Colunista:
Saúde Equina, por Tony Gusso 08/03/2011 - 15h31min
HEMIPLEGIA LARINGEANA
Hoje vamos falar de uma patologia do trato respiratório superior muito comum dos equinos. Sem distinção de sexo e raça, a hemiplegia laringeana tem seu grau de importância devido ao equino só poder respirar com eficiência pelas narinas, sendo a cavidade oral utilizada apenas como último recurso.
Conhecida como doença do cavalo roncador, pois, ao galopar o animal emite um som semelhante a um ronco (ruído inspiratório), sendo que em casos mais severos o animal pode emitir este som ao passo.
Esta doença é definida como um distúrbio em que existe paresia (paralisia leve ou parcial) e/ou paralisia total da musculatura lanríngea normalmente esquerda, o que impede a abertura e o fechamento eficaz da cartilagem aritenóide, dificultando a passagem do ar. Esta cartilagem fica localizada na laringe, intimamente relacionada com as cordas vocais e anterior a epiglote, ou seja na porção final da garganta e tem como finalidade conectar a laringe com a traqueia e impedir a passagem de alimento e corpos estranhos para o trato respiratório inferior.
Como dito, é comum e com causa desconhecida na maioria das vezes a hemiplegia envolve o nervo laríngeo recorrente esquerdo (hemiplegia laríngea unilateral) e acomete a cartilagem esquerda e em cerca de 5% dos casos pode afetar concomitantemente as duas cartilagens artenóides (hemiplegia laríngea bilateral).
Tem como sinal clínico o som característico, a intolerância ao exercício, dispneia (dificuldade em respirar) e redução de performance atlética.
O diagnóstico é feito pelo exame físico, clínico e principalmente o exame endoscópico para confirmação e avaliação de seus graus (variação de I a IV).
O tratamento realizado para correção é o cirúrgico, podendo ser escolhido ou não por opção do médico veterinário quando não há ou não comprometimento do animal para sua função. Dentre as várias técnicas cirúrgicas descritas na literatura encontram–se a ventriculectomia, a laringoplastia, associada ou não a ventriculectomia e a aritenoidectomia, a qual pode ser total, parcial ou subtotal.
Dr. Tony Gusso – tonygusso@terra.com.br Médico Veterinário Especialista em Clínica e Cirurgia de Equinos
[ Escolher outro colunista ]
|