Colunista:
Notícias da Semana, por Sérgio T. Gonçalves 02/08/2006 - 08h30min
Na Gávea, um show para poucos
Nos anos de ouro do Hipódromo Brasileiro, quando às tribunas comparecia numeroso público, certamente o bridão MARCELLO CARDOSO seria ovacionado pelo que fez no dorso de Arte Concreta, ganhador do páreo final do último domingo. Ligado ao turfe desde o final dos anos 50, não vi nada igual. Pena que muitos assistiram à cena de suas casas e das agências, mas poucos, pouquíssimos, viram–na no local onde craques e profissionais se consagraram. Arte Concreta liderava com facilidade, quando metros após o início da reta final bateu na cerca, cravou e foi violentamente da baliza de dentro para o meio da raia, sem prejudicar seus adversários. No movimento brusco, o jóquei quase caiu. Desenhava–se uma tragédia, mas o competente profissional, de lado, apoiando–se, por segundos, desesperadamente, no estribo esquerdo, voltou ao dorso de seu conduzido para levá–lo a uma vitória que entrou para a História do turfe brasileiro.
Registre–se que, mesmo sem o pé no estribo direito, Marcello Cardoso, dos melhores jóqueis em atividade no Brasil, para espanto dos turfistas, não parou de exigir Arte Concreta, unindo energia e coragem. Não há dúvida, um lance de pura emoção, com os corações batendo fortemente: de um lado, os dos que gostam realmente das corridas de cavalos e de cavalos de corridas; do outro, do próprio jóquei, que dignificou ao máximo a profissão que abraçou. Parabéns, Marcello.
Cena parecida, mas quero crer, não tanto perigosa, ocorreu no GP 25 de Janeiro, em 2000, no Hipódromo de Cidade Jardim, São Paulo, envolvendo o chileno Gabriel Meneses, que montava MÂ’Afrodite. Duzentos metros após a partida, seus pés saíram dos estribos. Pasmem, leitores, com as pernas encolhidas, joelhos praticamente no pescoço da potranca, Meneses não perdeu o equilíbrio e continuou a exigir sua conduzida, levando–a a um triunfo espetacular. Eis aí duas cenas que engrandecem o turfe, hoje em dia um tanto esquecido em nosso país.
Ricardo, oito vitórias de vantagem
O campeão JORGE RICARDO, que recentemente trocou o nosso turfe pelo argentino, obteve oito triunfos no período de quarta–feira, 26, até ontem, 1 deste mês. Entre as vitórias, a primeira clássica do extraordinário bridão nesta nova fase no país vizinho, através de Wood Green, favorito, em 1.400 metros, na areia do Hipódromo de Palermo, em handicap denominado Diário Crónica. RUSSELL BAZE, o maior adversário de Ricardo na luta pelo recorde mundial de vitórias, em poder do panamenho Laffit Pincay Jr., que pendurou o chicote com 9.530 êxitos, aproximou–se do brasileiro ao conquistar 10 vitórias na temporada de Santa Rosa, que começou dia 26 e terminará a 7 deste mês. Com os 10 triunfos, em cinco reuniões, o canadense, radicado nos Estados Unidos, soma 9.393 vitórias, contra 9.401 de Ricardo. No dia 9, Baze estará presente ao reinício da temporada de Bay Meadows, palco de suas mais importantes atuações.
Ricardo estará montando em hipódromos argentinos durante esta semana, valendo registrar, no entanto, que matará as saudades do público brasileiro na programação de domingo próximo, dia 6, quando será realizada a festa máxima do turfe carioca. Ele montará Oakfast no GP Brasil, Octahedron nos 1.600 metros do GP Presidente da República, Kraps na Taça Cidade Maravilhosa, e mais Rei Nagô, Friendship, Metamorfose, Quetawa, Obirici, Qui Luat, Find Out e Hubert, este no páreo em sua homenagem.
Siphon já está no Brasil
O reprodutor SIPHON, confirmando nota desta coluna, chegou ontem, segunda–feira, 31, ao Haras São José, em Rio Claro, São Paulo, procedente dos Estados Unidos, segundo informação do hipólogo Angelo Christiano Rondon Amarante. É possível que em 15, no máximo 20 dias, o filho de Itajara e Ebréa, por Kublai Khan, já possa começar a cobrir.
