Colunista:
OS MELHORES PSI BRASLEIROS – 1ª Parte 23/03/2012 - 11h09min
OS MELHORES PSI BRASLEIROS – 1ª Parte
I – INTRODUÇÃO
A Pesquisadora do PSI, Valéria de Godoy Lucas, de Aceguá – Rio Grande do Sul, me enviou e.mail solicitando uma Lista dos 20 Melhores Cavalos do Brasil, segundo meu entendimento.
Verifiquei que eu nunca tinha elaborado um Artigo com este importante Tema, sobretudo porque considero que o ÍDOLO, independentemente da modalidade esportiva em que atua, é de fundamental importância para que o esporte permaneça cultuado pela População e, desta forma, abra ou mantenha aberta a porta da mídia para essa modalidade de esporte.
Apesar de controvérsias, o Turfe também é um autêntico ESPORTE, cujos Atletas são os JÓQUEIS e, sobretudo, o próprio Cavalo de Corrida, o Puro Sangue Inglês (PSI).
A missão de selecionar os MELHORES CAVALOS do TURFE BRASILEIRO, apesar de aparentemente fácil, na realidade, é das mais difíceis e operacionalmente complexa, pois se tratam de épocas diferentes, carência de registros em passado mais distante, condições distintas para a disputa das corridas e, sobretudo, estruturas genéticas muito distintas entre os animais de um passado recente, se comparadas com as do PSI da atualidade, como poderá ser constatado pelas indicações da origem genética de cada um dos PSI que irei selecionar.
Como ressaltei acima, por maior que seja o cuidado em viabilizar a relação dos Melhores Cavalos do Turfe Brasileiro, sempre haverá uma efetiva possibilidade de esquecimento de algum animal que certamente deveria constar da Lista, o que me leva a promover algumas inserções posteriormente, sempre que eu voltar a este fundamental Tema.
Como consequência natural dessa dificuldade, estabeleci alguns Critérios, na tentativa de tornar mais justa e rigorosa a seleção a que me proponho elaborar.
O primeiro critério foi o de ajustar o período de atuação do PSI, a princípio, selecionando, apenas os animais que cheguei a ver correr.
Ocorre que a primeira vez que pisei no Hipódromo da Gávea, foi em 1958, com 17 anos e, desta forma, estaria deixando de lado autênticos “monstros sagrados” do Turfe nacional, alguns dos quais eu acompanhava, desde os meus 7 anos, através da locução do fabuloso Teófilo de Vasconcellos (dividia minhas preferências esportivas entre o Turfe e o Futebol), o mestre do não menos fabuloso Ernani Pires Ferreira que, lamentavelmente, nos deixou, enquanto eu estou elaborando este Artigo e aproveito para render minhas Homenagens, pois além de tudo, era um bom Amigo.
Que Deus reserve um lugar muito especial para o Amigo.
Também deixaria de citar alguns dos melhores animais de Cidade Jardim, dos quais não tive a oportunidade de presenciar suas soberbas atuações.
Assim sendo, decidi retroceder meu período de observações, à década de 40, contando para isso com a inestimável ajuda do grande Hipólogo Samir Abujamra, através de seu excelente Livro “TURFE – Histórias e Memórias”, o qual recomendo enfaticamente para todo Turfista interessado em conhecer o passado não muito distante do Turfe no Brasil. Leitura obrigatória!
O segundo critério que vou adotar, refere–se ao fato de que o PSI tem que ter nascido no Brasil, corrido no Brasil, ainda que, posteriormente, possa ter dado continuidade à sua Campanha no Exterior.
Por outro lado, não serão considerados os PSI que, embora nascidos no Brasil, só cumpriram Campanha no Exterior, não chegando a correr no Brasil.
O Critério ou parâmetro que presidirá a seleção dos Animais será, exclusivamente, sua Campanha nas Pistas de Corrida, não sendo levada em conta sua eventual performance, seja como Reprodutor, seja como Matriz, na Reprodução.
Também não serão considerados os PSI que ainda se encontrem em plena Campanha nas Pistas de Corrida.
