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Colunista:

Provas de Grupo, por Ivamar
20/05/2009 - 10h27min

O GP São Paulo é de Flymetothemoon

Na grama do Hipódromo de Cidade Jardim, foi corrido o GP São Paulo (GI), reunindo alguns dos melhores cavalos de 3 anos e mais idade treinados no Brasil. Trata–se, como todos os turfistas sabem, mas nunca é demais repetir (inclusive para esclarecimento dos que estão se iniciando no nobre esporte), do correspondente paulista dos GPs Brasil, no Rio, Carlos Pellegrini, na Argentina, Arco do Triunfo, na França, King George VI e Queen Elizabeth Stakes, na Inglaterra etc, centros turfísticos onde a tradição ainda é respeitada. Assim, não poderiam deixar de ser na distância de 2.400 metros, clássica por excelência.

Confirmando ser um dos melhores da geração (e que seria rival certo no Latino–Americano caso não tivesse se acidentado), FLYMETOTHEMOON venceu de maneira mais do que convincente, derrotando seu habitual rival HOT SIX (Burooj) por quase um corpo. Foi emocionante a reta protagonizada pelos dois excelentes potros. Os demais, pelo menos no último domingo, foram meros coadjuvantes. QUADRIBALL (P.T.Indy),  NAPERON e RICH AND FAMOUS, filhos de Know Heights, completaram o marcador, muito positivo por sinal, considerando que só Naperon é mais velho, 6 anos. Os outros quatro têm 3 anos. Não houve vaga para os suplentes Roman Heights, Des Moines, Uatá e I Remember, retirados.

O vencedor, criação e propriedade do Haras Doce Vale, foi conduzido por Waldomiro Blandi, é treinado, no Rio de Janeiro, por Venâncio Nahid, e assinalou 2Â’26”911, na raia pesada. Em 10 atuações, conquistou quatro vitórias, duas de Grupo I.

Infelizmente já desaparecido, Roi Normand, pai do vencedor (e de Super Power, Riboletta, Redattore, Gibson, Éissoaí, Magnum Opus, Glaire, Naturista, Pototó, Ay Caramba etc), descende do fenômeno Phalaris, por via paterna, ramo de Native Dancer, que pode ser assim descrito: Phalaris, Sickle, Unbreakable, Polynesian, Native Dancer, Raise A Native, Exclusive Native, Roi Normand.

Onefortheroad (Ghadeer na clássica Court Lady), mãe de Flymetothemoon, foi das melhores de sua geração não importando o sexo, tendo vencido, entre outras provas, o GP Diana. Produziu também (com o mesmo Roi Normand) Ay Caramba e Éissoaí, ambos ganhadores de Grupo I. A esta linha materna pertencem, ainda, Piá–Vovô, Remember, Molengão, Double Trouble, Runforthedoe etc.

Na milha, êxito esperado de Kapo Di Tutti 

Ainda no domingo, o Hipódromo Paulistano foi palco da realização do GP Presidente da República (GI), em 1.600 metros, outra carreira também já tradicional que, normalmente, reúne os melhores gramáticos do Brasil na distância.

Após várias corridas muito boas, KAPO DI TUTTI (Redattore e GrannyÂ’s Pie, por Ghadeer), de 3 anos, finalmente conseguiu a consagração, vencendo com grande autoridade. A única fêmea do páreo, MARY RÊ (Ghadeer), de 4 anos, formou a dupla sem ameaçar o vencedor, mas também sem ser ameaçada pelo terceiro, OLYMPIC GATSBY (Roi Normand), da mesma idade do ganhador e que, de qualquer forma, agradou bastante. RESENDE (Belo Colony), de 4 anos, e IAMWHATIAM (Yagli), de 3, chegaram a seguir. Snack Bar voltou a correr pouco.

Kapo Di Tutti, criação e propriedade do Haras Mabruk, foi dirigido por Altair Domingos e é treinado por Sérgio Dorneles. O tempo de 1Â’34”581, para a turma, não foi o que se esperava.

Redattore, pai do vencedor, um dos melhores milheiros brasileiros de todos os tempos e já consagrado como garanhão (pai, também, entre outros, de Estrela do Oriente) em sua primeira geração, é mais um que pertence ao lineamento de Phalaris, ascendente de Sickle–Unbreakable–Polynesian–Native Dancer–Raise A Native–Exclusive Native, Roi Normand.

As fêmeas continuam prevalecendo

Também no Hipódromo de Cidade Jardim, mas no sábado, em linha reta (1.000 metros), foi disputado o importantíssimo GP Associação Brasileira de Criadores e Proprietários do Cavalo de Corrida (GI),  para produtos de 3 anos e mais idade.

