Colunista:
Provas de Grupo, por Ivamar 03/10/2006 - 13h35min
TOP HAT, maior categoria
Sábado, em Cidade Jardim, São Paulo, foi realizado o Clássico Antônio da Silva Prado, que este ano passou de Grupo II para Listed Race. Mesmo com a mudança, o campo saiu melhor do que os de muitas provas graduadas. Seis cavalos de 4 anos foram à raia, na distância clássica de 2.400 metros, dois deles ganhadores de Grupo I.
O triunfo, felizmente, pertenceu ao candidato de maiores credenciais, TOP HAT (Royal Academy e Tavira, por Effervescing). Na dupla, a aproximadamente três corpos, TANGO DI GARDEL (Blush Rambler), que quase o derrotara na corrida anterior. Agora, não ameaçou o favorito. Longe, em terceiro e quarto, NEPOTISTA (Know Heights), que não largou bem, e HOMEM DA LEI (Shudanz). OAKFAST (Fast Gold), corrido na ponta desde a reta oposta, esmoreceu completamente no início da final, terminando em apagado quinto lugar, mais uma vez não reeditando o magnífico segundo para Dono da Raia no GP São Paulo. Registre–se que, se houver um representante brasileiro no próximo GP Carlos Pellegrini, em dezembro, ele sairá desta turma que deve ser considerada a melhor do Brasil. Uma prova de grupo, apenas, poderá ser usada com a finalidade de testar (ou selecionar) craques brasileiros (de 4 e mais anos) para correr na magna prova argentina, o que acontecerá no próximo dia 11 de novembro, em São Paulo, quando da realização do GP J.Aiscan (no Rio, não há).
Top Hat, criação do Haras São José da Serra e propriedade do Stud JCM, foi pilotado por Nelito Cunha e é treinado por João Macedo. Para o percurso, na grama molhada, com cerca móvel a nove metros, assinalou 2Â’32”234.
CUBILLAS confirma vitória
Também sábado, no Hipódromo Paulistano, outra atração, o Clássico Alberto Santos Dumont (L), na grama, este ano em 1.600 metros, mais 200 do que em 2005. Como os melhores milheiros, de 4 e mais anos, só terão uma prova de grupo neste resto do ano, e somente em Cidade Jardim, dia 11 de novembro (GP Governador do Estado), não há jeito: os proprietários dos mesmos tiveram que apelar para provas de menor categoria, como a da semana passada, acima mencionada.
Isso aconteceu com os dominadores da Milha Internacional paulista deste ano, os 4 anos BANDIDO SECRETO (Romarin) e SERIAL WINNER (Yagli), que correram abaixo de suas reais possibilidades e tiveram que se contentar, respectivamente, com inexpressivos terceiro e quarto lugares. O triunfo ficou com CUBILLAS (Ski Champ e La Mora, por Midnight Tiger), também de 4 anos, dominando nos metros finais, por meio corpo, o potro OLHO DE TIGRE (Exile King), ambos demonstrando boa evolução. Em quinto, DUBAI (Roi Normand), de 5 anos. Forte chuva caiu sobre o hipódromo pouco antes da carreira, tornando a raia muito pesada, o que pode servir de atenuante para a fraca atuação de Bandido Secreto, que correu desferrado. Assim, quero crer que o resultado do páreo carece de confirmação.
Cubillas, criação e propriedade do Beverly Hills Stud, foi pilotado por José Aparecido e é treinado por Selmar Lobo. Para o percurso, na grama, com cerca móvel a nove metros, assinalou 1Â’38”248.
Cerutti domina o clássico carioca
No Hipódromo da Gávea, domingo, foi realizado o Clássico Primavera (L) – Taça Ernani Glower Bastos, em 2.000 metros, para produtos de 3 anos e mais idade.
O triunfo, conquistado de ponta a ponta, pertenceu ao 6 anos CERUTTI, um dos últimos filhos clássicos do fabuloso Ghadeer, que depois de atuações altamente promissoras aos 3 e início dos 4 anos, teve problemas, só agora sanados. Mandou sempre na carreira e na reta não se deixou ultrapassar por ARTE CONCRETA (Nedawi), dois anos mais novo, que lhe ficou a pescoço. Houve reclamação, mas o páreo foi confirmado. Mais de dois corpos atrás, sem participar da briga pela vitória, o potro OMG (Jules), pouco à frente de JÉNUFA (Dubai Dust), de 5 anos. Completando o marcador, BERLUSCONI (Invitato Mio), da mesma geração da égua. Decepcionaram Monkey American e Martino, que vinham de boas atuações.
