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Colunista:

Provas de Grupo, por Ivamar
01/08/2006 - 00h04min

Alcomo conquista bonita vitória

Infelizmente na areia, o GP Costa Ferraz (GIII), corrido domingo na Gávea, não tem função específica e seu ganhador demonstra apenas ser um bom 3 anos na referida pista, ao passo que, na grama, seria, naturalmente, o candidato carioca a enfrentar os melhores do Brasil no GP Ipiranga, que será realizado em São Paulo na primeira semana de setembro.

Ganhador facilmente duas vezes na areia, em quatro atuações, ALCOMO (Rainbow Corner e Amazing Singer, por Tokatee) foi o firme vencedor. O favorito FARENHEIT (Spend A Buck) terminou a dois corpos, na dupla, com IMPERIALISTA (Voando Baixo), agarrado, em terceiro. Longe, completando o marcador, GREAT–EXAM (Choctaw Ridge) e ONTARIO (Vettori).  

Alcomo, criação do Haras Campestre e propriedade do Stud Capitão, foi dirigido por Bruno Reis, é treinado por Nelson Marinho e percorreu os 1.600 metros em 1Â’37”14, na pista pesada.

Amigo Peru derrota Quick Road

Destinado a produtos de 3 anos e corrido a aproximadamente um mês do GP Ipiranga, nas mesmas pista e distância, o novo Clássico Farwell (L), disputado sábado em Cidade Jardim, tem importância específica, por ser teste para a fundamental carreira. Merecia ser do Grupo III.

O até então líder QUICK ROAD (Jules) caiu batido diante de AMIGO PERU (Talloires e Perua, por Figuron), terminando a três corpos deste, perdendo a liderança da turma, que conquistara após vencer duas provas de Grupo I. Agora foi derrotado em Listed Race, o que de certa maneira maculou sua excelente campanha. No confronto direto, duas vezes Quick Road chegou à frente de Amigo Peru, que em outras tantas o derrotou. E o desempate será, provavelmente, no citado Ipiranga. Em terceiro, perto do segundo, NEW FANDAN (Fantastic Dancer), que por prejuízos causados a TRABALHADOR (Invitato Mio) foi desclassificado para quarto. Completando o marcador, MARRONZINHO (Mr. Fritz).

Amigo Peru, criação do Haras Vale Verde e propriedade do Haras Maringá dos Pinhais, foi pilotado por Ângelo Márcio Souza, é treinado por Edinaldo Pereira da Costa e percorreu os 1.600 metros em 1Â’36”521, na pista molhada, com cerca móvel.

Vitória firme de Reine Bardot

Da mesma forma que o GP Costa Ferraz, o Clássico Imprensa (L), Taça Evandro Carlos de Andrade, corrido na Gávea, também no domingo, por não ser na grama não tem função específica. Sua ganhadora pode ser vista como melhor potranca carioca na areia, mas infelizmente não terá provas importantes para correr a não ser que seja igualmente boa na pista gramada.

REINE BARDOT (Rainbow Corner e Dancelikeastar, por Green Dancer) derrotou bem as cinco rivais, mostrando que atravessa excelente momento, conquistando a terceira vitória, em nove apresentações. Na dupla, a menos de um corpo, ROYAL FAIRMILE (Crimson Tide), agradando. A favorita HAMADRÍA (Torrential), ao contrário, decepcionou, com um terceiro lugar inexpressivo. PARTE BOA (Patio de Naranjos) e RE GALLARY (Dancer Man) completaram o marcador, longe, mas obtendo colocações clássicas. 

A ganhadora, criação do Haras Campestre e propriedade do Stud By WinnerÂ’s, foi pilotada por Antônio Correia da Silva, é treinada por Álvaro Castillo e passou os 1.600 metros em 1Â’38”14, na pista pesada.

