Colunista:
A CRIAÇÃO NACIONAL – TEMPORADA DE MONTA DE 2010 02/06/2011 - 13h23min
A CRIAÇÃO NACIONAL – TEMPORADA DE MONTA DE 2010
I – INTRODUÇÃO
Desde a Temporada de Monta de 1987, venho realizando a análise das Temporadas de Monta da Criação Nacional do PSI.
Lamentavelmente, venho assistindo, Temporada após Temporada a drástica redução desta fundamental Atividade no Brasil, refletida nas dimensões do nosso Plantel de Matrizes que, naquela Temporada (1987), alcançava cerca de 9500 Matrizes, contra apenas as 3856 Matrizes nominadas pelo Stud Book Brasileiro para a Temporada em foco (2010), portanto, uma queda da ordem de 60 % na produção do PSI nacional, no período de 24 anos.
A registrar que, após sucessivas quedas no número de Matrizes servidas a cada Temporada de Monta, devemos registrar um quase imperceptível aumento em nosso Plantel, ou seja, 80 Matrizes, correspondente a um aumento de 0,2 %, mas que poderá sinalizar como um ponto de partida para uma reação da Atividade no país.
Como na análise das Temporadas anteriores, a Referência primordial que estabeleci para torná–la mais objetiva, é o Índice de Concentração (IC), que reflete a média de Matrizes servidas por Reprodutor na Temporada em foco.
Na Temporada de Monta de 2008 o IC = 14, em 2009 foi IC = 15 e para esta Temporada de Monta de 2010, o IC = 16, o que significa que, aos poucos, a Criação nacional está chegando ao IC que considero ideal, ou seja, IC = 20, para uma Temporada de Monta.
Partimos do pressuposto que os Reprodutores que venham a servir o número de Matrizes igual ou maior que o IC previsto para a Temporada, pelo menos teoricamente, terão mais chances de perpetuar sua Linhagem / “Bloodline” / Alinhamento Paterno, assim sendo, para esta Temporada de Monta, serão selecionados os Reprodutores que tenham servido 16 ou mais Matrizes.
Devemos ressaltar, ainda, que esta Temporada de Monta sinalizou com a vinda de excelentes Reprodutores de variadas “Bloodlines”, seja de origem norte americana (MACHO UNO, ELUSIVE QUALITY, VETTORI), seja de origem européia (LINNGARI, REFUSE TO BEND, SHIROCCO), além da vinda definitiva como Reprodutor do diferenciado “racehorse” brasileiro, SIPHON.
A vinda desses Reprodutores, sem dúvida, marca uma nova era para a Criação brasileira do PSI, no que se refere à elevação de sua qualidade genética.
Temos que atentar para o fato incontestável do sucesso que a Criação européia vem obtendo, partindo para o “blending” (mistura) dos melhores “strains” (estirpes genéticas) de origem européia e norte americana, como demonstram os principais “racehorses” e “racemares” da Criação européia nestes últimos 3 anos.
Para confirmar esta tendência rumo ao sucesso nas pistas, os melhores Fundistas em atividade no Brasil, também apresentam diagramação genética similar aos PSI cridos na Europa, no que se reporta ao “blending” entre “strains” europeus e norte americanos.
Esperamos que essa tendência que vem sendo observada nas últimas Temporadas de Monta da Criação brasileira permaneça e se consolide, proporcionando a inserção e o reconhecimento definitivo de nossa Criação, no âmbito da Criação mundial do PSI, tal como está ocorrendo com a Criação japonesa, australiana / neo zelandesa e a argentina.
