Colunista:
O APOSTADOR 22/08/2012 - 13h34min
O APOSTADOR
I – INTRODUÇÃO
Não há dúvida que o Turfe está apoiado, basicamente, num tripé que viabiliza sua continuidade e, até mesmo, o seu progresso. O CRIADOR fornecendo a Matéria Prima, o Produto essencial para o Turfe, o Puro Sangue Inglês (PSI);
O PROPRIETÁRIO adquirindo e mantendo o PSI em corrida;
O APOSTADOR que realiza as Apostas nas Corridas de Cavalos, proporcionando a Manutenção e Desenvolvimento da Estrutura que movimenta esta autêntica Atividade Econômica. O TURFE.
Em última análise, o real responsável pela manutenção da “máquina” do Turfe, em todos os seus Segmentos, são recursos provenientes, primordialmente, das Apostas nas Corridas de Cavalos realizadas pelo Apostador, refletidas no Movimento Geral de Apostas (MGA).
Como pretendo mostrar em Artigo posterior, o Turfe, abrangendo todos os Segmentos que o integram, é uma autêntica e diferenciada ATIVIDADE ECONÔMICA, beneficiando, através de várias modalidades de EMPREGOS, um grande contingente de Profissionais e suas Famílias, portanto, com elevado Alcance Social, mas necessitando do “combustível” indispensável para manter a “máquina” em funcionamento, refletido nos recursos, como disse acima, em sua maior parte, provenientes das Apostas nas Corridas de Cavalos.
Numa descrição simples, objetiva e direta, o Turfe se movimenta partindo da Criação de seu Produto primordial, o Puro Sangue Inglês (PSI) que, oferecido no Mercado do PSI por seu Criador, é adquirido pelo Proprietário que o coloca em condição de Corrida, atraindo os recursos provenientes das Apostas realizadas pelo Apostador.
Atualmente, em razão das dificuldades por que passa o Mercado do PSI no Brasil, a Figura do Criador / Proprietário, predominante no passado, está voltando à cena com certa frequência, tendo em vista os baixos preços usualmente alcançados pelo PSI nos Leilões destinados aos Produtos inéditos, muitas vezes não alcançando os preços das coberturas de Reprodutores ou até mesmo, o seu Custo de Criação.
Os Jockeys Clubes, responsáveis e autorizados para realização das Corridas de Cavalos, destinam parte dos recursos das Apostas para a distribuição dos Prêmios aos Proprietários do PSI que logram vencer ou se colocar nas Corridas das quais participam, além de destinar aos Profissionais (Treinador, Jóquei, Gerente de Cocheira e Cavalariço) relacionados com o Cavalo premiado, percentuais diferenciados tendo por base o Prêmio obtido pelo Proprietário desse Animal.
Além da emoção natural proporcionada pelo Cavalo de Corrida ao seu Proprietário, em exibições de alto nível de Coragem, Plasticidade e Colorido, as Corridas podem proporcionar negócios envolvendo transações de expressivo valor através da compra e venda de Animais que se destacaram através de suas performances nas pistas de corrida.
II – AS APOSTAS
Como em qualquer modalidade de Apostas, as realizadas nas Corridas de Cavalos, guardam uma certa correlação com a SORTE, sobretudo pelo perfil em que se desenvolvem os Páreos, mas permitindo e possibilitando ao Apostador, análises e estudos que reduzem a influência da Sorte no resultado, aumentando a probabilidade de acerto.
Não há dúvida, entretanto, que as Corridas de Cavalos proporcionam um alto nível de Emoção para o Proprietário e para o Apostador, assim como ao Criador, no pouco tempo de duração de cada páreo, fator que as distingue da maior parte das Modalidades de Apostas disponíveis no Mercado das Apostas.
Na mesma Reunião, através da sucessão de realização dos páreos que a integram, são renovadas as perspectivas de recuperação de eventuais perdas em páreos anteriores.
Para o Apostador que aprecia a análise e o estudo de cada páreo para realizar suas Apostas, estão disponíveis publicações especializadas contendo informações sobre os animais que integram cada páreo em cada Reunião, o que sempre serve como uma referência potencial para aumentar a probabilidade de acerto.
III – PLANO DE APOSTAS
O que deve nortear a elaboração e consolidação do Plano de Apostas disponíveis ao Público Apostador, como atração primordial para atrair Apostas, temos a efetiva possibilidade disponível para o Apostador de gastar pouco para ganhar muito.
