Colunista:
Quick As Ray, nome
principal do OSAF paulista 11/04/2006 - 22h51min
No Jockey Club Brasileiro foi realizado, domingo, o importante GP Zélia
Gonzaga Peixoto de Castro (GI), em 2.400 metros, grama, última prova da Tríplice Coroa de potrancas.
A vitória, obtida de ponta a ponta, por um corpo e meio, pertenceu a QUICK AS RAY. Aproveitando sua
velocidade, o jóquei Acedenir Gulart imprimiu ritmo controlado, enquanto as adversárias tinham de sair do natural
para acompanhá–la. Repetindo a chegada do GP Diana, há um mês, HELISANGELA (Fast Gold) e KEY LARGO (Roi Normand)
voltaram a escoltar a pequena grande potranca sem, contudo, ameaçar seu triunfo. GIZ DAL (Astor Place) terminou em
ótimo quarto lugar, tendo CRYSTAL DAY (Hostage) completado o marcador. Nossa Carolina decepcionou.
Quick
As Ray, que conquistou a quarta vitória, duas do Grupo I, em 11 apresentações, é criação do Haras Santa Rita da
Serra e propriedade do Stud Courchevel 1850, sendo treinada por Venâncio Nahid. Marcou 2min26s95, em pista leve e,
sem dúvida, passou a ser o nome principal do próximo GP OSAF paulista.
O pai da ganhadora é a revelação
Nedawi (Rainbow Quest e Wajd, por Northern Dancer na grande corredora Dahlia, uma das maiores do turfe moderno),
que na primeira geração produziu, além de Quick As Ray, uma ganhadora do Diana paulista, Ever Love, e um ganhador
do Derby Paulista, Core Business. A linha baixa também é muito boa, sendo a avó, Light Lida (Alleged), mãe dos
clássicos LÂ’Escapade, Notting Hill e Prince of Wales. E a terceira mãe é Princesse Lida, ganhadora do Prix de La
Salamandre (GI), aos 2 anos.
Sinistro em mais um bicampeonato
Ainda no
domingo, os turfistas tiveram o GP Antônio Joaquim Peixoto de Castro Jr. (GII), em 2.000 metros, grama leve, um
dos clássicos cariocas que testam candidatos ao GP São Paulo.
Vitória do 5 anos SINISTRO (Mensageiro
Alado e Lady Tell You, por Time For A Change), confirmando superioridade. Imagine–se um cavalo com seis vitórias
em provas de grupo, enfrentando seis adversários sem nenhuma. Em condições normais, não podia ser de outra forma.
Sua vitória, porém, não foi fácil, como se esperava. Apenas um corpo o separou do segundo, PURO DOMÍNIO (Nugget
Point), um cavalo de 6 anos. Sinistro ganhou o páreo pela segunda vez, ele que já conquistara um bicampeonato no
GP Presidente Arthur da Costa e Silva (GIII). Em terceiro, à cabeça do segundo, URANIUS (Talloires), de 6 anos,
com MEGABUCKS (Royal Academy) e JOKANAAN (Blush Rambler), ambos de 4 anos, completando o marcador,
próximos.
O ganhador, nove triunfos, em 20 apresentações, é criação do Haras Santa Ana do Rio Grande e
propriedade do Stud Raça. Foi pilotado por Luiz Duarte e apresentado por Mozart Dutra Ribeiro. Marcou 2min00s60,
para a turma apenas razoável. Na ótima linha materna, um nome extraordinário: Affirmed, tríplice coroado
americano.
Yorokobi, favorito e vencedor
Sábado, no
Hipódromo de Cidade Jardim, em São Paulo, foi disputado o GP Presidente José de Souza Queiroz (GII), para potros
de 2 anos, em 1.400 metros, grama.
Mais um êxito do invicto YOROKOBI (Burooj e Fancy Lady,
por Executioner II), criação do Haras Ponta Porã e propriedade do Stud Dharma. Nesta quarta apresentação,
entretanto, não venceu tão fácil como nas vezes anteriores. Custou a dominar um potro estreante, QUICK ROAD
(Jules), que lhe fez frente nos primeiros 1.000 metros, deixando ótima impressão. Quando o fez, porém, partiu para
o vencedor com firmeza. Em bom terceiro, quase alcançando Quick Road, terminou SIB DANZIG (Wondertross).
Completaram o marcador, um pouco afastados, ORIENT INEXPLICABLE (Inexplicable) e outro inédito, TRUCO (Astor
Place).
Yorokobi foi pilotado por João Moreira, é treinado por Valter dos Santos Lopes, e marcou
1min23s248 na pista leve, com cerca móvel, pior dos quatro tempos do dia, na distância. Trata–se de um irmão
materno da clássica Branca Como Neve.
Lesão tira Saga Sureña de
GP Sexta–feira, no Hipódromo do Tarumã (pista de
areia), foi realizada a última prova da Tríplice Coroa, o GP Derby Paranense (GIII), em 2.000 metros, para
produtos de 3 anos.