Cerutti, criação da Fazenda Mondesir e propriedade do Stud Premiere, foi conduzido por Rodrigo Dias dos Santos Lepre, em substituição a Bruno Reis, que sofrera queda, na véspera. É treinado por Leonardo José dos Reis e assinalou, na areia pesada, 2Â’05”23. Foi a sexta vitória, terceira clássica, em 21 apresentações. Arbulus (Liloy), sua mãe, produziu, entre outros, Aviación, ganhadora de Grupo I.
Nelore Porã é derrotado
A Prova Especial Ciro Frare, realizada domingo, em Cidade Jardim, para produtos de 3 anos e mais idade, recebeu inscrições de corredores de páreos de pesos especiais e de um milheiro mais do que especial, NELORE PORÃ.
Infelizmente, o filho de Romarin, 4 anos, não foi nem sombra do brilhante corredor que na última atuação quebrou a invencibilidade de um potro da qualidade de Eu Também. Apesar da terceira colocação, considerando–se a fraqueza técnica do páreo, pode–se dizer que produziu a pior corrida de sua campanha, agora, logicamente, não tão brilhante. Uma pena. Ele não merecia. Venceu, em bonita atropelada, por mais de dois corpos, o velho VIDEO AIR (Choctaw Ridge e Video–Record, por Tsunami Slew), de 7 anos. Em segundo, cabeça à frente do franco favorito, KATZIN (Dodge), de 4. Agarrado, em quarto, IRON BOY (Yagli), também de 4. E em quinto, afastado, o potro BASEBOL (Grand Vefour).
Video Air, criação do Haras San Francesco e propriedade do Stud Portal dos Clássicos, foi dirigido por Ivaldo Santana e é treinado por Zeli Medeiros. Para o percurso de 1.500 metros, na areia molhada, assinalou 1Â’30”281.
Próximas atrações
São Paulo
Sábado sensacional no Jockey Club de São Paulo, onde serão realizados o fundamental GP Diana, 3ª prova da Tríplice Coroa de fêmeas, e o GP Jockey Club de São Paulo, 2ª prova da Quádrupla Coroa de produtos, ambos em 2.000 metros, na grama, e obviamente do Grupo I.
A prova das potrancas poderá consagrar Colina Verde, candidata ao título. Suas vitórias nas duas primeiras provas, além de conferir à descendente de Emerald Hill, justamente a última tríplice coroada, há 29 anos, uma superioridade indiscutível na turma, foram momentos de real prazer para todos os turfistas, que nem podem imaginar um fracasso da pequena/grande corredora.
Já o GP Jockey Club de São Paulo não contará com o ganhador da primeira prova, Tudo Azul, exportado, o que poderá ocorrer também com Colina Verde.. Por isso, o equilíbrio é a tônica. Quick Road, segundo na prova inicial do evento, vai abordar mais 400 metros. No momento, dá a impressão de ser um ótimo milheiro. Assim, repito, um GP que se caracteriza pela igualdade de forças.
Muito abaixo, em importância, ainda no Hipódromo Paulistano, o GP Presidente Antônio Correa Barbosa, em 2.200 metros, areia. Este ano os corredores de mais de 3 anos podem participar do páreo, que deixou, desta maneira, de ter função específica. Não fosse pela presença de Eu também, não mereceria ser do Grupo II.
Em 2.000 metros, na grama, o Clássico Presidente Mário Ribeiro Nunes Galvão, também sábado e em Cidade Jardim, para éguas de 4 anos e mais idade, normalmente, por ser listed, seria páreo de menor expressão. Nele, porém, foi inscrita a melhor égua do Brasil, Ever Love, o que faz da prova uma carreira imperdível, ainda que a filha de Nedawi não corra há muito. Registre–se que, depois de ganhar tantas provas do Grupo I, merecia melhor sorte.
Rio de Janeiro
Domingo, acontecerá o último clássico de Grupo I, este ano, no Hipódromo da Gávea. É o GP Linneo de Paula Machado, na distância de 2.000 metros, grama, que apontará o melhor da geração no Rio de Janeiro, na ausência de Tudo Azul.
Quick Gipsy, surpreendente vencedor da Milha Internacional carioca de 2006, aparece como grande nome do páreo. O andarilho Quick Hawk é o maior adversário, com Fuco e Alcazar a seguir. Outros potros, porém, podem se revelar, considerando–se que os 3 anos, nessa época do ano, estão em permanente evolução.
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