Devemos perseguir o objetivo de aprimorar, cada vez mais, nossa Criação, para tanto, trazendo Reprodutores descendentes por seus respectivos Alinhamentos Paternos, descendentes de HYPERION, TEDDY, St. SIMON, BLANDFORD, HIMYAR, DARK RONALD, assim como, descendentes de SADLER’S WELLS, DANEHILL, ACATENANGO, CADEAUX GENEREUX, EFISIO, HOLY BULL, ACK ACK, STAR KINGDOM, MONSUN, PRIVATE ACCOUNT, PLEASANT COLONY, A.P.INDY, SEATTLE SLEW, BUCKPASSER, SUNDAY SILENCE, SHARPEN UP, DAN CUPID, entre alguns outros que, sem qualquer margem para dúvidas irão contribuir para levar o PSI brasileiro a um lugar de destaque no cenário da Criação mundial do PSI.
Um fato de primordial importância precisa ser entendido e praticado pelo Criador brasileiro do PSI, aproveitando os preços acessíveis de Potrancas, Éguas e Matrizes que se encontram listadas em Leilões que vêm sendo realizados nos USA, mas sobretudo na Europa.
Esta é a atitude mais adequada e correta, no meu julgamento, para se consolidar definitivamente a Criação brasileira do PSI, sobretudo porque, usualmente, a transmissão genética proporcionada pelas Famílias Maternas costumam ser mais consistentes e duradouras que a transmissão proporcionada pelos Alinhamentos Masculinos Paternos.
II – A TEMPORADA DE MONTA DE 2010
Tomando–se por base o Índice de Concentração (IC) igual a 16, dos 233 Reprodutores nominados para a Temporada de 2010, chegamos a um total de 61 Reprodutores (26% do total) que serviram 16 ou mais Matrizes.
Ao contrário das Matrizes, a expressiva queda no número total de Reprodutores nominados pelo Stud Book Brasileiro para cada Temporada de Monta desde 1987, quando foram registrados 906 Reprodutores, até 2009, quando apenas 233 Reprodutores foram registrados, numa queda de 76% e levando–se em consideração o IC = 16 em 2009, pode–se concluir que, neste caso, ocorreu um processo seletivo voltado para uma melhor qualificação dos Reprodutores no âmbito da Criação brasileira.
O fato do IC vir aumentando a cada Temporada de Monta, também é uma sinalização positiva para elevar a qualidade média de nossa Criação de PSI.
Os 61 Reprodutores que integram o Grupo de Elite de nossa Criação serviram 2978 Matrizes (77% do total de Matrizes) e segundo sua nacionalidade (origem), apresentaram a seguinte distribuição:
1º – Dos USA – 28 Reprodutores (46%) – 1433 Matrizes (51%) 2º – Do Brasil – 19 Reprodutores (31%) – 796 Matrizes (28%) 3º – Da Irlanda – 6 Reprodutores (10%) – 401 Matrizes (14%) 4º – Da Argentina – 3 Reprodutores (5%) – 140 Matrizes (5%) 5º – Da Alemanha – 1 Reprodutor (1%) – 127 Matrizes (4%) 6º – Do Japão – 1 Reprodutor (1%) – 16 Matrizes (–) 7º – Da Inglaterra – 2 Reprodutores (3%) – 37 Matrizes (–) 8º – Da França – 1 Reprodutor (1%) – 28 Matrizes (–)
Pode–se observar o predomínio absoluto de Reprodutores importados dos USA (46%), inclusive, sobre Reprodutores nascidos no Brasil (31%).
Observe–se, ainda, que os Reprodutores importados dos USA serviram mais da metade ( 51%) das Matrizes servidas pelos Reprodutores que integram este Grupo mais seletivo, ficando os Reprodutores brasileiros com 28% deste total de Matrizes, enquanto que da Irlanda, onde estão sediados os melhores Reprodutores da Criação européia, verificamos que estão representados por apenas 10% dos Reprodutores (6) desse seleto Grupo e sabemos que a Irlanda sempre foi a Casa de SADLER’S WELLS.
Não podemos deixar passar despercebida a tímida participação de Reprodutores oriundos da França, com apenas um Representante neste eclético Grupo, sobretudo porque, tradicionalmente, os Reprodutores de origem francesa exerceram um papel decisivo na Criação brasileira do PSI, sobretudo nas décadas de 40, 50, 60 e 70, o que se torna mais relevante, pois apesar da decisiva influência, vieram num Grupo muito reduzido.