Livro sobre turfe tem lançamento
Uma data importante envolvendo o Esporte dos Reis. No próximo dia 4, sexta–feira, a partir das 19 horas, na livraria Argumento, na rua Dias Ferreira, Leblon, o coquetel de lançamento do livro “ O turfe no Brasil – histórias & vitórias”, uma iniciativa da família Paula Machado e produção de Emília Teixeira de Paula Machado. Neste livro, dos mais significativos, da Editora Itajara, três fases num trabalho realizado por Eduardo Bueno (Cavalos e Homens), Marcos Ribas, cuja parte é intitulada Criadores (e Cavalos) que fizeram história, e São José & Expedictus, a construção de um marco, do conceituadíssimo Angelo Amarante, muito ligado aos Paula Machado.
Uma obra expressiva, dois dias antes da realização do GP Brasil, no Hipódromo da Gávea, que recentemente completou 80 anos de existência.
Finais ...
O jóquei RUSSELL BAZE, maior rival de Jorge Ricardo na luta pelo recorde mundial de vitórias, completará 48 anos na próxima segunda–feira.
Ao assistir às corridas passadas, na GRAMA de Cidade Jardim, veio à minha mente os páreos disputados nos anos 60 e 70, na Gávea, mas na areia. Chovia, e na raia pesada os jóqueis procuravam levar seus conduzidos para a cerca externa. Horrível!
ALCOMO venceu, convenceu e vai para os Estados Unidos, segundo Christina Garlipp, do Stud Capitão. Mais um bom corredor trocará o nosso turfe pelo americano.
Confirmado: NEW HAMPSHIRE, com pneumonia, não atuará no GP Major Sukow.
É bem possível que JUVENAL MACHADO DA SILVA venha ao Rio assistir ao GP Brasil. Que saudades do alagoano!
Comenta–se que DONO DA RAIA, após o GP Brasil, será levado ao exterior para correr o Arco do Triunfo, na França, e uma prova clássica em Dubai, Emirados Árabes.
ALEX MOTA já tem 983 vitórias na Gávea.
WALBER ALENCAR, 18 anos, montou dois vencedores na última segunda–feira, 31, na Gávea, passando a aprendiz de terceira categoria.
Realizados 40 páreos nas últimas reuniões da Gávea, a MÉDIA DE DISTÂNCIAS foi baixa: 1.302 metros. E baixos os MOVIMENTOS DE APOSTAS, sem simulcasting: sexta (R$ 580.000); sábado (R$ 697.000); domingo (R$ 619.000); e segunda, o melhorzinho (R$ 728.000). Faz tempo que não há show do milhão na Gávea. Logicamente, nesta semana, quando da realização do GP Brasil e de outras provas internacionais, o show deve acontecer. Quanto aos FAVORITOS, somente 13 venceram. E foram as seguintes as pules elevadas: Next Choclo (R$ 12,00); Sunbearn (R$ 20,40); First–Simpatia (R$ 12,70); Doce Flávia (R$ 14,60); Dom Bijuja (R$ 30,50); e Embolado (R$ 13,00).
A extraordinária VIRGINIE, vendida para o Japão, está cheia de Giant Causeway.
Esta semana, na sexta–feira, corridas somente na Gávea. Sábado, domingo e segunda, SIMULCASTING Gávea / Cidade Jardim. Na semana do GP Brasil, eis os HORÁRIOS dos páreos iniciais: sexta–feira, 15h45min; sábado, 13h15min; domingo, 13h; e segunda–feira, 18horas. Pela ordem, serão disputados 12, 12, 12 e 11 páreos.
A 12ª COPA JAPÃO DE TURFE reunirá, no próximo dia 12, a colônia nipo–brasileira no Jockey Club de São Paulo. A Copa, para éguas de 4 e mais anos, será realizada em 1.600 metros, grama.
A CC do JOCKEY CLUB DE SÃO PAULO suspendeu por 30 dias, a partir do próximo dia 8, o jóquei ALTAIR DOMINGOS, de New Fandan, por imperícia. E proibiu a entrada de Fábio da Silva Macedo nas dependências do clube, instaurando sindicância para apurar responsabilidades sobre a permanência do mesmo no Grupo 80.
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