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Provas de Grupo, por Ivamar 27/01/2010 - 10h51min
Versilia entre as melhores
No feriado de segunda–feira, 25, aniversário da Cidade de São Paulo, doze éguas de 3 anos e mais idade estiveram presentes na raia de areia no Hipódromo de Cidade Jardim, para disputar o GP 25 de Janeiro (GII). No passado, uma das carreiras mais importantes do calendário clássico brasileiro.
Um enorme equilíbrio deixou a cátedra confusa. Com predomínio das mais novas, o triunfo ficou com a promissora VERSILIA (Shudanz e É de Amor, por Music Prospector), uma das mais interessantes de sua geração, inclusive porque não escolhe pista. Em segundo chegou RENÂNIA (Redattore) mas, por ter prejudicado TERRA BRASILIS (Fahim), foi desclassificada em seu favor. Nos quarto e quinto lugares NOZZE DI FIGARO (First American) e AMPULHETA (Lord Marcos), ambas de 4 anos. Notável Sureña, vencedora da prova no ano passado, voltou a correr pouco.
Versilia, criação do Haras Kigrandi e propriedade do Stud Tevere, de Sergio Maggiore, foi pilotada por Ivaldo Santana, é treinada por José Severino da Silva e assinalou o bom tempo de 2Â’01”741, na pista encharcada.
Vitalino Mestre confirma categoria
No mesmo dia e hipódromo, foi realizado o GP Presidente do Jockey Club (GIII), em 1.600 metros, areia.
Com a presença dos nove inscritos, a exuberante vitória terminou com VITALINO MESTRE (Torrential e Expressão, por Minstrel Glory), tríplice coroado paranaense do ano passado. Afinal, o que ocorreu com a cátedra ao preterir o excelente cavalo (de seis vitórias em oito apresentações) como favorito? Caso tenha sido a inatividade de 10 meses, é preciso que aprendam: cavalo bom e treinador competente não precisam de “páreo preparatório”.
O bom OLHO CLÍNICO (Choctaw Ridge), com três vitórias consecutivas, formou a dupla, mesmo pressionado no final por SENHOR TEMIDO (Spring Halo). JOBI (Put It Back) e SAFE PORT (Wild Event) vieram a seguir. Com exceção de Senhor Temido, que tem 3 anos, os outros são um ano mais velhos.
Vitalino Mestre, criação do Haras Palmerini e propriedade do Stud Magic Island Stables, foi conduzido por Carlos Lavor e é treinado por Geraldo Vogado, no Paraná. O tempo foi muito bom: 1Â’34”224, na pista encharcada.
To The Run, uma revelação
Destinado a potros de 3 anos, no domingo, 24, foi disputado no Hipódromo da Gávea o GP José Buarque de Macedo (GIII), em 1.600 metros, grama, teste para a primeira prova da Tríplice Coroa carioca.
Concorrentes demais sempre deixam as carreiras à mercê de peripécias, sendo impossível todos conseguirem percursos isentos de prejuízos. Tanto é assim que, geralmente, daqui a um mês, às vezes até em pista igual, o resultado não se repete com os mesmos competidores.
Em bonita atropelada, TO THE RUN (Signal Tap e Gorgeous Cindy, por Ghadeer) foi o firme vencedor, deixando a mais de dois corpos OKEAN MOR (Fahim). Com o irmão paterno Too Friendly, formará uma parelha fortíssima nos 2000 Guineus carioca. Um pouco atrás, quatro competidores chegaram embolados. Do quarto ao oitavo, apenas um corpo de diferença. FREGE (Giant Gentleman), SAL GROSSO (Our Emblem) e BICARBONATO (Red Runner) completaram o placar. Não correu Tônemaí.
O ganhador, criação e propriedade do Haras Santa Maria de Araras, foi pilotado por Carlos Lavor. Apresentado por Roberto Morgado Neto, assinalou 1Â’35”66, na pista pesada, com cerca móvel. To The Run é irmão materno de Deep Ocean, ganhador de Grupo I. Linha materna tipicamente Araras, à qual pertencem também Uneasy Plum e Veissman.