Este ano, poderia sair um tríplice coroado, no caso tríplice coroada,
de nome Saga Sureña. Não saiu, porém, pois a candidata, com entorse em um dos boletos, não participou da
importante carreira. Venceu–a IMPOSSIBLE SKI (Ski Champ e Zapara, por Restless Jet), distanciando–se
facilmente dos rivais. Na dupla, a dois corpos, CORONADA NOVA (Ayrton S), que deixou o terceiro, RISCHIA TUTTO
(Shudanz), a sete corpos. Em quarto e quinto, respectivamente, OUSADO (Clackson) e SEDUCE MINISTER (Mane
Minister).
O ganhador, criação do Haras Rosa do Sul e propriedade do Stud Piccollino, é treinado por
Edemir Garcia e foi conduzido por Altair Domingos, ambos radicados no turfe paulista. Tempo de 2min09s5, que pode
ser considerado bom.
Artejusta reaparece com difícil triunfo
No Jockey Club
Brasileiro foi corrido, sábado, o GP Henrique de Toledo Lara, em 2.000 metros. Embora seja apenas do Grupo III, é
prova importante pois tem a finalidade específica de selecionar a melhor égua carioca (ou melhores) para o OSAF
paulista.
Evidenciando o equilíbrio existente, os momentos finais apresentaram várias concorrentes
buscando a vitória, e o desfecho foi emocionante, com ARTEJUSTA (Royal Academy), que vinha de inatividade de quase
cinco meses, resistindo ao ataque da americana KERMITA (Sandpit), que lhe ficou à cabeça. Também foram pequenas as
diferenças entre as terceira, quarta e quinta colocadas, RAINHA FELIZ (Our Captain Willie), MANIA STAR (Blush
Rambler) e ESPUMANTE (Bright Again). Aliás, da primeira à sétima, apenas três corpos e meio. Assim, praticamente
sete estão capacitadas a tentar a sorte na maior carreira paulista para éguas de qualquer idade.
A
ganhadora, que conquistou o quarto triunfo, dois de grupo, em 12 apresentações, é criação e propriedade do Haras
Santa Maria de Araras. Foi pilotada pelo aprendiz Antônio Correia da Silva, que a partir do próximo dia 21
já terá direito a montar como jóquei, é treinada por Roberto Morgado Neto, e marcou tempo regular:
2min00s86, na grama úmida.
A mãe de Artejusta, Just Perfect (Nugget Point e Griffe de Paris), é irmã
inteira de Lady de Paris (ganhadora de Grupo I) e King de Paris (GIII), e materna de Genereux (GI) e House of
Lords (GII).
Quatro Mares mostra valentia
Ainda no domingo, foi disputado,
no Hipódromo da Gávea, o GP Mário de Azevedo Ribeiro (GIII), em 1.300 metros, para potros da nova geração. Recebeu
11 inscrições, o que já era esperado por ser na grama.
O triunfo pertenceu a QUATRO MARES (Jules e Val
dÂ’Equine, por Equalize), criação e propriedade do Haras Santa Maria de Araras. Lutou em toda a primeira parte do
percurso com ÔNIBUS ESPACIAL (Exile King), na reta assumiu a dianteira e resistiu, galhardamente, aos ataques de
TUDO AZUL (Boatman) e QUICK HAWK (Spend A Buck), respectivamente terceiro e segundo, e que também
impressionaram. Ônibus Espacial terminou em quarto, agradando. Completou o marcador QUILBOQUET (Jules).
Quatro Mares, outra vitória clássica de Antônio Correia da Silva na semana, é treinado por Roberto
Morgado Neto. Marcou tempo muito bom: 1min15s33, na pista leve.
Aliysa, a
galope
Domingo, no Hipódromo de Cidade Jardim, em São Paulo, foi disputado o GP Jacutinga
(GIII), para potrancas de 2 anos, em 1.400 metros, areia.
O triunfo, facílimo, ficou com a
líder na areia, a invicta ALIYSA (Music Prospector e Angra dos Reis, por Purple Mountain). Sem ser exigida, deixou
a quase três corpos, na dupla, a perdedora DRIVE ME NUTS, filha do argentino Ibero, que agradou. Completaram o
marcador, a perder de vista, FAZ ME RIR (Notation), NIETA BABY (Romarin) e OREBIA (Or Et Bleu). A vencedora
só atuou na areia, fazendo–o em três oportunidades.
Aliysa, criação e propriedade da Agro Pastoril
Tibagi Ltda., foi pilotada por Waldomiro Blandi, apresentada por Afonso Flório Barbosa, e marcou 1min23s495, na
pista macia, tempo fraco. Sua mãe é irmã materna do excelente Soberbo, invicto corredor e promissor garanhão.
Tarnac ganha em bonito final
Sábado, no Hipódromo de Cidade Jardim, em São
Paulo, foi disputada a nova Prova Especial Zenabre, para produtos de 3 anos e mais idade, carreira que outrora
agradava, e muito, por ser realizada em 3.000 metros, distância que se tornou rara nos programas de corridas do
Brasil, embora esta tenha sido tecnicamente fraca.
