Colunista:
Provas de Grupo, por Ivamar 03/09/2008 - 10h37min
Hilaris dá show na Gávea
Domingo, no Hipódromo da
Gávea, Rio de Janeiro, éguas de 4 anos e mais idade disputaram o GP Duque de Caxias (GII).
Nas mesmas pista e distância do importante GP Roberto e Nelson Grimaldi Seabra (GI), corrido
há um mês, não consegue mais, por isso, ter um campo de grande qualidade, como
acontecia.
Felizmente as duas primeiras colocadas naquela grande carreira foram
inscritas. E, aproveitando um percurso totalmente favorável, da grama pesada e da cerca
móvel, HILARIS (Parme e Nortica, por Kitwood) venceu de ponta a ponta, por mais de cinco
corpos, enquanto REALLY WINNER (Public Purse), que a deixara para trás nas duas apresentações
anteriores, não passava de pálido quinto lugar. Para comprovar a vantagem que a pista estava
dando às ligeiras, a segunda colocada foi SPRING LOVE (Bonapartiste), justamente a que mais
próxima correu da ganhadora. QUADRIGLIA (Jules) foi terceira, perto da segunda, e QUE FESTA
(Wild Event), a quarta. A primeira, a segunda e a quinta têm 4 anos, a terceira e a
quarta são um ano mais velhas.
Hilaris, criação do Haras Santarém e propriedade da
Coudelaria Jéssica, foi conduzida por Ilson Correa e apresentada por Leandro Guignoni. Os
2.000 metros foram percorridos em 2’04”09. A ganhadora correu 17 vezes para ganhar seis,
inclusive duas provas de grupo.
Lucky Shot vence em São
Paulo
Domingo, no Hipódromo de Cidade Jardim, São Paulo, potrancas de 3
anos disputaram os 1.900 metros do GP Paulo José da Costa (GIII), que dá oportunidade às que
só rendem bem na raia de areia e não são inscritas nas provas da Tríplice Coroa. Conforme
acontece, desde sua criação, contou com o interesse de poucos proprietários.
Por suas
atuações na Gávea, LUCKY SHOT (First American e HunterÂ’s Dream, por Much Better), com toda a
razão foi eleita favorita. E confirmou, com certa dificuldade. A outra carioca, RAINHA CELINA
(Our Emblem), treinada por Venâncio Nahid, como a ganhadora, formou a dupla, deixando muito
longe as demais. DÚVIDA DÚVIDA (Impression), ELIS ELIS (Ski Champ) e ÍNTEGRA (Gregoriano)
completaram o marcador.
Lucky Shot, criação do Haras Fronteira e propriedade do Stud
CED, foi dirigida por Tiago Josué Pereira e registrou 2Â’01”69, na pista molhada.
Blue Elf, um galope de saúde
Voltando ao Hipódromo da
Gávea, mas no sábado, produtos de 3 anos e mais idade participaram dos 1.500 metros da nova
Prova Especial Old Master.
Programada para a grama, foi transferida para a areia em
razão das fortes chuvas, o que explica o grande número de retiradas, reduzindo o campo de 11
para três concorrentes. A facílima vitória, nona de uma campanha de 20 atuações, ficou com
BLUE ELF (Choctaw Ridge e British Reef, por Main Reef). Na dupla, PALAIS DES FESTIVALS
(Crimson Tide), deixando um pouco afastado CAIO DE NARANJOS (Patio de Naranjos). Os três têm
5 anos.
Blue Elf, criação do Haras San Francesco e propriedade do Stud Azul e Branco,
foi pilotado por Dalto Duarte, sendo treinado por Dulcino Guignoni. Registrou 1’33”24, na
areia pesada.
