Colunista:
Veterinária a galope, por Dr. Francisco Lança 13/11/2008 - 14h58min
CONDIÇÕES PRÉ–PARTO
Os fatores que podem interromper a gestação
podem ser de origem materna ou fetal (incluindo placenta). A gestação afetada por condições
que podem resultar na morte da égua ou feto é designada de alto risco. O melhor resultado
seria a sobrevivência de ambos, mas isto nem sempre é conseguido. Os procedimentos
terapêuticos para o grande número de afecções, variam de acordo com a condição específica,
desejo do proprietário e metas atingíveis para manutenção da gestação. No entanto, o
diagnóstico precoce continua sendo essencial para maiores taxas de
sucesso.
Causas de gestação de alto risco
Condições
maternas:
– Cólica – Endotoxemia – Hérnias internas – Distocias –
Má nutrição – Incapacidade uterina – Hipogalactia – Torção uterina –
Hiperlipemia
Condições do feto / recém–nascido
–
Placentite – Gêmeos – Gestação prolongada – Distocia por anormalidades fetais –
Anormalidades congênitas – Anormalidades umbilicais – Placenta
prévia
Identificação de alterações pré–parto
– Histórico: o
histórico reprodutivo da égua poderá ser de bastante valor. Caso tenham sido reportados
problemas anteriores como abortos, placentites potros pequenos ou nati–mortos, isto poderá
levar o veterinário a realizar uma prevenção durante toda a gestação. Também a determinação
de doenças adquiridas antes ou durante a gestação deverão ser relatadas, pois poderão causar
interrupção da gestação e levar a alterações de manejo para viabilizar o parto.
–
Exame físico: este exame deverá ser realizado por veterinário e deverá incluir exame corporal
geral e em especial a inspeção do trato reprodutivo para verificar conformação perineal,
presença de secreções vaginais anormais e palpação via retal do útero e exame
ultrassonográfico do mesmo para avaliar integridade placentária e fetal. No último mês de
gestação a cérvix se torna relaxada e a presença de secreção serosa (clara de ovo) é
considerada normal. Qualquer alteração neste aspecto é indício de infecção. As glândulas
mamárias deverão ser examinadas rotineiramente a partir do 7° mês, pois o seu desenvolvimento
precoce é indicativo de afecções placentárias, como descolamento ou infecção.
– Testes
laboratoriais: Os exames laboratoriais a serem realizados são os de rotina, como hemograma
completo e no caso de suspeita clínica, testes sorológicos, citologias e culturas para
identificação do agente acusador da afecção. A análise hormonal (progesterona) também poderá
ser útil em identificar se está acometida a placenta ou o feto. A aferição de minerais no
leite materno antes do parto também poderá predizer se o risco de perda é iminente ou se não
ocorreu ainda a maturação do feto.
Tratamento
– O tratamento é
baseado na afecção diagnosticada, tendo diretrizes diferenciadas para cada tipo de caso.
Basicamente é tentada a manutenção da gestação através de progestágenos, melhoradores
circulatórios, antibióticos e anti–inflamatórios. Em último caso, existe a opção da
indução do parto, na tentativa de salvar ou mãe ou feto, dependendo do
problema.
Prevenção
– Dentre as várias situações que poderão
ocorrer, algumas poderão ser evitadas ou minimizadas. Para tal é recomendado um
acompanhamento veterinário desde a cobertura e durante toda a gestação das éguas problema,
bem como de todo o plantel. As éguas deverão ser examinadas mensalmente para possível
diagnóstico precoce de alterações na gestação.
– Vacinação contra várias doenças,
principalmente Herpes virose, Influenza e Leptospirose.
– Utilizar práticas sanitárias
adequadas de manejo, como boa nutrição, rotação de pastagens e estipular sistema de
isolamento quando da entrada de novos animais na propriedade.
No próximo artigo
falaremos do parto e de suas possíveis complicações.
Dr Francisco Lança:
francisco@byvet.com.br
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