Colunista:
Notícias da Semana, por Sérgio T. Gonçalves 07/02/2007 - 10h00min
Jorge Ricardo, recordista mundial
O nosso campeão começou a montar em 1976, na Gávea. E com vitória, pilotando Taim, treinado pelo pai, Antônio Ricardo, considerado um dos melhores jóqueis brasileiros de todos os tempos. E Ricardinho, como é carinhosamente chamado, hoje com 45 anos, não parou mais de ganhar. Conquistou inúmeras estatísticas no Hipódromo Brasileiro, bateu o recorde sul–americano de vitórias numa temporada, inscreveu seu nome nas principais carreiras, também da América do Sul. Exemplo de dignidade, JORGE RICARDO é sinônimo de triunfo. Ano passado, para tristeza do turfista brasileiro, trocou os hipódromos do nosso país pelos da Argentina. E o show continuou. Só no mês de janeiro passado, atuando nos Hipódromos de San Isidro, Palermo e La Plata, obteve 45 êxitos (!), mais dois no prado de Maroñas, Uruguai. É um fenômeno.
Deus quis, no entanto, presenteá–lo com um título maior: o de recordista mundial de vitórias, que um dia me disse, tentaria bater. Conseguiu–o na segunda–feira, dia 5 de fevereiro, data histórica, no Hipódromo de Palermo, diante de um público que o aplaudiu como se fosse argentino.
Ricardo chegou às 9.591 vitórias, deixando em segundo RUSSELL BAZE, canadense radicado nos Estados Unidos, que sofreu um acidente na pista, recentemente, quando tinha 9.590 em seu currículo. Ricardo sabe que Baze, três anos mais velho, continuará lhe dando muito trabalho, mas confia em sua energia e eterna vontade de vencer. Esta semana, o brasileiro monta até quinta e numa prova clássica no fim de semana, pois, suspenso por delitos na raia, não poderá participar de páreos comuns no período de 9 a 15. Considerando–se, porém, que até amanhã, dia 8, antes da punição, montará em 16 páreos, é bem provável que consiga mais êxitos.
Por outro lado, Baze, recuperado, reinicia suas atividades nesta quinta, pronto para reconquistar a posição. Um desafio difícil para o canadense, mas não há dúvida que teremos a continuação de um duelo sensacional. Dá–lhe, Ricardo!
Indisciplina I
Semana passada, escrevi que se comentava que o aprendiz WALBER ALENCAR e o jóquei DALTO DUARTE haviam se desentendido, tendo, inclusive, ocorrido uma agressão. Uma cena que custou caro aos dois: Dalto foi suspenso três meses, por indisciplina; Walber, um mês, por atitude inconveniente. Com a suspensão, Dalto deixou de ganhar algumas provas. E, certamente, ele e o aprendiz continuarão a perder excelentes oportunidades. Indisciplina II
A Comissão de Corridas do Jockey Club Brasileiro, numa atitude que não ocorria há muitos e muitos anos, após a carreira mais importante de domingo na Gávea, suspendeu o treinador FRANCISCO DA SILVA MACHADO JÚNIOR por tempo indeterminado, por indisciplina. Soube que o profissional teria faltado com respeito aos comissários, menosprezando–os. Desde que verdadeira a informação, considero lamentável o gesto do profissional.
Acidente
EUCLIDES FREIRE, Chininha, ex–jóquei e atualmente um dos árbitros de partida no Hipódromo da Gávea, caiu de sua motocicleta quando viajava para um dos centros de treinamento na região serrana do Rio, com a finalidade de aprovar ou não puros–sangues no partidor. Fraturou uma das pernas, devendo, assim, ficar alguns meses em inatividade.
Terceira categoria
O aprendiz ROMAR BARROS, que começou há pouco tempo na difícil profissão, mostrou rápida evolução técnica. Calmo e com boa posição, chegou rapidamente ao quinto êxito, através da invicta Hillie, passando à terceira categoria. E na reunião de ontem, 5, venceu com Obirici. Boa sorte, garoto!
Finais...
A Comissão de Corridas do Jockey Club Brasileiro suspendeu MAYLAN STUDART, de quarta categoria, no período de 9 a 12 deste mês, por desrespeito a um dos artigos do regulamento interno da Escola de Profissionais de Turfe do Rio de Janeiro. A garota está começando mal.
Outras punições da CC carioca: estender a suspensão do aprendiz W. ALENCAR (The Golden City), uma reunião, por prejuízos causados a adversários; M. ALMEIDA (My Light), pelo mesmo motivo, duas reuniões; e RODRIGO FERREIRA (Culminante Double), de 6 a 13 deste mês, por causar prejuízos que alteraram resultado de uma prova.
