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Colunista:

A enorme supremacia de Fort Bird
20/12/2005 - 23h40min

Carreira mais importante da semana passada, no Brasil, foi realizado, sexta–feira (16), em Curitiba, o GP Paraná (GI), que forma com o GP Bento Gonçalves o duo de páreos mais expressivos corridos em nosso país na pista de areia. Para produtos de 3 anos e mais idade, em 2.400 metros, recebeu um bom número de inscrições, qualitativamente, ao contrário do que vinha acontecendo nos últimos anos. 

Venceu, com enorme facilidade, o favorito FORT BIRD (Soberbo e Dolly Bird, por Seattle Song), de 5 anos. Lançado por Jorge Ricardo para a ponta antes mesmo de iniciada a reta final, destacou–se dos rivais, ganhando por sete corpos. ESCRIBA (Kenético), de 4 anos, atropelou no meio da reta para obter nítido segundo lugar. O terceiro foi o irlandês THOMPSON ROUGE (Machiavellian), de 6 anos, até certo ponto decepcionando. Completaram o marcador, OUTRO LIGEIRO (Ski Champ), de 6 anos, e ÍDOLO (Choctaw Ridge), de 5. Fracassaram os muito visados KÂ’marote e Deuteronômio. Se o estilo da vitória de Fort Bird foi impressionou, o perfil técnico do páreo, não. Sem paixão, pode–se dizer que os segundo, quarto e quinto colocados não reuniam credenciais para, sequer, correr prova de Grupo I, o que diminuiu a importância do clássico. Isso, porém, o futuro confirmará. Ou não.

Fort Bird, criação do Haras Mignon e propriedade do Haras Moenda de Itatiba, é treinado por Carlos Pereira Gusso e marcou tempo razoável: 2´35"3, na areia seca. Foi a segunda vitória em prova de grupo. Antes, vencera o GP Piratininga (GII). E é oportuno registrar que seu pai, Soberbo (Restless Jet e Lark Luciana, por Tumble Lark), correu seis vezes e ganhou todas, inclusive os GPs J.Adhemar de Almeida Prado (GI) e Antenor Lara Campos (GII).

Nova Lei, por desclassificação

Em Cidade Jardim, o páreo mais importante aconteceu sábado, o GP Thomaz Teixeira de Assumpção Júnior (GIII), para éguas de 3 anos e mais idade.

A carreira, sendo em 1.600 metros (e na grama) cumpriu função de prova de grupo: selecionou forte candidata à primeira prova da Tríplice Coroa carioca de potrancas, a ser disputada no próximo dia 12 de fevereiro, NOVA LEI (Know Heights), que confirmou boas corridas. Aliás, o resultado do páreo foi absolutamente correto, pois prevaleceram as duas candidatas que traziam melhores credenciais. SABLES DÂ’OR (Blush Rambler), a segunda colocada, venceu por meio corpo mas, posteriormente, após verificação do filme, foi desclassificada. Os comissários também desclassificaram a terceira, Bella Cy (surpreendentemente favorita) para sexto. O marcador final foi completado por ANNA CISEI (Shudanz), VIOLENT PASSION (Rackstraw) e a americana MAIS DEPRESSA (Aljabr). 

Nova Lei, criação do Haras Ponta Porã e propriedade do Stud Raça, foi dirigida por Luiz Duarte e é treinada por Mario Rodrigues de Campos. Tempo do páreo: 1´35”895, na pista macia, com cerca móvel. Lei (Yakarto), mãe da ganhadora, produziu também, entre outros, Rare Horse, ganhador de Grupo I, e Xois, de Grupo II. Extravagant, terceira mãe de Nova Lei, é irmã materna do espetacular corredor e reprodutor Practicante. 

Nelore Porã dá show na milha

Importante carreira regional, em 1.600 metros, o Clássico Governador do Estado (L), disputado sexta–feira no Jockey Club do Paraná, teve como atrativo maior a presença de dois esplêndidos milheiros arenáticos, Smart Club e NELORE PORÃ (Romarin e Factory of Dream, por Lupin).

Enquanto o primeiro decepcionava, o potro deu uma demonstração de craque, ganhando de ponta a ponta, por aproximadamente quatro corpos. E para valorizar mais o triunfo, baixou o recorde de Itaquerê Power, correndo com mais peso do que teria direito por ser mais novo e, conseqüentemente, menos experiente, pois seu jóquei, Jorge Ricardo, não fez os 54 quilos estabelecidos.  Confirmou integralmente a atuação anterior, quando deu um “calor” no ótimo milheiro Setembro Chove, na grama de Cidade Jardim. Foi a estrela do evento.
 
