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Colunista:

Provas de Grupo, por Ivamar
02/07/2008 - 10h07min

Bicampeonato de Top Hat


Mais importante das provas do antigo Festival ANPC, agora Copa dos Criadores ABCPCC, o GP Matias Machline (GI) parece estar se ressentindo da proximidade com os GPs São Paulo e Brasil.  Novamente campo reduzido e, pior, este ano apenas razoável para uma prova de Grupo I, que sempre recebeu inscrições dos melhores, quando realizada em outubro. Fazendo um pequeno histórico, este páreo foi corrido nas duas primeiras versões (1984/1985) em 2.000 metros, depois em 2.400, voltando em 2005 aos 2.000.

Sábado, no Hipódromo de Cidade Jardim, São Paulo, estiveram presentes apenas cinco cavalos. Felizmente a carreira (que tem regulamento próprio) foi vencida pelo mais credenciado, o inesgotável TOP HAT, de 5 anos. Demonstrando grande capacidade de superação, voltou a correr o que sabe, vencendo de ponta a ponta. Um cavalo admirável, que já ganhara a prova em 2006 (em tempo recorde). Os 3 anos, GUSSET (Nedawi),  evoluindo sempre, NÍTIDO (Put It Back), que ainda está devendo uma corrida semelhante às que conquistou quando potrinho, e HARIOLUS (Impression) chegaram a seguir. Muito longe, EL ONCE (Ibero), também de 3 anos, fechou a raia, mas garantiu colocação em Grupo I.  

O vencedor, criação do Haras São José da Serra e propriedade do Stud JCM, foi conduzido por Altair Domingos, é treinado por João Macedo e assinalou tempo bom: 1Â’59”630, na grama molhada.

O pai de Top Hat é o esplêndido Royal Academy, responsável em perpetuar a linha paterna do tríplice coroado Nijinsky (junto com seu filho Val Royal) e que, em apenas duas gerações brasileiras, deixou outros ganhadores de grupo, como Durban Thunder, Macbeth, Marenostrum, Herói do Bafra, Express Way, Eyeofthetiger, Movie Star, Magic Lamp, Molengão, Naughty Rafaela, New Regina, Orma Giusta, Onward Royal, Paradise Queen, Notre Dame, Artejusta etc. Trata–se de mais um descendente do maior chefe–de–raça do século passado, Phalaris, ramo de Northern Dancer, ainda, o de maior sucesso mundial. O lineamento pode ser assim mostrado: Royal Academy–Nijinsky–Northern Dancer–Nearctic–Nearco–Pharos–Phalaris.

A linha materna de Top Hat é muito boa. Sua mãe, Tavira (Effervescing), irmã materna do ganhador de Grupo I King of Iron, e de Tarradine, mãe de Time For Fun, gerou, entre outros, a excelente Tale e Quale, clássica de Grupo I.


Sorrentino, uma exibição de luxo 


Ainda em São Paulo, também no sábado, foi realizado o GP J. Adhemar de Almeida Prado (GI) – Taça de Prata, em 1.600 metros, grama, para potros de 2 anos, com regulamento próprio.

Em grande estilo, SORRENTINO venceu por aproximadamente quatro corpos, deixando na dupla BOKER TOV (Ayrton S), com SETEMBRO NEVA (Redattore) a seguir, perto. IAMWHATIAM (Yagli) e AFEGANISTÃO (A Good Reason) completaram o marcador, afastados. 

O convincente ganhador, três vitórias, duas na grama, onde está invicto, criação do Haras Santa Maria de Araras e propriedade de José Cid Campelo Filho e Carlos Roberto Fernandes, foi pilotado por José Aparecido e é treinado, no Paraná, por Luiz Roberto Feltran. O tempo, na pista molhada, foi espetacular: 1Â’32”78. Bukebele (Punk), a mãe de Sorrentino, venceu provas de Grupo III em Cidade Jardim.