Final eletrizante
Com a realização do GP Roger Guedon (GIII), sábado, 23, no Hipódromo Brasileiro, as fêmeas tiveram a oportunidade de serem testadas para a Tríplice Coroa feminina, Quinze potrancas de 3 anos alinharam na seta dos 1.600 metros.
Reta e chegada emocionantes entre DOLLY MAX (Crimson Tide e Shanay, por Coax Me Clyde) e INCHATILLON (Inexplicable), onde a primeira, depois de dominada, reagiu e conseguiu o triunfo por diferença mínima. Na terceira colocação, a aproximadamente três corpos, terminou SIMPLY THE BEST que, como boa filha de Know Heights, mostrou a milha ser pouco para ela. Além disso, vinha de correr há apenas oito semanas na distância ideal (2.400 metros). Sua atuação, por isso, deve ser considerada muito boa. Próximas, LITTLE LÊ (Torrential) e DEAR NATI (Crimson Tide) nas posições seguintes. Não correu Trip Over.
Dolly Max, criação do Haras Di Cellius e propriedade da Coudelaria Alvarenga Desejada, foi conduzida por Dalto Duarte e, como a segunda colocada, é treinada por Júlio Cezar Sampaio. A distância foi percorrida em 1Â’36”60, na pista pesada, com cerca móvel. A linha materna de Dolly Max remonta à excelente Eastern Swan (Colombo), uma das mais notáveis reprodutoras do Haras Mondesir. A ela pertencem, entre outros, Egoísmo, Urgência, Bowling, Don Quixote e Funtastic.
Starman vence e convence
Destinado a produtos de 3 anos e mais idade, foi disputado no feriado de 20 de janeiro, no Hipódromo da Gávea, o GP Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro (GIII), em 2.200 metros, como no passado.
Entre onze competidores, sob fortíssimo calor, a vitória pertenceu a STARMAN (Trempolino e Sweet Mind). Cabe aqui uma observação pertinente: apesar de ganhador duas vezes do atualmente pouco valorizado GP Bento Gonçalves (GI) e, como tal, o mais credenciado do lote, talvez tenha conquistado o triunfo tecnicamente mais importante, principalmente por estar chegando aos 7 anos. Desta vez nada a objetar sobre o seu êxito.
AMIGO GAÚCHO, de 5 anos, distanciado a 3 corpos do ganhador, e HARAQUIRI (Burooj), um ano mais novo, tiveram participações honrosas, apesar de nunca terem ameaçado o cavalo oriundo do Haras São José da Serra. Longe, YES BOOK (First American), de 5 anos, foi quarto colocado, e BRILHANTE MINERAL (Bonapartiste), de 3, que vinha de brilhante segundo no GP Paraná, quinto.
Starman, propriedade do Stud H & R, foi dirigido por Marcello Cardoso, apresentado por Jorge Pinto e assinalou um tempo fraco: 2’24”20, na pista macia.
Avaliação das provas clássicas
Para éguas de 3 anos e mais idade, o GP 25 de Janeiro (GII), por ser na areia, não tem grande importância e nem função específica. Vale um reparo: este ano teve bom campo, onde quase todas tinham, pelo menos, colocação clássica.
Para produtos de 3 anos e mais idade, na areia, o GP Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro (GIII) seria bem mais importante (e interessante) se programado como seletiva para o Latino–americano (este ano a ser disputado na grama). Excepcionalmente, o páreo correspondeu à sua classificação. Todos os 11 inscritos tinham boas campanhas.
Para produtos de 3 anos e mais idade, o GP Presidente do Jockey Club de São Paulo (GIII) também não tem função específica. Fosse na grama, poderia servir de teste paulista para a primeira prova da Tríplice Coroa carioca.
O GP José Buarque de Macedo (GIII), para potros de 3 anos, e o GP Roger Guedon (GIII), para potrancas da mesma idade, são clássicos–testes para as primeiras provas das Tríplices Coroas cariocas. Por isso importantes, talvez merecessem ser do Grupo II.
Próximas atrações
São Paulo
As potrancas da nova geração correrão o Clássico Presidente Luiz Alves de Almeida (L), em 1.000 metros, grama.
Rio de Janeiro
Potros e potrancas de 2 anos atuarão na areia, nos Clássicos Hernani Azevedo Silva e Ministério da Agricultura, ambos Listed Race e em 1.200 metros.
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