E o resultado voltou a mostrar o que só não enxerga quem não quer. As éguas nada ficam a dever aos machos em distâncias curtas e, claro, por esta razão não precisam de clássicos reservados exclusivamente para elas. Está mais do que provado. Aqui estavam quatro fêmeas enfrentando cinco machos. E das quatro, uma ganhou o páreo, ÚLTIMA PALAVRA, de 3 anos, e duas das outras chegaram em terceiro e quinto.

Em ótima atuação, a pescoço da ganhadora, terminou JAGUARÃO (Golden Voyager), de 4 anos, que sempre chega prometendo para a próxima e mais uma vez obteve colocação importante em prova de grupo. CORES DO BRASIL (First American), da mesma idade da vencedora, foi muito bom terceiro, enquanto o favorito TALUDO (Music Prospector) e SICÍLIA (Torrential), ambos de 4 anos, completavam o placar.

Última Palavra, criação do Haras Pirassununga e propriedade do Haras Tango, foi pilotada por Vagner Leal e é treinada por José Henrique. O quilômetro foi percorrido em 56”540, na grama pesada. Foi a segunda vitória em prova de grupo. Sua campanha é excelente: seis vitórias e outras tantas colocações, em 13 apresentações.

Dodge, pai da ganhadora, notabilizado pela produção de um sem–número de velocistas de primeira grandeza (Last Love, Old Dodge, Omaggio etc), também é descendente do fenomenal Phalaris, pelo ramo de Native Dancer. Assim se vê a linha paterna da ganhadora: Dodge–Mr.Prospector–Raise A Native–Native Dancer–Polynesian–Unbreakable–Sickle–Phalaris.

A mãe de Última Palavra, Uberaba Fighter (Irish Fighter), é irmã inteira de Ojeada Fighter, por sua vez mãe de Old Dodge. Estes dois últimos ganharam importantes páreos, inclusive do Grupo I.

Spring Love confirma evolução tardia

Ainda no sábado, na grama de Cidade Jardim, foi corrido o GP Organização Sul–Americana de Fomento ao Puro–Sangue de Corridas–OSAF (GI), em 2.000 metros, para éguas de 3 anos e mais.

Entrando para o rol das melhores corredoras do Brasil, no momento, SPRING LOVE conseguiu expressivo êxito. Trata–se de ótima égua que só agora, quase aos 5 anos, passou a ter merecido lugar de destaque. Esteve entre as primeiras até a reta, passou para a ponta nos 500 finais e resistiu à atropelada de FÚRIA OLÍMPICA (Astor Place), também de 4 anos, que obteve mais uma expressiva colocação clássica. As 3 anos URSULAÂ’S HOME (Torrential), LAST BET (Know Heights) e INTEGRAL (Uapybo) completaram o marcador, não muito longe. Estrela Anki, Ecoute Moi e Hémérocalle decepcionaram. Não correu Nobody Knows.

Spring Love, criação e propriedade do Haras Santa Rita da Serra, foi conduzida por Ivaldo Santana e é treinada, no Rio de Janeiro, por Fabrício Borges. Tempo para os dois quilômetros, na pista pesada: 2Â’02”109.

Bonapartiste, pai da ganhadora, é mais um descendente de Phalaris, por um ramo cada vez mais ausente das linhas altas da criação brasileira, o de Nasrullah. Assim pode ser descrito esse lineamento: Bonapartiste, Kendor, Kenmare, Kalamoun, Zeddaan, Grey Sovereign, Nasrullah, Nearco, Pharos, Phalaris.

A linha materna da ganhadora é bem característica do Haras Santa Rita da Serra. Sua mãe, Jingle Bells, é filha de Aksar em mãe Effervescing. Revless, sua terceira mãe foi esplêndida ganhadora clássica em São Paulo.

Too Friendly, o mais convincente de todo o festival

Domingo, foi realizado no Hipódromo Paulistano o GP Juliano Martins (GI), em 1.600 metros, para potros e potrancas de 2 anos, outrora conhecido como Seleção de Produtos.

A vitória, de ponta a ponta, terminou com TOO FRIENDLY (Signal Tap e Jour de France, por Tokatee na clássica de Grupo I Unifrance) que, mostrando perfeita adaptação à grama, assumiu a liderança da turma paulista, em páreo onde Indomito e Jardim perderam a invencibilidade. Também surpreendendo, LUTHER (Fantastic Dancer) foi excelente segundo lugar, e VESUVEDA (Thignon Lafré), o terceiro. TOMMASI (Wild Event) e GULF NEWS (Magical Mile), a seguir. Do primeiro ao oitavo, menos de cinco corpos. Odak teve problemas na entrada da reta, e Tick Tock não correu.