Wild Event, pai do ganhador e, ainda, de Que Fuerza, Double Trouble, Fluke e, principalmente, de Eu Também, é mais um garanhão pertencente ao lineamento de Phalaris, que pode ser assim mostrado: Wild Event–Wild Again, Icecapade–Nearctic–Nearco–Pharos–Phalaris.
 

Estrela do Oriente é o líder carioca 


Domingo, no Hipódromo da Gávea, Rio de Janeiro, foi realizado o GP Associação Brasileira dos Criadores e Proprietários do Cavalo de Corrida (GI), em 1.600 metros, grama, para produtos de 2 anos, chamado de Criterium dos 2 anos.

Em grande atropelada, e comprovando que, além de bom, é forte e regular (quatro vitórias em seis apresentações), ESTRELA DO ORIENTE (Redattore e Academia Real, por BankerÂ’s Gold) venceu por um corpo, garantindo a liderança da turma carioca, depois da partida de Fluke. Deixou em ótimos segundo e terceiro, NEGRO DA GAITA (Know Heights) e o ainda perdedor SOLARIS (Blush Rambler). Não muito longe, SIGNAL LOVE (Signal Tap) e ROBERTO ALBERTO (First American) completaram o marcador. Vários competidores sofreram prejuízos na partida, como Objetivo, Ausone, Samurai Dodge, So What e Davignon, os quais num próximo encontro poderão influir no resultado.

Estrela do Oriente, criação do Haras São José da Serra (que já brilhara sábado, com Top Hat) e propriedade do Stud Estrela Energia, foi dirigido por Jorge Leme e é treinado por Cosme Morgado Neto. Tempo, na pista pesada, 1Â’35”72.

O pai do ganhador, é mais um garanhão pertencente ao lineamento de Phalaris, ascendente de Sickle–Unbreakable–Polynesian–Native Dancer–Raise A Native–Exclusive Native–Roi Normand–Redattore. Foi, sem dúvida, um dos maiores milheiros já nascidos no Brasil, sendo justo colocá–lo ao lado de Quartier Latin, Luccarno, Pallazzi, Êxito, Usuki, Joe Who etc. 


Cores do Brasil sai de perdedora em Grupo I 


Em São Paulo, sábado, aconteceu o GP Margarida Polak Lara (GI) – Taça de Prata, em 1.600 metros, para potrancas de 2 anos, com regulamento próprio.

Perdedora, mas trazendo um bom terceiro em Grupo I vencido por Love Tune, CORES DO BRASIL venceu com grande autoridade, atropelando pelo centro da pista, a partir dos 500 metros, chegando ao disco com mais de três corpos de vantagem. BUBBLY JANE (Yagli) e LADY PIPOCA (Notation) chegaram a seguir, sem ameaçar. Completando o marcador, PRAIA DO ROSA (Special Nash) e SHINING QUEEN (Dodge).

A ganhadora, criação de Marcos e Mauro Ribeiro Simon e propriedade do Stud Farda Vencedora, foi conduzida por Marcello Cardoso e é treinada por Nilson Lima. Tempo na grama molhada, 1Â’34”53, bem inferior ao dos potros.

First American, pai da vencedora, é mais um garanhão pertencente ao lineamento de Phalaris, ascendente de Sickle–Unbreakable–Polynesian–Native Dancer–Raise A Native–Mr.Prospector–Fappiano–Quiet American.

A mãe de Cores do Brasil, a ganhadora clássica Cores do Céu (Choctaw Ridge e Maravilhas), é irmã materna das excelentes Todas as Flores e Eletro Nuclear.   


Giruá volta a vencer

 

Milheiros arenáticos estiveram em ação, domingo, no GP Duplex (GII), no Hipódromo de Cidade Jardim. A carreira reuniu seis corredores de 2 anos e mais idade.

