






Colunista:
Notícias da Semana, por Sérgio T. Gonçalves 13/12/2006 - 12h33min
GP Paraná: emoções e recorde
Meus parabéns, ao começar a minha coluna, aos dirigentes do JOCKEY CLUB DO PARANÁ, que fizeram de sua festa máxima, domingo passado, 10 de dezembro, um evento cheio de emoções. Não sei se o público presente foi o esperado, sei que o movimento de apostas foi ligeiramente superior ao de 2005, mas o mais importante foi a atitude do Jockey Club de São Paulo, digna de elogios, ao ceder o dia para que a entidade paranaense realizasse o seu maior evento.
Acompanhei pela telinha as provas no Hipódromo do Tarumã e constatei o esforço da diretoria, traduzido em excelente organização e no respeito ao público ao terminar uma longa jornada com APENAS 15 minutos de atraso. A programação, para alegria dos que realmente gostam de corridas de cavalos, começou com um recorde, estabelecido pelo 3 anos DIRTY JOKE, que marcou 115s1 nos 1.800 metros, areia leve, superando em 1s8/10 o tempo de Lord Royal, que durava desde 1986!
E não há como esquecer o tempo de FOGONAROUPA ao vencer de forma sensacional o GP Paraná. Registrou 154s3 nos 2.400 metros, areia, ficando a 6/10 do recorde de Jolly Boy.
Outros tempos muito bons, no Tarumã, e também na reunião de quinta–feira, 7, no Cristal, em Porto Alegre, constam desta coluna, em “Finais”.
Estou torcendo pela recuperação de nosso turfe, como um todo. Espero, igualmente, o reinício das corridas em Campos, que tenta dar a volta por cima. A crise é séria, muito séria. Que o Cristal, o Tarumã, a Gávea, Cidade Jardim e, repito, o Hipódromo de Campos, além de centros turfísticos espalhados pelo interior brasileiro, possam voltar a servir de palco para o desfile de craques e jóqueis da mais alta expressão. Uma pena que a mídia tenha abandonado o chamado Esporte dos Reis.
A união de todos se torna necessária. Registre–se, porém, que com nossos campeões deixando o país, com prêmios e movimentos de apostas ridículos, a recuperação se torna mais difícil a cada semana.
O turfe gaúcho
No Brasil, todos sabem, ou pelo menos a maioria dos que gostam das corridas de cavalos não desconhece, o turfe, como disse acima, passa por uma crise. Curvo–me ao trabalho dos que dirigem os Jockeys do Rio Grande do Sul e do Paraná. É inegável que seus dirigentes lutam por melhores dias. Afinal, os haras gaúchos e paranaenses, em sua esmagadora maioria, são de fundamental importância na criação do Puro–Sangue Inglês. Deles saíram e continuam a sair craques, e seu trabalho é digno de respeito, não só pelos criadores que tem, mas pelos proprietários, jóqueis e treinadores que, ao longo de décadas, enriquecem o turfe nacional.
A exemplo do Jockey paranaense, o do Rio Grande do Sul só merece elogios pela organização que se observa em suas corridas. Na semana que passou, a programação no Cristal, com 11 páreos, terminou com seis minutos de atraso (se é que se pode chamar de atraso). Considero apenas razoável, no entanto, o seu retrospecto final, pois nem sempre o replay é falado e o resultado em si é passado em segundos, não dando possibilidades que seja conhecido inteiramente. Uma pergunta: por que não dar os resultados de três em três páreos?
Os mais sofisticados
Não há dúvida de que os Jockeys do Rio e de São Paulo são os mais conhecidos, e os que oferecem melhores prêmios. Seria bom, porém, que eles seguissem os passos do gaúcho e do paranaense, iniciando as corridas nos horários marcados. Às vezes, as reuniões na Gávea e em Cidade Jardim terminam ligeiramente atrasadas, mas o que dizer da de sábado passado, 9 de dezembro? Cada uma chegou ao final quase 40 minutos além do horário previsto.
Faço um pedido aos dirigentes dos centros turfísticos, especialmente os que transmitem suas corridas pela TV, no sentido de que as mudanças de jóqueis, as retiradas de um corredor, os acidentes com um e outro sejam divulgados em seus mínimos detalhes. O público aposta – e as corridas não podem viver sem apostas – e quer saber dos principais fatos envolvendo jóquei e puro–sangue, os astros de uma corrida.
Retorno
O jóquei GILVAN GUIMARÃES, um dos melhores do turfe carioca, estava afastado da difícil profissão desde 10 de julho passado, quando montou Leitora. Agora, recuperado de problemas visuais, que o levaram à inatividade, reaparece nesta sexta–feira, 15 de dezembro, no Hipódromo da Gávea.
Falta de sorte
ALEX MOTA, jóquei dos mais eficientes, em atividade no Hipódromo Brasileiro, não montou na reunião de segunda–feira, 11, quero crer que por problemas de saúde. Pura falta de sorte. A sua ausência lhe custou quatro vitórias. Ele assinara compromissos para montar Ortomolecular, Monsieur Claude, Riboletto e Kibble. Todos venceram, os três primeiros conduzidos por Acedenir Gulart, e Kibble por Marcello Cardoso. Esta semana, porém, levando–se em consideração as montarias divulgadas, Mota deve montar.
Finais...
MAYLAN STUDART, 17 anos, cursando a Escola de Profissionais do Turfe do Rio de Janeiro, completamente recuperada de contusão num dos ombros, estréia esta semana no Hipódromo da Gávea. Boa sorte à nova joqueta.
