Colunista:
Provas de Grupo, por Ivamar 08/10/2008 - 09h10min
Bubbly Jane assume liderança
Sábado, um páreo absolutamente especial foi disputado na grama do Hipódromo de Cidade Jardim, São Paulo: o GP Diana (GI). É didático explicar sempre o porquê da sua condição de especial. Ele é o correspondente paulista do famoso Oaks inglês, ainda que em 2.000 metros, e não em 2.400. A importância do Oaks é ser o páreo que reúne as melhores da geração com 3 anos de idade, consagrando a ganhadora.
Deve–se dizer que o resultado da última etapa da Tríplice Coroa feminina de 2008, em São Paulo (sem candidata ao título), foi correto, visto que as três primeiras estavam altamente credenciadas a boas atuações. A ganhadora da segunda prova, BUBBLY JANE (que não correu no Barão de Piracicaba) venceu com firmeza, assumindo a liderança da turma no Brasil (considerando–se que as melhores cariocas estavam presentes). Em ótimos segundo e terceiro, SQUARE DANCE (Wild Event) e a ganhadora da primeira prova, TANTA HONRA (Crimson Tide). Esta talvez tenha sentido as três corridas seguidas com viagens, mas isso é apenas uma conjectura. AYAYA (Fahim) e INTEGRAL (Uapybo) completaram o marcador. Cores do Brasil voltou a correr pouco, assim como Lovely Lady e a até então invicta Ecoute Moi, embora esta tenha sido muito guerreada na primeira parte.
Bubbly Jane, criação e propriedade do Haras Interlagos, foi conduzida por João Moreira, apresentada por Felipe Nickel e assinalou 2Â’03”48, na pista de grama pesada. Correu seis vezes para vencer quatro, duas clássicas, valendo notar que tem, também, um bom segundo em Grupo I.
O pai da ganhadora, Yagli, vem se mostrando excelente garanhão. Com poucas gerações, já produziu vários ganhadores de bom padrão como Time For Fun, Jet, Bagpipe, Olympic City e Serial Winner. Esta linha paterna, que remonta ao maior chefe de raça de todos os tempos, Phalaris, através do ramo de Mr.Prospector, um dos mais bem–sucedidos do mundo, pode ser assim descrita: Yagli, Jade Hunter, Mr.Prospector, Raise A Native, Native Dancer, Polynesian, Unbreakable, Sickle, Phalaris.
A mãe de Bubbly Jane, Built To Last (Knifebox), foi vencedora dos GPs Presidente Sílvio Alvares Penteado e Jockey Club Brasileiro, ambos do Grupo III. Da mesma forma, sua avó, Bucareli (Egoísmo), também venceu provas de grupo, a saber: Presidente Antônio Teixeira de Assumpção Neto (GII), Presidente Sílvio Álvares Penteado (GIII), Associação Latino–americana de Jockey Clubs (GIII) e COPA ANPC–Éguas.
Sorrentino confirma: é o líder da geração
Ainda no sábado no Hipódromo de Cidade Jardim, os turfistas brasileiros assistiram, também, à segunda prova da quádrupla Coroa, o GP Jockey Club de São Paulo (GI), em 2.000 metros, grama, mais um páreo de grande importância para a geração de 3 anos.
Dando outra demonstração de inegável capacidade locomotora, SORRENTINO venceu de maneira insofismável, confirmando ser o melhor 3 anos do Brasil. Nesta terceira vitória em prova do Grupo I, derrotou NUESTRO HERMANO (Roi Normand) por quase três corpos, em magnífica exibição, mostrando que, nada ocorrendo de anormal, será tríplice coroado. Um pouco afastados, ÂNGULO CERTO (Public Purse), RICH AND FAMOUS (Know Heights) e REG RED (Redattore) completaram o marcador, este correndo um pouco menos do que o esperado. Skypilot, infelizmente, não foi o mesmo, mostrando que não gostou da distância ou está precisando de um descanso.
Sorrentino, criação do Haras Santa Maria de Araras e treinamento de Luiz Roberto Feltran, no Paraná, é de propriedade de José Cid Campelo Filho e Carlos Roberto Fernandes e teve a direção de José Aparecido. Registrou 2Â’02”03, na pista pesada.
Wild Event, pai do ganhador, figura, atualmente, entre os melhores garanhões em serviço no Brasil, bastando, para comprovar esta afirmação, citar alguns de seus filhos: Eu Também, Que Fuerza, Double Trouble, Fluke etc. Mais uma linha alta descendente de Phalaris, da seguinte maneira: Wild Event, Wild Again, Icecapade, Nearctic, Nearco, Pharos e Phalaris. Bukebele (Punk), mãe de Sorrentino, venceu os GPs Presidente Luiz Nazareno Teixeira de Assumpção (GII) e Luiz Fernando Cirne Lima (GIII).
Alcomo fracassa. Vence Ama–Tiri
Arenáticos estiveram em ação, também no sábado, no Hipódromo Paulistano, no GP Presidente Antônio Correa Barbosa (GII), em 2.200 metros.
Caso raro de clássico na areia com um cavalo de comprovada qualidade, infelizmente foi marcado por seu fracasso. O potro AMA–TIRI (Inexplicable e Miss Gorgeous, por Minstrel Glory), de 3 anos, derrotou com firmeza SÉRGIO DA FAXINA (Our Captain Willie), um ano mais velho, com outro potro, SKIP AWAY (Wild Event), em terceiro. O grande favorito ALCOMO (Rainbow Corner), de 5 anos, decepcionou, chegando em quarto. SAMBALADO (Put It Back), de 3 anos, completou o marcador.