Com todos estes critérios e com o cuidado que estou tendo para elaborar esta Lista, ainda assim, poderei estar omitindo Nomes que mereceriam constar da Lista e desde já quero ressaltar que terá sido um esquecimento totalmente involuntário, apesar da Lista, como não poderia deixar de ser, ter sido elaborada, também, com algum resquício de interpretação pessoal, razão pela qual não estabelecerei qualquer critério de comparação no desempenho entre os PSI selecionados.
Os PSI selecionados serão listados em conformidade com a ordem cronológica de sua Data de Nascimento, sendo informados, para cada um deles, o Ano de Nascimento, o Gênero ( F = Feminino; M = Masculino), a Pelagem (C = Castanho; CE = Castanho Escuro; A = Alazão; T = Tordilho), a “Sire Line” (“high line” – HL do Pedigree), Avô Materno (“middle line” – ML do Pedigree) e Família Materna (“bottom line” – BL do Pedigree), caracterizando suas Linhagens de Referência e, quando for o caso, as respectivas “Bloodlines” e Alinhamentos, pontuadas pelos Reprodutores que deram origem a cada uma dessas Linhagens, “Bloodlines” e Alinhamentos.
Finalmente, farei comentários resumidos sobre cada um dos PSI selecionados, ressaltando aspectos de suas Campanhas nas Pistas e de sua Configuração Genética.
II – A LISTA
1º – HELÍACO – 1943 – M.A.
HELÍACO
• (HL) – FORMASTERUS – TEDDY / ASTERUS • (ML) – TRINIDAD – PHALARIS • (BL) – FAMÍLIA MATERNA: 43: Matriz: LORD ARLINGTON’S NATURAL BARB MARE • Campanha: 20 Apresentações / 16 Vitórias
1º GP Brasil – 1947 – 3000 m – GP – Gávea 1º GP Brasil – 1948 – 3000 m – GP – Gávea 1º GP Jockey Club Brasileiro – 1947 – 3000 m – GL – Gávea 1º GP Cruzeiro do Sul – 1947 – 2400 m – GL – Gávea 1º GP Ipiranga – 1946 – 1609 m – AL – C. Jardim 1º GP Derby Paulista – 1946 – 2400 m – AL – C. Jardim
Estas foram, apenas, as seis (6) vitórias consideradas como as mais importantes de sua Campanha.
HELÍACO é detentor de uma das mais importantes Campanhas de um PSI brasileiro, inclusive numa época que ainda se apresentava, em grande número, um qualificado contingente de Cavalos importados do Exterior, sobretudo da Europa.
A grande rival de HELÍACO, elencada a seguir, foi a conhecida LOURINHA, apelido da incrível GARBOSA BRULEUR, sendo seus confrontos considerados entre os mais espetaculares embates do Turfe brasileiro, em todos os tempos, a ponto de que cada um deles tirou a invencibilidade do outro.
HELÍACO ficou conhecido como um dos mais célebres “lameiros” do turfe nacional, característica marcante de descendentes da Linhagem de TEDDY, através de seu neto paterno, FORMASTERUS, resultando da conjunção com a celebrada e vitoriosa Linhagem de PHALARIS, “blending” (mistura) que propiciou o surgimento de importantes “racehorses” e “racemares” europeus. 2º – GARBOSA BRULEUR – 1943 – F.A.
GARBOSA BRULEUR
• (HL) – TINTORETTO – BAY RONALD / GAINSBOROUGH / SOLARIO • (ML) – KSAR – LINHAGEM PRÓPRIA • (BL) – FAMÍLIA MATERNA: 11–f: Matriz: KERMESSE (F.C. – 1879 – por CREMORNE) • Campanha: 17 Apresentações / 12 Vitórias
1º GP Henrique Possolo – 1947 – 1600 m – GP – Gávea 1º GP Estado da Guanabara – 1947 – 1600 m – GL – Gávea 1º GP Marciano Aguiar Moreira – 1947 – 2400 m – GL – Gávea 1º GP São Paulo – 1948 – 3200 m – AL – C. Jardim
Estas foram as quatro (4) vitórias consideradas como as mais importantes entre suas 12 vitórias, devendo–se ressaltar que venceu dos 800 m aos 3200 m, ficou invicta em suas Campanhas dos 2 e 3 anos, foi a grande algoz da fabulosa Geração H do São José & Expedictus, inclusive do fenomenal HELÍACO de quem tirou a invencibilidade.