Os mais recentes e expressivos Reprodutores franceses que vieram para o Brasil foram FELICIO (Pai de ITAJARA) e GHADEER, possivelmente, um dos três melhores Reprodutores que serviram na Criação nacional, em todos os tempos.
Desta forma, a composição deste Grupo de 61 Reprodutores selecionados a partir do Índice de Concentração (IC = 16), segundo sua origem e sede, pode ser visualizada com a seguinte configuração:
1º – Brasileiros Sediados no Brasil = 19 Reprodutores (31%) – 796 Matrizes (27%) 2º – Importados Sediados no Brasil = 32 Reprodutores (53%) – 1406 Matrizes (47%) 3º – Importados em “Shuttle” = 10 Reprodutores (16%) – 776 Matrizes (26%)
TOTAL de REPRODUTORES = 61 – 2978 MATRIZES SERVIDAS
Esta configuração demonstra, sem margem para dúvidas, o predomínio de Reprodutores importados definitivamente para o Brasil, onde se encontram sediados, devendo–se atentar para a grande responsabilidade que deve presidir a decisão pela vinda definitiva de um Reprodutor pois, usualmente, como podemos visualizar pela posição acima, a ele caberá um número expressivo de Matrizes.
Uma das providências mais importantes e oportunas que deve ser tomada pela Criação nacional do PSI, refere–se à UNIÃO de Criadores para trazer, em definitivo, Reprodutores que, efetivamente, possam contribuir, decisivamente, para elevar a qualidade da Criação nacional do PSI.
Também deve ser incentivada a vinda de Reprodutores sob o Sistema do “SHUTTLE”, sempre que possível, devidamente COMPROVADOS, mas que, de qualquer forma, sirva como um efetivo INSTRUMENTO para elevar a tão desejada QUALIDADE da Criação nacional, proporcionando sua INSERÇÃO definitiva, consentida, consolidada e reconhecida no âmbito da Criação Internacional do PSI.
Graças a este Sistema, temos tido a oportunidade de ingressar com “strains abençoados” como de ROYAL ACADEMY, ELUSIVE QUALITY, SAGAMIX, VAL ROYAL, SULAMANI, SHIROCCO, MACHO UNO, REFUSE TO BEND, LINNGARI, ARTAX, culminado com a vinda prevista do “Cavalo do Ano” na Europa, MANDURO, apenas para citar alguns dos importantes Reprodutores que vêm servindo periodicamente em Temporadas de Monta no Brasil.
Finalmente, devemos assinalar a saudável providência que vem tomando corpo nestas últimas Temporadas de Monta, qual seja a efetiva participação do Cavalo Brasileiro na Atividade reprodutiva, aproveitando animais com expressivas e diferenciadas Campanhas nas Pistas de Corrida, animais devidamente ambientados ao Hemisfério Sul, que contribuirão para caracterizar e definir a qualidade do “strain” sul americano e, em particular, do “strain” da Criação brasileira.
Assim sendo, o número de Matrizes (796) servidas por Reprodutores brasileiros (19) ultrapassou ligeiramente o número de Matrizes (776) servidas por Reprodutores (10) que vieram no Sistema de “shuttle” para a Temporada de Monta de 2010.
Partindo–se para a comparação do comportamento dos Reprodutores destes três Sub–Grupos, através do Índice de Concentração (IC), temos as seguintes posições:
1º – IC dos Reprodutores Brasileiros = 42 2º – IC dos Reprodutores Importados Sediados no Brasil = 44 3º – IC dos Reprodutores Importados em “Shuttle” = 78
A conclusão não poderia ser outra, ou seja, os Reprodutores trazidos em “shuttle” recebem o maior número de Matrizes, sobretudo, para viabilizar a sua vinda, sob o ponto de vista econômico–financeiro, viabilidade esta que deve ser conseguida a cada Temporada de Monta que o Reprodutor venha ao Brasil.