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O Hipódromo da Gávea será palco, no fim de semana, da sua maior festa, reunindo o que de melhor existe em treinamento no país em matéria de Puro–Sangue Inglês. Serão oito provas clássicas, para velocistas, milheiros, éguas, arenáticos etc. É obrigatório fazer um breve histórico de cada uma das provas principais, antes de citar os nomes dos maiores candidatos ao triunfo.

O destaque absoluto do festival é o GP Brasil (GI), na tradicional (e clássica) distância dos 2.400 metros. Equivalente carioca aos GPs Arco do Triunfo, na França, King George VI & Queen Elizabeth Stakes, na Inglaterra, Carlos Pellegrini, na Argentina etc. além, é claro, do GP São Paulo, a carreira é um dos mais importantes páreos da América do Sul e, inclusive, reconhecida internacionalmente, apesar das baixas dotações do nosso turfe.  

Na relação de seus vencedores, depois do pioneiro Mossoró, encontram–se os nomes de alguns dos maiores craques que se exibiram na pista de grama do Hipódromo da Gávea, como Albatroz, Helíaco, Tirolesa, Gualicho, El Aragonez, Mangangá, Tatan, Narvik, Farwell, Arturo A, Zenabre, Moraes Tinto, Troyanos, Flying Finn, Villach King, Falcon Jet, Much Better, Jimwaki, Quari Bravo etc. Grandes outros cavalos, embora perdendo, também nele atuaram magnificamente, como Quati, Joiosa, Adil, Atlas, Escorial, Tagliamento, Baronius, entre outros. E só em alguns poucos casos, os vencedores não foram autênticos campeões.

Este ano, a presença de dois recentes recordistas, Dono da Raia e Top Hat, faz prever uma disputa eletrizante. São dois craques de características diferentes. O perfil técnico que o páreo certamente terá nos primeiros 1.600 metros, prenuncia que Dono da Raia será o vencedor. Ele corre acomodado para uma violenta atropelada, livre de brigas prematuras, enquanto o outro gosta de mandar no ritmo da carreira desde a partida (como se viu na Copa dos Criadores), o que é sumamente arriscado, considerando–se que outros competidores (às vezes sem nenhuma possibilidade) podem minar suas energias na primeira parte do percurso, caso de Oakfast e Deuteronômio, o que beneficiaria os atropeladores Tchintchulino, His Friend e Sinistro, além do provável favorito. Existem, ainda, cavalos sem possibilidades, e alguns que podem perfeitamente se colocar.   

Em 1.600 metros, ótimos cavalos especializados na distância, estarão medindo forças no GP Presidente da República (GI). Da mesma maneira que no GP Brasil, são muitos os grandes corredores vencedores da prova, entre os quais os fantásticos Quartier Latin e Pallazzi, e ainda Quick Chance, Good Time, Uzuki, Piñonero, Indaial, Tonka, Triarco, Kew Gardens, Heracleon, Houret, Dancer Man, American Gipsy, Joe Who, Redattore e Jarrinho. Este ano, aparentemente, teremos uma Milha Internacional de alto nível. A velocidade de Bandido Secreto, aliada à sua capacidade locomotora, dá ao páreo contornos de uma grande competição. A não ser que ele largue mal, os outros ligeiros parecem não ter condições de acompanhá–lo. Será uma verdadeira caça à raposa. Serial Winner, atropelador, logicamente se beneficiará do provável forte ritmo inicial. Caso o favorito fracasse, muitos serão os candidatos à vitória: Onward Royal, Fly Dorcego, O Dragão, London Leader, Starve Runner, Lucky Dance, Spanish, Future e o ótimo potro Quick Hawk, que vai tentar a ingrata tarefa de enfrentar os experientes milheiros mais velhos. Como se pode perceber, um páreo sensacional.     

