Colunista:
Notícias da Semana, por Sérgio T. Gonçalves 08/04/2009 - 09h13min
Crise à vista?
Quem assistiu, como eu, às corridas na Gávea desde o final dos anos 40, quem viu craques, nacionais ou não, desfilando no Hipódromo Brasileiro, idealizado pelo eterno Linneo de Paula Machado, quem se entusiasmou com atuações de um Rigoni, Ulloa, Marchant, Leguisamo, Irigoyen, entre outros, sente a saudade a lhe apertar o coração. Juvenal parou de montar, Ricardinho trocou o nosso turfe pelo argentino. Mais saudades.
O que pensam os dirigentes atuais do Jockey Club Brasileiro quando entram no outrora lindo hipódromo? Acho que se sentem sozinhos. Não há entusiasmo, as emoções deram lugar ao silêncio. O que pensam quando olham para as tribunas vazias? O que pensam quando passam os olhos pelos jornais e nada, ou quase nada, leem sobre o turfe, esporte dos mais fortes há alguns anos, hoje relegado a segundo plano?
Vou deixar um pouco de lado o jogo, os movimentos de apostas na Gávea, fracos, às vezes ridículos, com ou sem simulcasting, com chuva ou sol. Vou deixar de lado os constantes atrasos nos horários, um desrespeito aos que apostam, atrasos também verificados em Cidade Jardim, principalmente, Cristal, Campos, Tarumã.
Prefiro abordar o que ouvi e li e que pode levar a uma crise no turfe carioca. Amanhã, quarta–feira, dia 8, às 18 horas, no Sindicato dos Bancários, funcionários do JCB, insatisfeitos com propostas e atitudes da entidade, estarão participando de assembléia para deliberar sobre o direito de greve e votação visando à paralisação dos serviços, de forma legal.
Espero, considerando que adoro corridas de cavalos, que os problemas sejam resolvidos sem prejudicar o andamento das programações no Hipódromo da Gávea. Na minha opinião, o turfe é mais do que um esporte, é uma paixão. Não há dúvida, ele passa por momentos difíceis. Que a escuridão que se vê no horizonte, como em um toque de mágica se transforme em um raio de luz esplendoroso, levando–o a reviver as glórias de um passado distante. Linneo, o grande Linneo, que nos deixou nos anos 40, ficaria feliz.
O retorno da grama
Após uma reforma de praticamente seis meses, a PISTA DE GRAMA da Gávea, submetida a teste, na última semana, foi aprovada, tanto que será utilizada oficialmente, desde que o tempo permita, no sexto páreo da corrida de domingo. Torço para que nada de anormal ocorra. A grama, passando a fazer parte novamente das programações, certamente lhes dará mais brilho, especialmente em clássicos de maior expressão. E sem dúvida poderá levar a melhores movimentos de apostas.
Próximas atrações
Na quinta–feira, corridas no Cristal, em Porto Alegre. No dia seguinte, respeito à Sexta–Feira Santa. Os portões da Gávea serão abertos sábado, domingo e segunda–feira, para carreiras em simulcasting com Cidade Jardim.
Punições
A Comissão de Corridas do Jockey Club Brasileiro estendeu em 180 dias a suspensão aplicada em 9 de janeiro passado ao treinador M. R. LOPES, de Carmenere, pela terceira reincidência nos últimos 5 anos, em casos de medicação proibida. Por ser reincidente duas vezes, no mesmo período, a pena do treinador A. LOBO, de Notondo, também por doping, foi aumentada em 90 dias. E J.B. NOGUEIRA, também treinador e responsável por Fahim Uol, teve a suspensão aumentada em um mês, por ser também reincidente em aplicação de medicação proibida.
Outra suspensão
O treinador S.B. SILVA, de Ke–Aguerrido, foi punido de 14 deste mês a 13 de maio, pela CC carioca, por diversidade de atuação.
Finais...
ALEX MOTA, um dos melhores jóqueis brasileiros dos últimos tempos, retornou à profissão após longo tempo, obtendo uma vitória no Hipódromo de Campos, sexta–feira, 3 deste mês. Segundo o programa, montou com 61 quilos, mas dizem que estava um pouco mais pesado. Que vença a luta contra a balança e retorne à Gávea com o peso ideal. Será mais uma atração.
Ainda sobre CAMPOS, a movimento de apostas pode ser considerado bom: R$ 139 mil, em 10 páreos, praticamente o mesmo registrado na corrida do Tarumã, numa programação com 11 carreiras.
Na sexta–feira da próxima semana, 17, acontecerá no Tarumã a prova final da Tríplice Coroa paranaense. VITALINO MESTRE é candidato ao titulo.
MARCOS MAZINI, líder disparado da estatística de jóqueis na Gávea, está com 202 vitórias, contra 135 de Carlos Lavor, o segundo. Tem praticamente assegurado o bicampeonato. O mesmo acontece com JULIO CEZAR SAMPAIO entre os treinadores. Soma 98 êxitos, enquanto Victor Paim, o segundo, está com 61.
O fenômeno JORGE RICARDO, que se recupera de queda no Latino–Americano, disputado em Cidade Jardim, esteve nesta segunda, 6, na Gávea, revendo amigos. Possivelmente retornará ainda esta semana a Buenos Aires.
[ Escolher outro colunista ]
|