Os demais fizeram um páreo à parte. Outro 3 anos, NORANT (Baligh), exibindo boa capacidade de aceleração, foi bom segundo, deixando a três corpos o terceiro, GOVERNADOR (Choctaw Ridge), de 6 anos. Completaram o marcador: OKLAHOMA GIRL (Midnight Tiger), de 4, e HAPPY BUCK (Spend a Buck), de 6. 

Nelore Porã, criação do Haras Ponta Porã e propriedade do Stud A.M.L., é treinado por Luiz Roberto Feltran. O tempo de 1Â’39”1 foi o melhor marcado, na milha, em todos os tempos, no Hipódromo do Tarumã.  

O melhor velocista na areia é Old Gipsy

Ainda sexta–feira, em Curitiba, foi realizada, em 1.200 metros, a prova de velocidade mais importante do Paraná, Clássico Delegação do Jockey Club de São Paulo (L).

Vitória autoritária do favorito OLD GIPSY (American Gipsy e She Drives, por Houston), que certamente vai brilhar ano que vem em São Paulo, tantas são as provas de grupo criadas para os corredores que têm preferência pela areia. Desta vez, seu piloto, Altair Domingos, nem fez questão de corrê–lo na frente. Mesmo tendo pulado na ponta, colocou–o em segundo, junto à cerca, e na reta voltou à vanguarda para ganhar facilmente. Em segundo, em bom esforço final, depois de quase cair na partida, JANGADEIRO (Nugget Point), enquanto ELDORADO DODGE (Dodge) estranhou a turma e só conseguiu inexpressivo terceiro, perdendo a invencibilidade no Hipódromo do Tarumã. Em quarto, NEBULOSO (Clackson), líder efêmero na carreira, e em último, muito longe, mas ganhando colocação clássica, CHOCOLATIER (Dodge). 

Old Gipsy, criação e propriedade do Haras Anderson, é treinado por Marcos Olguin e assinalou 1Â’13”7, na areia solta, tempo bom.
 

Umaita Hill: absoluta, uma vez mais
         
Domingo, no Hipódromo da Gávea, três modestas éguas foram inscritas para enfrentar a ótima UMAITA HILL (Templar Hill e Ximene, por Singh Tu), de 6 anos, nos 1.200 metros da Prova Especial João e Jorge Jabour. Tarefa inglória. Todos os que acompanham corridas de cavalos já sabiam disso.

E mesmo dando vantagem na largada, ela confirmou a expectativa, vencendo por abandono. FIORELLA COTTI (Special Nash) e JULIE BONBON (Shudanz), ambas de 4 anos, terminaram longe, disputando a segunda colocação, favorável à primeira. A competidora restante, potranca RALA E ROLA (Midnight Tiger), terminou em quarto. Só que, na verdade, um quarto e último lugar, obtido a mais de 20 corpos da ganhadora! Quase sempre é assim. Sendo os páreos da programação clássica, obrigatórios com qualquer número de inscrições, freqüentemente são formados com menos de seis concorrentes e os últimos acabam ganhando injusto status clássico. Talvez, um dia, essa aberração seja objeto de reflexão por parte dos técnicos. 

A ganhadora, criação do Haras Paineiras e propriedade do Stud G.M., é treinada por José Luiz Pedrosa Jr. e marcou 1´12"1, na areia leve, inferior aos marcados por ela, recentemente, em turmas um pouco mais fortes. Foi a 30ª atuação de Umaita Hill e a 15ª vitória (nove na areia), quatro em Listed Race.
   
Próximas atrações

São Paulo

Sexta–feira, em Cidade Jardim, será corrido o Clássico Natal (L), em 1.800 metros, grama. Este páreo (tradicional) sempre foi aberto aos produtos de 3 anos, mas este ano dá entrada, também, aos de mais idade. Assim, recebeu um bom número de inscrições, sendo o equilíbrio a sua principal característica. Mestre Colony deve ser o favorito.

Rio de Janeiro

A principal carreira da semana, no Hipódromo da Gávea, a ser realizada na segunda–feira, dia 26, é a Prova Especial Ricardo Xavier da Silveira, para produtos de 3 anos e mais idade, em 1.900 metros, areia. Evidentemente, é páreo sem maior importância, que se confunde com muitas das provas de pesos especiais as quais assistimos todo o ano. Com uma diferença: pode dar status clássico ao vencedor e aos que chegam colocados até quinto. Não foi inscrito nenhum ganhador de grupo. Os destaques são OÂ’ConnellÂ’s, Zé Americano e Monkey American, mas Patronato e Feito Craque podem surpreender.



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