O fato do IC para os Reprodutores brasileiros e os importados sediados no Brasil serem, praticamente, idênticos, evidencia que, gradativamente, o Criador brasileiro está dando a devida importância ao PSI nacional que, ainda assim, continua bem longe de ser aproveitado como deveria, sobretudo quando é Portador de um Genótipo bem projetado, um Fenótipo correto e uma Campanha nas Pistas altamente recomendável.
II.1 – REPRODUTORES POR LINHAGEM e “BLOODLINE”
Para termos uma posição dinâmica do que vem ocorrendo com a Criação brasileira do PSI, iremos comparar as posições dos Reprodutores selecionados pelo Índice de Concentração (IC), nas três últimas Temporadas de Monta (2008, 2009 e 2010).
II.2 – CONCLUSÕES SOBRE A TEMPORADA DE MONTA DE 2010
• Na Temporada de Monta de 1987, podíamos distinguir Reprodutores, descendentes por seus respectivos Alinhamentos Paternos, de cerca de 22 Linhagens de Referência distintas, enquanto que nas três últimas Temporadas de Montas da Criação nacional, identificamos, apenas, oito (8) Linhagens distintas nas Temporadas de Monta de 2008 e 2009 e nove (9) Linhagens distintas na Temporada de 2010, ressaltando que a Linhagem de HURRY ON, a única ausente nesta última Temporada, está ausente pela 2ª Temporada consecutiva, o que, em última análise, praticamente assinala a proximidade de sua extinção, pois aparentemente o Brasil, possivelmente, era o último depositário de descendentes dessa Linhagem, de expressiva contribuição para o PSI Fundista por excelência. Os dois últimos Representantes de importância dessa Linhagem na Criação brasileira foram MUCH BETTER e SANDPIT, lamentavelmente, já desaparecidos.
• Como já assinalamos, observando–se o comportamento do Índice de Concentração (IC) nestas três Temporadas, verificamos que, a cada Temporada, o IC vem aumentando 1 ponto (IC = 14 em 2008; IC = 15 em 2009; IC = 16 em 2010), o que, em última análise, pressupõe a elevação da Qualidade da Criação nacional, partindo–se do pressuposto que, a título de referência, o IC mínimo aceitável para a melhor qualificação de uma Criação do PSI, seria IC = 20.
• A partir do Grupo de Reprodutores selecionados pelo IC determinado para cada Temporada de Monta, verificamos que o IC específico, calculado no âmbito do Grupo selecionado, apontou para valores crescentes, o que é teoricamente positivo sob o ponto de vista da Qualidade da Criação, e no caso destas três Temporadas de Monta, os IC encontrados foram, respectivamente : 2008 – IC = 38; 2009 – IC = 48; 2010 – IC = 49, devendo–se ressaltar, entretanto, que estes Índices refletiram, sobretudo, a diminuição do número de Reprodutores (81 em 2008 para 61 em 2009 e 2010), do que o aumento do número de Matrizes servidas, situação ideal para refletir o recrudescimento da Criação brasileira, que após uma ligeira queda percebida da Temporada de 2008 para 2009, praticamente se estabilizou entre 2009 e 2010.
• No que se refere ao posicionamento dos Reprodutores neste selecionado Grupo, partindo–se de suas respectivas Linhagens de Referência, o panorama, nesta Temporada de 2010, sinalizou com uma aceitável reação das demais Linhagens em relação ao predomínio quase absoluto das Linhagens de NATIVE DANCER e de PHALARIS, cujos Reprodutores serviram 83% do total de Matrizes (2978), deixando 17% das Matrizes para as sete (7) Linhagens restantes representadas na Temporada de Monta de 2010. De qualquer forma, foi um progresso em relação às duas Temporadas de Monta anteriores quando esse predomínio ainda era mais contundente. Pela sinalização de Reprodutores já previstos para a próxima Temporada de Monta, com a vinda de MANDURO e os retornos de SHIROCCO, REFUSE TO BEND e LINNGARI, entre outros, podemos esperar que esta tendência venha a se consolidar, proporcionando um melhor balanceamento de Características Genéticas no “blending” (mistura) de Reprodutores que se ajustem mais adequadamente às características do modelo de Turfe ainda adotado no Brasil.