O ganhador, criação do Haras Xará/Haras Mineral Park e propriedade do Stud Gold Black, foi conduzido por João Moreira e é treinado por Felipe Nickel. Nos 2.200 metros, pista molhada, registrou 2Â’19”33.
Right Line derrota os machos
Páreo da programação clássica, reunindo alguns milheiros regulares do turfe carioca, foi realizado domingo, na grama do Hipódromo da Gávea, o Clássico Júlio Cápua (L).
Mostrando ser uma das melhores éguas em atividade no Rio de Janeiro, RIGHT LINE (Put It Back e Haute Fidelité, por Tokatee), de 4 anos, derrotou cavalos de razoável categoria (nenhum ganhador de grupo), dos quais BLUE ELF (Choctaw Ridge), um ano mais velho, foi o que lhe deu mais trabalho. Uma cabeça os separou, enquanto o potro LIEVE (Golden Voyager), favorito da prova, terminava em bom terceiro, pouco mais de um corpo atrás. GRAND CAYMAN ((P.T.Indy), de 4 anos, e RUBRO NEGRO (Blush Rambler), de 6, terminaram a seguir.
Right Line, criação do Haras Santa Maria de Araras e propriedade do Stud Quintella, foi dirigida por Carlos Lavor e é treinada por Luiz Guilherme Feijó Ulloa. Os 1.600 metros foram percorridos em 1Â’37”21, na pista pesada, com cerca móvel. Foi a quinta vitória, em nove apresentações.
Starman volta à melhor forma
No Hipódromo da Gávea, Rio de Janeiro, sábado foi realizado o Clássico Primavera (L) – Taça Ernani Glower Bastos, em 2.000 metros, areia, para produtos de 3 anos e mais idade.
Demonstrando ter adquirido a melhor forma, STARMAN (Trempolino e Sweet Mind, por Baligh) venceu com facilidade, por aproximadamente quatro corpos, deixando na dupla PORTOBELO (Public Purse). A seguir, completando o marcador, AMOR SURPRESA (First American), PTFUEGO (P.T.Indy) e SWEET TORRENTIAL (Torrential). Os três primeiros têm 5 anos, os outros dois, 4.
Starman, criação do Haras São José da Serra e propriedade do Stud H&R, foi pilotado por Dalto Duarte, sendo treinado por Dulcino Guignoni. Registrou 2Â’06”31, na pista pesada, nesta que foi a quinta vitória, segunda clássica, em 25 atuações.
Aleluia Aleluia, em forte atropelada
Voltando ao Hipódromo Paulistano, também no sábado foi corrido o Clássico Presidente Mário Ribeiro Nunes Galvão (L), para éguas de 4 anos e mais idade.
O triunfo terminou com a mais velha do lote (o que demonstra fraqueza das turmas mais novas), ALELUIA ALELUIA (Mr. Fritz e Linfas, por Flying Finn), de 6 anos. Derrotou SAVOIR FAIRE (Know Heights), por quase um corpo, com FÚRIA OLÍMPICA (Astor Place) e PACIÊNCIA (Know Heights), que se apresentou sentida após o páreo, agarradas em ótimos terceiro e quarto. Estas três têm 4 anos, enquanto SELECTA (New Colony), a quinta colocada, tem um ano a mais.
A ganhadora, criação e propriedade do Stud Payares de Ytaboaté, foi pilotada por Ivaldo Santana, é treinada por Victorio Fornasaro e assinalou para os 2.000 metros, na grama pesada, 2Â’02Â’91, melhor que o de Bubbly Jane.
Avaliação das provas clássicas
O GP Diana, atualmente, é um dos páreos mais seletivos da programação clássica brasileira. Corrido em outubro, reúne as melhores da geração antes que sejam exportadas, fato que já se tornou habitual. Um autêntico Grupo I.
O GP Jockey Club de São Paulo (GI) ganhou grande importância depois que passou a ser integrante da Quádrupla Coroa. Só não conta com a presença do melhor carioca, em virtude da coincidência de datas (praticamente inevitável) com o GP Linneo de Paula Machado.
O GP Presidente Antônio Correa Barbosa (GII) geralmente não tem grande valor seletivo, o que este ano aconteceu pela presença de Alcomo que, ironicamente, não confirmou sua melhor categoria.
O Clássico Presidente Mário Ribeiro Nunes Galvão (L) teve bom campo. Todas as concorrentes tinham vitória ou colocação clássica.
Já o Clássico Primavera (L) – Taça Ernani Glower Bastos, em 2.000 metros, novamente este ano não teve, como não tem tido desde que passou para a areia, um campo condizente com uma Listed Race.
No Clássico Júlio Cápua (L), também faltou qualidade. Cinco concorrentes não tinham sequer colocação clássica. Parecia mais uma prova especial.
Próximas Atrações
Rio de Janeiro
Domingo acontecerá, na grama do Hipódromo da Gávea, o último clássico de Grupo I da temporada carioca, o GP Linneo de Paula Machado (GI), também conhecido por Grande Criterium, em 2.000 metros, a mais importante prova corrida no Rio para produtos de 3 anos, no primeiro ano de campanha, e sábado a Prova Especial das Américas, areia, para produtos de 3 anos e mais idade, em 1.200 metros.
São Paulo
Para o fim de semana estão programados o Clássico Emerson (L), em 2.400 metros, para produtos de 3 anos, e a Prova Especial Presidente Carlos Paes de Barros, para produtos de 3 anos e mais idade, em 1.000 metros, ambos na grama.
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