Too Friendly, criação e propriedade do Haras Santa Maria de Araras, foi dirigido por Carlos Lavor e é treinado, no Paraná, por Luiz Roberto Feltran. Tempo excelente: 1Â’33”983, na pista pesada, melhor do que o assinalado pelos mais velhos no GP Presidente da República.

Signal Tap, pai do vencedor e que em suas duas primeiras fornadas brasileiras já disse ao que veio (é pai, entre outros, de Snack Bar), pertence à linha paterna de Phalaris, assim: Phalaris, Sickle, Unbreakable, Polynesian, Native Dancer, Raise A Native, Mr. Prospector, Fappiano, Signal Tap.

A linha materna do ganhador é, sem dúvida, umas das mais expressivas da criação brasileira. Remonta à Allegresse e a ela pertencem entre outros, Country Baby, El Paso, Fool Around, So Beauty, Above The Sky, Rising Fever, Giruá, Hobnot, Right Line etc.

Na areia, destaque de Recompensado

Na segunda–feira, em Cidade Jardim, foi disputado o Clássico Delegações Turfísticas (L), em 2.000 metros, a principal carreira da festa paulista programada para a areia.

Avançando no meio da reta oposta para decidir, prematuramente, a carreira, o 4 anos  RECOMPENSADO (Sagamix e Naturalitá, por Jules) deu um verdadeiro vareio nos adversários, mostrando que daqui para a frente será dos mais fortes nomes entre os arenáticos brasileiros. Na dupla, a vários corpos, terminou a 3 anos NOTÁVEL SUREÑA (Redattore). Muito distantes, CHOPTANK (Burooj), de 3 anos, o favorito FOREVER FRIENDS (Roi Normand), de 6 anos, e QUARTA CORDA (Astor Place), de 3, nas restantes posições do marcador. Alucard não correu.

O ganhador, criação do Haras Santa Maria de Araras e propriedade do Stud F.B.L., foi pilotado por Vagner Leal, é treinado por Amazílio Magalhães Filho e assinalou 2Â’03”963, na pista macia.

Ocho El Negro dividiu a raia

Os fundistas estiveram em ação, domingo, nos 3.218 metros do Clássico Adil (L),  para produtos de 3 anos e mais, na grama de Cidade Jardim.

Vitória extraordinariamente fácil de OCHO EL NEGRO (Ski Champ e Mucca Mia, por SunnyÂ’s Halo), de 6 anos, o único na carreira com vitória em Grupo I. Venceu por aproximadamente sete corpos, sem dar oportunidade aos rivais de se aproximarem. Em bom segundo, KI DON JUAN (First American), de 5 anos. I REMEMBER (Sagamix) e BUNDESLIGA (Rêve Doré), ambos de 4 anos, foram inexpressivos terceiro e quarto, enquanto LEPPARD (Clackson), de 5, chegou em melancólico último lugar, muito longe. Não correram Filippio e Tahnash.

Ocho El Negro, criação do Haras Cifra e propriedade do Stud Luiz Omar, foi dirigido por Altair Domingos e é treinado por Lucas Quintana. Tempo: 3Â’24”759, na pista pesada.

Power Mix  atropela e vence

Sempre em Cidade Jardim, domingo foi realizada, na grama, a Prova Especial Clackson, em 2.400 metros, para produtos de 3 anos e mais idade.

Páreo numeroso, onde o equilíbrio era a tônica. O triunfo, muito firme, terminou com o 4 anos POWER MIX (Sagamix e Plentyoftimetowin, por Storm Bird), que se destacou após a entrada da reta e resistiu à atropelada de LIGNONÂ’S HERO (Crimson Tide), de 3 anos, ótimo segundo. GALOPE FORTE (Roi Normand), de 4 anos, ROMAN HEIGHTS (Know Heights), de 3, e ILANO (Fantastic Dancer), de 5, a seguir. Ness Monster não correu.

Power Mix, criação do Haras Ponta Porã e propriedade do Stud Palura, foi conduzido por Nelito Cunha, é treinado por Luiz Carlos Soares e assinalou 2Â’27”511, na pista pesada.

Saberete, em reta sensacional

Domingo, na grama de Cidade Jardim, aconteceu a Prova Especial Quartier Latin, consolação da Milha Internacional.

Vitória terminou do 3 anos SABERETE (Wild Event e Lizzy Girl, por Lode), que vencera, até aqui, apenas dois páreos comuns, em oito apresentações. Derrotou SENHOR EXTRA (Spring Halo), um ano mais velho, por diferença mínima. CUBBERLEY (Yagli), de 3 anos, foi terceiro, enquanto VIOLIN DEL BARRIO (Pleasant Variety), também de 3, e LIGHT BLUE (Impression), de 4, empataram em quarto. Não correu Gianesi.