O aprendiz JOÃO DE MORAES BATISTA (J.M. Batista), de segunda categoria, foi desligado da Escola de Profissionais de Turfe do Rio de Janeiro. Motivo: está pesando 53 quilos e o máximo permitido, no seu caso, é 51. É bem possível que, diante do desligamento, J.M.Batista entre com um pedido junto à CC para montar como jóquei.
Os COMPROMISSOS DE MONTARIA para as corridas de 15, 16 e 17 próximos, na Gávea, devem ser entregues na segunda–feira, dia 12, até as 18 horas e 30 minutos.
E na sexta–feira, 16, a Secretaria da CC do JCB estará recebendo as INSCRIÇÕES E MONTARIAS para os programas que serão realizados após o carnaval.
Trinta e oito páreos foram formados para as próximas reuniões no HIPÓDROMO BRASILEIRO: sexta e segunda, nove, cada; sábado e domingo, 10, cada.
Nesta sexta, SIMULCASTING Gávea / São Vicente; sábado, domingo e segunda, Gávea / Cidade Jardim.
O potro QUEBEC JOUR, castrado, foi excluído do GP Estado do Rio de Janeiro, marcado para este domingo, na Gávea. Motivo: pela Lei do Turfe, aos 2 e 3 anos, castrado não pode participar de prova do Grupo I.
O JOCKEY DE SÃO VICENTE, que fará simulcasting com a Gávea nesta sexta–feira, como informei, realizará apenas seis páreos, começando a programação às 16 horas. Os páreos estão assim denominados: Jorge Ricardo – Recordista Mundial; Antônio Ricardo; Taim, Primeira Vitória; Minimal, Vitória número 9.591; Aluízio Eugênio Cavalcanti Marques (o saudoso Pipo); e Amigos do Pipo.
FEITO CRAQUE, provavelmente o indicado para representar o turfe carioca no Latino–Americano, não estará presente à importante carreira. Claudio Ramos, seu proprietário, declinou do convite.
Muitos turfistas me procuram, querendo saber os motivos que levaram o JCB a cancelar as MODALIDADES DE APOSTAS Open Betting e Vintão. E perguntam: por que não um Betting – 5, mas de Duplas e não somente Exatas?
Nada contra o HORÁRIO DAS CORRIDAS passadas, nos principais centros turfísticos. A ordem de alinhamento foi respeitada, na medida do possível, ao máximo. Na minha opinião, no entanto, foi um absurdo fazer retornar ao partidor a potranca FREE FOX, que disparara e driblara o punga. Free Fox retornou, mais indócil, e não alinhou, sendo retirada. E pior, quando em seu dorso, Gilvan Guimarães, não sei de que maneira, machucou um dos pés, felizmente sem gravidade, tanto que assinou compromissos para as próximas corridas.
E na carreira da qual Free Fox foi retirada, a estreante ZARDANA, por Crimson Tide, aos cuidados do mestre Alcides Morales, deu um show. Largou e não mais deu confiança às adversárias.
Os responsáveis pelo JOCKEY CLUB DO PARANÁ pretendem, ano que vem, dedicar o GP Turfe Paranaense ao saudoso jóquei João Carlindo, também proprietário, dos mais conhecidos nos meios turfísticos do nosso país. E melhor, a dotação do clássico deve ser excelente. Nossos votos de sucesso, desde já, ao Jockey paranaense.
Lamentável, simplesmente lamentável, o retrospecto das corridas realizadas no HIPÓDROMO DO CRISTAL, em Porto Alegre.
TOP SIZE, um dos melhores de sua geração, nascido no Haras Santa Ana do Rio Grande, da família Fragoso Pires, já começou a brilhar na primeira geração. Os dois primeiros produtos seus a correr agradaram em muito: na Gávea, FROM TOP terminou em segundo ao estrear. E no Cristal, ÍNDIO SELVAGEM chegou em segundo na estréia e venceu na apresentação seguinte, que aconteceu na última quinta–feira.
AMERICAN STYLE, um dos melhores corredores, na areia, em atividade no Brasil, é um dos inscritos na Prova Especial Major´s Dilemma, marcada para sábado no Hipódromo Paulistano e que poderá indicar o representante local ao Latino–Americano. Pelas minhas observações, acho que ele será escohido.
A MÉDIA DE DISTÂNCIAS das últimas corridas na Gávea foi de 1.327 metros. Os FAVORITOS brilharam intensamente: 25 em 40 páreos. Quanto aos MOVIMENTOS DE APOSTAS, apenas razoáveis: R$ 762 mil, na sexta; R$ 924 mil, na programação de sábado; R$ 859 mil, na de domingo; e R$ 922 mil, na de ontem, dia 5. Nada de R$ 1 milhão.
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