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Provas de Grupo, por Ivamar 07/10/2009 - 10h20min
Presente vence por desclassificação
Sábado, 3, no Hipódromo de Cidade Jardim, São Paulo, foi corrido o GP Diana (GI), terceira prova da Tríplice Coroa de potrancas, que este ano não contou, como devia, com a participação de várias competidoras que se destacaram nas outras etapas.
Assim, nos 2.000 metros, estiveram em ação potrancas tidas em boa conta mas, por enquanto, apenas promissoras. Demonstrando ótima adaptação ao percurso, PRESENTE (Know Heights e Go Who, por Jolly Quick) foi aclamada vencedora por decisão da Comissão de Corridas, face a reclamação de seu piloto, João Moreira, contra o de HOLD ME TIGHT (Roi Normand), que cruzou o disco em primeiro. QUEEN SHU (Shudanz) foi um razoável terceiro, ela que vencera a segunda prova da Coroa e a única com vitória em prova do Grupo I. ANANIBIA (Signal Tap) e a perdedora SRA. DONDOCA (Yagli) completaram o marcador. Não correu Virgo Dancer.
Presente, criação de Marcos e Mauro Ribeiro Simon e propriedade do Stud Farda Vencedora, é treinada por Nilson Lima. A distância foi percorrida em 2Â’01”109, na pista pesada, tempo fraco para a turma.
Do excelente pai da vencedora, muito já foi dito. Sua produção inclui Colina Verde, Ivoire, Negro da Gaita, Coray, Jeune–Turc, Queen Desejada etc. Linha paterna que remonta a Phalaris e que pode ser assim descrita: Know Heights, Shirley Heights, Mill Reef, Never Bend, Nasrullah, Nearco, Pharos e Phalaris.
Vupt Vapt ganha prova de grupo
Segunda prova da Quádrupla Coroa paulista, o GP Jockey Club de São Paulo (GI), em 2.000 metros, geralmente reúne os melhores potros de 3 anos do turfe local.
Faltou pelo menos um ganhador de Grupo I para dar à carreira a importância que deveria ter. Sem Real Secret, que não correu, e Belo Valente, que não foi inscrito, a prova ficou caracterizada por um grande equilíbrio. VUPT VAPT (Romarin e Ela Manda, por Stuka) tomou a ponta na largada e não mais a perdeu. O segundo colocado, VASUVEDA (Thignon Lafré), reabilitando–se das fracas atuações anteriores, mostrou poder brigar pela liderança da geração. Perdeu por meio corpo, indicando que com mais chão poderia ter ganho. Um pouco afastados, TENARIN (Romarin), ROCKWELL (P.T.Indy) e OLYMPIC DANZ (Shudanz) chegaram a seguir.
Vupt Vapt, criação do Haras Pirassununga e propriedade do Stud São José dos Bastiões, foi conduzido por José Aparecido, é treinado por Milton Singnoretti e marcou 1Â’59”795, na grama pesada, tempo bem melhor que o das potrancas.
Romarin, pai do ganhador e do terceiro colocado, foi ótimo corredor no Brasil e nos Estados Unidos, vencendo provas do Grupo II lá e cá. Pertence a uma linha paterna que infelizmente está se extinguindo, a de Prince Rose (proveniente de St. Simon). Somente ele, no Brasil, pode salvar esta linhagem (e Siphon, em sua única geração no nosso país, caso produza um craque, que venha a ser aproveitado na reprodução). Em meados do século passado esta linha, que pode ser assim descrita: Romarin, Itajara, Felicio, Shantung, Sicambre, Prince Bio e Prince Rose, fez bastante sucesso na criação mundial. Além de Vupt Vapt, entre os filhos de Romarin têm destaque Bandido Secreto, O Dragão, Lamor, Nelore Porã, Questing New etc.
Olympic Movie vence páreo fraco
Ainda no mesmo dia, na Gávea, foi realizada a nova Prova Especial Platina, em 2.000 metros, para éguas de 3 anos e mais idade.
