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Colunista:

Provas de Grupo, por Ivamar
11/02/2009 - 01h01min

Quick Road fracassa, vence Quadriball

Sábado, o Jockey Club de São Paulo realizou no seu Hipódromo de Cidade Jardim o importante GP Linneo de Paula Machado (GIII), para produtos de 3 anos e mais idade.

Por que importante? Em 2.000 metros e na grama, é um páreo que, na data em que é disputado, automaticamente serve como teste (e, se necessário, como seletivo) para o internacional Clássico Associação Latino–Americana de Jockeys Clubes. Quase tão importante quanto um páreo de Grupo I, deveria pela lógica, ser do Grupo II. Ou não?

Para a cátedra, resultado desconcertante. Debaixo de chuva torrencial, a visibilidade do páreo foi nula e os turfistas ficaram sem saber o que aconteceu na maior parte. Na altura dos 400 metros finais, apareceu o 3 anos QUADRIBALL (P.T. Indy e Cryptocristalline, por Cryptoclearance) na vanguarda, destacando–se cada vez mais. O estilo de seu triunfo, considerando que em 14 apresentações ganhara apenas dois páreos comuns, foi inacreditável. Diante de um potro que vence por quase 17 corpos, o que dizer dos demais? Outro 3 anos, AGASIAS (Fahim), foi bom segundo. PRÍNCIPE DOS MARES (Vettori), de 4 anos, ELÉTRICO (Bonapartiste), de 3, e NAPERON (Know Heights), de 6, completaram o marcador. O jóquei do terceiro reclamou do jóquei do segundo, mas o páreo foi confirmado. Quick Road, Biólogo, Nítido e mesmo Naperon não correram de acordo com suas campanhas, principalmente o primeiro.

O ganhador, criação do Haras Ponta Porã e propriedade do Stud F.B.L., foi dirigido por Bruno Reis e apresentado por Rodrigo Magalhães (responsável também pelos terceiro e quarto). O tempo não foi cronometrado.

Ptgualicho em mais uma vitória

Domingo, no Hipódromo da Gávea, Rio de Janeiro, foi realizado o  Clássico Luiz Rigoni (L), na areia, para produtos de 3 anos e mais idade.

A fácil vitória, conquistada por mais de seis corpos, terminou com PTGUALICHO (P.T. Indy e Essência Negra, por Pass The Word), de 4 anos. Lutando pelas segunda, terceira e quarta colocações, THAT SUMMER (Dancer Man), também de 4, ÔNIBUS ESPACIAL (Exile King) e BLUE ELF (Choctaw Ridge), de 5, que chegaram na ordem acima. Muito longe, SENHOR KIROV (Spring Halo), de 3 anos, completou o marcador.

Ptgualicho, criação do Haras Ponta Porã e propriedade do Stud Palura, foi conduzido por Bruno Reis e apresentado por Severino Borges da Silva. Os 1.500 metros foram percorridos em 1Â’32”70, na pista macia.

Entre os potros, Indômito

Voltando ao Hipódromo de Cidade Jardim, no domingo o melhor páreo foi o Clássico Presidente Herculano de Freitas (L). Inexplicavelmente, no primeiro fim de semana do ano, páreo semelhante, para potros de 2 anos (só que inéditos), na grama e nos mesmos 1.000 metros, recebeu 27 inscrições. Agora, apenas cinco.

Fortes chuvas intensas forçaram a transferência do páreo para a areia e a distância para 1.100 metros. E aí, a fácil vitória de INDÔMITO (Red Runner e Recall Box, por Emmson) que permaneceu invicto. A três corpos, TENENTE DODGE (Dodge) foi bom segundo. Os demais não impressionaram. TOMMASI (Wild Event), BELLO RUNNER (Red Runner) e BOTÃO DE OURO (Mark of Esteem) completaram o marcador. Indômito, criação do Haras J.B.Barros e propriedade do Stud Mandrake, foi pilotado por Altair Domingos e é treinado, no Paraná, por Ivo Oliveira. Tempo na pista encharcada: 1Â’03”540. Tenente Dodge sentiu um dos anteriores.
 
Seu Nicão divide a raia, novamente

Potros de 2 anos, sábado, na Gávea, disputaram o Clássico Hernani Azevedo Silva (L), em 1.200 metros. Obrigatório, pelo Código Nacional de Corridas, apesar de só ter recebido três inscrições.

