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Provas de Grupo, por Ivamar 31/03/2010 - 10h59min
E o líder fracassou
Domingo, 28, no Hipódromo da Gávea, Rio de Janeiro, foi disputado o GP Mário de Azevedo Ribeiro (GIII), para potros de 2 anos, em 1.400 metros. Na grama, como sempre, eram esperadas muitas inscrições, mas a provável presença de um invicto (e impressionante) deve ter afugentado outros pretendentes, restando, apenas, cinco candidatos.
Os turfistas, infelizmente, ficaram decepcionados. Como é comum acontecer todos os anos com os mais precoces e que “mostram serviço” cedo, DESEJADO THUNDER, então o melhor potro, ao invés de fugir para o disco e ganhar a galope, como nas vezes anteriores, começou a diminuir o ritmo na reta, finalizando num apagado quarto lugar. Muitas podem ter sido as razões da fraca atuação, mas agora não adianta ficar conjeturando. Um fato é certo: qualquer puro–sangue com as inequívocas qualidades exibidas pelo filho de Durban Thunder, fica propenso a ter problemas físicos (principalmente se estiver na infância) pois, pela própria natureza, um corredor de exceção se emprega com mais vigor que os demais (evidentemente, existe grande diferença entre os que correm páreos clássicos e os que correm páreos comuns). Concluindo o intróito, entendo que Desejado Thunder continua líder até que perca em condições normais (ou que apareça algum outro ainda mais impressionante).
O próprio resultado do páreo confirma o que foi dito. O vencedor foi o companheiro DESEJADO SUN (Crimson Tide e Andrea Girl, por Mensageiro Alado), que se mostrara muito inferior. ÚLTIMO FURO (American Gipsy), a menos de dois corpos, foi ótimo segundo lugar. UNIX (Signal Tap), razoável terceiro, e UNIVERSITY HEIGHTS (Know Heights), quinto e último.
Desejado Sun, criação do Haras Santa Ana do Rio Grande e propriedade do Stud Alvarenga, foi conduzido por Dalto Duarte, apresentado por Airton Gregório e assinalou 1Â’21”81, na pista leve, com cerca móvel.
Bad Guy, o mais veloz
No Hipódromo de Cidade Jardim, São Paulo, foi corrido o Clássico Presidente Waldyr Prudente de Toledo (L), em 1.000 metros, para produtos de 3 e mais anos, segundo teste para o Quilômetro Internacional paulista.
Com facilidade, o 3 anos BAD GUY (Mark of Esteem e Apremeditada, por Punk) alcançou a vitória, podendo desde já ser considerado uma revelação como velocista. A mais de dois corpos, confirmando boa fase, NOTA DEZ (Hennessy), um ano mais velha, enquanto os 3 anos DEZ QUILATES (Quinze Quilates) e OUR THUNDER (Thunder Gulch), juntos, terminaram em terceiro e quarto. ZUARTE (Implexo), também de 3, completou o marcador. Não correu Saco de Batata.
Bad Guy, criação do Haras Di Cellius e propriedade do Stud Eternamente Rio, foi pilotado por Waldomiro Blandi e é treinado por Luiz Esteves. A distância foi percorrida em 56”8, na grama pesada.
On Sonne, um galope de saúde
Ainda no Hipódromo Paulistano, foi realizada a Prova Especial Jorge Wallace Simonsen, para produtos de 2 anos, em 1.400 metros.
Num páreo vazio (como sempre acontece na areia), vitória extraordinariamente fácil de ON SONNE (Yagli e Only Immensity, por Ghadeer). Na dupla, JOGO DE BIRIGUI (Romarin), que não foi ameaçado por CABERNET TIME (Gilded Time), o terceiro. CÂNTATUS (First American) foi quarto e SIR PROSPECTOR (Blade Prospector) último.
On Sonne, criação do Haras Interlagos e propriedade do Stud Marisa Star, teve a direção de Ivaldo Santana e é treinado por Luiz Carlos Soares. A distância foi percorrida em 1Â’22”5, na areia pesada.
Desejada Duda mantém liderança
Para potrancas de 2 anos, no sábado, 27, na Gávea, aconteceu o GP Luiz Fernando Cirne Lima (GIII), em 1.400 metros que, como no clássico reservado aos potros, ficou vazio (certamente em razão da provável inscrição de uma potranca invicta). A carreira foi a primeira de grupo para a nova geração, este ano.
Pontificou o reprodutor Gilded Time, pai de DESEJADA DUDA e UNBELIEVEBLE LADY, as duas primeiras colocadas que, por sinal, também fizeram ponta e dupla no clássico anterior para a turma. A filha de Duda Desejada (Punk), com esta quarta vitória, manteve a invencibilidade e a liderança da turma. Note–se, entretanto, que não o fez com a mesma facilidade das vezes anteriores. Como teve a campanha iniciada muito cedo, talvez esteja começando a ficar desgastada. O esforço não é pouco, afinal, foram quatro corridas na primeira turma.