• Devemos assinalar, ainda, que entre as duas Linhagens de Referência predominantes na Criação do PSI brasileiro, há uma alternância na ocupação da “pole position” que em 2008 foi ocupada pela Linhagem de PHALARIS com seus Reprodutores servindo 49% das Matrizes, enquanto os Reprodutores da Linhagem de NATIVE DANCER serviram 39% das Matrizes. Na Temporada de 2009 as posições tenderam para o equilíbrio, com 46% das Matrizes servidas por Reprodutores da Linhagem de NATIVE DANCER, enquanto, 43% delas eram servidas por Reprodutores da Linhagem de PHALARIS que na Temporada de 2010 teve seus Reprodutores servindo 47% das Matrizes, enquanto 35% delas eram servidas por Reprodutores da Linhagem de NATIVE DANCER.
• Partindo–se da posição referenciada às “Bloodlines”, vemos que os Reprodutores descendentes de Mr. PROSPECTOR dominaram amplamente nas Temporadas de 2008 e 2009 (34% e 42% das Matrizes servidas) sobre os Reprodutores descendentes de NORTHERN DANCER (28% e 30%), situação que chegou ao equilíbrio na Temporada de Monta de 2010, quando os Reprodutores descendentes de Mr. PROSPECTOR serviram 32% das Matrizes e os descendentes de NORTHERN DANCER serviram 33% das Matrizes que integraram o Grupo selecionado para as três Temporadas de Monta.
• Nessas três Temporadas, a única “Bloodline” que chegou a servir 10% das Matrizes, foi a de NASRULLAH, na Temporada de 2008. Nenhuma outra “Bloodline”, nessas três Temporadas, teve participação maior que 5% das Matrizes servidas no âmbito desse Grupo selecionado, confirmando a flagrante supremacia dos Reprodutores descendentes de Mr. PROSPECTOR e de NORTHERN DANCER sobre os Reprodutores descendentes das demais “Bloodlines” representadas nesse Grupo seletivo da Criação nacional do PSI.
• Enquanto a participação da Linhagem de Referência de NATIVE DANCER está praticamente restrita à “Bloodline” de Mr PROSPECTOR e em proporção bem mais reduzida a seu Pai, RAISE A NATIVE, a participação da Linhagem de PHALARIS, embora com a participação centrada na “Bloodline” de NORTHERN DANCER, evidencia, ainda que com tímidas participações, a presença de mais cinco (5) “Bloodlines”, todas de reconhecida importância para a evolução da Criação do PSI a nível internacional.
• Ainda no âmbito das Linhagens de Referência de NATIVE DANCER e de PHALARIS, com a esmagadora supremacia das “Bloodlines” de Mr. PROSPECTOR e de NORTHERN DANCER, notamos um expressivo desequilíbrio na Linhagem de NATIVE DANCER, motivado pela ausência de Representantes das importantes “Bloodlines” de SHARPEN UP e de DAN CUPID, enquanto na Linhagem de PHALARIS, devemos incentivar a participação mais expressiva de Representantes das “Bloodlines” de NASRULLAH, ICECAPADE, ROYAL CHARGER, BUCKPASSER e NEARCO, que com reduzido número de Representantes, vêm apresentando, através de seus Produtos, excelentes resultados nas pistas de corrida.
• Voltando para o âmbito das Linhagens de Referência, nesta última Temporada de Monta de 2010, notamos a presença de Reprodutores representantes de nove (9) Linhagens, mais do que nas duas Temporadas anteriores, quando apenas oito (8) Linhagens se fizeram representar.
