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Colunista:

Provas de Grupo, por Ivamar
14/04/2010 - 10h25min

Gugu Dada, revelação de milheiro?

Domingo, 11, no Hipódromo da Gávea, Rio de Janeiro, foi disputado o GP Presidente Vargas (GIII), para produtos de 3 anos e mais idade, este ano servindo de teste para a Milha Internacional paulista.

Felizmente venceu um dos mais novos, e em bonita atropelada. O 3 anos GUGU DADA (Our Emblem), por aproximadamente dois corpos, conquistou seu terceiro triunfo e primeiro na esfera clássica. Em igual estilo de corrida, MELLONI (Pavillon) e RECORD HOLDER (Roi Normand), ambos de 4 anos, terminaram em segundo e terceiro, separados por pequena diferença. Próximos, OUR POTRI e TO FLIGHT, também por Our Emblem e da mesma idade do ganhador, completaram o marcador.

Gugu Dada, criação e propriedade do Haras Doce Vale, foi pilotado por Ilson Correa e é treinado por Venâncio Nahid. Marcou 1Â’38”15, na grama pesada, com cerca móvel.

Uff–Uff (De Quest), mãe de Gugu Dada, produziu entre outros o excelente Fluke, enquanto a avó, Donnegalle (Campero), com inúmeros descendentes clássicos, deve ser vista como uma das mais importantes reprodutoras da criação brasileira.

Belur: êxito em carreira fraca

No mesmo dia, em Cidade Jardim, foi corrida a  Prova Especial Renato Junqueira Neto, para produtos de 3 e mais anos, em 1.500 metros.

Talvez, por receio dos proprietários à  inscrição do tordilho Giruá, arenático fora–de–série que acabou sendo retirado, o campo da carreira saiu diminuto. Não fosse essa ausência, o páreo teria tido uma importância incomum às provas especiais. Mas, restrito a corredores de campanhas clássicas no máximo regulares, acabou se igualando a um pesos especiais, como o vencido por Public Relations, na mesma tarde.

Felizmente as quatro primeiras colocações pertenceram a potros de 3 anos, com BELUR (First American e Gosta de Laço, por Candy Stripes) ganhando com autoridade, por quase dois corpos. PRÍNCIPE DO EGITO (Romarin), LANDAU (Shudanz) e OUR MAGEE (Our Emblem) terminaram a seguir, separados por pequena diferença. KALASHNIKOV (Confidential Talk), de 4 anos, foi quinto e último, afastado.

Belur, dirigido por Vagner Leal e treinado por Victorio Fornasaro, é criação e propriedade do Haras Moema. A distância foi percorrida em 1Â’28”465, na pista pesada.

Ki Don Juan ganha páreo inexpressivo

Sábado, no Hipódromo de Cidade Jardim, São Paulo, foi realizada a Prova Especial Zenabre, reservada a produtos de 3 e mais anos, em 3.000 metros, que havia sido programada para a semana anterior.

O páreo, já muito fraco na grama, teve de ser transferido para a areia em virtude das chuvas, cabendo a vitória ao 6 anos KI DON JUAN (First American e Dama da Pista, por Fast Gold), um dos mais velhos do pequeno lote. Muito afastado, SUSUMO (Wild Event), de 4 anos, formou a dupla, com LAZINHO (Above The Sky), também de 4, e STORM IN ROME (Nugget Point), de 6, completando o placar, uma vez que o competidor restante, Bain Douche, favorito da carreira, não completou o percurso. 

Ki Don Juan, criação do Haras Bandeirantes e propriedade do Stud Flor de Lótus, foi conduzido por Antônio Queiroz, é treinado por João Gabriel Costa e assinalou 3Â’13”452, na pista pesada.

Royal Home mostra superioridade

No mesmo hipódromo, aconteceu a Prova Especial Francesco Battista Giobbi, para éguas de 3 e mais anos.