De ponta a ponta, vitória de SEU NICÃO (Notation e Cacique Bar, por Punk), que voltou a fazer valer suas ligeireza e precocidade. Na dupla, a vários corpos, THATÂ’S NOW (First American) que, por sua vez,  chegou alguns corpos à frente de URANUS (Mensageiro Alado).

O ganhador, criação do Haras das Estrelas e propriedade do Stud Meio–Século, foi pilotado por Tiago Josué Pereira, apresentado por Severino Borges da Silva e assinalou 1Â’13”41, na areia leve. Um bom tempo.

True Classic continua invicta

Ainda no sábado, as fêmeas da nova geração também tiveram sua prova nobre para correr, no Hipódromo da Gávea. Foi no Clássico Ministério da Agricultura (L), em 1.200 metros, areia.

Em se tratando de potrancas de 2 anos, no mês de fevereiro também quase nada a ser dito. E também não contou com o interesse de muitos proprietários, assim como aconteceu com o páreo de potros, provavelmente por causa da pista de areia. Qualquer apreciação mais profunda, nesta época, será sem dúvida precipitada. Estão todas ainda muito verdes (assim como os potros).

O fácil triunfo, conquistado de ponta a ponta,  terminou com TRUE CLASSIC (True Confidence e Classic Halo, por Southern Halo). A quase seis corpos, DEAREST NATIVITY (Forever Buck) formou a dupla, em boa atuação. Afastadas, ÓPERA CÔMICA (Giant Gentleman) e DESEJADA NORMAND (Roi Normand) terminaram em terceiro e quarto, e em último longe, a estreante FIRST–RATE (Arambaré). Correram cinco.
 
True Classic, criação do Haras Campestre e propriedade do Stud Alvarenga, foi dirigida por Marcos Mazini e é treinada por Julio Cezar Sampaio. Os 1.200 metros foram percorridos em 1Â’13”, na pista leve, bom tempo para a turma.

Hot Six e Flymetothemoon devem representar o Rio no Latino

Em consequência do fechamento para reforma da pista de grama do Hipódromo da Gávea, no Jockey Club de São Paulo foi realizado, sábado, um páreo carioca, intitulado prova seletiva para o GP Associação Latino–Americano de Jockey Clubs, em 2.000 metros.

Apesar de reunir alguns dos melhores cavalos treinados no Rio, cavalos que, por suas categorias, normalmente só deveriam correr provas de grupo, ela não passa de um páreo comum. Mesmo considerando que este ano não seria possível fazer realizar o GP Presidente Arthur da Costa e Silva (GIII), na grama, a solução encontrada parece discutível. Por que o clássico–teste (ou preparatório, como é indevidamente chamado) precisa ser,  obrigatoriamente, na grama? No Uruguai e no Peru, por exemplo, a seletiva não precisa. Uma viagem Rio/São Paulo/Rio é sempre desgastante e a obrigatoriedade de correr um páreo sem maior importância pode macular a campanha dos craques em caso de fracasso.

Os dois primeiros, na ordem, de 3 anos, foram HOT SIX (Burooj e Babysix, por With Approval) e FLYMETOTHEMOON (Roi Normand), que decidiram a carreira nos metros finais, com pescoço de vantagem para aquele. Em terceiro, o 4 anos DES MOINES (Arambaré), que chegou a aproximadamente quatro corpos. TIME FOR FUN (Yagli), também de 4, e LIGNONÂ’S HERO (Crimson Tide), da mesma idade dos dois primeiros, completaram o marcador, próximos do terceiro.

O ganhador, criação do Haras J.B.Barros e propriedade do Stud Estrela Energia, foi conduzido por Altair Domingos, é treinado, no Rio de Janeiro, por Givanildo Duarte e assinalou 2Â’02”30, na pista pesada.

Avaliação das provas clássicas

Como era de se esperar, o GP Linneo de Paula Machado (GIII) foi um páreo de grande expressão. Com exceção de Top Hat, reuniu o que há de melhor em matéria de corredores treinados em São Paulo e no Paraná. Mesmo assim, não é classificado como Grupo II.

O Clássico Luiz Rigoni (L), para produtos de 3 anos e mais idade, correspondeu à sua grupagem. Três concorrentes com vitória clássica, inclusive um de Grupo I.

