Colunista:
De Turfe um pouco..., por Mário Rozano 14/09/2011 - 11h19min
CONGREVE O PRIMEIRO CHEFE DE RAÇA SUL–AMERICANO – PARTE II
A INFLUÊNCIA NA CRIAÇÃO BRASILEIRA
Levados para os Estados Unidos no final dos anos 50, dois dos mais destacados netos de Congreve, que atuavam na reprodução argentina: Nigromante, neto paterno, e Yatasto, pelo ramo materno, consolidavam o prestigio de primeiro chefe de raça sul–americano do grande filho de Copyright, colocando o elevage do hemisfério sul no cenário internacional.
A influência de Congreve na criação brasileira, muito embora com maior amplitude no Rio Grande do Sul, recebeu especial atenção da criação paulista, através dos irmãos Roberto e Nelson Seabra, que sempre atentos e bem informados sobre qualquer movimentação no elevage brasileiro, tiveram o cuidado de incluir no seleto plantel do Haras Guanabara, uma filha de Congreve. Tratava–se da égua Francesca, cujo primeiro produto, Frania, por Felicitacion, prestava serviço no modelar Haras do Arado de Breno Caldas, nos arredores de Porto Alegre.
Francesca, de prole numerosa, produziu dois elementos que obtiveram discreto destaque, contudo, vencedores de provas de hierarquia clássica: Francfort, por Royal Forest, e Frontenac, por Orsenigo.
Atuava no Haras Guanabara, uma filha de Foxhunter em La Missión, Beneditine, que foi nas pistas a mais destacada de todas as filhas de Congreve – que entre muitas vitórias, conquistou de forma inédita a Quádrupla Coroa Argentina. Beneditine, de 1954 a 1960, teve sete produtos consecutivos: em Belphegor, por Birikil, e Benghazi, por Royal Forest, ambos atuaram no Rio Grande do Sul, e foram vencedores no Cristal.
Através de netas de Congreve, uma pelo lado paterno, a outra pelo lado materno, que o haras dos irmãos Seabra recebeu os dividendos do grande chefe de raça. Em especial a égua Duty, por Embrujo, que produziu a notável Dulce, e a Empeñosa, por Ful Sail e Ermua, por Congreve, que deu nada mais nada menos que o excepcional Emerson, ambos vencedores do Derby Sul Americano, sendo a primeira filha de Royal Forest e o segundo, filho de Coaraze.
Existiram diversas outras descendentes de Congreve nos principais haras brasileiros, inclusive no Mondesir, onde Fiducia, por Mazarino, produziu ganhadores clássicos como Risoleta, Tomba e Zung. Mesmo estando ao lado de grandes éguas européias de origem nobre que integravam a maioria do plantel do haras, possivelmente o de maior número de reprodutoras inglesas, irlandesas e francesas reunidas na América do Sul nos anos 60.
Indubitavelmente, foi a criação gaúcha que recebeu em maior número aos descendentes de Congreve, nada menos que seis filhos aturam em importantes haras: Rosebery, Rinconete, Arrebol, Grain’dOr, Pirrincho e Manduca, este no haras de Flores da Cunha.
Entre os netos paternos de Congeve que figuraram na criação sul–rio–grandense: Jubeo (Haut Brion e Jocosa); Cloro (Clarin e La Charmeuse) e Ourobrujo (Embrujo e Mar Picada). Três netos maternos: Sommelier (Pont L’Eveque e La Cave, por Congreve); Bisoño (Bahram e Bimba, por Congreve) e Lastre (Alan Breck e Lakmé, por Congreve).
Passados mais de 50 anos, quando a America do Sul vai produzir um novo chefe de raça?
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