O triunfo, obtido com dificuldade,
pertenceu ao 3 anos TARNAC (Pleasant Variety e Itaobi, por Figuron), que terminou meio corpo à frente do 4 anos
THE GOLDEN CITY (Golden News), com PRÓXIMO MILÊNIO (Ski Champ), de 6 anos, agarrado, a seguir. TACO–TARACO
(Badalado), de 3, chegou em quarto, mas foi desclassificado para quinto, em favor de IEROVITCH (Solstein), de 4.
Também houve reclamação do terceiro contra o primeiro, mas a Comissão de Corridas não a
acatou. Tarnac, criação de Duílio Berzele e propriedade do Stud Maestro, foi pilotado por Valdir
Souza, é treinado por Wanildo Garcia Tosta, e marcou 3min12s265, com cerca móvel.
Corre Solta
vence primeiro clássico
Ainda no sábado, no Hipódromo de Cidade Jardim, foi realizada pela
primeira vez a Prova Especial Raul e Irene Crespi, para potrancas de 2 anos, em 1.500, grama.
De ponta a ponta, prevaleceu CORRE SOLTA (Ski Champ e Ion Drive, por Clackson), com firmeza. Na
dupla, a dois corpos, CHANEL DAWI (Nedawi), com GREAT IMPRESSION (Impression), agarrada, em terceiro, e KIMENINA
(Chico Corredor) perto, em quarto. Completou o marcador, longe, a estreante QUINTA–FEIRA (Roi Normand).
Corre Solta, criação do Haras Fazenda Boa Vista e propriedade do Stud São Norberto, foi conduzida por
Nelito Cunha, sendo treinada por Olavo Jerônimo. Marcou 1min30s207, na pista leve, com cerca móvel.
Próximas atrações
Rio de Janeiro
Domingo, será disputada
a última etapa da Tríplice Coroa carioca, o GP Cruzeiro do Sul (GI), em 2.400 metros, para produtos de 3 anos. O
Derby, em qualquer parte do mundo, é um verdadeiro presente para os verdadeiros turfistas. Infelizmente, recebeu
grande número de inscrições, 19. E quase todos, registre–se, vindos de campanhas de extremo rigor. Infelizmente,
também nele não tomarão parte, por motivos diversos, potros que impressionaram fortemente no ano passado, como
Lamor, Parfum Parfait, O Dragão, Zitromax e É Um Sonho. Tomara que haja uma revelação no seu resultado e seu
vencedor não seja casual. Não haverá tríplice coroado, este ano, uma vez que O Dragão venceu a primeira prova, e
Herói do Bafra, a segunda. Apesar de tudo, uma carreira charmosa, sempre imperdível, uma das quatro mais
importantes do turfe brasileiro. Precisa, entretanto, em futuro próximo, ser antecipada em mais ou menos quatro ou
cinco meses. É o que impõe o turfe dos dias de hoje.
Os mais destacados são Herói do Bafra, His Friend,
Top Hat, Nice Type, Paraíso Verde, Hugon e Quintarelli. A incógnita é Core Business, vencedor do Derby Paulista, e
que um mês depois foi à Argentina disputar o GP Carlos Pellegrini. Na estréia, no Rio, há 28 dias, correu
inexpressivamente. Terá virado? A experiência vem mostrando que o Pellegrini é um verdadeiro waterloo para bons 3
anos.
Ainda no domingo, será realizado o GP Associação de Criadores e Proprietários de Cavalos de
Corrida do Rio de Janeiro (GIII). É prova importante por servir de teste para os melhores velocistas cariocas
cujos proprietários tiverem a pretensão de correr o Quilômetro Internacional paulista. Por isso, deveria ser do
Grupo II. Entre os 12 inscritos, dois candidatos já mostraram mais categoria: Omaggio e Quicken Girl. Outros,
porém, podem surpreender, como Grená, Normabelle e Don Chico.
No sábado será realizado o Clássico Outono
(L) – Taça Barão do Rio Branco, para produtos de 3 anos e mais idade, em 1.600 metros, grama. Recebeu 13
inscrições, com destaque para os potros Fly Dorcego, London Eye, Nativo da Fronteira, Quality For Fame, e para os
mais velhos Immortal Hour, Martino e, principalmente, Manaú. Páreo com valor técnico de Grupo III.
São Paulo
No Hipódromo de Cidade Jardim, destacam–se esta semana as novas Prova Especial
Francesco Battista Giobbi, em 1.200 metros, areia, para éguas de 3 anos e mais, a ser corrida domingo, e a Prova
Especial Naftol, para produtos de 3 anos e mais idade, em 1.600 metros, na areia, marcada para sábado. Na
primeira, favoritismo de Ana Banana, e na outra, de Selo de Ouro. São páreos que em nada, praticamente, diferem de
um simples Pesos Especiais.
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