Colunista:
Provas de Grupo, por Ivamar 09/07/2008 - 11h01min
Time For Fun
confirma vitória do Derby
Domingo, no Hipódromo da Gávea, Rio de Janeiro, foi disputado o GP
OSAF (GII), dos mais importantes por ser o páreo–teste carioca para o GP Brasil.
Campo
excelente. Entre os 18 cariocas inscritos, de 4 anos e mais idade, apenas um sem colocação em prova clássica e
oito ganhadores de prova de grupo! O vencedor, em grande estilo, foi TIME FOR FUN (Yagli e Tarradine, por New
Colony), cujo surpreendente triunfo no GP Cruzeiro do Sul carecia de confirmação, o que aconteceu agora. Desta
vez, sua vitória convenceu. DEAR–EST (Fantastic Dancer), ganhador desta prova ano passado, formou a dupla, com NEW
ROYALE (Coax Me Clyde) e JEUNE–TURC (Know Heights) a seguir, próximos do segundo. QUATRO MARES (Jules) completou o
marcador. O ganhador e os terceiro e quarto colocados têm 4 anos, e o segundo e o quinto são um ano mais velhos.
Não foram corretas as corridas de Indianette e Amigo Gaúcho, e Ivoire, infelizmente, voltou a mancar.
O vitorioso, criação do Haras São José da Serra e propriedade do Stud Yatasto, foi dirigido por
Marcello Cardoso e é treinado por Dulcino Guignoni. Os 2.400 metros foram percorridos em 2Â’29”50, na grama pesada,
com cerca móvel. Correu 11 vezes para obter quatro vitórias, duas de grupo. Sua mãe é irmã materna dos excelentes
Tale e Quale e Top Hat, ganhadores de Grupo I.
Really Winner vence em forte
atropelada
No mesmo dia foi corrido na Gávea o GP Adayr Eiras de Araújo (GII), carreira para
éguas, em 2.000 metros, grama, importante por reunir as melhores cariocas de 4 anos e mais idade, cuja meta dos
proprietários é o GP Roberto e Nelson Grimaldi Seabra, a prova máxima realizada no Rio para fêmeas de várias
idades. Fica fácil observar a hierarquia que os páreos precisam ter: o grande clássico das éguas da semana do GP
Brasil, Grupo I, a prova–teste, Grupo II (como acontece com a prova–teste para o OSAF paulista. Simples,
não?
A vitória ficou com REALLY WINNER (Public Purse e Just A Winner, por Roy), que confirmou ser boa e
muito regular. Atropelou forte, a partir da metade da reta final, junto com PRINCESA RAFAELA (Woodman), livrando
paleta sobre a rival. HILARIS (Parme) imprimiu forte “train” e só foi ultrapassada pela duas quando já parecia
vencedora. Chegou um corpo atrás. Em boas atuações, NEW PLAY (Matisse) e RIGHT IDEA (Nedawi) completaram o
marcador. As cinco têm 4 anos.
A ganhadora, criação e propriedade do Haras Santa Maria de Araras,
foi pilotada por Bruno Reis e apresentada por Antônio Carlos Apolônio. Tempo na pista pesada, com cerca móvel,
2’04”56.
Really Winner correu apenas sete vezes, ganhando um páreo comum e os GPs Duque de Caxias
e Adayr Eiras de Araújo, ambos do Grupo II. Suas outras quatro atuações foram convertidas em segundos lugares. É
irmã materna da clássica Que Victoria. A esta linha baixa pertencem, entre outros, Present The Colors, Crown Thy
Good, Leading Counsel, Pára–Choque, Freluche etc.
Quick Road voltou a correr o
que sabe
Imaginem um cavalo que só tenha corrido em páreos dos calendários clássicos de São
Paulo e do Rio de Janeiro, que tenha vencido dos 1.600 aos 2.400 metros e obtido inúmeras e honrosas colocações em
rigorosíssimas provas do Grupo I e, ainda por cima, que tenha um pedigree espetacular. Incontestavelmente, é um
cavalo especial, desses que os turfistas que amam o puro–sangue, sem nenhum outro interesse (entre os quais eu me
incluo), precisam assistir correndo, para manter acesa a chama da paixão pelo nobre
esporte.
