OS MELHORES PSI BRASILEIROS –  3ª Parte

OBSERVAÇÃO: A pedido de alguns Leitores, estou reduzindo o número dos PSI brasileiros selecionados, a cada Parte deste Artigo “Os Melhores PSI Brasileiros”, tendo em vista que a 1ª e 2ª Partes ficaram demasiadamente extensas.

II – A LISTA (Continuação)

25º – TROYANOS – 1985 – M.C.

TROYANOS

• (HL) – VACILANTE – TOURBILLON / PRACTICANTE
• (ML) – SABINUS – PHALARIS / PHARIS
• BL) – FAMÍLIA MATERNA: 13–c: Matriz: STRAY SHOT (F.C. – 1872 – por TOXOPHILITE)
• Campanha: 12 Apresentações / 10 Vitórias / 2 Colocações

1º GP Brasil – 1989 – G 1 – 2400 m – GP – Gávea
1º GP São Paulo – 1989 – G 1 – 2400 m – GP – C. Jardim
1º GP Derby Paulista – 1988 – G 1 – 2400 m – GP – C. Jardim
1º GP ABCCC – 1988 – G 1 – 1600 m – GP – Gávea
1º GP Nestor Jost – 1988 – G 2 – 1400 m – GP – Gávea
1º GP Pres. Arthur Costa e Silva – 1989 – G 3 – 2000 m – GL – Gávea
1º GP Mario Azevedo Ribeiro – 1988 – G 3 – 1200 m – AL – Gávea
1º GP José Calmon – 1988 – G 3 – 1300 m – GL – Gávea

Sua campanha assinala uma grande Precocidade, pois venceu Provas graduadas desde os 2 anos, vencendo dos 1200 m aos 2400 m, tanto na pista de areia, quanto na de grama, seja na pista pesada, quanto na leve, mostrando uma versatilidade incomum aos grandes “racehorses”.

Venceu as duas principais Provas do Calendário Nobre de Cidade Jardim e a principal Prova do Calendário Nobre da Gávea, mostrando grande sintonia com a milha e meia (2400 m), sendo as três Provas disputadas em pista de grama pesada.

Não saiu do marcador em todas as suas 12 Apresentações, sendo que 8 em Provas de Grupo e 1 em “Listed Race” (Clássico)

Até hoje, foi o menor rateio de um vencedor do GP Brasil, com devolução de aposta, sendo uma grande surpresa sua vitória apertada sobre o “outsider” LAURUS.

Mas há uma explicação que mostra o extraordinário “racehorse” que foi TROYANOS!

Wilson Pereira Lavor, seu Treinador, possivelmente o melhor Treinador, junto com Pedro Nickel, antes de ir para o Haras Sta. Maria das Araras, foi Treinador de meus cavalos, e quando nos encontrávamos no “padock”, costumávamos conversar.

Cerca de 1 mês após o GP Brasil que TROYANOS venceu, nos encontramos e eu perguntei para ele o que tinha havido com TROYANOS para vencer a Prova de forma tão apertada. Wilson me respondeu: “Dr. Orlando, fizemos todos os exames possíveis e nada de anormal foi constatado. Até hoje, não tenho explicação para o que aconteceu, pois TROYANOS continuou muito bem de saúde.” Continuando a conversa, Wilson disse que sua preparação foi normal, como das vezes anteriores, inclusive, um mês antes da Prova, foi colocada grande quantidade de areia na pista do Centro de Treinamento, pois a pista estava muito dura e poderia causar algum problema para os seus locomotores. Perguntei sem hesitar: “Wilson! Vc. continuou o treinamento dele com a mesma intensidade da pista anterior?” Ele respondeu: “Exatamente a mesma! Então afirmei: Aí está a explicação da atuação do TROYANOS! Wilson surpreso perguntou: Como assim? Wilson Vc. teve muita sorte e TROYANOS é realmente um cavalo extraordinário, e expliquei: “Ao manter a mesma intenside de do treinamento da pista leve (dura), quando ela se tornou pesada (mais fofa), após a colocação de um grande volume de areia, certamente, TROYANOS, por ser um “racehorse” voluntarioso, ficou mais extenuado e no GP Brasil não conseguiu mostrar toda a potência de seus locomotores! Wilson olhou para mim e disse: O senhor tem toda razão!”

Como é difícil essa profissão de Treinador do Puro Sangue Inglês (PSI)

Seu Genótipo reúne a Linhagem de TOURBILLON, representada por um dos melhores Reprodutores da Criação argentina, PRACTICANTE, com a Linhagem de PHALARIS, através da conhecida “Bloodline” de PHARIS, tendo como Avô Materno o excelente e temperamental, SABINUS.