Bem próxima, a um corpo da segunda, PAN DE AZÚCAR (Notation) foi excelente terceiro. MA PETITE (King of Steel) e URUGUAYA HEIGHTS (Know Heights) chegaram a seguir. Desejada Duda, apresentada por Airton Gregório, criação do Stud Alvarenga e propriedade da Coudelaria Alvarenga Desejada, foi conduzida por Marcos Mazini. Tempo, 1Â’22”88, na grama macia, com cerca móvel.
Drisca vence e convence
Em Cidade Jardim foi disputado o GP Jacutinga (GIII), para potrancas de 2 anos, em 1.400 metros, na areia.
Assumindo a liderança da turma, DRISCA (Norba e Ibope, por Beyton) manteve a invencibilidade na segunda atuação. E o fez de maneira sensacional. Largou devagar, foi mantida distanciada, em último, e no meio da reta, demonstrando fantástica aceleração, atropelou impetuosamente para livrar mais de cinco corpos sobre UVA PRETA (Dodge), a favorita. Em razoável terceiro CANTABRIGENSIS (Romarin), enquanto muito longe finalizavam as duas concorrentes restantes, SUNSHINE INDY (P.T. Indy) e ASSALTADA (Néleo). A ganhadora, criação do Haras Mariana e propriedade do Stud Vale O Dobro, teve Francisco Leandro no dorso. É treinada por Antônio Luiz Cintra e assinalou 1Â’23”829, na pista pesada.
Argumento Fácil e o batismo clássico
Ainda no mesmo hipódromo, foi corrido o Clássico Presidente Rafael Aguiar Paes de Barros (L), para produtos de 3 e mais anos, em 2.400 metros, segundo teste para o próximo GP São Paulo.
O resultado deixou a desejar na medida em que os três primeiros colocados não têm vitória em prova de grupo, ficando a impressão de que a representação paulista na grande carreira de maio será fraca.
Avançando no meio da reta, a mais de meio de raia, o 4 anos ARGUMENTO FÁCIL (Nedawi e Serusa, por Sword Dance) foi ganhador autoritário. Por ser pouco corrido, é possível se tratar de um caso de evolução tardia e, assim sendo, poderá confirmar esta atuação. A pouco mais de um corpo, GALOPE FORTE (Roi Normand), de 5 anos, e VIOLIN DEL BARRIO (Pleasant Variety), um ano mais novo, terminaram disputando a dupla, na ordem. Longe, ILANO (Fantastic Dancer), de 6 anos, foi inexpressivo quarto lugar e completando o placar, o recordista da distância, QUICK ROAD (Jules), outro 6 anos, o mais credenciado do páreo, de esplêndido tipo físico, magnífico pedigree e ótima campanha por ser ganhador de várias provas de grupo. Não correu Tommasi. Argumento Fácil, criação e propriedade do Stud Eternamente Rio, foi conduzido por Waldomiro Blandi, é treinado por Luiz Esteves e assinalou 2Â’33”892, na grama pesada, com cerca móvel.
Avaliação das provas clássicas
Os GPs Mário de Azevedo Ribeiro (GIII), Luiz Fernando Cirne Lima (GIII) e Jacutinga (GIII), programados para março, ainda não fornecem subsídios suficientemente sólidos para uma opinião definitiva. Ano a ano, o que tem acontecido é que a maioria esmagadora dos vencedores e colocados nos clássicos para 2 anos realizados em janeiro, fevereiro e março, desaparecem, não firmam posições, mancam ou têm campanhas precocemente interrompidas. Por isso, talvez, devessem ser apenas classificados como Listed Races.
Já o Clássico Presidente Rafael Aguiar Paes de Barros (L) e o Clássico Presidente Waldyr Prudente de Toledo (L), por serem testes para importantes carreiras de maio, em São Paulo, justificam plenamente a classificação, principalmente o último (pela falta de páreos clássicos para velocistas gramáticos).
Próximas atrações
São Paulo
Programadas para o fim de semana em Cidade Jardim a Prova Especial Zenabre, reservada a produtos de 3 anos e mais idade, em 3.000 metros, e a Prova Especial Raul e Irene Crespi, em 1.500 metros, para potrancas de 2 anos. Ambas serão corridas na grama.
Rio de Janeiro
Fim de semana também fraco em termos técnicos. Duas provas especiais, uma para potros de 2 anos, e outra para potrancas da mesma idade, ambas em 1.000 metros, grama, mas com uma restrição: a elas não têm direito os vencedores de clássico ou prova especial. Ou seja, sem necessidade, vão ser ainda mais fracas do que normalmente seriam.
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