• A situação mais dramática, sob o ponto de vista estritamente genético, é a da Linhagem de HYPERION, o maior vencedor das estatísticas de Reprodutor na Europa no século 20 que, atualmente, depende dos raros descendentes de CADEAUX GENEREUX e EFISIO na Europa, de STAR KINGDOM na Austrália e de SARAMON no Brasil, para ter sua Linhagem continuada. A vinda de BAHAMIAN BOUNTY ou de um de seus filhos, viria proporcionar um excepcional acréscimo de Qualidade Genética para a Criação nacional.
• Na mesma situação da Linhagem de HYPERION encontra–se a Linhagem de Referência de St. SIMON, um dos mais notáveis Reprodutores de todos os tempos da história mundial do Turfe, com uma representação ínfima na última Temporada, tendo seu único Representante (SIPHON) servido 49 Matrizes. Além de sua habilidade como Reprodutor, seus descendentes, até hoje, ainda que em reduzido número, exercem com eficácia inigualável a função de Avô Materno. Sua Linhagem vem sendo perpetuada, em sua quase totalidade, por descendentes da “Bloodline” do chamado “ Cavalo do Século 20”, RIBOT, cujos poucos descendentes ainda são encontrados nos USA, mas apesar de excelentes “racehorses” e Reprodutores, não apresentam o apelo comercial que viabilize sua vinda para servir no Brasil.
• Para se ter uma idéia da importância e influência dos raros Reprodutores descendentes de St. SIMON basta citarmos os dois últimos importados, EFFERVESCING (via WILD RISK) e NEW COLONY (via RIBOT), dos quais descendem, seja pelo Segmento Paterno, seja pelo Materno, seja por ambos os Segmentos, excelentes “racehorses” e “ racemares” como STRAIGHT FLUSH, SWEET ETERNITY, SUSPICIOUS MIND, GORYLLA, BELO COLONY, TIME FOR FUN, ANOTHER XHOW, entre outros. Devemos ressaltar, ainda, que a atual líder dos 2 anos em São Paulo, ALTA VISTA, tem como Avô Materno, BELO COLONY (filho de NEW COLONY). Não podemos deixar de assinalar a excelente trajetória do Reprodutor ROMARIM (via SICAMBRE), assim como, as fundadas esperanças em SIPHON (via SICAMBRE) que estará servindo definitivamente sediado no Brasil.
• Há algum tempo venho me batendo para que algum descendente do excepcional “racehorse”, Reprodutor e Avô Materno alemão, ACATENANGO, seja incorporado à Criação brasileira, mas infelizmente, apesar do sucesso de alguns de seus descendentes nas pistas de corrida e na Reprodução, não apresentam o mesmo apelo comercial dos descendentes de seu congênere, MONSUN, sobretudo por serem estigmatizados como Galopadores (“Professionals” na classificação aptitudinal de Varola). Por conta desse estigma a Criação nacional se privou da participação dessa fundamental fonte de Vigor Híbrido (Consistência e Resistência), pois só tenho conhecimento de uma única descendente desse excelente Semental, na figura de uma Matriz (filha de ACATENANGO) do diferenciado Criador, Luiz Antonio Ribeiro Pinto.
• Com igual ênfase, venho me batendo para que o “strain” de alto nível do excepcional AHONOORA seja incorporado ao “Bloodstock” nacional, o que, pelo menos em parte, vem sendo atendido, pela sequência de participações do promissor Reprodutor LINNGARI, por iniciativa do excelente Haras SAN FRANCESCO.