Pela (HL) descende da Linhagem de BAY RONALD, que considero um dos mais consistentes PSI de todos os tempos, como demonstraram seus descendentes, BAYARDO, HYPERION, DARK RONALD, TEDDY, SON–IN–LAW, entre outros.
Pela (ML), seu Avô Materno, KSAR, é o Pai do extraordinário Reprodutor, TOURBILLON, cuja Linhagem exerceu papel dos mais importantes na evolução do PSI no século 20, ainda existente na atualidade, mas ameaçada de extinção. LINNGARI é o seu descendente que vem atuando nas atuais Temporadas de Monta do Brasil, sendo que já tivemos a primazia de sermos os detentores da hegemonia dessa Linhagem nas décadas de 60 e 70, período em que ocorreu a primeira exportação de vulto de um PSI brasileiro para a Europa (França), na figura do grande EMERSON.
3º – JOCOSA – 1946 – F.C.
JOCOSA
(HL) – SEVENTH WONDER – PHALARIS / PHAROS
• (ML) – STAYER – BEND OR / OLD MAN • (BL) – FAMÍLIA MATERNA: 14–b: Matriz: ADMIRATION (F.A. – 1892 – por SARABAND) • Campanha: 36 Apresentações / 15 Vitórias / 17 Colocações
1º GP Henrique Possolo – 1950 – 1600 m – GL – Gávea 1º GP Prêmio Outono – 1950 – 1600 m – GM – Gávea 1º GP São Paulo – 1951 – 3000 m – Grama – C. Jardim
Estas foram consideradas como as três (3) principais Provas vencidas por JOCOSA, mas deve ser ressaltado que, de suas 15 vitórias, 14 foram obtidas na esfera Clássica.
Venceu dos 800 m aos 3000 m, sendo detentora de uma extraordinária façanha ao vencer, no espaço de apenas 28 dias, uma Prova em 1000 m e o GP São Paulo em 3000 m.
O Genótipo de JOCOSA aponta para a reunião da fabulosa Linhagem de PHALARIS com a Linhagem do fenomenal Reprodutor do século 19, BEND OR, um dos mais importantes Reprodutores da Criação mundial do PSI em todos os tempos.
JOCOSA foi uma das “racemares” mais importantes da época de ouro do Turfe brasileiro.
4º – JOIOSA – 1950 – F.CE.
JOIOSA
(HL) – ROMNEY – BLANDFORD / MAHMOUD • (ML) – SOCORRO – BAY RONALD / BAYARDO / GAINSBOROUGH • (BL) – FAMÍLIA MATERNA: 5–h: Matriz: ANN OF THE FOREST (F.CE. – 1790 – por KING FERGUS) • Campanha: 17 Apresentações / 10 Vitórias / 5 Colocações
1º GP Derby Paulista – 1954 – 2400 m – AE – C. Jardim 1º GP Henrique Possolo – 1954 – 1600 m – AP – Gávea 1º GP Diana – 1954 – 2400 m – GP – Gávea 1º GP Cruzeiro do Sul – 1954 – 2400 m – GL – Gávea 1º GP Distrito Federal – 1954 – 3000 m – Grama – Gávea 1º GP Marciano Aguiar Moreira – 2400 m – GP – Gávea 2º GP Brasil – 1954 – 3000 m – Grama – Gávea
Devemos ressaltar que enfrentou Machos e Fêmeas de uma forte Geração do Turfe brasileiro, além de importantes “racehorses” estrangeiros, perdendo uma incrível carreira, por apenas meio corpo, para o excelente argentino EL ARAGONÊS, no GP Brasil de 1954.
Em sua Campanha, venceu dos 800 m (recorde) aos 3000 m, tanto na pista de areia, quanto na de grama.
Junto com GARBOSA BRULEUR e JOCOSA, formou um trio Qualidade excepcional, em plena época de ouro do Turfe brasileiro que, ao que tudo indica, jamais veremos novamente.