Por dois corpos, ROYAL HOME (Yagli e Take Me Home, por Choctaw Ridge), de 3 anos, obteve firme vitória sobre PODEROSA DODGE (Dodge), da mesma idade, que ficara um pouco afastada na partida. Juntas, SESTRIERE (filha do americano Tenpins), de 4 anos, HORA DA LADY (Hard Buck), de 3, e COME UN FIORE (Redattore), também de 4, chegaram a seguir, distanciadas das duas primeiras. 

Royal Home, criação e propriedade do Haras Santa Verônica, teve Maicon SantÂ’anna como jóquei, sendo treinada por Althayr Oliveira. Marcou 1Â’10”304, na areia pesada.

Jelousy confirma ser de corrida

Sábado, no Hipódromo da Gávea, foi realizada a Copa Leilões Jockey Club Brasileiro–versão potros, para machos de 2 anos (evidentemente, os reservados não têm direito), com dotação muito maior que a maioria dos clássicos constantes do calendário.

Na raia, um show do potro argentino JELOUSY (Grand Slam e Velocity Queen, esta brasileira, por Roy) que, de ponta a ponta, em sua segunda apresentação, confirmou a vitória da corrida de estréia, ganhando esbarrado. VEREDICTO (Gilded Time) foi bom segundo, apesar de não ter ameaçado o vencedor. TORA TORA TORA (Inexplicable), COM SABOR (Bonapartiste) e EL KALID (Nedawi), afastados, completaram o marcador.

Jelousy, criação da Fazenda Mondesir no país vizinho, e propriedade do Stud Michelle e Priscilla, foi dirigido por Carlos Lavor e apresentado por Airton Gregório. Os 1.400 metros foram percorridos em 1Â’28”67, na areia pesada, tempo muito bom.

Super Pipa ganha por abandono

Ainda no Hipódromo Brasileiro foi realizada a Copa Leilões Jockey Club Brasileiro–versão potrancas, para potrancas de 2 anos (regulamento próprio), em 1.400 metros e também com dotação atrativa.

Confirmando o grande favoritismo, SUPER PIPA (Gilded Time e Pipa Voada, por El Gran Señor) foi a autoritária ganhadora. Na entrada da reta desalojou a ponteira Swate e disparou para o vencedor, sem tomar conhecimento de TRUE BLEW (True Confidence), que formou a dupla. Longe, LADY BEAUTY (Spring Halo), SELF–INPUT (First American) e TINA DIABA (ChristineÂ’s Outlaw).

Super Pipa, criação do Haras das Estrelas e propriedade do Stud Alvarenga, teve a direção de Marcos Mazini. Treinada por André Mion, assinalou 1Â’30”89, na areia pesada (tempo bem inferior ao páreo dos potros).

Avaliação das provas clássicas

Para quem tem a prerrogativa de fazer, mas parece não ter sensibilidade suficiente para tal, tentarei explicar através de um sucinto histórico do GP Presidente Vargas, o que torna uma prova mais ou menos importante que as outras.
 
Este páreo nobre, num tempo em que as carreiras ainda não eram classificadas em grupos, como hoje são, era disputado em 2.000 metros, grama, sem finalidade maior que a de dar aos bons cavalos uma oportunidade de competir fora da esfera comum. Depois, durante longo período passou a ser realizado em 2.400 metros, na grama, e cerca de um mês antes do GP São Paulo. Importante dentro do calendário clássico brasileiro, foi classificado corretamente como do Grupo II (reconhecido internacionalmente pelos órgãos competentes). E por quê papel importante? Por servir de teste para os corredores de 4 anos e mais idade (os melhores 3 anos, correm o Derby)  treinados no Rio, cujos proprietários pretendessem levá–los para a prova máxima paulista.

Posteriormente, ao sofrer nova modificação, perdeu completamente sua importância, passando a ser corrido na areia, no meio da temporada e sem nenhuma função. Restou–lhe semelhança a uma Listed Race, apesar de erroneamente continuar classificado como Grupo II.

