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Colunista:

Provas de Grupo, por Ivamar
28/05/2008 - 05h46min

Tanta Honra perde, mas é aclamada vencedora

Domingo, no Hipódromo da Gávea, Rio de Janeiro, buscando a vitória e a liderança carioca, estiveram em ação fêmeas de 2 anos no GP Francisco Vilella de Paula Machado (GII), também chamado Criterium de Potrancas.

Ao final dos 1.500 metros, TANTA HONRA (Crimson Tide e Tana–Am, por Nashwan), tinha meia cabeça atrás de LADY PIPOCA (Notation), mas após examinar a carreira a Comissão de Corridas achou por bem desclassificar a vencedora para segundo lugar. Em bons terceiro e quarto, LAST BET (Know Heights), que descontava muito, e ESTRELA BOA (Our Emblem), que não largou muito bem. SUPER LIFE (Wild Event) completou o marcador.

Tanta Honra, criação de Luís Antônio Ribeiro Pinto e propriedade do Stud São Francisco da Serra, teve a condução de Marcello Cardoso, sendo treinada por Júlio César Sampaio. Tempo na grama leve:  1Â’29”. Foi a quinta atuação, segunda vitória, primeira clássica.

Estrela do Oriente vence entre os potros 

Também no domingo, potros de 2 anos se encontraram na pista de grama do Hipódromo Brasileiro, no tradicional GP Conde de Herzberg, Criterium de Potros.

Na ausência de Fluke, o melhor potro carioca (que aqui, nesta prova de Grupo II, seria barbada), ESTRELA DO ORIENTE (Redattore e Academia Real, por BankerÂ’s Gold), na quinta apresentação, conseguiu a terceira vitória, segunda clássica. Depois de forte luta em todos os 300 metros finais, sacou paleta sobre SO WHAT (Wild Event). CARO BEBETO (Notation), que puxou o “train”, terminou em bom terceiro, ainda que não tenha ameaçado os primeiros. URAGANO POINT (Nugget Point) e SAMURAI DODGE (Dodge) completaram o marcador.

Estrela do Oriente, criação do Haras São José da Serra e propriedade do Stud Estrela Energia, foi dirigido por Jorge Leme e é treinado por Cosme Morgado Neto. Os 1.500 metros foram percorridos, na pista leve, em 1Â’28”60.

Amadeus vence por desclassificação
 de Hurry Ski

Na areia do Hipódromo do Tarumã, Curitiba, foi realizado, sexta–feira, o Clássico ABCPCC (L), para produtos de 2 anos.

Quatro potros e uma potranca foram inscritos, mas somente três machos alinharam no partidor dos 1.500 metros. No larga, HURRY SKI (Ski Champ) atrasou–se um pouco, mas logo adiante já perseguia os rivais, dominando–os na reta. Enquanto GABLE (Suspicious Mind) retrocedia para terminar em terceiro, longe, AMADEUS (Torrential e Beautiful Rafaela, por Alleged) atacava o ponteiro sem, porém, conseguir ultrapassá–lo. Imediatamente, seu jóquei, Emerson Gonçalves Cruz, apresentou reclamação e a Comissão de Corridas decidiu proclamar o seu conduzido vencedor.

Amadeus, criação e propriedade do Haras Xará/Haras Mineral Park, é treinado por Pedro Nickel Filho e assinalou 1’36”3, na pista de areia seca, um tempo apenas regular. Correu cinco vezes para obter três vitórias, sendo duas comuns, uma em São Paulo e outra no Paraná.

Agora foi a vez de Qui Hail 

No sábado, aconteceu no Hipódromo de Cidade Jardim, São Paulo, a Prova Especial Dulce, 1.600 metros, grama, para potrancas de 2 anos.

Em final de emoção, QUI HAIL (P.T.Indy e Secret Hail, por Spend A Buck) derrotou PRAIA DO ROSA (Special Nash) e SURFER GIRL (Wild Event). Afastadas, ELIS ELIS (Ski Champ) e DUNA DA GUANABARA (Fahim) completaram o marcador.

A ganhadora, criação do Haras Ponta Porã e propriedade de Gianni Franco Samaja, foi pilotada por Francisco Leandro, que obteve a primeira vitória clássica no eixo Rio/São Paulo, e é treinada por Olavo Jerônimo. Tempo, 1Â’36”200, na pista leve, com cerca móvel.

Páreos inexpressivos

Ainda no Hipódromo de Cidade Jardim, foram corridas, em duas versões, a Prova Especial Jayme Torres e a Prova Especial Joaquim da Cunha Bueno, respectivamente para potros de 2 anos e potrancas da mesma idade, inéditos, em 1.400 metros, páreos que deveriam ter sido corridos há, digamos, dois meses, pois os proprietários recebem, atualmente, estímulo para estrearem seus defensores o mais rápido possível (tentando uma valorização que pode ser interessante tanto para os proprietários quanto para os vendedores de cavalos). Assim, os melhores já estrearam.

Além de inéditos, os produtos têm de ser nacionais. É muita restrição, praticamente tirando qualquer possibilidade das carreiras terem bons campos. Por isso, têm sido todo ano páreos sem nenhum valor técnico, não merecendo grandes comentários.