Sua Configuração Genética (Genótipo) reúne a extraordinária Linhagem de BLANDFORD, considerado como o melhor Reprodutor europeu no período entre as duas Grandes Guerras Mundiais, através do fabuloso tordilho, MAHMOUD, que ao vencer o Derby de Epsom, em pista pesada, estabeleceu o recorde para os 2400 m, à época, fortemente influenciado, através de seu Segmento Materno, pelo fenomenal THE TETRARCH, através de sua não menos fabulosa filha, MUMTAZ MAHAL (“The Flying Filly” – A Potranca Voadora), sua 2ª Mãe, com a Linhagem do consistente BAY RONALD, que exerceu profunda influência na Criação europeia do PSI..
A Criação nacional vem contando com importantes Reprodutores descendentes, por sua “Sire Lines”, da Linhagem de BLANDFORD, através de DANCER MAN e mais recentemente, de SHIROCCO e MANDURO.
5º – QUIPROQUÓ – 1950 – M.T.
QUIPROQUÓ
• (HL) – THE PHOENIX – CYLLENE / KIRCUBBIN • (ML) – PAPYRUS – ROCK SAND / TRACERY • (BL) – FAMÍLIA MATERNA: 1–o: Matriz: PENELOPE (F.C. – 1798 – por TRUMPATOR) • Campanha: ? Apresentações / 14 Vitórias
1º GP Outono (1ª Prova da Tríplice Coroa Carioca) – 1953 – 1600 m – Grama – Gávea 1º GP Cruzeiro do Sul (2ª Prova da Tríplice Coroa Carioca)–1953–2400 m–Gr.– Gávea 1º GP Distrito Federal (3ª Prova da Tríplice Coroa Carioca) – 1953 –3000 m–Gr.–Gávea 1º GP São Paulo – 1954 – 3000 m – AL – C. Jardim
Apesar de não termos o Registro de todas as Apresentações de QUIPROQUÓ, devemos ressaltar que foi Tríplice Coroado na Gávea e, além das 4 importantes vitórias acima listadas, venceu mais 10 Provas de nível do que atualmente seriam consideradas Provas de Grupo.
Devo ressaltar, ainda, que QUIPROQUÓ veio importado no ventre e, portanto nasceu no Brasil.
Seu Genótipo assinala o “blending” (mistura) da Linhagem de CYLLENE, um dos mais importantes Reprodutores do Turfe mundial do início do século 20, com a extinta Linhagem do Tríplice Coroado inglês, ROCK SAND, que ficou célebre como bisavô paterno de CONGREVE, tido como o mais importante Reprodutor da Criação argentina em todos os tempos e, sobretudo, como o Avô Materno do extraordinário “racehorse” norte americano, MAN O’ WAR.
É um dos poucos PSI Tordilho que irá participar da seleção, o que é plenamente explicável porque o contingente de PSI Tordilho, naquela época, no Turfe brasileiro, era muito reduzido, mas não podemos esquecer que o 1º grande “racehorse” brasileiro, vencedor do 1º GP Brasil foi o lendário pernambucano Tordilho, MOSSORÓ.
6º – ADIL – 1951 – M.C.
ADIL
• (HL) – EPIGRAM – BAY RONALD / DARK RONALD / SON–IN–LAW • (ML) – CASANOVA – HYPERION / LINHAGEM PRÓPRIA • (BL) – FAMÍLAI MATERNA: 4–c: Matriz: MANIAC (F.A. – 1806 – por SHUTTLE) • Campanha: ? Apresentações / 20 Vitórias
1º GP Derby Paulista – 1954 – 2400 m – Areia – C. Jardim 1º GP Consagração – 1955 – 3000 m – GP – C. Jardim 1º GP São Paulo – 1955 – 3000 m – ? – C. Jardim 1º GP São Paulo – 1956 – 3000 m – ? – C. Jardim 1º GP São Paulo – 1957 – 3000 m – ? – C. Jardim
Apesar de não se ter o Registro de suas apresentações, presume–se que tenha se apresentado em cerca de 30 corridas.
Possivelmente, o melhor “Stayer” que correu no Brasil em todos os tempos.
Só veio a vencer em sua 9ª Apresentação, quando correu Prova Clássica em 1800 m.
Foi o único “racehorse”, no Turfe brasileiro a vencer por três vezes consecutivas o GP São Paulo.
Suas 20 vitórias foram obtidas na esfera Clássica.