Avaliação das provas
clássicas
O GP Duque de Caxias (GII), antes da criação de uma expressiva
prova para éguas, a ser corrida na semana do GP Brasil, em 1979, era um dos páreos mais
importantes do calendário carioca, o que pode ser comprovado examinando–se a relação de
ganhadoras anteriores àquela data (Tirolesa, Fanfan, Uja, Turqueza, Clareira, Valence,
Althéa, Lausanne, Liberté, Gas Mask, Elisie, Bac etc). Atualmente, as melhores, com aquele
compromisso rigoroso no início de agosto, dificilmente são inscritas aqui. Deveria ser
do Grupo III.
Próximas atrações
Tríplice Coroa: será iniciada mais uma
Evento
esportivo dos mais antigos (quero crer que seu nascimento data do século XVIII), composto,
claro, por três páreos, cuidadosamente escolhidos (originalmente, indo da milha até quase
duas milhas) tem a finalidade de consagrar o melhor (e mais versátil) potro (ou potranca) da
geração de 3 anos. Assim colocado, de maneira objetiva, parece ser muito simples
conquistá–la, mas não é.
Atualmente, os países que realizam o festival parecem não dar
a ele uma finalidade definida. Sempre imaginei que o vencedor deveria ser o melhor da
geração. Nunca a vitória e a derrota deveriam ser resultado de algum outro fator que não
fosse a capacidade locomotora. Como já disse, e repito, assim não é. Como querer, por
exemplo, que nos Estados Unidos o melhor conquiste o galardão? Para começar, não há
necessidade de ser bom em uma distância mais curta, a milha. Depois, a impressão que se tem é
que quer se encontrar o potro de ferro, o mais forte, e não exatamente o melhor. Quase todo
ano temos visto o melhor ser massacrado por um absurdo campeonato que o obriga a um desgaste
irracional. Apenas duas semanas entre as duas primeiras provas e três entre a segunda e a
terceira, que realizadas em estados distintos (Kentucky, Maryland e Nova York), obrigam os
craques a viagens desgastantes por causa do curto espaço de tempo que não permite a
recuperação física e mental do puro–sangue.
Programado para sábado, na grama do
Hipódromo Paulistano, uma das provas mais aguardadas pelos turfistas brasileiros, o GP
Ipiranga (GI) vai dar a partida para mais uma Tríplice Coroa, que no caso de São Paulo foi
estendida para Quádrupla Coroa. A exemplo de quase todos os turfes do mundo, a caminhada para
a glória começa na milha.
Outro páreo do Grupo I fará parte do conjunto de programas
turfísticos do fim de semana paulista, o GP Henrique de Toledo Lara, em 1.800 metros, grama,
segunda prova da Tríplice Coroa de fêmeas. Este ano não haverá tríplice coroada, visto que
Tanta Honra, vencedora da primeira etapa, não foi inscrita.
Ainda programadas pelo
Jockey Club de São Paulo para sábado, mais duas provas clássicas, a saber: GP Independência
(GIII), 1.000 metros, grama, que não é mais aberto aos velocistas machos (de 3 anos e mais) e
sim, apenas às fêmeas, e o Clássico Prefeito do Município de São Paulo (L), outrora para
milheiros gramáticos e agora em 1.400 metros.
Rio de
Janeiro
Domingo, no Hipódromo da Gávea, potrancas de 3 anos vão se defrontar
nos 2.000 metros do GP Carlos Telles e Carlos Gilberto da Rocha Faria, produtos de 3 anos
farão teste no Clássico Justiça do Trabalho–1ª Região, para o importantíssimo GP Linneo de
Paula Machado, e éguas de 3 anos e mais idade disputarão a Prova Especial Independência, em
1.400 metros. Os três páreos, na grama.
É válido o registro de que também serão
realizados dois páreos milionários, as Copas Leilões JCB, para machos e para fêmeas, na
grama, que tiraram algumas inscrições do GP Carlos Telles e Carlos Gilberto da Rocha Faria
(GII) e do Clássico Justiça do Trabalho (L).
Rio Grande do
Sul
No Hipódromo do Cristal, em Porto Alegre, será realizado o GP Protetora
do Turfe (GIII), em 2.200 metros, areia.
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