OLYMPIC MOVIE (Know Heights e Heroic Movie, por Clackson), de 4 anos, derrotou a favorita BIO DIVERSIDADE (Roi Normand), dois anos mais velha, por um corpo. Não muito longe, completaram a pedra DINA HEIGHTS, irmã paterna da ganhadora e também de 4 anos, LANÇA DOURADA (Yagli), de 6, e UIRAMUTAN (New Colony), de 5. Não correu Hostellerie.
Criação do Haras Fronteira e propriedade do Haras Regina, foi pilotada por Carlos Lavor, é treinada por Roberto Solanés e assinalou, na grama pesada, 2Â’04Â’97.
Time For Fun, cavalo de ferro
Distante oito semanas do GP Brasil, o GP Antônio Joaquim Peixoto de Castro Jr. (GII), em 2.400 metros, conseguiu reunir, domingo, 4, no Hipódromo Brasileiro, Rio de Janeiro, os melhores cavalos cariocas do momento (à exceção de Hot Six, que correu o Prix de l´Arc de Triomphe, na França).
Mostrando saúde invejável, TIME FOR FUN (Yagli e Tarradine, por New Colony), de 5 anos, derrotou corredores de ótima categoria, dos quais, quem lhe deu mais trabalho foi JEUNE–TURC (Know Heights), da mesma idade, que o deixara para trás no GP Brasil. Este, atropelou forte, mas perdeu por meio corpo. O favorito, FLYMETOTHEMOON (Roi Normand), de 4 anos, decepcionou, chegando em apagado terceiro lugar. PRÍNCIPE DOS MARES (Vettori) e ROONEY (Public Purse), ambos de 5, completaram o placar. Rich And Famous, que na última quase derrotou Time For Fun, desta vez foi para o sacrifício e acabou em último.
O ganhador, criação do Haras São José da Serra e propriedade do Stud Yatasto, teve a direção de Dalto Duarte e foi apresentado por Ronaldo Marins Lima. A distância foi percorrida em 2Â’31”65, na pista pesada, com cerca móvel. Time For Fun correu poucas vezes aos 2 e 3 anos, talvez daí a sua consistência. Conquistou a sétima vitória de grupo, fato raro nos dias de hoje.
Mr.Nedawi confirma categoria
No mesmo dia, arenáticos de 3 anos e mais idade, estiveram em ação no GP Presidente Antônio Correia Barbosa (GII), em Cidade Jardim.
A cátedra mais uma vez errou, por ter a ilusão de que a vantagem do peso reduz a possibilidade de vencer dos mais experientes. Se um cavalo mais velho tem mais categoria, caso do 5 anos MR. NEDAWI (Nedawi e Cryptic Crucial, por Cryptoclearance), ele vai vencer na maioria das vezes, como aconteceu embora carregando mais peso, a não ser que no páreo esteja um craque como o potro Eu Também. Esta observação não se aplica para distâncias curtas, nas quais os mais novos correm de igual para igual com os mais velhos.
Na dupla, a três corpos, o 4 anos ASK ME NOT (Araçaí), surpreendeu. Apenas terceiro, um potro de 3 anos, BRILHANTE MINERAL (Bonapartiste). DIA SONHADO (Vadio), de 4, e FOREVER FRIENDS (Roi Normand), de 7, vieram a seguir. Blessed Mustang e Uragano Point correram muito pouco. Jusjurandum não foi apresentado.
Criação do Haras Old Friends e propriedade do Stud Hole In One, Mr. Nedawi foi conduzido por Francisco Leandro e é treinado por João Gabriel da Costa. Nos 2.200 metros, pista molhada, registrou 2Â’16”172.
Sagarana, uma surpresa
Ainda no Hipódromo Paulistano, foi disputado o Clássico Presidente Mário Ribeiro Nunes Galvão (L), para éguas de 3 anos e mais idade.