Sábado, no Hipódromo de Cidade Jardim, São Paulo, com a realização do GP Ministro da
Agricultura (GIII), dos mais importantes do turfe por ser o clássico–teste paulista para o GP Brasil, assistimos
ao 5 anos QUICK ROAD (Jules) em ação. E foi uma felicidade ver que o craque não estava decadente conforme suas
atuações na temporada 2007/2008 faziam imaginar. Um show na pista, com Jorge Ricardo, que veio da Argentina
especialmente para fazê–lo se reabilitar. E vai ser lindo se ele vencer, merecidamente, o próximo GP Brasil, pois
além de sua qualidade como corredor é um cavalo de ferro.
A seguir, em um outro páreo,
MR.NEDAWI (Nedawi) foi segundo, confirmando boa evolução, e BLESSED MUSTANG (Fahim), reabilitando–se da fraca
atuação produzida no último GP São Paulo. Próximos do terceiro, LORD CAPTAIN (Our Captain Willie) e UNZEN
(Pleasant Variety), que surpreenderam, pois não tinham, sequer, colocação em prova de grupo. Dos cinco primeiros,
quatro são um ano mais novos que o ganhador. E, sem dúvida, algo de anormal ocorreu com Naperon (Know Heights) e
Biólogo (Vettori), que vinham de ótimas corridas no GP São Paulo.
Quick Road, criação do Haras Santa
Maria de Araras e propriedade do Stud JCM, é treinado por João Macedo e conseguiu a quinta vitória, quatro de
Grupo I. Os cronômetros assinalaram novo recorde para os 2.400 metros: 2Â’24”060, na grama leve.
Jamaica
Road (Ghadeer e Ivette Bay, por Halpern Bay), mãe do ganhador, obteve ótimas colocações em provas de grupo. Ivette
Bay também produziu, entre outros, Bold Master e Dawn Avalon, ganhadores de Grupo I. A terceira mãe, a argentina
Pirovette (Master Bold), venceu provas nobres no Rio de Janeiro.
Fúria
Olímpica confirma a evolução
Ainda no sábado, no Hipódromo Paulistano, aconteceu o GP Luiz
Fernando Cirne Lima (GIII), para éguas de 4 anos e mais idade. Mesmo não sendo em 2.000 metros, pode ser
considerado o teste para as éguas treinadas em São Paulo, cujos proprietários visem à maior carreira carioca
reservada às fêmeas de várias idades e que será corrida no próximo dia 2 de agosto.
A vitória ficou com
FURIA OLÍMPICA (Astor Place e Free to Love, por Van Houten), que atropelou nos 500 metros e conseguiu ter no disco
quase um corpo sobre MISMIX (Sagamix). Em bons terceiro, quarto e quinto lugares, TAVERNE (Torrential), que
liderou nos primeiros 1.300 metros, SAVOIR FAIRE (Know Heights) e EGGENDORF (Roi Normand). A ganhadora, as segunda
e quarta colocadas têm 4 anos, e as terceira e quinta, 5. Selecta, Bagpipe e Chatte correram pouco.
A vencedora, criação do Stud São Pedro e propriedade do Haras Regina, foi dirigida por Josiane
Gulart, na primeira vitória em prova de grupo, e é treinada por Althayr Oliveira. Os 1.800 metros foram
percorridos em 1Â’46”070, na grama leve, excelente, tempo muito próximo do recorde.
As segunda e terceira
mães de Furia Olímpica, Right Win (Gleaming) e Late Win (Earldom) foram ganhadoras de Grupo I.
Uigur, o melhor milheiro paulista
Também no Hipódromo
Paulistano, mas no domingo, foi realizado o importante GP Presidente da Associação Brasileira de Criadores e
Proprietários do Cavalo de Corrida (GIII), para produtos de 3 anos e mais idade, em 1.600 metros,
grama.