Este “blending” (mistura), em âmbito internacional, produziu, num passado não muito distante, excelentes “racehorses” com Alcance Estamínico sintonizado diretamente com a distância clássica por excelência do modelo de Turfe europeu, ou seja, a milha e meia (2400 m), na pista de grama, muitos dos quais demonstrando um excelente “sprint” final, certamente, herdado de PHARIS.

A “bottom line” (BL) exibida pelo Genótipo de TROYANOS, pontuada pela sequência de suas Mães, foi “cultivada” no Haras Ipiranga, possivelmente no âmbito da Criação brasileira do PSI, o Haras que “cultivou” as mais importantes Famílias Maternas, com alto padrão de qualidade, de nossa Criação, e TROYANOS é um nítido exemplo dessa característica da Criação do Haras Ipiranga.

26º – FALCON JET – 1986 – M.A.

FALCON JET

• (HL) – GHADEER – PHALARIS / NORTHERN DANCER / LYPHARD
• (ML) – HORNBEAM – HYPERION – LINHAGEM PRÓPRIA
• (BL) – FAMÍLIA MATERNA: 13–b: Matriz: LADY SARAH (F.A. – 1841 – por VELOCIPEDE)
• Campanha: 22 Apresentações / 14 Vitórias / 8 Colocações

1º GP Asoc. Latinoamericana de Jockeys Clubs – 1991 – G 1 – 2000 m– GP –C. Jardim
1º GP ABCCC – 1989 – G 1 – 1600 m – GM – Gávea
1º GP Linneo Paula Machado – 1989 – G 1 – 2000 m – GM – Gávea
1º GP Estado do Rio de Janeiro – 1990 – G 1 – 1600 m – GL – Gávea
1º Copa ANPC Clássica – 1990 – G 1 – 2400 m – GM – Gávea
1º GP Brasil – 1992 – G 1 – 2400 m – GE – Gávea
1º GP Nestor Jost – 1989 – G 2 – 1400 m – GM – Gávea
1º GP Conde Herzberg – 1989 – G 2 – 1600 m – GL – Gávea
1º GP Dr. Frontin – 1990 – G 2 – 2400 m – GM – Gávea
1º GP 16 de Julho – 1991 – G 2 – 2400 m – GP – Gávea
1º GP Arthur Costa e Silva – 1992 – G 3 – 2000 m – GL – Gávea
1º GP Costa Ferraz – 1989 – G 3 – 1500 m – GL – Gávea
1º Clássico Atualpa Soares – 1989 – LR – 1100 m – AL – Gávea

Estamos diante de uma das impressionantes Campanhas de um PSI brasileiro, pois em suas 22 Apresentações, 14 foram transformadas em vitória, sendo 6 em Provas de Grupo 1, 4 em Provas de Grupo 2, 2 em Provas de Grupo 3 e 1 em Prova de “Listed Race” (Clássico) e as 8 restantes foram colocações obtidas em 7 Provas de Grupo 1 e 1 em Prova de Grupo 3, portanto, nunca saiu do marcador.

Venceu dos 2 aos 6 anos, dos 1100 m aos 2400 m, em pista de areia e de grama leve, macia, pesada e encharcada, mostrando Precocidade, Velocidade, Consistência e Resistência, incomuns, quando reunidos num mesmo PSI.

Venceu a Prova principal do Calendário nobre da Gávea, o GP Brasil, aos 6 anos, demonstração notável de Vigor Híbrido, justificável, pois em seu Pedigree de 5ª Geração, apresentava uma única duplicação em “linebreeding” (5 X 5) em NEARCO e uma duplicação (3 X 5) Convergente ao seu Segmento Materno em HYPERION, ambos PSI caracterizados pela Consistência e Resistência (Vigor Híbrido).

Seu Genótipo assinala a reunião da Linhagem de PHALARIS, através da fabulosa “Bloodline” de NORTHERN DANCER e do Alinhamento do excelente raçador, LYPHARD, com a Linhagem de HYPERION.

Devemos observar que o Alcance Estamínico dos cerca de 1200 Produtos gerados por seu Pai, GHADEER, chegava até 2000 m, com exceção de apenas 6 de seus Filhos, que chegaram, com êxito aos 2400 m, por serem Filhos de 5 diferentes Matrizes, todas elas Filhas do “stayer” WALDMEISTER e o 6º Filho, FALCON JET, era Filho de uma Matriz sueca, Filha do grande “stayer”, Filho direto de HYPERION, HORNBEAM.