Surpreendendo com atuação sensacional, o 2 anos SAFE PORT (Wild Event) custou a se entregar ao 3 anos GIRUÁ (Bonapartiste e Ellefrance, por Fast Gold), que venceu, apenas, por meio corpo. A favor do franco favorito, o fato de que o mesmo se atrasou um pouco na partida, e deslocou mais sete quilos. Muito longe, SERGIO DA FAXINA (Our Captain Willie), AMA–TIRI (Inexplicable) e TUM TUM TUM (Public Purse) completaram o marcador.

Giruá, criação de Eloi José Quege e propriedade de Eládio Mavignier Benevides, é treinado por Mário Gosik e teve como jóquei João Moreira. Correu oito vezes em Cidade Jardim, para ganhar sete, e assinalou, na pista molhada, 1Â’34”380, tempo excelente.

Unifrance (Ghadeer), avó materna de Giruá, foi excelente corredora, tendo vencido provas de grupo no Rio de Janeiro. É filha de Allegresse, da qual descendem muitos ganhadores clássicos como Country Baby, Fool Around, So Beauty, El Paso, Above The Sky, Vuarnet etc.


Taludo confirma na Copa Velocidade


Sábado, dentro do Festival ABCPCC, foi realizada prova no quilômetro, o importante GP ABCPCC–SPRINT (GIII),  para produtos de 2 anos e mais idade (regulamento próprio).

Clássico de velocidade misturando machos e fêmeas de 2 anos e mais idade, desta vez foi vencido por um macho. Confirmando a vitória obtida no Quilômetro Internacional, o 3 anos TALUDO (Music Prospector e Assinatura, por Efesivo), novamente pela cerca externa, firmou–se como o melhor sprinter da temporada, ainda que não estivessem presentes Eletro Nuclear e Requebra. Na dupla, a um corpo, a excelente SUPER DUDA (Notation), de 4 anos, com o irmão paterno do ganhador, BAR BAR BAR, de 3, em bom terceiro, não muito longe. Os 2 anos FAROL GRANDE (Choctaw Ridge) e EL DETONADOR (Notation), completaram o marcador.

Taludo, criação do Haras Pirassununga e propriedade do Stud Patylippe, é treinado por Luiz Carlos Soares e foi dirigido por Ivaldo Santana. Na grama pesada, o tempo de 54”500, para a turma, deve ser considerado bom. O ganhador é irmão materno, entre outros, de Pestanita, segundo colocado no GP Brasil.


Senhor Extra agora é milheiro

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Na grama do Hipódromo da Gávea, sábado, foi corrido o Clássico Nelson Pereira (L). Para produtos de 3 anos e mais idade, é reservado a milheiros.

E aconteceu uma boa surpresa com a vitória (sexta, em 15 atuações) de SENHOR EXTRA (Spring Halo e Exception, por Drapeau Tricolore). Na dupla, em ótima atuação, QUE PATRIOTA (Ayrton S), que largou com pequeno atraso. Não muito longe, TARECO (Rainbow Corner), PROFESSOR CHICO (Public Purse) e ONLY SOLUTION (Vettori) completaram o marcador. Com exceção do ganhador, que tem 3 anos, os outros quatro são um ano mais velhos. Refuge Cove voltou a fracassar.

O ganhador, criação do Haras Campestre e propriedade do Stud Alvarenga, foi pilotado por Dalto Duarte e é treinado por Dulcino Guignoni (que, com sucesso, em apenas 30 dias transformou Senhor Extra de velocista em milheiro). Tempo, na pista pesada: 1Â’35”99.