Entre as potrancas, triunfaram, com firmeza, NOBODY KNOWS (Know Heights e WinnerÂ’s Road, por Cahill Road), criação e propriedade do Haras Old Friends, treinada por Selmar Lobo e dirigida por Ângelo Márcio Souza, e MAMMA MARIA (Yagli e Mantovana, por Roy), criação e propriedade do Haras Interlagos, treinada por Pedro Nickel, sob a condução de João Moreira. Os percursos, na grama leve, com cerca móvel, foram percorridos em 1Â’24”680, pela primeira, e 1Â’24”640, pela outra. 

Já nos páreos para os potros, as vitórias, fáceis, ficaram com SURF TIME (Ski Champ e Beliña, por Ocean Falls), criação do Beverly Hills Stud e propriedade de Luiz Menezes Filho, dirigido por Ivaldo Santana e treinado por Luiz Carlos Soares, e HINO NACIONAL (Cigano–Road e Belle Picture, por Ghadeer).

Este último, criação de Roberto Belina, propriedade do Haras São Jorge Paulista, treinado por Elídio Pereira Gusso e com o jóquei Vagner Leal. Chamou a atenção o ótimo tempo registrado, na grama leve, com cerca móvel, por Surf Time, 1Â’22”610, bem melhor que os 1Â’24”170 de Hino Nacional.

Ecos do GP São Paulo

Falar sobre acontecimentos passados tem gosto de comer comida requentada, mas foram tantos os fatos dignos de comentário esquecidos em meio à enorme matéria referente às provas da maior festa do turfe paulistano, que cabe, aqui, algumas tardias (mas ainda pertinentes) observações.

No GP São Paulo, desconsiderando prejuízos naturais da disputa envolvendo alguns concorrentes (do quinto ao 15°, apenas quatro corpos), chamaram a atenção: o excelente sexto da potranca de apenas uma vitória, Rainbow Bright; o decepcionante desempenho de Blessed Mustang (o mais corrido entre os 3 anos); as fracas corridas de Quick Road e Fuco, que comprovaram não serem mais os mesmos; Uno Campione, confirmando tese de que os melhores nas carreiras do Paraná têm poucas possibilidades de enfrentar, de igual para igual, os melhores de São Paulo ou do Rio (como o 2 anos Hojechove já demonstrara na mesma programação).

Na Milha Internacional, ficou clara a inexistência de milheiros de primeira categoria em treinamento no Brasil. Resta, apenas, a esperança de que o surpreendente (para a cátedra) Uigur demonstre que sua vitória não foi por acaso.

No clássico de velocidade, Taludo e Requebra, desta vez, primeiro e segundo, mostraram ser os melhores do Brasil, havendo a possibilidade de que em próximos encontros se alternem nessas posições.

No grande páreo das éguas (sem Indianette), as ganhadoras de Grupo I Re Thong, Princess Zuca e Right Idea correram muito pouco. A vitória de La Vendetta consagrou uma égua (de ótimo pedigree) que, pouco explorada aos 2 anos, só abriu carreira depois dos 4, enquanto Nayara Gold, ao contrário, muito corrida, está se mostrando inesgotável.

No clássico mais empolgante e esperado da semana, o invicto Skypilot se consagrou e, nada mais tendo a comprovar, deveria ser enviado, já, para o exterior, sem se arriscar a ficar no Brasil, perder páreo de categoria inferior e deslustrar sua irretocável campanha. É o tipo do puro–sangue talhado a engrandecer a criação brasileira. Quem sabe não possa ganhar a Breeders’ Cup Mile 2009? Sonhar não custa nada. Finalmente, no importante capítulo dos garanhões, como destaquei semana passada, brilhou Know Heights, pai de Jeune–Turc, Naperon, Nhacundá, Nayara Gold e Nirvanesco. Foram bons, ainda, os resultados obtidos por Put It Back (Skypilot, Requebra e Nítido), Astor Place (Uigur e Fúria Olímpica) e Music Prospector (Taludo e Bar Bar Bar). 
    
Avaliação das provas clássicas

Em conseqüência da necessidade natural dos proprietários procurarem melhores dotações, as provas do calendário clássico brasileiro estão, tecnicamente, cada vez mais fracas. Como aconteceu com o GP Conde de Herzberg (GII), que deixou de contar com a presença do melhor potro aparecido até agora no Rio, Fluke. Ainda assim, a carreira reuniu promissores potros. 

O mesmo pode ser dito em relação ao GP Francisco Vilella de Paula Machado (GII). Apenas promissoras suas concorrentes.

Na areia do Hipódromo do Tarumã, Curitiba, foi realizado o Clássico ABCPCC (L), em 1.500 metros, para produtos de 2 anos. Se no Rio de Janeiro, com dotações melhores, a seletividade está deixando de existir, imaginem no Paraná. 

Próximas atrações

Rio de Janeiro

No domingo, produtos de 3 anos disputarão, na areia, os 2.000 metros do GP Professor Nova Monteiro (GIII), e sábado, potrancas de 3 anos terão oportunidade de correr páreo nobre, em 1.500 metros, na grama, a Prova Especial João Vieira.

São Paulo

Para o Hipódromo de Cidade Jardim, estão programadas a Prova Especial Renato Junqueira Neto, em 1.500 metros, areia, para produtos de 3 anos e mais idade e a Prova Especial José Eugênio de Rezende Barbosa, 1.000 metros, grama, onde além dos produtos de 3 e mais anos, também a nova geração pode ser inscrita.



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