Os Jockeys Clubes devem providenciar um autêntico Plano de Apostas que abram um leque de opções ao Apostador, com uma graduação da dificuldade para o seu acerto, de forma que não concorram entre si e que sejam atraentes ao Apostador em função de suas possibilidades financeiras e de sua preferência pessoal.
Assim sendo, o Apostador terá a possibilidade de selecionar a Modalidade (s) de Aposta de acordo com sua conveniência, em conformidade com o grau de dificuldade de cada Modalidade e, consequentemente, com o valor do Prêmio previsto para cada Modalidade.
Usualmente, as Modalidades que apresentam maior dificuldade para seu acerto, são as que reúnem a preferência do Público Apostador, pois costumam proporcionar expressivos prêmios acumulados para os Apostadores que lograrem acertar, a partir de Apostas com custo, usualmente, mais reduzidos.
Em qualquer Modalidade de Aposta, inclusive nas que não são realizadas em Corridas de Cavalos, mas sempre nas que apresentam elevado grau de dificuldade para acerto, quando os valores dos prêmios se acumulam a níveis mais elevados, alcançando valores altos e atraentes, o volume de Apostas aumenta substancialmente, evidenciando a preferência circunstancial do Apostador. Isto é uma constatação!
Outro aspecto que deve ter um lugar de relevo no Plano de Apostas dos Jockeys Clubes, refere–se à popularização / democratização da Aposta, facultando o acesso da População em geral à determinada Modalidade de Aposta, usualmente restrita ao Público Turfista Apostador, cujo “universo’ é muito reduzido, abrindo a possibilidade para que o Público não Turfista, a nível nacional, possa se interessar em fazer Aposta em Corridas de Cavalos.
Para tanto, em primeiro lugar, é fundamental a UNIÃO entre os Jockeys Clubes Brasileiro e de São Paulo, extensiva aos demais Jockeys Clubes em atividade no país, devendo–se discutir e debater, como meta primordial, a introdução de uma Modalidade de Aposta que permita a participação do Público não Turfista.
Para a implantação de uma Modalidade de Aposta com amplitude nacional, aberta ao Público Turfista e Não Turfista, será de capital importância, em meu julgamento, que seja observada uma certa correlação com as características das Modalidades de Apostas conduzidas pela Caixa Econômica Federal, simples e com custo reduzido.
Com o sucesso que eventualmente essa Modalidade de Aposta venha alcançar, os substanciais recursos que provavelmente venham a ser obtidos poderão, inclusive, auxiliar na expansão da Atividade Turfista no Brasil, repercutindo na consolidação dos demais Jockeys Clubes em atividade no país.
Ressalto a fundamental importância que o Plano de Apostas do Jockey Club Brasileiro contemple uma variedade de Modalidades que permita ganhos expressivos a custos reduzidos, atraindo um volume maior de Apostas através do acúmulo da premiação determinada por um mais elevado grau de dificuldade para acerto.
Os Jockeys Clubes devem evidenciar os aspectos positivos proporcionados pelas Apostas nas Corridas de Cavalos, ressaltando que a probabilidade de acerto é expressivamente maior que em outras Loterias, que se trata de Modalidades de Aposta caracterizadas pela efetiva participação do Apostador, possibilitando o estudo e análise de cada páreo e, sobretudo, revestida de um alto nível de emoção, seja pela TV, mas sobretudo pelo acompanhamento ao vivo, nos Hipódromos, do desenrolar de cada Páreo.
IV – FREQUÊNCIA
Um dos aspectos mais importantes para os Jockeys Clubes enfatizarem, refere–se à presença do Público Turfista nos Hipódromos, parâmetro de fundamental importância para se avaliar o real interesse do Público pelas Corridas de Cavalos.
Quando me refiro ao Público Turfista, estou sinalizando não só para o amante do Turfe na essência de sua existência, mas também, e tão importante quanto, ao Público Turfista Apostador.
Para tanto, os Jockeys Clubes devem promover atrações que se apresentem como autênticos imãs, atraindo o Apostador para os Hipódromos, sem desfalcar sua presença nas Agências Credenciadas pelos Jockeys Clubes, também de capital importância para aumentar o MGA, mas que, em sua maioria, precisam rever suas instalações, proporcionando maior conforto ao Apostador. Atendendo a este objetivo, os Jockeys Clubes devem oferecer Conforto, Segurança e Atrações que possam atrair a atenção, a cada Reunião, primordialmente, do Público frequentador das Tribunas Especiais.