Os craques velozes, tão pouco contemplados no calendário clássico brasileiro, têm no GP Major Suckow (GI) sua prova máxima. Verdadeiros campeões especialistas em 1.000 metros, brilharam na grama do Hipódromo da Gávea, como Empeñosa, Royal Game, Bucarest, Cabine, Seu Levy, Flying Boy, Depressa, Marceline, Chapelier, Grumser Vale, ItÂ’s The Day, Clausen Export, Mensageiro Alado, Mr. McCartney, Lost Love, Old Dodge e  Solyluz. Com a retirada das pistas do excelente Omaggio, a carreira poderá apontar o melhor do Brasil, caso Xábega confirme a vitória obtida no Quilômetro Internacional paulista deste ano. Desde que não a confirme, uma nova estrela se consagrará e ela será, quem sabe, Normabelle. New Hampshire é outra forte candidata, mas é bom registrar que não tem presença assegurada. As fêmeas, como quase sempre acontece em clássicos de velocidade, são as forças, porém os machos Grená e Power Inside também são objeto de esperanças. 

O clássico reservado às éguas, em 2.000 metros, grama, é o GP Roberto e Nelson Grimaldi Seabra (GI). Boas corredoras o venceram através dos anos mas, geralmente, não as melhores, pois estas correm o GP Brasil. Assim foi, por exemplo, com Off The Way, Anilité, Fantaisie, Bretagne, Cisplatine, Uneasy Plum, Quip Mask, Radnage, Slew In Mask, Indian Chris, Country Baby, Gay Charm, Rafaga Sureña, Oriental Flower e Queen Desejada. Por esse fato, o clássico sempre foi, indevidamente, cognominado de Brasil das éguas. Seria Brasil das éguas caso os proprietários das melhores não preferissem inscrevê–las no GP Brasil. Vou fazer uma sugestão. De graça. Programem este páreo para seis semanas antes e na distância do GP Brasil. Aí, irá reunir as melhores. No campo deste ano,  nenhuma égua de exceção (ausentes Quick As Ray, Naughty Rafaela, Helisângela e, principalmente, a esplêndida Ever Love). Apenas cinco ganhadoras de prova de grupo, sem nenhum grande destaque.

O páreo denominado Taça Cidade Maravilhosa (L) é o consolação do GP Brasil, logicamente em 2.400 metros e na grama. É uma verdadeira loteria, aberto a qualquer resultado. De qualquer maneira, parecem ser melhores: Pretty Normand, Focus e  Idomeneo, seguidos de Nip Heights, Kraps, Hotel California e Capitão Gancho.

Os milheiros arenáticos correrão o Clássico Breno Caldas (L). Páreo bonito, pois diversos cavalos têm possibilidades de vitória, como Golden Mountain, Pestanita, Neck Welch, Padrino Dodge, Official Dodge, Royal Boy, Premier Plan, Nice Bet e Vasomax.

Em 1.900 metros, areia, o Clássico Delegações Turfísticas (L) também tem campo muito bom, com pelo menos cinco competidores credenciados por ótimas atuações: Power Topten e Monkey American, que buscam o bicampeonato, e mais Gary Stevens, Zé Americano e Lírico.

A Prova Especial Jockey Club do Rio Grande do Sul – Taça J.A.Flores da Cunha, na grama, teria melhor função se fosse em 1.000 metros, uma vez que a nova geração quase não tem provas para correr no percurso, além do que pouparia aventuras desgastantes de 3 anos no Major Suckow. Em 1.400 metros, é páreo sem importância. O clássico Quilboquet é a força.

Em São Paulo

Sábado, em São Paulo, uma nova prova clássica, o GP Siphon (GII), 1.600 metros, areia, para produtos de 3 anos e mais idade. Quatro potros, entre eles o invicto Eu Também,  vão enfrentar três mais velhos, inclusive Nelore Porã. Os dois são as forças da carreira. É uma boa oportunidade para ser testada a minha teoria de que potro não deve correr contra os mais velhos, a não ser que não haja outra opção. Tenho observado que, a não ser em distâncias curtas, até mesmo quando bem–sucedido, o potro custa a se recuperar do esforço (físico e psicológico?), caso de Dancer Man, Suspicious Mind, Vuarnet e Gentle King.



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