Adeus, Pipo

Acho que o conheci nos anos 70, talvez 80, quando trabalhava no GLOBO. Ele, sócio do Jockey Club Brasileiro e apaixonado por cavalos de corridas, telefonava–me para saber os resultados dos páreos no Hipódromo da Serra Verde, em Belo Horizonte, infelizmente hoje extinto. Tinha cavalos na Gávea, no prado mineiro e em outros. Querido, educado, merecia o respeito de todos. Estou escrevendo sobre ALUIZIO EUGENIO CAVALCANTI MARQUES, o Pipo, 70 anos, que nos deixou para sempre no último fim de semana. E de modo repentino, vítima de um aneurisma na aorta abdominal, pouco depois de chegar de uma viagem a Porto Alegre.

Não há dúvida, o turfe está de luto. Descanse em paz, Pipo. Meus pêsames à família. A missa de sétimo dia, segundo informações que recebi do locutor Luiz Urubatan Carlos, será rezada nesta quinta–feira, 1 de fevereiro, às 11 horas, na Igreja da Divina Providência, rua Lopes Quintas, Jardim Botânico.

Do sonho à realidade

Em diversas oportunidades, este colunista reclamou do atraso no horário dos páreos realizados nos principais centros turfísticos do nosso país. Eu sonhava que um dia ele seria cumprido, para alegria de todos que gostam e dependem das corridas. Felizmente, o sonho se transformou em realidade, pelo menos nas últimas quatro reuniões realizadas no outrora lindo Hipódromo Brasileiro.

Pode parecer impossível, mas a palavra ALINHAMENTO foi respeitada, com as provas realizadas no prado carioca no horário previsto. O mesmo se pode dizer do Jockey Club de São Paulo. Espero que assim continuem, e que os responsáveis pelas corridas no Cristal, em Porto Alegre, e no Tarumã, em Curitiba, sigam o mesmo caminho.

Agora, não entendo os motivos pelos quais ainda os responsáveis pela programação da Gávea continuam a colocar cavalos de um mesmo proprietário sob números diferentes.

Parabéns

A diretoria do JOCKEY CLUB DE SÃO VICENTE está de parabéns pelo sucesso alcançado na sua festa máxima, realizada no último domingo, 28 de janeiro, revivendo seus momentos de glórias. Organização perfeita e muita emoção, principalmente na carreira final, a mais importante de seu calendário, prova que este ano recebeu o nome de GP 475° Aniversário da Cidade de São Vicente. E o evento não poderia terminar de maneira mais expressiva: seu vencedor, EMERALD GUN, por Kenético, bateu o recorde dos 2.500 metros, areia, ao marcar 162s5/10.

Os dirigentes do Jockey de São Vicente, visando a fugir do calor, sempre mais forte em janeiro, pretendem realizar a importante carreira em dezembro.

Finais...

 Comenta–se que na corrida de ontem, 29, segunda–feira, na Gávea, teria ocorrido grave desentendimento entre o jóquei DALTO DUARTE e o aprendiz WALBER ALENCAR. Um deles, inclusive, teria sido agredido. Como acontece em casos que não presenciei, prefiro aguardar novas informações para noticiá–las. Desde que verdadeira, cabe à Comissão de Corridas do JCB tomar providências. Afinal, qualquer ato de indisciplina deve ser punido.

 Uma lista que me foi passada por um expert revela que, na Gávea, 32 produtos participaram, repetidamente, das corridas realizadas nas duas últimas semanas. Turfe não é sinônimo de jogo, e sim de amor ao puro–sangue.

 Muitos são os ESTREANTES inscritos nas próximas corridas no Hipódromo Brasileiro. Dois deles merecem registro especial: FESTIVIDADE–MINHA, por Notation, boa corredora no Cristal, em Porto Alegre, e a inédita REFERENZZA, por Put It Back e Ginzling, esta a mãe de Necessaire, que saiu do Brasil para brilhar em Maroñas, Uruguai.

 O aprendiz ROMAR BARROS, radicado no Rio de Janeiro, tem quatro vitórias, faltando–lhe, assim, apenas um êxito para passar à terceira categoria.

 Nas próximas corridas, SIMULCASTING Gávea / Tarumã, na sexta–feira; sábado, domingo e segunda, Gávea / Cidade Jardim.

 Uma pergunta: por que a telinha não mostra as TRIBUNAS DA GÁVEA em dias de corridas? Será que o público é tão pequeno?

 Os que transitam pelo HIPÓDROMO DA GÁVEA sabem que nele tem um banco, e dos mais conhecidos. Será que os responsáveis já viram o estado da grama que fica atrás da empresa? Vamos apará–la, pelo menos, OK? O local está abandonado.

 A CC do JOCKEY CLUB BRASILEIRO suspendeu os seguintes profissionais: o treinador M. FARELLI, de Heliotrope, de 6 de fevereiro a 2 de março, por não comunicar que o mesmo é castrado; estendeu a suspensão do jóquei M. AURÉLIO (La Demonia) por oito corridas, até 12 de fevereiro, por prejuízos causados a adversários; pelo mesmo motivo, C.G. NETTO (Red Sea e Albadou), quatro corridas; M. MAZINI (Pataya), E.C. REIS (Zob Deiros), M. STUDART (Focinho Atrevido) e J. RIBEIRO (Quantti Tutti), duas corridas, cada; e F. CHAVES (Passé Sauvage) e T.J. PEREIRA (Heroína Fritz), uma corrida.

 AMERICAN STYLE, com João Moreira, venceu por mais de 4 corpos o GP Presidente do Jockey Club (GIII), quinta–feira, em Cidade Jardim, e continuou treinando após  cruzar o disco. O seu feito pode ser considerado excepcional, pois marcou 94s982 na milha, areia pesada, ficando a pouco mais de um segundo do recorde. São grandes as possibilidades de ser indicado pelo Jockey Club de São Paulo para representá–lo em La Plata, no Latino–Americano.

 TIAGO JOSUÉ PEREIRA, líder da estatística de jóqueis atuantes na Gávea, continua brilhando. Desta feita, o palco do sucesso foi o Hipódromo de Cidade Jardim: na quinta–feira, o profissional levou à vitória a 3 anos Immortelle, no Grande Prêmio 25 de Janeiro (GII).

 Na mesma quinta–feira, no Cristal, em Porto Alegre, o 3 anos ORELHÃO venceu por mais de 6 corpos, no tempo de 75s8/10 para os 1.300 metros, na grama leve, ficando a dois décimos do recorde. O filho de Punk participou até agora de três corridas, todas na grama, e não perdeu.

 Ainda sobre o turfe gaúcho: tenho a impressão de que os dirigentes do JCRS não sabem o significado da palavra retrospecto. Explico: o resultado das corridas é lamentável, como ocorreu na programação de quinta–feira. Após o último páreo, pela telinha, passaram os vídeos do sexto páreo em diante, sem apresentar os rateios de todas as 11 carreiras realizadas. Como fica o turfista que apostou, principalmente numa programação em que ocorreram duas desclassificações?

 Tudo bem com o respeito ao horário das corridas. Tudo apenas razoável no que se refere aos MOVIMENTOS DE APOSTAS registrados na Gávea, nas últimas quatro reuniões: R$ 612 mil (sexta–feira, sem simulcasting); R$ 876 mil (sábado); R$ 804 mil (domingo); e R$ 896 mil (ontem, dia 29). Disputados 40 páreos, apenas nove FAVORITOS prevaleceram. A MÉDIA DE DISTÂNCIAS ficou em 1.422 metros.

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