Colunista:
Saúde Equina, por Tony Gusso 07/06/2011 - 11h32min
BOLSA GUTURAL
A bolsa gutural é um divertículo da tuba auditiva que fica na cabeça do equino junto à faringe, dividida em duas bolsas, uma do lado direito e outra no esquerdo. Em seu interior algumas estruturas importantes estão intimamente relacionadas como alguns nervos craniais, o tronco simpático cranial, a artéria carótida interna e ramos da artéria carótida externa.
Cada bolsa de um equino adulto possui um volume aproximado de 300ml a 500ml e apesar de muitos trabalhos e pesquisas serem realizadas a seu respeito sua função ainda é desconhecida. Alguns autores dizem que esta estrutura tem o papel de resfriar o cérebro, regulação da pressão sanguínea cerebral, deglutição, audição e equilíbrio.
O seu problema mais comum é o empiema de bolsa gutural, que é o processo inflamatório da mucosa que reveste as bolsas, podendo ocorrer o aparecimento e acúmulo de material purulento em um ou ambos os lados. A micose de bolsa gutural (fungos) e o timpanismo que se referem à distensão por acúmulo de ar são outros achados clínicos em menor número. Nos casos mais crônicos pode ocorrer o aparecimento dos condroides, que são massas firmes e esféricas causadas pela não eliminação da secreção purulenta.
Inflamações em estruturas vizinhas como as faringites, abscessos e principalmente as sequelas causados pelo guarrotilho podem levar a esta inflamação de modo secundário, que tem como sinal clínico a secreção nasal unilateral ou bilateral, aumento de volume na região da glândula parótida, pode ocorrer dificuldade respiratória e em se alimentar.
Estes sinais são parecidos com inúmeras doenças respiratórias como as sinusites e alguns abscessos, portanto para um diagnóstico preciso será necessário que o médico veterinário realize um exame clínico bem apurado, exame endoscópico e caso necessário o exame radiológico da cabeça.
O tratamento depende da causa deste processo inflamatório, mas o lavado das bolsas com o uso de uma sonda rígida é comum a todos. Podemos também fixar um dreno externo ou nos casos dos condroides o procedimento cirúrgico para sua retirada será necessária. Anti–inflamatórios, antibióticos e antifúngicos serão indicados dependendo da necessidade.
Somente o médico veterinário, após sua análise, indicará o tratamento ideal prevenindo o paciente de outros processos secundários. Desta forma a volta do animal a sua saúde plena ocorrerá em menor tempo.
Dr. Tony Gusso – tonygusso@terra.com.br Médico Veterinário Especialista em Clínica e Cirurgia de Equinos
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