Justificou com absoluta precisão, como um grande “Stayer”, sua descendência da Linhagem originada por BAY RONALD, continuada por DARK RONALD e seu filho, SON–IN–LAW, tida como a “Sire Line” mais atuante na produção de importantes “Stayers”, caracterizados por sua Consistência e Resistência, privilegiando a “Stamina”, com a Linhagem de HYPERION, caracterizada pelo raro e extraordinário predicado da Velocidade Elástica ajustada desde o “Sprinter” até o “Stayer”.
7º – DULCE – 1954 – F.A.
DULCE
• (HL) – ROYAL FOREST – St. SIMON / CHAUCER / BOIS ROUSSEL • (ML) – EMBRUJO – ROCK SAND / TRACERY / CONGREVE • (BL) – FAMÍLIA MATERNA: 10–a: Matriz: QUEEN MARY (F.C. – 1843 – por GLADIATOR) • Campanha: 25 Apresentações / 13 Vitórias / 5 Colocações
1º GP Barão de Piracicaba (1ª Pr. Tripl. Coroa Éguas SP)–1957–1609 m–GL– C. Jardim 1º GP Diana (2ª Pr. Tripl. Coroa Éguas SP) – 1957 – 1800 m – AL – C. Jardim 1º GP J. G. Nogueira (3ª Pr. Trip. Coroa Éguas SP) – 1958 – 2400 m – GL – C.Jardim 1º GP Consagração – 1958 – 3000 m – GP – C. Jardim 1º GP São Paulo – 1958 – 2400 m – AL – C. Jardim 1º GP Marciano Aguiar Moreira – 1958 – 2400 m – GL – Gávea
Foi a primeira Potranca a conquistar a Tríplice Coroa de São Paulo.
De suas 13 vitórias, 12 foram conquistadas na esfera Clássica.
Samir Abujamra refere–se a ela como “a pequena notável”, e a considera como uma das melhores “racemares” nascida no Brasil em todos os tempos.
Sua Configuração Genética (Genótipo) reúne a invulgar, hoje em dia, conjunção das Linhagens pontuadas por St. SIMON e ROCK SAND, devendo–se ressaltar que a “Sire Line” de ROCK SAND (Avô Materno do fenomenal MAN O’ WAR), já se encontra irremediavelmente extinta.
8º – NARVIK – 1954 – M.C.
NARVIK
• (HL) – ANTONYM – St. SIMON / CHAUCER / VATOUT • (ML) – DENBIGH – BAY RONALD / DARK RONALD / SON–IN–LAW • (BL) – FAMÍLIA MATERNA: 14: Matriz: THE OLDFIELD MARE (F.? – ? – por HALEY’S BAY TURK) • Campanha: 41 Apresentações /18 Vitórias / 10 Colocações
1º GP Cruzeiro do Sul – 1958 – 2400 m – GL – Gávea 1º GP Brasil – 1959 – 3000 m – GP – Gávea
De suas 18 vitórias, 11 foram conquistadas na esfera Clássica, vencendo dos 1600 m aos 3218 m, o que o caracteriza como um “Miler”, Fundista e “Stayer”.
Realizou a incrível façanha de quebrar o recorde mundial dos 3000 m do GP Brasil, em pista de grama pesada.
Venceu por duas vezes a Prova máxima dos 1600 m do GP Presidente da República.
Venceu por duas vezes a Prova máxima para os “Stayers” em Cidade Jardim, nas duas milhas (3218 m), que concedia o título de “Rei da Raia Paulista”.
Seu Genótipo, refletido em seu Pedigree, aponta para a rara conjunção, na atualidade da Criação mundial, das Linhagens de St. SIMON e de SON–IN–LAW, duas Linhagens que privilegiam a Stamina e o Vigor Híbrido (Consistência e Resistência), sendo que a Linhagem pontuada por SON–IN–LAW já está praticamente extinta, em âmbito mundial.
9º – ESCORIAL – 1955 – M.C.