As provas listed para a nova geração, tanto as do Rio quanto a de São Paulo, não podem ser levadas em consideração. A imaturidade do potros torna extremamente frágil o aspecto técnico das carreiras. Antes de março não se pode afirmar que este ou aquele 2 anos é líder.

Considerações sobre as temporadas clássicas

Conhecidas as temporadas clássicas, ficam os turfistas munidos de elementos para avaliar as grandes carreiras previstas para o ano de 2009 no turfe brasileiro.

Pontos positivos:

1 – Foi criada, finalmente, uma prova de grupo para os velocistas arenáticos, a primeira no Brasil. Isto aconteceu no calendário clássico carioca, onde o GP Nestor Jost (GIII) foi usado para preencher a lacuna.

2 – Foram instituídos dois meetings no Rio de Janeiro: um quando da realização do GP Brasil (copiando, em boa hora, o de São Paulo, cuja criação foi, aliás, muito bem–sucedida) e outro quando do GP Cruzeiro do Sul (meeting que poderia ser só para os 3 anos).

3 – Valorização, no Rio de Janeiro, dos cavalos e éguas de mais de 4 anos no segundo semestre, através de dois campeonatos específicos.

Pontos negativos:

1 – Continua altamente discutível a hierarquia dos clássicos (dos Grupos II e III). Os turfistas estudiosos (e que não têm nenhum interesse, a não ser a grandeza do turfe) ficam sem entender o porquê de várias provas classificadas como de Grupo III não serem promovidas, embora, ano após ano, recebam campos mais fortes (às vezes, muito mais fortes) do que provas de Grupo II.

2 – Proximidade dos GPs São Paulo e Cruzeiro do Sul, fato que sempre prejudica, tecnicamente, a prova carioca.

3 – No Rio, proximidade dos GPs Marciano de Aguiar Moreira e Oswaldo Aranha. Os dois, em 2.400 metros, na grama, estão programados para o mês de novembro, sendo oportuno observar que não existe, no primeiro semestre, nenhuma prova de grupo para as melhores éguas (4 anos e mais idade), nas pista e distância do GP Brasil.

4 – Haver um número excessivo de provas especiais, que em 90% dos casos se confundem com páreos comuns (de pesos especiais).

5 – Tanto em São Paulo quanto no Rio, os importantes testes para a Milha Internacional paulista, Quilômetro Internacional paulista e OSAF paulista não são de Grupo II, como seria lógico. E em São Paulo, também o clássico–teste (2.400 metros, grama) para o GP São Paulo, que reúne os melhores cavalos ali treinados e os testes paulistas para a semana do GP Brasil.

6 –  Haver no Rio um intervalo de oito meses nas provas de grupo para os velocistas gramáticos (de setembro a abril).

8 – Chamar as Tríplices Coroas de fêmeas de Tríplice Coroa de éguas, quando na verdade elas são Tríplice Coroas de potrancas (parágrafo 2° do artigo 35 do CNC).

9 – As datas dos grandes clássicos regionais, ao que tudo indica, continuarão a coincidir com o Derby Paulista (GP Bento Gonçalves, na mesma semana, e GP Paraná, três semanas após). Ou seja, jamaisa gaúchos e paranaenses verão os melhores cavalos treinados em Cidade Jardim viajarem ao Sul para abrilhantarem seus clássicos maiores, sendo claro que estou me referindo aos melhores e não a aventureiros que não conseguem chegar colocados nas provas de grupo de São Paulo e do Rio. Insisto que a tentativa para melhorar a qualidade dos campos das duas provas é fazê–las correr nos meses de janeiro, fevereiro, março, setembro ou outubro, evitando concorrência com os GPs Brasil, São Paulo, Cruzeiro do Sul, Derby Paulista ou Matias Machline (Copa ABCPCC).

Próximas atrações

Rio de Janeiro

No Rio, acontecerão o Clássico São Francisco Xavier (L), para produtos de 3 anos e mais idade, em 1.200 metros, e a Prova Especial Virginie, para éguas de 3 anos e mais idade, em 1.900 metros. Ambos na areia.

São Paulo

Fim de semana onde a atração programada, muito pobre, é a Prova Especial Quari Bravo, em 1.400 metros, grama, para produtos de 3 anos e mais idade.



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