Este vício relativamente comum que ocorre em animais tanto em treinamento como nos haras significa o ato de “ENGOLIR” o ar. O animal pode apoiar os dentes, ou não, em um objeto fixo realizando em seguida um movimento de arqueamento do pescoço (foto abaixo). Este movimento faz com que o ar entre no estômago e lá permaneça, pois lembrem o cavalo não consegue fazer a eructação, ou seja, não consegue arrotar.

Este ar que fica dentro do estômago, dependendo da sua quantidade começa a distendê–lo e antão a causar alguns sinais de desconforto. 

Vamos falar um pouco dos sinais, onde o primeiro deles é conhecido como palatite ou travagem, que é a inflamação do palato duro junto aos dentes incisivos superiores. O palato pode passar, nos casos mais severos, da linha dos dentes onde a cirurgia para esta redução é indicada. Além da palatite outros sinais clássicos consistem na perda de apetite, gastrite, sinais de cólica pela distensão do estômago, desgaste excessivo dos dentes incisivos, queda de desempenho, danos causados aos objetos utilizados como apoio e a desvalorização do animal, pois ninguém ou poucas pessoas querem um animal com vício.

Com causa ainda desconhecida, muitos apontam para o manejo, o estresse e a falta de atividade física. Alguns amigos antigos do mundo hípico ainda afirmam que a aerofagia adquirida por animais jovens ocorre pela observação do comportamento dos animais mais antigos, entendendo desta forma que um animal pode aprender com outro.

Na tentativa de se evitar esta deglutição temos os usos dos colares para aerofagia, piercing, algumas pastas para colocar na região onde o animal apoia os dentes e o procedimento cirúrgico, mas não podemos esquecer que é um VÍCIO e que como qualquer vício devemos manter o animal longe das causas ou pelo menos evitá–las.

Dr. Tony Gusso – tonygusso@terra.com.br
Médico Veterinário Especialista em Clínica e Cirurgia de Equinos

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