Saberete, criação do Haras Santa Maria de Araras e propriedade do Stud Tetê e Beto, foi dirigido por Carlos Lavor, é treinado por Valter dos Santos Lopes e assinalou 1Â’34”559, na pista pesada, um pouco melhor do que o de Kapo di Tutti.

Índio Veloz ganha com autoridade

Sábado, no mesmo hipódromo, aconteceu a Prova Especial Depressa, grama, consolação do Quilômetro Internacional

Prevaleceu o 4 anos ÍNDIO VELOZ (Gault–Millau e Cebadilla, por Fast Gold). Largando por dentro, como acontecera com Última Palavra, trouxe expressiva aceleração nos metros finais, ganhando com autoridade, por quase dois corpos.  Em bom segundo, a fêmea VIRGIN (Special Nash), de 3 anos, deixando em terceiro e quarto, HERÓI DE BIRIGUI (Banking), de 3 anos, e outra potranca, UNGARO (Music Prospector), completando o marcador, perto, PUTÂ’S GRILO (Romarin), da mesma idade do ganhador.

Índio Veloz, criação do Haras Santa Amélia e propriedade de Antônio César Monteiro, foi pilotado por Francisco Leandro, é treinado, em São Vicente, por Antônio Monteiro, e marcou 57”061, na pista pesada.

Donna Greta, com autoridade

Ainda no Hipódromo Paulistano, sábado aconteceu a Prova Especial Off The Way, em 2.000 metros, grama, para éguas de 3 anos e mais idade, consolação do OSAF.

Domínio de DONNA GRETA (Astor Place e Donna Agata, por Choctaw Ridge), de 3 anos, que alcançou a favorita SAVOIR FAIRE (Know Heights), um ano mais velha, deixando–a a um corpo. Em ótimos terceiro e quarto, SAGARANA (Nedawi), de 3 anos, e CRY HELP (Or Et Bleu), de 4. COINTREAU (Astor Place), de 3 anos, responsável pelo ritmo da carreira, a seguir. Da primeira à quinta, pouco mais de dois corpos. Não correu Make Merry.

Donna Greta, criação do Haras San Francesco e propriedade do Stud Maggiore, foi conduzida por Waldomiro Blandi, é treinada, assim como a segunda colocada, por Eduardo Garcia, e assinalou 2Â’01”596, na grama pesada, muito bom, melhor do que o registrado no OSAF.

Avaliação das provas clássicas

O GP São Paulo deixou de contar, por motivos diversos, com a presença de alguns ótimos corredores brasileiros, como Sorrentino, Negro da Gaita, Quick Road e Quatro Mares, mas mesmo assim teve campo bem expressivo. Entre os 18 concorrentes, 13 ganhadores de grupo.

Já o GP Presidente da República (GI) teve apenas seis ganhadores de grupo, entre os 16 inscritos. Era para ser melhor. Chega–se à conclusão de que não é muito brilhante a representação de milheiros no Brasil, atualmente. Não contou com nenhum estrangeiro.

Tendo em vista as poucas provas de grupo existentes para velocistas no Brasil, deve ser considerado de muito boa qualidade o campo do GP Associação Brasileira de Criadores e Proprietários do Cavalo de Corrida (GI). Afinal, dos nove concorrentes (nenhum estrangeiro), seis tinham vitória em prova de grupo ou Listed Race. E para que o campo pudesse ser perfeito, tecnicamente, só faltaram as éguas Requebra e Special Class.

O GP Organização Sul–Americana de Fomento ao Puro–Sangue de Corridas–OSAF (GI) contou com 17 candidatas, nove com vitória em prova de grupo ou Listed Race. Podia ser melhor.

O Clássico Adil (L), para os fundistas, teve campo muito fraco, valorizado apenas pela inscrição de Ocho El Negro, e o Clássico Delegações Turfísticas (L) um aspecto semelhante.

Próximas atrações

São Paulo

Em Cidade Jardim, depois de uma semana expressiva em termos turfísticos, apenas três provas especiais para 2 anos: “Dulce”, para fêmeas, em 1.600 metros, grama, e as outras duas, uma para potros, “Jayme Torres”, e outra para potrancas, “Joaquim da Cunha Bueno”, em 1.400 metros, mesma raia, mas com duas restrições que certamente as tornarão desinteressantes e fraquíssimas do ponto de vista técnico (o que pode ser comprovado ao se observar o seu histórico): nelas só podem ser inscritos inéditos e nacionais.

Rio de Janeiro

No fim de semana, a nova geração estará em ação no Hipódromo da Gávea, em dois compromissos, a Prova Especial Jockey Club do Paraná, em 1.300 metros, areia, para fêmeas, e a Prova Especial Jockey Club do Rio Grande do Sul, para machos, nas mesmas pista e distância.



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