O triunfo terminou com a 4 anos SAGARANA (Nedawi e Barita News, por Punk), que surpreendeu, alcançando a ponteira e favorita HILARIS (Parme), um ano mais velha. Livrou pequena diferença nos metros finais, depois de correr no fundo do pelotão. Em bom terceiro, NOTÁVEL SUREÑA (Redattore), de 4 anos, com MOVING ON (Yagli), da mesma idade, e BE SO FAIR (Stravinsky), de 6, muito próximas, no complemento do marcador.
A ganhadora, criação do Haras São Francisco de Paula e propriedade de Vera Lúcia de Souza Guignoni, foi pilotada por José Aparecido, é treinada, como a segunda colocada, por Leandro Guignoni e assinalou 2Â’01Â’175, na grama pesada.
Avaliação das provas clássicas
O GP Diana (de São Paulo), atualmente um dos páreos mais seletivos da programação clássica brasileira, este ano teve campo decepcionante. Aliás, a bem da verdade, sem paixões, foi uma Tríplice Coroa que deixou a desejar. Questing New ganhou a primeira prova, correu pouco na segunda e não participou desta. Queen Shu teve boa atuação na primeira, ganhou a segunda e agora foi terceira colocada. Presente terminou em quarto nas duas primeiras e agora venceu. O pedigree da ganhadora do Diana de 2009 permite aguardar, com otimismo, a confirmação do êxito nas futuras atuações. E certamente os verdadeiros turfistas torcem para isto. Por motivos diversos também não estiveram presentes Balada da Hora, Talenta, Questing New, Ópera Cômica e Mrs. Boss. Até perdedoras foram inscritas no clássico.
Tudo isso merece uma reflexão. Observa–se que tanto no Rio como em São Paulo (e também na Argentina) existe uma obsessiva busca de valorizar rapidamente potros e potrancas, oferecendo um número demasiado de provas clássicas. Isto, com certeza, está provocando desgaste prematuro, atingindo, principalmente, os possuidores de qualidades vislumbradas pelo pedigree (e tipo físico), que têm seu treinamento acelerado. Beneficiam–se criadores (totalmente merecedores) e vendedores de potros, enquanto são prejudicados o turfe (os páreos seletivos, com o agora comentado) e os produtos.
Não havendo a possibilidade de um tríplice coroado, uma vez que Real Secret foi retirado, o GP Jockey Club de São Paulo (GI) conseguiu ser pior ainda. Apenas um ganhador de Grupo III (na areia) entre os oito candidatos. Onde estarão os potros de 2 anos que “pintaram” craques? Trocando em miúdos, frustrante.
Já o GP Antônio Joaquim Peixoto de Castro Junior (GII), este ano em 2.400 metros, teve campo magnífico, digno de uma prova do Grupo I, sendo, do ponto de vista puramente técnico, a melhor carreira da semana.
O GP Presidente Antônio Correa Barbosa (GII) geralmente não tem grande valor seletivo, mas este ano conseguiu receber a inscrição de quatro ganhadores de grupo, o que valorizou o campo. O Clássico Presidente Mário Ribeiro Nunes Galvão (L) teve boas competidoras. Quase todas as concorrentes tinham vitória ou colocação clássica.
Próximas Atrações
Rio de Janeiro
No fim de semana será realizado na grama do Hipódromo da Gávea, o último clássico de Grupo I da temporada carioca, GP Linneo de Paula Machado (GI), também conhecido por Grande Criterium, em 2.000 metros, a mais importante prova, no Rio de Janeiro, para produtos de 3 anos no primeiro ano de campanha.
Outras carreiras do calendário clássico para o fim de semana são: a Prova Especial Dia das Crianças, para éguas de 3 anos e mais idade, em 1.500 metros, na areia, a Prova Especial African Boy, em 1.000 metros, e a Prova Especial Gustavo Philadelpho Azevedo, em 1.400 metros, ambas na grama, para produtos de 3 e mais idade.
São Paulo
Para o fim de semana está programado o Clássico Emerson (L), em 2.400 metros, que reunirá produtos de 3 anos, na grama.
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