Confirmando a vitória obtida na milha internacional paulista, UIGUR (Astor Place e Véspera, por
Most Wellcome), de 4 anos, conquistou o quarto triunfo, segundo clássico. Pelo menos por enquanto tem de ser
considerado o melhor milheiro do país. Venceu por dois corpos, em estilo convincente, e passa a ser o favorito do
GP Presidente da República, que será disputado no Rio, no próximo mês. AÇO DO BRASIL (Rêve Doré), de 5 anos,
e PUBLIC RELATIONS (Public Purse), da mesma idade do vencedor, terminaram emparelhados, lutando pela dupla, que
ficou com o primeiro. Os 6 anos JIMMY (First American) e LEEWAY (Shudanz) completaram o marcador. Houve
reclamações dos jóqueis do quinto contra o quarto e deste contra o terceiro, mas o páreo foi confirmado.
O ganhador, criação do Haras Santa Luzia da Água Branca e propriedade do New Partners Stud, foi
dirigido por João Moreira e é treinado por Antônio Luiz Cintra. O tempo foi bom: 1Â’33”110, na pista
leve.
Giel: êxito inesperado
Domingo, em Cidade Jardim, foi
disputado o Clássico 9 de Julho (L), em 2.000 metros, para produtos de 4 anos e mais idade, na areia, com campo
reduzido e resultado surpreendente.
Fracassaram os candidatos mais credenciados e a vitória ficou com
GIEL (Ghadeer e Nikita Chief, por Be My Chief), de 4 anos, que em 12 apresentações não tinha nenhuma colocação
clássica. Em segundo e terceiro, PORTOBELO (Public Purse) e KICORAÇÃO (Our Captain Willie), ambos de 5 anos, assim
como DON LOPES (Saramon), que foi quinto e último, muito longe, em corrida totalmente anormal. O quarto colocado,
PAPEL MOEDA (Boatman), da mesma idade do vencedor, voltou a decepcionar.
Giel, criação da Fazenda
Mondesir e propriedade do Stud Greco, foi conduzido por Michel Platini, é treinado por Milton Singnoretti e
assinalou 2Â’04”4, na pista leve. Foi a quinta vitória, primeira clássica.
Avaliação das provas clássicas
Os GPs OSAF (GII), no Rio de Janeiro, e
Ministro da Agricultura (GIII), em São Paulo são páreos muito importantes. Por quê? Por reunirem os melhores
produtos de 4 anos e mais idade treinados nos dois estados, na distância de 2.400 metros, só ficando abaixo dos
GPs Brasil e São Paulo (e ao lado dos GPs Oswaldo Aranha e João Borges Filho). Este ano, campos muito bons,
surpreendentemente superiores ao do GP Matias Machline, corrido no sábado anterior. O clássico paulista
merecia ser do Grupo II.
O GP Adayr Eiras de Araújo (GII) é a melhor carreira carioca destinada às éguas
de 4 anos e mais idade, depois do GP Roberto e Nelson Grimadi Seabra e tem a função de testar a força das
possíveis candidatas à importante prova carioca. Nele são inscritas, sempre, as melhores em treinamento no Rio de
Janeiro. Fato semelhante acontece em São Paulo com o GP Luiz Fernando Cirne Lima (GIII).
O Clássico 9 de
Julho (L) é um páreo para arenáticos. Em 2.000 metros, pela variante, recebeu bom campo. Digno de um Grupo
III.
Próximas atrações
Rio de Janeiro
Serão realizados, na grama, os
testes para a Milha Internacional e para o Quilômetro Internacional, GP Gervásio Seabra e GP Onze de Julho, ambos
do Grupo II, importantes por reunirem o que há de melhor entre milheiros e velocistas treinados no Rio de Janeiro.
Também importante, mas do Grupo III, os turfistas assistirão ao GP João Adhemar e Nelson de Almeida Prado,
teste–carioca para o GP Barão de Piracicaba.
São Paulo
Fim de semana onde os velocistas
paulistas terão para correr o Clássico Presidente José Antônio Pamplona de Andrade (L), mais um teste para o GP
Major Suckow (GI), e as potrancas de 3 anos o Clássico Emerald Hill (L), em 1.600 metros, grama.
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