• Para surpresa geral, o vencedor do Kentucky Derby de 2011, ANIMAL KINGDOM, tem como Pai, o brasileiro LEROIDESANIMAUX, cujo Avô Materno, simplesmente, é AHONOORA, enquanto sua Mãe, DALICIA, é filha justamente de ACATENANGO que, portanto, é o Avô Materno de ANIMAL KINGDOM. Deixo uma questão no ar: Porque não trazer um Reprodutor descendente de ACATENANGO? Será tão refratário ao apelo comercial? Porque não trazer mais um Reprodutor descendente de AHONOORA? Apenas LINNGARI será suficiente para consolidar esta preciosa Linhagem de TOURBILLON em nossa Criação? Não custa lembrar que as características dessas duas Linhagens: DARK RONALD (ACATENANGO) e TOURBILLON (AHONOORA) se ajustam à perfeição ao modelo de Turfe ainda adotado no Brasil, privilegiando distâncias mais longas na pista de grama.
• Atenção especial também deve ser dispensada à Linhagem de TEDDY que, na Temporada de 2010, encontra–se representada por um único Reprodutor, PUBLIC PURSE, com excelente aproveitamento, mas sua fundamental importância seria mais que oportuna e essencial a vinda de pelo menos mais um reforço, sobretudo pelo excelente desempenho de suas filhas como Matrizes, consequentemente, de seus Reprodutores como Avôs Maternos. SKIP AWAY, o “Cavalo de U$ 10 milhões de Prêmios”, não seria uma ótima opção? Pelo menos em “shuttle”? Segundo o Hipólogo de maior renome internacional do momento, o australiano Ken McLean, com o qual comungo muitas posições em relação à Criação do PSI, todo Haras comprometido com a Qualidade de sua Criação deve ter em seu Plantel de Matrizes, pelo menos, duas descendentes da Linhagem de TEDDY.
• Não por coincidência, mas por absoluta necessidade, se a idéia é vencer de forma consistente e freqüente as principais Provas do Calendário Nobre dos Hipódromos de Cidade Jardim e Gávea, assim como, obter o oportuno e fundamental êxito em Provas disputadas em distâncias de Meio–Fundo e Fundo, na pista de grama, nos USA ou na própria Europa, a participação de Elementos descendentes das Linhagens acima citadas, ou seja, derivadas de HYPERION, TEDDY, DARK RONALD e TOURBILLON, nos Genótipos de Reprodutores que participem de nossa Criação, é de fundamental importância. Também não é por mera coincidência que três das quatro Linhagens assinaladas (TEDDY, HYPERION e DARK RONALD), têm como Ancestral comum, o ícone da Resistência e Consistência do PSI, ou seja, o paradigma do Vigor Híbrido, BAY RONALD.
• A Temporada de Monta de 2010 sinalizou, efetivamente, com o resgate do Vigor Híbrido do PSI nacional, ao mesmo tempo em que procura elevar a Qualidade de sua Criação, trazendo “strains” de alto padrão de Qualidade, tanto de origem norte americana, quanto de origem européia. Seguindo nesta direção e sabendo promover o adequado “blending” (mistura) desses “strains” de Reprodutores que vêm servindo em nossas mais recentes Temporadas de Monta, a qualquer momento, através de criteriosos Planejamentos Genéticos, estaremos presenciando o êxito do PSI brasileiro, com a frequência desejada, tanto em pistas (grama) norte americanas e nos Emirados Árabes, quanto em pistas européias, o que representará o passaporte definitivo do seu ingresso definitivo, consolidado e reconhecido pela Criação internacional do PSI.
• A título de sugestão aos Criadores brasileiros interessados em elevar o nível da Qualidade Genética de nossa Criação, lembro que escrevi uma longa série de Artigos para o RAIA LEVE, assinalando uma série de Reprodutores descendentes de diferentes e diversas Linhagens / “Bloodlines” / Alinhamentos que, em meu julgamento, certamente iriam contribuir para elevar, cada vez mais, o nível de Qualidade do Genótipo e Fenótipo do PSI brasileiro.
FIM
Orlando Lima – omlimapsi@gmail.com Blog: www.goldblendconsultoria.blogspot.com Acesso pelo RAIA LEVE: Links / Brasil / Goldblend Consultoria
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