Colunista:
Provas de Grupo, por Ivamar 06/06/2006 - 18h43min
Filha Linda obtém primeira vitória clássica
O principal páreo da semana no
Brasil foi disputado, no último domingo, no Hipódromo da Gávea, o tradicionalíssimo GP Marciano de Aguiar Moreira.
Infelizmente, pelo segundo ano na areia, o campo ficou muito fraco, como acontecera em 2005. Entre as nove
candidatas, apenas uma ganhadora de prova de grupo, Paradise Queen, correndo cada vez menos. Fosse na grama e em
2.400 metros, como outrora, certamente as melhores éguas cariocas com possibilidades de atuar no GP Brasil seriam
inscritas. Aí, sim, estaria justificada a classificação de Grupo II. Poucos dias antes de
completar 6 anos, a argentina FILHA LINDA (Romanov e Vail Link, por Linkage) foi a vencedora. Seu triunfo, obtido
praticamente de ponta a ponta, foi esmagador. Embora portadora de boas colocações clássicas, ninguém, em sã
consciência, poderia esperar tal atuação, que deve ser creditada à forma soberba com que foi apresentada por
Christiano Oliveira. As filhas de Patio de Naranjos, MAKENJI, de 5 anos, e NABOA, de 4, que sempre terminaram
emboladas com ela, desta vez foram meras coadjuvantes, muito afastadas. Terminou em quarto EMMA BOVARY (Suspicious
Mind), perto da terceira e, mais uma vez, PARADISE QUEEN (Royal Academy) decepcionou, ficando apenas com o quinto
lugar. As duas últimas citadas têm 3 anos. E a corrida de Kermita, positivamente, não foi normal.
Filha
Linda, criação do Haras Carampangue, da Argentina, e propriedade do Stud O Nacional, foi pilotada por Jorge Leme.
Ao chegar à quarta vitória, primeira clássica, em 22 atuações, assinalou tempo fraco: 2Â’07”11, na pista
pesada. Trata–se de irmã materna da clássica Hurry Up.
Joshville dá sinais de ser bom
velocista
No sábado, o Jockey Club de São Paulo realizou a nova Prova Especial Flying Boy,
aberta a produtos de 2 anos e mais idade, em 1.000 metros.
Normalmente, seria uma prova clássica sem
importância, especialmente pela pequena dotação: R$ 6.000,00. Como os velocistas, no entanto, não são contemplados
com muitos páreos de grupo e listed (ao contrário dos exportáveis 2 anos e arenáticos), a carreira reuniu alguns
bons corredores. Afinal, entre os concorrentes constavam dois ganhadores de prova de grupo. Poder–se–ia, então,
dizer, que se tratava de um páreo acima dos de pesos especiais (que têm de ser vistos como
comuns).
Desta vez, os machos prevaleceram. JOSHVILLE (Romarin na argentina Por Paqueta, por Payant), de
3 anos, conseguiu o terceiro triunfo consecutivo. Sua vitória, porém, não foi fácil. No disco, apenas pescoço à
frente do 5 anos NORWAY BOY (Dodge) que, pelo visto, deu–se muito bem com os ares de São Paulo, pois depois de
ganhar o GP Major Suckow (GI), em 2003, nunca mais foi o mesmo, vencendo apenas uma vez, e assim mesmo um
páreo comum. Resumindo, foram duas ótimas apresentações. Em terceiro, a mais de dois corpos, a favorita, de 3
anos, TOMORROW MORNING (First American), confirmando estar correndo menos. Completando o marcador, longe, BOMBILLA
(Midnight Tiger), de 3 anos, e DUEÑO DEL SOL (Romarin), de 6.
Joshville, criação do Haras Charmville e
propriedade do Stud Petisco, é treinado por João Gabriel Costa e foi dirigido por Ângelo Márcio Souza. O tempo foi
bom: 54”991, na grama leve.
Bonito o êxito de Coração de Vidro
Também no
sábado, uma outra nova carreira clássica foi realizada, a Prova Especial Giant, para produtos de 3 anos e mais
idade, em 1.800 metros. Infelizmente, ao contrário do páreo para velocistas, o campo foi fraco. Nenhum
ganhador de prova de grupo.
Um resultado normal aconteceu com o prevalecimento dos favoritos. O
vencedor, CORAÇÃO DE VIDRO (Yagli e Cook Cook Blues, por Newmarket), corrido em segundo, próximo de RED AND BLACK
(Nugget Point), dominou–o no meio da reta e fugiu para o disco, o qual alcançou com mais de dois corpos sobre o
rival. Red and Black não foi ameaçado por LEEWAY (Shudanz), o terceiro. Completaram o marcador HORA DE VOAR
(Voando Baixo) e TOP COLONY (New Colony). O primeiro, o terceiro e o quarto têm 3 anos, o segundo, 4, e o quinto,
6.