ESCORIAL
• (HL) – ORSENIGO – BAY RONALD / DARK RONALD / OLEANDER • (ML) – BRITISH EMPIRE – PHALARIS / MANNA / COLOMBO • (BL) – FAMÍLIA MATERNA: 3–m: Matriz: AMAZON (F.C. – 1799 – por DRIVER) • Campanha: 24 Apresentações / 11 Vitórias / 9 Colocações
1º GP Outono – 1959 – 1600 m – GM – Gávea 1º GP Cruzeiro do Sul – 1959 – 2400 m – GP – Gávea 1º GP Distrito Federal – 1959 – 3000 m – GL – Gávea
Foi Tríplice Coroado do JCB em 1959.
Venceu as duas principais Provas do Calendário Nobre da Argentina, GP Carlos Pellegrini (venceu FARWELL – 2º) e o 25 de Mayo.
Foi 2º no GP Brasil de 1960, perdendo para FARWELL e 3º no GP São Paulo de 1959, perdendo para ATLAS e GAUDEAMUS.
Venceu dos 1000 m aos 3200 m, uma versatilidade de Alcance Estamínico só encontrada nos melhores PSI daquela época, praticamente inexistente nos PSI da atualidade.
Seu Genótipo assinala a reunião das Linhagens de BAY RONALD / DARK RONALD com a Linhagem de PHALARIS que, através de MANNA, adicionava um alto padrão de Velocidade, numa conjunção de Linhagens caracterizada pela Complementariedade, razão pela qual obteve muito sucesso em sua época.
Outro aspecto de sua Configuração Genética (Genótipo), comum em muitos PSI de extraordinário desempenho nessa época, foi a multiplicidade de participação de descendentes de St. SIMON, mesmo procedimento adotado por Federico Tesio ao planejar o Genótipo de RIBOT, considerado como o “O Cavalo do Século 20”.
10º – GAUDEAMUS – 1955 – M.CE.
GAUDEAMUS
• (HL) – VIOLONCELLE – HURRY ON / CORONACH • (ML) – MARANTA – BAY RONALD / GAINSBOROUGH / SOLARIO • (BL) – FAMÍLIA MATERNA: 3–m: Matriz: AMAZON (F.C. – 1799 – por DRIVER) • Campanha: Previsão pois não há Registros Precisos! 13 Apresentações / 9 Vitórias / 3 Colocações
1º GP Derby Paulista – 1958 – 2400 m – GL – C. Jardim 1º GP Presidente do Jockey Club – 1959 – 1600 m – Grama – C. Jardim 1º GP Governador do Estado – 1959 – 2000 m – Grama – C. Jardim 2º GP São Paulo (Derby Sul – Americano) – 1959 – 2400 m – Grama – C. Jardim
O Alcance Estamínico de GAUDEAMUS estava mais sintonizado com a faixa de distâncias entre os 1600 m e os 2000 m e se venceu o Derby Paulista, em 2400 m, foi porque foi um “racehorse” de extraordinária categoria.
Por duas vezes atuou na Gávea, no GP Cruzeiro do Sul em 2400 m (3º lugar) e no GP Distrito Federal – 3ª Prova da Tríplice Coroa Carioca – em 3000 m (4º lugar), mas para vencê–lo, o Stud Seabra teve que usar dois faixas para ESCORIAL vencer as Provas, levando em conta que GAUDEAMUS só corria ditando o “pace” da corrida.
A situação foi tão constrangedora que foi transformada em Lei do Código de Corridas, a proibição de um Proprietário inscrever mais de dois (2) animais de sua propriedade na mesma corrida.
GAUDEAMUS foi um dos mais extraordinários “racehorses” que tive a oportunidade de ver em corrida.
Seu Genótipo reúne as Linhagens de HURRY ON e de BAY RONALD, este, através do Tríplice Coroado inglês, GAINSBOROUGH (Pai de HYPERION), privilegiando a Stamina, mas dotada de um alto padrão de Velocidade Elástica, o que permitiu que chegasse, com êxito aos 2400 m, apesar do seu Alcance Estamínico tender para os 2000 m, como vimos anteriormente.
Observe–se que a Família Materna de GAUDEAMUS é a mesma de ESCORIAL, ou seja, a Família 3–m, que reporta à Matriz AMAZON.
11º – FARWELL – 1956 – M.CE.