Os Hipódromos devem proporcionar instalações apropriadas, promovendo atrações para a Família do Público Turfista, como Restaurantes, Lanchonetes, Parque de Brinquedos e outros implementos importantes como Telões de alta definição (HD), facilidades proporcionadas pela INTERNET e aplicação prática da Tecnologia disponível pela Informática, tornando o Sistema de Apostas, rápido, preciso e confortável.
Outro aspecto de fundamental importância para ser elucidado por um “Marketing” criterioso, bem elaborado e direcionado para a População em geral, será o de desmistificar a fama imputada às Corridas de Cavalos de ser um antro de jogatina, configurando–a como uma das principais causas para a perda de fortunas, o que não passa de uma tendenciosa inverdade, pois na realidade as Corridas de Cavalos são uma forma de entretenimento disponível para o Público em geral.
Na realidade, este problema não tem como causa a Aposta, propriamente dita, em Corridas de Cavalos, sendo um problema específico de um Apostador compulsivo, sem controle, que pode perder expressivas somas de recursos, independentemente da Modalidade de jogo em que venha a Apostar.
O Apostador usual e normal das Corridas de Cavalos, que tem por objetivo primordial o divertimento revestido por um bom nível de emoção, que costuma fazer suas Apostas nos Hipódromos ou Agências Credenciadas, dificilmente perderá quantias relevantes, simplesmente porque Apostas nas Corridas de Cavalos não comportam valores elevados, pois resultariam numa radical redução no valor do rateio correspondente.
Ao Apostador das Corridas de Cavalos deve ser esclarecido que suas Apostas contribuem decisiva e efetivamente para a Manutenção e Progresso dessa Atividade que proporciona o Emprego de um expressivo contingente de Profissionais e suas Famílias que, direta e indiretamente, estão relacionados com o Turfe em todos os seus Segmentos, além de manter a Criação deste magnífico e nobre animal que é o Puro Sangue Inglês (PSI).
V – OBJETIVOS
A preocupação maior dos Jockeys Clubes, neste momento, deve estar direcionada para os valores a serem alcançados pelo Movimento Geral de Apostas (MGA) que, no caso específico do Jockey Club Brasileiro, vem apresentando uma tendência ao declínio ou, pelo menos, para a estabilidade em patamar inferior ao desejado.
Consideradas as quatro Reuniões semanais realizadas no Hipódromo da Gávea, vemos uma nítida distinção no nível da qualidade das Provas realizadas nas duas Reuniões Noturnas, usualmente destinadas a Animais de mais idade, na pista de areia, alguns dos quais já com certo comprometimento em sua capacidade locomotora, com páreos mais vazios, se comparadas com as duas Reuniões Diurnas, destinadas aos Animais mais jovens, postulantes à esfera clássica, realizadas na pista de grama, com páreos contando com maior número de competidores, além de contemplar Provas do Calendário Nobre.
Além disso, o Hipódromo da Gávea conta com o “simulcasting” com os Hipódromos de Cidade Jardim, do Tarumã e do Cristal, reforçando o MGA auferido no Hipódromo e Agências Credenciadas pelo Jockey Club Brasileiro.
Ultimamente, com alguma frequência, as Corridas de Cavalos têm sido apontadas como deficitárias, esquecendo–se que praticamente a maior parte do Patrimônio atual do Jockey Club Brasileiro foi obtido a partir da exploração das Corridas de Cavalos e, particularmente, às custas dos Proprietários do PSI, cujos Prêmios estão defasados há décadas, pois parte expressiva dos recursos provenientes das Apostas foram destinadas para a implantação de Atividades estritamente sociais, sem qualquer relação com o Turfe propriamente dito.
Após algumas gestões não identificadas com o Turfe, o Quadro Social do Jockey Club Brasileiro, em sua ampla maioria, é integrada por Sócios não ligados ao Turfe, mas que entendendo a gravidade da situação do Clube, acaba de eleger uma Diretoria composta por Sócios correlacionados com sua atividade primordial, ou seja, o Turfe, a quem caberá a difícil, mas possível Missão de resgatar a pujança que a Atividade Turfística no Rio de Janeiro apresentava em passado próximo..
Para tanto, necessariamente, a Diretoria deverá privilegiar Ações visando o efetivo e gradual aumento do Movimento Geral de Apostas (MGA), repassando o sucesso do alcance desse OBJETIVO para a gradual redução da defasagem dos Prêmios consignados ao Proprietário do PSI, tendo em vista que tais Prêmios, sem margem para dúvidas, constituem a mola propulsora para o desenvolvimento de um Turfe consistente e progressista.
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