O HARAS NACIONAL está levando seus corredores do Vale do Marmelo para o Vale do Itajara. Continuarão atuando aos cuidados de Léo Reis.
Esta semana, SIMULCASTING Gávea / Tarumã, na sexta–feira; Gávea / Cidade Jardim, sábado, domingo e segunda–feira.
Desde o último dia 9, sábado, o HIPÓDROMO DE SAN ISIDRO, Argentina, realiza simulcasting com importantes centros turfísticos americanos.
Montagens estão sendo realizadas na Gávea visando a um evento, provavelmente esta semana. Tenho a impressão, e espero estar errado, que a cobertura instalada em frente à TRIBUNA A impedirá que parte das corridas seja assistida pelo público. Quem sabe, lá de cima, do último degrau?
JORGE RICARDO, o nosso campeão, agora no turfe argentino, montou nove ganhadores de terça, 5, até ontem, segunda–feira, 11, enquanto o canadense RUSSELL BAZE, novo recordista mundial, venceu cinco, atuando de quarta, 6, até domingo, 10. Baze, radicado nos Estados Unidos, soma 9.538 vitórias, contra 9.515 de Ricardinho.
Espetacular: montando em 12 páreos do programa de ontem, segunda–feira, 11, no Hipódromo de Palermo, Argentina, o consagrado PABLO FALERO, uruguaio de nascimento e um dos ídolos do turfista no país vizinho, ganhou oito carreiras!
Aliás, o turfe argentino, em evolução digna de registro, realiza esta semana, sábado, dia 16, o GP CARLOS PELLEGRINI, a sua carreira mais importante. Com dotação de 245 mil reais ao proprietário do vencedor, tem sete patrocinadores.
E a CERCA MÓVEL continua na pista de grama da Gávea.
Na reunião de quinta–feira passada no CRISTAL, em Porto Alegre, disputados 11 páreos, alguns vencedores registraram ótimos tempos: PLANEJADA, 76s6 nos 1.300 metros, ficando a um segundo do recorde; INDIAN GLORY, 88s7 nos 1.500 metros, grama (o recorde é 87s7); URBAN PAMPERO, sensacional, registrou 82s6 nos 1.400 metros, grama, ficando a 6/10 do recorde de Ohamed; e NEAT CHOCLO, 78s7 no percurso de 1.300 metros, areia, a 1s6/10 da marca de Kalidanz.
Na FESTA PARANAENSE, além do recorde de Dirty Joke e do tempo, excelente, de Fogonaroupa no GP Paraná, merecem ser registrados os tempos de QUARTER MUSTAZ, 73s nos 1.200, areia (o recorde é 72s5); SCOZ, 128s6 nos 2.000 metros, areia, a 9/10 do recorde; OUTRA MÁQUINA, 87s2 nos 1.400 metros, areia, a um segundo do recorde; DAMA DA ARTE, 1.200 em 73s2 (o recorde é 72s5); BOB TEEN, milha em 100s2, a 1s1/10 da marca de Nelore Porã; e NEBULOSO, 1.300 em 81s2 (o recorde, de Jangadeiro, é 80s cravados).
Como se observa, estão em excelentes condições as pistas do Cristal e do Tarumã.
Números das ESTATÍSTICAS NA GÁVEA, referentes às quatro últimas corridas: oito vitórias de aprendizes, destacando–se WALBER ALENCAR, com quatro; MARCELLO CARDOSO, o maior vencedor entre os jóqueis, com seis triunfos; DULCINO GUIGNONI, o melhor entre os treinadores, somando cinco êxitos. O STUD ALVARENGA, como proprietário, obteve três vitórias, brilhando o HARAS PONTA PORÃ entre os criadores, com cinco, e ROI NORMAND, excelente reprodutor, com quatro triunfos.
O JOCKEY CLUB DE SÃO PAULO realizará corridas dias 21, 22 e 23, quinta, sexta e sábado da próxima semana; e 28, 29 e 30, mesmos dias na última semana do ano. Pergunta: teremos, nas duas quintas, simulcasting Gávea / Cristal / Cidade Jardim?
Outra do Jockey de São Paulo: transferiu do dia 20 para o feriado de 25 de janeiro (data da fundação da cidade) os GPs 25 de Janeiro e Presidente do Jockey Club, com inscrições prévias marcadas para 15 do próximo mês, até as 14 horas.
Não há dúvida de que foram bons, com simulcasting, os MOVIMENTOS DE APOSTAS de sábado e domingo na Gávea, passando de R$ 1 milhão. Registre–se que, realizados 14 páreos, vingaram 19 FAVORITOS, e que a MÉDIA DE DISTÂNCIAS aumentou um pouco (1.417 metros).
A Comissão de Corridas do JOCKEY CLUB BRASILEIRO suspendeu o jóquei J. LEME, de Qui Soldato, de 12 a 26 deste mês, por causar prejuízo que alterou resultado do páreo. Pelo mesmo motivo, F. CHAVES (Fala Mansa) teve aumentada a sua suspensão até 4 de janeiro. Voltando ao jóquei J. Leme, recebeu mais um dia de punição por prejudicar adversários no dorso de Notondo. Por duas reuniões, M. CARDOSO (Quiero Puntear) e B. REIS (Friendship), punidos por prejuízos a rivais. A CC tomou conhecimento da carta de J. PAWLAK, comunicando seu afastamento do JCB, por tempo indeterminado. E, finalmente, em vista do parecer do Serviço de Veterinária, converter em advertência ao treinador J.S. Gomes, de Campos, pela balda de FANTÁSTICO CARTER, permitindo que ele volte a correr na Gávea, desde que conduzido por jóquei.

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