Sua “bottom line” é de origem irlandesa, com produção de muito bom nível de classicismo, com a curiosidade de que sua Mãe, VICTRESS, nasceu na Suécia, país sem tradição no turfe internacional, mas onde HORNBEAM serviu, em determinado período, como Reprodutor.

HORNBEAM também foi o Avô Materno do extraordinário Fundista inglês, TROY.

27º – CACIQUE NEGRO – 1986 – M.CE.

CACIQUE NEGRO

• (HL) – KURYAKIN – PHALARIS / FAIRWAY / FULL SAIL
• (ML) – QUIPARDO – PHALARIS / PHARIS / PHARAS
• (BL) – FAMÍLIA MATERNA: 11–c: Matriz: JERBOA (F.C. – 1803 – por GOHANNA)
• Campanha: 15 Apresentações / 7 Vitórias / 7 Colocações

1º GP Ipiranga – 1989 – G 1 – 1600 m – GM – C. Jardim
1º GP Jockey Club de São Paulo – 1989 – G 1 – 2000 m – GL – C. Jardim
1º GP Derby Paulista – 1989 – G 1 – 2400 m – GP – C. Jardim
1º GP Consagração – 1989 – G 1 – 3000 m – GP – C. Jardim

CACIQUE NEGRO cumpriu sua Campanha dos 2 aos 3 anos, no ano de 1989, quando obteve todas as suas vitórias e colocações Clássicas.

Pelas principais vitórias acima detalhadas, CACIQUE NEGRO foi Quádruplo Coroado Paulista, um título muito raro para um “racehorse” que, lamentavelmente, cumpriu uma curta Campanha nas pistas, interrompida por uma séria lesão que o levou à morte, quando se exercitava na pista do Hipódromo de Campinas, uma excelente pista, acabando por se tornar num dos mais procurados Centros de Treinamento de São Paulo.

Não fosse este lamentável acidente, certamente, a Campanha de CACIQUE NEGRO teria sido uma das mais notáveis da história do Turfe brasileiro, em razão da excelência de suas Apresentações, enfrentando, com êxito, excelentes PSI de sua época.

Seu Genótipo aponta para a reunião, por sua “high line” (HL) e por sua “middle line” (ML), de descendentes da Linhagem de PHALARIS, através da “Bloodline” de FAIRWAY, um de seus melhores Filhos nas pistas, através do Alinhamento de FULL SAIL, um dos mais importantes Reprodutores da Criação argentina, pela (HL), enquanto pela (ML), através da “Bloodline” de PHARIS,que chegou a ser comparado a RIBOT, não fosse pela curta Campanha, em razão de seu sequestro durante a 2ª Guerra mundial, na Criação brasileira, representado por seu Filho PHARAS, que teve uma das pernas amputadas e, para atuar como Reprodutor, foi feito um apoio de madeira, que possibilitou seu desempenho como Reprodutor.

Na autópsia de CACIQUE NEGRO, foi constatado que ele era portador do “X Factor” (XF), ou seja, possuía um Coração de Grande Porte, fator que usualmente resulta em um “racehorse” de extraordinário desempenho nas pistas, pois seu Coração atuou como um “motor” de uma autêntica Fórmula 1, numa Estrutura Neuro–Óssea–Muscular que não resistiu a esse tremendo empuxo.

Como vimos, seu Genótipo exibia, em seus dois Alinhamentos Básicos (HL e ML), descendentes da mesma Linhagem de PHALARIS, sobretudo pela “Bloodline” de PHARIS, excepcional “racehorse”, mas reconhecido como transmissor de uma certa fragilidade Óssea, particularmente nos joelhos.

Em meu julgamento, esta Configuração Genética, que também exibia um “inbreeding”  (3 X 4)  em PHARIS, em sua Mãe, EXÓTICA, aliada a um treinamento de grande intensidade, foi determinante para a lesão, num simples galope de exercício, que acabou por resultar em seu óbito.

Sua “bottom line” (BL), mostrou uma Família Materna com origem na Criação uruguaia e desenvolvida, a partir de sua 3ª Mãe, MARSA, pela Criação brasileira.

Continua...

Orlando Lima – omlimapsi@gmail.com
Blog: www.goldblendconsultoria.blogspot.com
Acesso pelo RAIA LEVE: Links / Brasil / Consultoria GOLDBLEND

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