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Provas de Grupo, por Ivamar 19/09/2006 - 18h37min
Quartieri, uma revelação
No Hipódromo da Gávea, domingo, os turfistas assistiram ao GP Adhemar de Faria e Roberto Gabizo de Faria, em 1.000 metros, grama, para produtos de 3 anos e mais idade.
O surpreendente vencedor do Quilômetro Internacional de 2006, o 4 anos PÁRA–CHOQUE (New Colony), não confirmou e caiu batido, por um corpo, diante do potro QUARTIERI (Dodge e Shiny Happy, por Phone Trick). Outra 3 anos, SUPER DUDA (Notation), chegou em ótimo terceiro, a meio corpo do segundo, e a 4 anos MOON STAR, também filha de Notation, foi a quarta, próxima. Completando o marcador, FLEUR DE PROVENCE (Midnight Tiger), de 5 anos. Como sempre, as fêmeas tiveram participação de realce terminando em terceiro, quarto, quinto e sexto. Registre–se que, pelos próximos três meses e meio, os proprietários dos melhores velocistas só terão uma prova de grupo para correr, o que se dará em novembro, em São Paulo, o GP Proclamação da República. Não será muito pouco em termos de Brasil?
Quartieri, criação do Haras Anderson e propriedade do Stud Palura, foi conduzido por Tiago Josué Pereira e é treinado por Girceu dos Santos Lopes. Assinalou 55”73, na pista leve, com cerca móvel. Foi a terceira vitória, primeira de grupo, em cinco atuações. Trata–se de um irmão inteiro de Norway Boy, ganhador do GP Major Suckow (GI).
Reux consegue bonito triunfo
Sábado, na grama do Hipódromo da Gávea, foram corridos os 3.000 metros da Prova Especial Paulo e Nelson Monte, para produtos de 4 anos e mais idade.
Um páreo em 3.000 metros é sempre atraente, embora os proprietários dos melhores cavalos não possam inscrevê–los para correr em uma distância desprestigiada (pelos ricos americanos) e cujos prêmios ficam em torno dos R$ 6.000,00. A vitória terminou com o 5 anos REUX (Roi Normand e Second Landing, por Avatar) com IDOMENEO (Much Better), de 6 anos, na dupla, à meia cabeça. Um pouco afastado, em terceiro, ALI DEFÚS (Choctaw Ridge), de 4, e longe, em quarto, VIBRATIVE (Burooj), de 6. Completou o marcador o 4 anos PENTA CAMPEÃO (New Colony). Em sexto, próximo, Ernie Els, ainda perdedor, detalhe que comprova a fraqueza do campo de 12 concorrentes. Notec, há pouco tempo no Rio, foi muito apostado, mas parece ainda não aclimatado.
O ganhador, criação do Haras Espantoso e propriedade de Carlos Alberto Almeida DÂ’Oliveira, foi pilotado por Carlos Lavor, é treinado por José Luiz Pedrosa Jr. e assinalou 3Â’08”02, na pista leve, com cerca móvel. Foi a terceira vitória, em 26 atuações.
Pantaleon ganha fácil na areia
No Hipódromo de Cidade Jardim, sábado, foi realizada a Prova Especial Riadhis, em 2.000 metros, areia, para produtos de 4 anos e mais idade.
Venceu–a o 4 anos PANTALEON (New Colony e Ile Rousse, por Tokatee na clássica de Grupo I, Claire Loraine), com JOLI BLANC (Midnight Tiger), de 7 anos, e HI SOCIETY (Dark Brown), de 5, longe, disputando a dupla, favorável ao primeiro, por focinho. AÇO PURO (Rêve Doré), também de 5, e SOMAGUE (Astor Place), de 4, completaram o marcador. Paraíso Verde correu na ponta e esmoreceu na reta.