Este ano, outra mudança. Agora programado para 1.600 metros, na grama, sete semanas antes do GP Presidente da República (de São Paulo), voltou a ter função específica: testar milheiros cariocas com vistas à Milha Internacional paulista. Viram, não é tão difícil assim de entender. Difícil mesmo de entender é por que foi rebaixado para Grupo III, agora que voltou a ter valor.

Próximas atrações

Rio de Janeiro

Todos os anos, existem quatro semanas ansiosamente aguardadas pelos turfistas brasileiros e uma delas é esta. De fato, a disputa do GP Cruzeiro do Sul (Derby carioca) tem a peculiaridade de emocionar, verdadeiramente, a todos aqueles que não visam somente o jogo. Páreo especialíssimo, uma das carreiras básicas do turfe, pode apontar o líder definitivo da geração, e isto só não acontece sempre pela proximidade de sua realização com a do GP São Paulo.

Como seria bom se o turfe pudesse ser visto como um só, sem bairrismos e proximidades de datas das principais provas do calendário brasileiro (pelo menos das quatro grandes). Seriam  beneficiados os criadores, proprietários e, principalmente, os cavalos que, às vezes perdem a oportunidade de competir, prejudicados por viagens e carreiras seguidas, causadoras de desgastes, além da possibilidade de danos físicos aos melhores competidores. E, aquele que é o melhor merece ter a chance de comprovar isto em condições de igualdade com os demais.

O Derby, por si só, já tornaria especial esta semana. Além dele, entretanto, os turfistas assistirão à terceira prova da Tríplice Coroa carioca de fêmeas, o GP Zélia Gonzaga Peixoto de Castro. Claro que os dois páreos, ambos na grama e em 2.400 metros, são do Grupo I.

As atrações da semana não param por aí. Teremos ainda três provas importantes: o GP João Borges Filho, o GP Associação de Criadores e Proprietários de Cavalos de Corrida do Rio de Janeiro e o GP Henrique de Toledo Lara, testes cariocas para os GP São Paulo, Quilômetro Internacional paulista e OSAF paulista, respectivamente. O primeiro, de acordo com sua função específica, corretamente do Grupo II, e os outros dois, incorretamente do Grupo III, embora reúnam os melhores velocistas e as melhores éguas (principalmente as de 4 anos e mais idade) treinados no Rio de Janeiro.

Para completar a programação, mais duas carreiras: a Prova Especial Associação Carioca de Criadores e Proprietários do Cavalo Puro–Sangue Inglês, em 1.500 metros, areia; e a Prova Especial Coaraze, em 2.800 metros, grama, ambas para produtos de 3 anos e mais idade.     

São Paulo

Fim de semana muito bom também em São Paulo, com a realização dos GP Oswaldo Aranha (GIII), em 2.400 metros; GP Presidente Antônio Teixeira de Assumpção Netto (GIII), em 1.600 metros, para produtos de 3 anos e mais idade; e GP Presidente Fábio da Silva Prado (GIII), em 2.000 metros, para éguas de 3 anos e mais idade. Os três, na grama. Mesmo os turfistas menos atentos já entenderam que também esses páreos são testes para as três importantes carreiras da semana do GP São Paulo, considerando que nelas estarão presentes praticamente todos os melhores corredores paulistas, nas distâncias de 2.400 metros e 1.600 metros, e as melhores éguas. Trocando em miúdos: os melhores paulistas estarão em ação e as carreiras não são, inexplicavelmente, do Grupo II!

Também está programada na grama (se as chuvas permitirem) a Prova Especial José e Luiz Vieira de Carvalho Mesquita, em 1.500 metros,  para produtos de 2 anos.

Paraná

Sexta–feira será encerrada a Tríplice Coroa do Jockey Club do Paraná, com a realização do Derby Paranaense (GIII), em 2.000 metros, areia. Apenas seis competidores estarão alinhados, incluindo os vencedores da duas primeiras etapas.



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