FARWELL
• (HL) – BURPHAM – HYPERION / LINHAGEM PRÓPRIA • (ML) – WOOD NOTE – St. SIMON / CHAUCER / BOIS ROUSSEL • (BL) – FAMÍLIA MATERNA: 7–d: Matriz: JEU D’ESPRIT (F.C. – 1981 – por FLATCATCHER) • Campanha: 17 Apresentações / 15 Vitórias / 2 Colocações
1º GP Ipiranga – 1959 – 1609 m – GL – C. Jardim 1º GP Derby Paulista – 1959 – 2400 m – GL – C. Jardim 1º GP Consagração – 1960 – 3000 m – GL – C. Jardim 1º GP São Paulo – 1960 – 2400 m – GL – C. Jardim 1º GP Brasil – 1960 – 3000 m – GL – Gávea
FARWELL foi Tríplice Coroado de São Paulo em 1959 / 1960.
Foi invicto nas 15 Apresentações realizadas no Brasil, tendo vencido todas as Provas Clássicas de sua Geração.
Foi a Argentina em duas ocasiões, durante o ano de 1960, sendo que na primeira vez, no G P 25 de Mayo, em San Isidro, perdendo para ESCORIAL, ocasião em que perdeu sua invencibilidade. Tive a informação que FARWELL até o dia anterior à corrida, esteve para não correr, devido a um problema intestinal.
A segunda Apresentação na Argentina, foi no GP Internacional Carlos Pellegrini, num campo altamente qualificado, com representantes do Exterior, em que veio a perder para o fenomenal ATLAS, que teve que igualar o recorde da distância, para vencer FARWELL.
Pela maioria dos Turfistas brasileiros, FARWELL é considerado como o melhor PSI nascido no Brasil, em todos os tempos.
Seu Genótipo reúne as Linhagens de HYPERION e de St. SIMON, num “blending” (mistura) genético que resultou em muitos e expressivos “racehorses” na Europa, à sua época.
12º – EMERSON – 1958 – M.C.
EMERSON
• (HL) – COARAZE – TOURBILLON / LINHAGEM PRÓPRIA • (ML) – FULL SAIL – PHALARIS / FAIRWAY • (BL) – FAMÍLIA MATERNA: 9–g: Matriz: YOUNG MELBOURNE MARE (F.CE. – 1859 – por YOUNG MELBOURNE • Campanha: 5 Apresentações / 5 Vitórias
1º GP Cruzeiro do Sul – 1961 – 2400 m – GL – Gávea 1º GP Derby Paulista – 1961 – 2400 m – GL – C. Jardim 1º GP Derby Sul – Americano – 1962 – 2400 m – GL – Gávea
Sua Campanha nas Pistas de Corrida foi muito breve, entre setembro de 1961 e janeiro de 1962, razão pela qual só se apresentou em cinco (5) oportunidades, permanecendo invicto, pois exportado para a Europa (França) para ser Reprodutor, função que desempenhou muito bem.
Foi o único “racehorse” da Criação brasileira a vencer os três (3) Derbies.
Filho de uma das mais importantes importações de Reprodutor pela Criação nacional, COARAZE, filho do celebrado Reprodutor francês, TOURBILLON, foi uma tentativa da Criação francesa para renovar o Plantel de Reprodutores na França, descendentes dessa maravilha da Criação Marcel Boussac, tido como o mais importante Criador de PSI da França, em todos os tempos.
Seu Genótipo assinala o “blending” (mistura) da Linhagem de TOURBILLON com a Linhagem de PHALARIS, esta representada por seu melhor filho nas Pistas, ou seja, FAIRWAY, que estabeleceu importante “Bloodline” desta Linhagem, através de seu filho FAIR TRIAL.
Lamentavelmente, tanto a Linhagem de TOURBILLON, quanto a “Bloodline” de FAIR TRIAL caminham a passos largos para a extinção através de suas respectivas “Sire Lines”, sendo que a Criação brasileira vem aproveitando, em suas últimas Temporadas de Monta, o promissor Reprodutor, LINNGARI, enquanto, a “Bloodline” de FAIR TRIAL, encontra–se praticamente extinta com a morte do Reprodutor CIGANO ROAD.
Continua.....
Orlando Lima – omlimapsi@gmail.com Blog: www.goldblendconsultoria.blogspot.com Acesso pelo RAIA LEVE: Links / Brasil / Consultoria GOLDBLEND
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