Agora, corridas sem Ricardo

Nos meus quase 50 anos de jornalismo, apaixonado que sou por corridas de cavalos, tive a oportunidade de ver em ação vários jóqueis do mais alto nível. Entre os bridões, Ulloa, Castillo, Marchant, Meneses, Diaz, Irigoyen, Francisco Esteves. Entre os freios, Rigoni, Leguisamo, Antonio Ricardo, Dendico, Edson Ferreira, este ainda em atividade aos 56 anos, Goncinha, Adail e Oraci Cardoso.

Na minha opinião, Rigoni e Ulloa se destacaram. Outros dois, no entanto, devem ser relacionados: Juvenal e Jorge Ricardo.

Juvenal, com problemas físicos, pendurou o chicote, retornando à terra natal, Delmiro Gouveia, Alagoas. Em seu currículo, cinco vitórias no GP Brasil, feito difícil de ser igualado. Ricardinho, que em setembro completará 45 anos, continua firme, acumulando estatísticas e vitórias expressivas. Somando dignidade, energia e técnica invejável, pode ser considerado um dos maiores jóqueis de todos os tempos.

Os turfistas brasileiros, logicamente, torcem para que volte ao nosso turfe, mas no momento trocou–o pelo argentino, deixando a Gávea, onde se consagrou. Pela televisão, pareceu–me triste, mesmo nas vitórias.

O mais lamentável é que o campeoníssimo, o único marketing que nos restava, tenha ido embora sem que a entidade máxima carioca lhe prestasse a homenagem que merecia e merece um profissional de sua qualidade.

Fui informado que o JCB pensa em homenageá–lo na semana do GP Brasil. Verdade ou não, acho muito tarde. E pergunto: será que ele virá à Gávea?

Nestas linhas, envio os meus parabéns à Associação Carioca dos Proprietários do Cavalo Puro–Sangue Inglês, presidida por Luis Felipe Brandão dos Santos, que lhe prestou significativa homenagem na última sexta–feira, num coquetel realizado na sede do Flamengo, na Lagoa Rodrigo de Freitas.

Espero que Ricardo, mesmo longe, atuando no turfe argentino, dos mais adiantados, conquiste muitos e muitos êxitos.

Helisangela na reprodução

Ângelo Christiano Rondon Amarante, conceituado hipólogo, ligado aos Paula Machado, adiantou–me que HELISANGELA, ganhadora do OSAF na semana do GP São Paulo, em maio passado, não mais correrá, ingressando na reprodução.

Ângelo deixou–me em dúvida: o reprodutor Siphon, que este mês chega ao Haras São José, em Rio Claro, São Paulo, procedente dos Estados Unidos, poderá ser escolhido para cobrir a filha de Fast Gold, mas são boas, porém, as possibilidades de a mesma ser servida por Know Heights, atualmente no Rio Grande do Sul.

Siphon, é bom registrar, retornará aos Estados Unidos em novembro ou dezembro.

E já que escrevo sobre os Paula Machado, nunca é demais lembrar aos que desconhecem o fato, ou fingem desconhecê–lo, que um de seus melhores corredores, com brilhantes atuações em Buenos Aires, RITON, nascido na França e criado na Argentina, é o recordista mundial dos 1.600 metros, grama, com o tempo de 91”, registrado em San Isidro.

Vitória e possível despedida

Os aprendizes DIOGO SHIBATA, 17 anos, e LEANDRO NUNES, 18, ambos procedentes do Paraná, começaram a montar recentemente na Gávea. E no páreo inicial de domingo passado, os dois ocuparam as primeiras colocações, dirigindo Urbe Many e Liberty Hill, respectivamente. Vitória emocionante da conduzida de Shibata. Vale registrar que os dois, pela primeira vez, participaram de um páreo em 1.000 metros, na grama.

Apesar do bonito êxito, Shibata, com saudades da família, pretende voltar à sua terra. Por outro lado, na reunião de segunda, 12, Leandro, já com várias montarias nesta semana, ganhou bonita carreira com La Pradera, levando–a a atropelar junto à cerca interna. Amplo sucesso ao aprendiz que fica, são os meus votos.

Punições e sindicância

 Tendo em vista os resultados dos exames realizados em Tesio Di Dormelo, quarto colocado no oitavo páreo da corrida do dia 29 passado, a CC do JCB resolveu desclassificá–lo para o último lugar, suspendendo a partir de hoje, 13, por 90 dias, o treinador ZENILTON BARBOSA.

Concluída a sindicância instaurada para apurar as circunstâncias que envolveram a medicação de Quilibet, a CC carioca decidiu converter a suspensão, por tempo indeterminado, da treinadora JULIANA DIAS DOS SANTOS LEPRE, em punição por 300 dias, com vigência a partir de 23 do mês passado. E abriu outra sindicância com a finalidade de apurar os motivos da má atuação de Fogo–Gaúcho, último colocado no segundo páreo da corrida de domingo passado.

Outras suspensões: L.F. SILVA (Big Bruder) e F.R. SANTOS (Elã), três reuniões; A. MOTA (Primi Piatti), duas, todos por prejuízos causados a rivais; o treinador J.F. REIS (Jabildge), de 20 deste mês a 19 de julho, por inscrição indevida. A Comissão concedeu, ainda, renovação de matrícula de treinador para a temporada que está terminando, a JULIO CEZAR SAMPAIO e ROBERTO MORGADO JÚNIOR.

Finais ...

 Com a transferência de Ricardo para a Argentina, TIAGO JOSUÉ PEREIRA foi escolhido primeira monta do Stud TNT.

 Na segunda inscrição como treinador do Stud Capitão, de Luiz Edmundo e Christina Garlipp, NELSON MARINHO obteve expressivo êxito através de Alcomo. É bom profissional.

 Nesta quinta–feira, feriado, será disputado, no Hipódromo do Cristal, em Porto Alegre, o GP DERBY–RIOGRANDENSE, terceira prova da Tríplice Coroa, em 2.400 metros, areia. A importante carreira recebeu 12 inscrições.

 Coincidentemente, o melhor MOVIMENTO DE APOSTAS, nas últimas reuniões da Gávea, foi o de domingo, dia em que Ricardo se despediu do nosso turfe: R$ 951.000, incluindo o simulcasting. Nos outros três programas, movimentos fracos, também com simulcastings: sexta, R$ 718.000; sábado, R$ 838.000; e ontem, R$ 755.000.

 A MÉDIA DE DISTÂNCIAS melhorou: 1.445 metros, mas apenas 14 FAVORITOS vingaram. Os rateios mais elevados foram: Happy Rambler (R$ 32,10); Alcomo (R$ 19,20); Chez Dauphine (R$ 13,20); Festividade–Máxima (R$ 13,00); Urbe Many (R$ 11,90); e Quatro Islas (R$ 11,80).

 Prevaleceu o bom senso e o JCB não realizará corrida domingo próximo, dia do segundo jogo da seleção brasileira na Copa do Mundo. Na quinta, feriado, SIMULCASTING Gávea / Cristal / Cidade Jardim (esta sem imagem); sexta, Gávea / Tarumã; sábado e segunda, Gávea / Cidade Jardim. E grama com cerca móvel, no Hipódromo Brasileiro.

[ Escolher outro colunista ]