A Temporada Turfística 2007/2008

Abaixo, os melhores, na minha opinião:

Cavalo do ano: SKYPILOT
Potro de 2 anos: SKYPILOT
Potranca de 2 anos: LOVE TUNE
Potro de 3 anos: MR.UNIVERSO
Potranca de 3 anos: CELTIC PRINCESS
Cavalo de 4 anos e mais idade: LÂ’AMICO STEVE
Égua de 4 anos e mais idade: INDIANETTE
Milheiro: JET
Fundista: L´AMICO STEVE
Velocista: TALUDO
Reprodutores: KNOW HEIGHTS (Jeune–Turc, Indianette, Naperon, Paciência), PUBLIC PURSE (Celtic Princess, Belo Purse, Scalinatella, British Nightmare) e PUT IT BACK (Skypilot, Right Idea, Requebra, Rising Fever, Sweet Kentucky)
Reprodutora: FIXED IDEA (mãe de Right Idea e Fort Wilderness)
Avô materno: GHADEER
Criador: HARAS SANTA MARIA DE ARARAS
Proprietário: STUD ETERNAMENTE RIO


 Avaliação das provas clássicas

Ausentes Celtic Princess, LÂ’Amico Steve, Meu Rei, Mr. Universo, Joe Bravo, Jeune–Turc, Time For Fun, Ivoire, Quatro Mares, Blessed Mustang, Naperon etc, o campo do GP Matias Machline (GI)  não foi muito forte. Com uma ótima dotação, deveria reunir os melhores corredores de 3 anos e mais idade da chamada primeira turma brasileira, mas curiosamente os proprietários de vários deles preferiram inscrevê–los nos GPs Ministro da Agricultura (GIII) e OSAF (GII), que serão corridos semana que vem em São Paulo e no Rio. Mesmo assim, contou com dois ganhadores de Grupo I.

Infelizmente coincidindo com um clássico em São Paulo, também do Grupo I e de condições de chamada praticamente idênticas, o GP Associação Brasileira dos Criadores e Proprietários do Cavalo de Corrida só contou com potros cariocas, o que igualmente aconteceu com o GP J. Adhemar de Almeida Prado, a Taça de Prata (só potros com campanha em São Paulo). No caso, Estrela do Oriente e Sorrentino tiveram a possibilidade de ganhar os dois. Pelo exposto, bons campos, mas deveriam ser melhores.

Sem as ganhadoras de grupo Love Tune, Onda da Guanabara, Sweet Kentucky, Donna Quixote e Tanta Honra, pode–se dizer que a Taça de Prata de potrancas, GP Margarida Polak Lara (GI) teve campo desfalcado, infelizmente não correspondendo à sua  grupagem.

O GP Duplex (GII) seria apenas um clássico, completamente sem valor, não fosse pela presença de Giruá.

A Copa ABCPCC–Sprint (GIII) teve muito bom campo. Dois ganhadores de Grupo I, um de Listed Race e dois velocistas de 2 anos extremamente promissores. Merecia ser do Grupo II.

O Clássico Nelson Pereira (L), grama para milheiros, teve bom campo (sete ganhadores de provas do calendário clássico, inclusive um de Grupo I), correspondendo à sua classificação.
 

Próximas atrações

Rio de Janeiro

Domingo, o GP OSAF, um dos páreos mais importantes do calendário clássico brasileiro, por ser o teste carioca para o GP Brasil, em 2.400 metros,  e também no domingo, os 2.000 metros do GP Adayr Eyras de Araújo, teste para as éguas cariocas com pretensão a correr o GP Roberto e Nelson Grimaldi Seabra. Ambas as provas, corretamente, pela função específica, e por reunirem sempre os melhores das respectivamente turmas cariocas, são do Grupo II.

São Paulo

Também em Cidade Jardim serão corridas provas importantes, por serem testes para os grandes clássicos cariocas. Apesar de receberem, geralmente, inscrições dos melhores paulistas em 2.400 metros, os melhores milheiros e as melhores éguas, não são do Grupo II.

O GP Ministro da Agricultura (GIII), na milha e meia, grama, reunirá cavalos de 4 anos e mais idade, o GP Presidente da Associação Brasileira de Criadores e Proprietários do Cavalo de Corrida (GIII), milheiros de 3 anos e mais idade, também na grama, e o GP Luiz Fernando Cirne Lima (GIII), as fêmeas, em 1.800 metros, grama. Também será realizado o Clássico 9 de Julho, na areia, em 2.000 metros.



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