Coração de Vidro, criação do Haras Santa Verônica e propriedade do Stud Palura, é treinado por Luiz
Carlos Soares e foi dirigido por Ângelo Márcio Souza. O tempo foi bom: 1Â’48”603, na grama leve, com cerca
móvel.
Cold Caiçado e É Honesto ganham seletivas de potros
Em São Paulo,
domingo, foram realizadas duas provas seletivas para o GP J.Adhemar de Almeida Prado, a Taça de Prata de potros
(de 2 anos). As vitórias, autoritárias, ficaram com COLD CAIÇADO (Pleasant Variety e Régia Caiçada, por
Lamerok), sobre FUCO, QUESTO SAPPORE, ZORRERO e KI DON JUAN, e É HONESTO (Midnight Tiger e Be Honest, por Rainbow
Corner), que deixou a seguir AMERICAN STYLE, ALCAIDE, SIB DANZIG e KING PHILIP.
Cold Caiçado, criação e
propriedade de Gianni Franco Samaja, foi conduzido por José Aparecido e é treinado por Olavo Jerônimo.
É
Honesto, criação do Haras São Quirino e propriedade do Stud Raça, foi pilotado por Luiz Duarte e apresentado por
Mozart Dutra Ribeiro.
Na grama leve, com cerca móvel, Cold Caiçado marcou, na milha, o tempo de 1Â’36”,
e É Honesto, 1Â’35”8.
Entre as potrancas, prevalecimento de Glucose e
Dunaway
Ainda no domingo, em São Paulo, foram realizadas duas seletivas para o GP Margarida
Polak Lara, a Taça de Prata de potrancas. As 2 anos vencedoras foram GLUCOSE (Exile King e Sassy Sever, por Saint
Sever), sobre COLINA VERDE, FINE EFFECT, ASTORELLA e MIDNIGHT BLUE, e DUNAWAY (Belo Colony e Gold Label, por
Hostage), completando o marcador ASKED THE QUEEN, FRENCH LADY, CHANEL DAWI e ALTA MADRUGADA.
Glucose,
criação e propriedade do Stud Raça, foi conduzida por Waldomiro Blandi e é treinada por Marcos Guimarães
Campos.
Dunaway, criação do Haras do Verde Vale e propriedade do Stud Santa Catarina, foi pilotada por
Zeferino Moura Rosa e tem treinamento a cargo de Jairo Borges, no Paraná.
Na grama leve, com cerca
móvel, Glucose percorreu os 1.600 metros em 1Â’36”2, e Dunaway, em 1Â’37”2.
Próximas atrações
São Paulo
Em Cidade
Jardim, será disputado sábado, por éguas de 2 anos e mais idade, o GP Presidente Roberto Alves de Almeida (GII),
em 1.600 metros, que por sua classificação deveria receber inscrições de ótimas éguas. Deveria, mas não aconteceu.
Mais uma vez, prova nobre programada para a areia, com campo fraco, sem nenhuma ganhadora de prova de grupo e,
aparentemente, sem possibilidade do aparecimento de uma revelação.
Ainda no sábado, a Prova Especial
Renato Junqueira Netto, em 1.500 metros, areia, com destaque de Italian Friend, e no domingo, a nova Prova
Especial José Eugênio de Rezende Barbosa, onde o esplêndido Old Gipsy, normalmente, vai faturar mais um prêmio de
R$ 6.000,00, quando na verdade merecia estar ganhando provas de grupo.
Rio de
Janeiro
Domingo, a areia do Hipódromo da Gávea será novamente palco de carreira importante, o GP
Professor Nova Monteiro (GIII), destinado a produtos de 3 anos, em 2.000 metros. Apesar de muito prestigiada
atualmente, essa pista não consegue atrair o interesse dos proprietários dos melhores cavalos. Em conseqüência,
mais um campo fraco. Eagle Pines, vencedor do GP Bento Gonçalves (GI), pela primeira vez correrá na areia do
Hipódromo Brasileiro, constando em sua campanha, no Rio, inexpressivas atuações na grama. É o melhor nome, seguido
de Poetisch, Lírico, Premier Plan e Verano Portenho.
No sábado, dois páreos nobres, o Clássico Nelson
Pereira (L), em 1.600 metros, grama, e a Prova Especial João Vieira, em 1.500 metros, mesma pista. Sobre
este último, gostaria de saber a razão de um clássico só para fêmeas de 3 anos, quando as provas da Tríplice Coroa
já foram realizadas e elas já estão com quase 4 anos. Na primeira, destaque de Ojos Claros, Onward Royal, Paraná
Guazú e Quality For Fame, e na outra, que nada difere de um páreo comum, Royal Lake, Ranger Girl e Estrela
Brynhild.
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