Turfe em decadência

Que o TURFE BRASILEIRO, de um modo geral, passa por uma crise sem precedentes, todos que o amam sabem. Os que apenas jogam, não se importam. O Hipódromo Brasileiro, para servir de exemplo, não é mais aquele das décadas de 40, 50 e 60, principalmente.  Abandonado, tribunas vazias, corridas sem atrações, é o retrato do turfe nacional.

O colunista, que começou a assistir a corridas em 1947, aproximadamente, sente profunda tristeza com o que vê. A saudade dos grandes espetáculos toca fundo no coração. Não me cabe, pelo menos no momento, criticar ninguém. Contra fatos, porém, não há argumentos. As apostas estão caindo, e de maneira acentuada. A corrida de domingo, 15 de fevereiro, quase entra para a História do JCB, pela porta dos fundos: 10 páreos disputados, um favorito, apenas, ganhador. Amigos meus, e eu os tenho em bom número, trocaram as corridas de cavalos por outros esportes, além do futebol: vôlei de quadra, de praia, basquete, automobilismo, tênis etc.

À espera da volta da pista de grama, que pode concorrer para um aumento nas apostas, acompanho, por obrigação, as jornadas da Gávea, de Cidade Jardim, do Tarumã, do Cristal, até de São Vicente e de Campos. Chegam a dar sono, cansam, irritam. 
       
A programação de sexta–feira, 13, no Tarumã, em Curitiba, até que teve momentos de emoção com a vitória de Vitalino Mestre na primeira prova da Tríplice Coroa local, em tempo igual ao recorde de Nelore Porã (99s1 para a milha, na areia pesada). O que dizer, no entanto, de um simulcasting envolvendo Gávea e o mais importante hipódromo paranaense, com 20 páreos e movimento de R$ 703 mil, Lamentável, não?

Veio o sábado e o total de jogo (Gávea/Cidade Jardim) não passou de R$ 929 mil, assim mesmo graças aos R$ 262 mil apostados nas corridas realizadas no Hipódromo Paulistano. Domingo, então, uma decepção com os R$ 868 mil apurados. Para completar, na segunda–feira, apenas R$ 909 mil no simulcasting Gávea/Cidade Jardim, os centros turfísticos de maior expressão em nosso país. Dá vontade de chorar!

Aproveito para fazer uma pergunta aos dirigentes do Jockey Club Brasileiro: em março, todas as provas do calendário clássico serão realizadas na areia, pelo menos até o dia 28. E os GPs Francisco Eduardo de Paula Machado e Diana, segundas provas das Tríplices Coroas de produtos e de potrancas, dia 29? Areia ou grama? A pergunta tem sentido: a pista em que os dois GPs serão disputados não consta da tabela da programação. Durma–se com um barulho desses...

Mazini, um novo ídolo?

Jorge Ricardo, o fenômeno, recordista mundial de vitórias, em meados de 2006 trocou o nosso turfe pelo argentino, mais adiantado que o brasileiro. E só faz ganhar em Palermo, San Isidro e La Plata, para alegria do turfista argentino, que gosta como poucos de corridas de cavalos. Quem será o substituto do extraordinário bridão? Difícil dizer. A verdade, porém, é que o turfe brasileiro tem excelentes jóqueis, especialmente aqui na Gávea e no Hipódromo Paulistano.

E um deles começa a se destacar, unindo competência e muita energia. Refiro–me ao jovem MARCOS MAZINI, um ídolo em formação. Mazini tem dado aulas e obtido inúmeros êxitos, que dele fazem líder destacado na estatística do Hipódromo Brasileiro. Nas últimas reuniões conquistou oito triunfos e disparou na primeira colocação, caminhando rapidamente para o bi. No momento, soma 174 vitórias, contra 127 de Carlos Lavor, o segundo colocado. Agora é torcer para que MM vença a luta contra a balança e evolua tecnicamente. Ele tem tudo para ser, em definitivo, uma das maiores atrações nos programas do outrora lindo Hipódromo da Gávea.

Entre os treinadores, o excelente JULIO CEZAR SAMPAIO também caminha para o bicampeonato. Tem 79 triunfos, enquanto o segundo, Victor Paim, cumprindo suspensão, está com  56. 

Três programas

Esta semana, apenas três corridas serão realizadas no Hipódromo da Gávea: quinta, sexta e sábado de carnaval, cada uma com 10 páreos. Na de quinta, início às 18 horas e 15 minutos; na de sexta, o festival começa às 17 horas; e na de sábado, o primeiro páreo deverá ser disputado às 14 horas e 45 minutos. Teremos simulcasting com o Cristal na quinta, no dia seguinte com Campos, e sábado com Cidade Jardim.

Santa Ana

O SANTA ANA DO RIO GRANDE brilhou nas últimas reuniões da Gávea. De seus campos saíram três vencedores. O haras da família Fragoso Pires, porém, brilhou também como criador fora do país, mais precisamente em Clairwood, África do Sul, através de GILMORE GIRL, de 3 anos, filha de Roi Normand e Isola Lady, por Ghadeer. Ganhou em 1.900 metros, grama.

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