O vencedor, criação do Haras Santa Maria de Araras e propriedade do Stud Novo Triunfo, foi pilotado por Nelito Cunha, é treinado por Pedro Nickel e assinalou 2Â’02”394, na pista molhada, marca apenas razoável. Planejar campanha A não ser que o colunista só faça elogiar, sua missão é, na maioria das vezes, espinhosa. Para ser honesto com seus princípios, com a verdade, não dá para ser simpático, sempre. Muitas e muitas vezes vão ser ditas coisas que ferem vaidades e susceptibilidades. Pode–se até criar desafetos. O ideal seria não criticar.
Isso vem a propósito de que, freqüentemente, tenho manifestado um certo espanto (e às vezes, até irritação) pelo despreparo de alguns proprietários no que concerne ao planejamento das campanhas de seus defensores. Uma reação natural em quem, como eu, gosta do turfe e, principalmente, dos cavalos de corrida.
Evidentemente, o dono tem direito a fazer do seu campeão o que bem entender mas, mesmo que isso tenha de ser considerado, os turfistas, colunistas ou não, sentem tristeza ao ver seus ídolos sendo levados a percorrer caminhos que não os ideais. No passado, esse fator era mais respeitado. Quem poderia imaginar Escorial correndo páreo preparatório para o GP 25 de Mayo? Seria absurdo. Lembro bem do maravilhoso puro–sangue reaparecendo direto na grande prova argentina, vindo de bom período sem correr. Depois de se consagrar no GP Carlos Pellegrini, seis meses antes, não poderia se arriscar a disputar páreo de menor envergadura. Mesmo que não tivesse vencido (em atropelada que os veteranos turfistas jamais esquecerão), não teria seu nome maculado seu estupendo currículo, pois a carreira era do mais alto nível. Campanha de cavalo bom tem de ser protegida. Uma vitória em páreo sem expressão nada acrescenta, enquanto uma derrota, deslustra.
Outro fato relevante é o número de vezes em que um craque é apresentado. Cavalo velho, medíocre, pode correr toda semana, grandes cavalos, não, porque, é claro, empregam–se muito mais. Tenho observado que, com freqüência, corredores das chamadas primeiras turmas correm desnecessárias vezes. A não ser nos casos raros de cavalos muito fortes, por causa desta prática os campeões são logo atingidos por lesões e outros males, que interrompem (e prejudicam) suas trajetórias. São incontáveis os que não chegam a enfrentar os compromissos mais importantes de suas gerações, porque ficaram se desgastando em páreos inexpressivos, com a explicação de que precisam manter a forma. E depois, seus responsáveis procuram motivos outros para justificar os fracassos.
Próximas atrações
Rio de Janeiro
Domingo, no Hipódromo da Gávea, será realizado o Clássico Júlio Cápua (L), uma milha, na grama, para produtos de 3 anos e mais idade, que recebeu 13 inscrições, entre elas as de Ojos Claros, Starve Runner, Nicolalau, London Leader e Onward Royal. Surpreendemente, nenhum 3 anos no campo..
E sábado acontecerá a Prova Especial Joiosa, em 1.600 metros, para potrancas de 3 anos. Considerada prova clássica, programada para a areia, recebeu muitas inscrições, nove, destacando–se Super Eletric, Royal Fairmile e Re Topten. Todas, porém, é bom lembrar, em evolução.
São Paulo
Outro fim de semana insípido em São Paulo, em termos turfísticos. Duas provas especiais, ambas no sábado, que poderiam ser de pesos especiais. A diferença técnica é nenhuma, e em dinheiro, de R$ 1.500,00.
A nova Prova Especial Jembélia, em 1.400 metros, para éguas de 3 anos e mais idade, recebeu oito inscrições. Na grama, a potranca Left Handed deve prevalecer.
Outro novo páreo clássico é a Prova Especial Max Perlman, em 1.000 metros, grama, para produtos de 3 anos e mais idade. Apenas cinco inscritos, todos com possibilidades.
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