Branca, foi pilotada por José Aparecido e é treinada por Wanildo Garcia Tosta. Tempo fraco: 1Â’58”308, na pista molhada.
Avaliação da provas clássicas
GP Diana (GI): deveria ter tido campo mais expressivo. Apenas uma ganhadora de Grupo I, uma de Grupo II e uma de Grupo III. Outrora, quando ausentes as atuais grandes possibilidades de exportação, metade das candidatas era ganhadora clássica. Claro, num tempo em que os prêmios eram bem melhores.
GP Piratininga (GII): correspondeu à sua classificação, com dois ganhadores de Grupo I (Fogonaroupa e Mata Leão) e um de Grupo II (Glúten).
GP Presidente Guilherme Ellis (GII): também correspondeu, presentes as altamente promissoras Regenerada e Many Thanks, e ainda de Peroba Rosa.
GP Euvaldo Lodi (GIII): apesar de contar com uma ganhadora de Grupo III e três de Provas Especiais, foi fraco. Entre as 19 inscritas, 12 não tinham sequer colocação em prova de grupo. Este ano, tecnicamente, foi uma simples Listed Race.
GP Presidente Augusto de Souza Queiroz (GIII): marcou nova apresentação de Bar Bar Bar, o que deu um certo valor à carreira.
Clássico José Calmon (L): teve razoável número de inscrições, considerando–se ser na areia. Dos seis candidatos, porém, nenhum animou.
Clássico Donética (L): conseguiu sair bom qualitativamente, por causa das inscrições de Sparkling Gold (GII) e Juju Willie (listed).
Clássico Câmara Municipal de São Paulo (L): não teve nenhuma importância, assemelhando–se a uma simples prova especial.
Próximas atrações
Rio de Janeiro
No Hipódromo da Gávea, domingo, em 2.000 metros, grama, mais uma prova de grande importância, a segunda da Tríplice Coroa, GP Francisco Eduardo de Paula Machado, para produtos, naturalmente do Grupo I. Um total de 21 potros foi inscrito, havendo um suplente.
Sábado será a vez dos velocistas, de 3 anos e mais idade, na pista de grama, nos 1.000 metros do Clássico Jockey Club de São Paulo (L).
Também no sábado será realizado o Clássico Luiz Alves de Almeida (L). Em 1.200 metros, para fêmeas de 2 anos, apesar da boa dotação (R$ 13.200,00), só conseguiu receber quatro inscrições. Urge que este páreo (assim como o similar para os machos) seja transferido para a grama. Ano após ano, o que se constata é o inexplicável desinteresse dos proprietários por páreos nobres na areia, principalmente os programados para a nova geração.
São Paulo
No Hipódromo de Cidade Jardim, sábado, em 2.400 metros, grama, páreo nobre (Clássico Rafael Aguiar Paes de Barros) na mesma distância e pista do GP São Paulo. Por isso é prova–teste (a primeira) para a grande carreira de maio, recebendo normalmente inscrições de alguns dos melhores cavalos paulistas da primeira turma. Logo, muito importante, apesar de estar atualmente classificado como Listed Race, quando deveria ser, pelo menos, do Grupo III. Observando–se o nome dos inscritos, aparece o do ganhador do Derby, Quick Road. Um cavalo de tal categoria, vencedor de três provas do Grupo I, não pode ficar correndo provas pouco expressivas. Se ganhar, nada acrescenta ao seu currículo, mas se perder...
Também no sábado, bons milheiros têm para correr a Prova Especial Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, na grama.
Paraná
Para o próximo dia 16 de março, sexta–feira, está programada a segunda prova da Tríplice Coroa paranaense, Clássico Alô Ticoulat Guimarães (L), em 1.900 metros, areia.
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