Colunista:
Provas de Grupo, por Ivamar 16/04/2008 - 11h05min
Time for Fun vence o Derby
Domingo, no Hipódromo da Gávea, Rio de Janeiro, foi
disputado o páreo mais importante do turfe carioca (ao lado do GP Brasil), o GP Cruzeiro do Sul (GI), terceira
prova da Tríplice Coroa, para produtos de 3 anos (nenhuma potranca foi inscrita), correspondente carioca do Derby
de Epsom. Como em todo o turfe onde a tradição vale mais que o comércio, em 2.400 metros.
Em páreo sem candidato ao título de tríplice coroado e sem a presença dos melhores aparecidos no
primeiro ano de campanha, como Mr.Universo, Meu Rei e Do Canadá, TIME FOR FUN venceu, praticamente de ponta a
ponta, resistindo, em final emocionante, às investidas de PAUL GARDEN (Crimson Tide), que retrocedeu para terceiro
nos últimos metros, e à atropelada de AMIGO GAÚCHO (Public Purse), que formou a dupla. Pouco mais de um corpo
atrás chegou o favorito JEUNE–TURC (Know Heights), sem ameaçar. O único paulista inscrito no páreo, DANISH LOVER
(Sagamix), completou o marcador.
Time for Fun, criação do Haras São José da Serra e propriedade do Stud
Yatasto, foi dirigido por Marcello Cardoso, é treinado por Dulcino Guignoni e assinalou tempo fraco: 2Â’30”04, na
grama pesada. Foi a terceira vitória, primeira clássica, em 10 apresentações.
Yagli, pai do vencedor, é
mais um descendente do fenômeno Phalaris, ramo de Mr.Prospector. Assim pode ser descrita esta linha alta: Yagli,
Jade Hunter, Mr.Prospector, Raise A Native, Native Dancer, Polynesian, Unbreakable, Sickle, Phalaris. Também é
filho de Yagli o ganhador da Milha Internacional carioca de 2007, Jet.
Tarradine (New Colony), mãe do
vencedor, é irmã materna de Tale e Quale e de Top Hat, enquanto Tavira (Effervescing), a avó materna, é irmã,
também materna, de King of Iron, todos ganhadores de Grupo I.
Requebra dá show de
velocidade
Ainda no Hipódromo da Gávea, também no domingo, foi realizado o GP Associação dos
Criadores e Proprietários de Cavalos de Corridas do Rio de Janeiro (GIII), para produtos de 3 anos e mais idade,
em 1.000 metros, páreo que por sua função de clássico–teste para o Quilômetro Internacional paulista, deveria ser
do Grupo II.
Desta feita as fêmeas voltaram a prevalecer. REQUEBRA (Put It Back e Talisa,
por Lode), de 3 anos, e SUPER DUDA (Notation), de 4, desforraram–se de KE AMOUR, de 5, também filho de Notation.
As diferenças foram de vários corpos e meio corpo, ou seja, a recordista da distância voltou a demonstrar
indiscutível capacidade locomotora. Ganhou de ponta a ponta e arranhou o próprio recorde, em pista que não estava
seca. Um espetáculo! Completaram o marcador SENHOR EXTRA (Spring Halo) e outra fêmea, ROLETE RICCI (Patio de
Naranjos), ambos da mesma idade da ganhadora.
Requebra, criação e propriedade do Haras Santa Maria de
Araras, foi conduzida por Tiago Josué Pereira e apresentada por Antônio Carlos Apolônio. Correu sete vezes, ganhou
três, duas clássicas. Tempo sensacional: 54”79, na pista de grama pesada.
Agora foi a vez de
Fiorentino
Ainda no Hipódromo da Gávea, mas no sábado, foi corrido o Clássico Outono (L) – Taça
Barão do Rio Branco, na milha, grama.
Nas carreiras para produtos de 3 anos e mais idade,
em 1.600 metros, na grama, têm acontecido resultados sempre diferentes e de finais muito disputados. Da Milha
Internacional carioca (ganha por Jet) para cá, Caio de Naranjos, Uly di Josefine e Estrela Brono, duas vezes,
saíram vencedores, e nenhum foi totalmente convincente.
Agora, o triunfo ficou com FIORENTINO
(Inexplicable e Beautiful Rafaela, por Alleged), de 4 anos, que em vigorosa atropelada livrou cabeça sobre
TALMONT (Matisse), da mesma idade, em cima do disco. REFUGE COVE (American Gipsy), um ano mais novo, foi terceiro,
agarrado, enquanto FALA MANSA (Notation), de 4 anos, e RUBRO NEGRO (Blush Rambler), de 5, próximos, completavam o
marcador. O Dragão e Ônibus Espacial nunca deram impressão.
Fiorentino, criação do Haras J.B.Barros e
propriedade de Luís Felipe Brandão dos Santos, teve como piloto Marcos Mazini e é treinado por Luiz Esteves. Tempo
bom: 1Â’35”19, na pista pesada. Foi a sexta vitória, primeira clássica, em 19
apresentações.
Rising Fever vence com autoridade
Domingo foi corrida em
Cidade Jardim a Prova Especial Francesco Battista Giobbi, na areia, em 1.200 metros, para éguas de 3 anos e mais
idade, páreo de pouca importância. Um pesos especiais com título, dos inúmeros que existem no Rio e em São
Paulo.
Vitória firme, obtida por mais de dois corpos, de RISING FEVER (Put It Back e Heaven
Can Wait, por Tokatee), que deixou REGENERADA (American Gipsy) na dupla. As outras chegaram muito longe. RAINHA DI
BEIRUTH (First American), GRAZIANA (Midnight Tiger) e QUEEN DODGE (Dodge) completaram o marcador. As duas
primeiras têm 3 anos, a terceira, 5, e as quarta e quinta, 4.
Rising Fever, criação do Haras
Santa Maria de Araras e propriedade do Haras Springfield, teve a direção de Vagner Leal e é treinada por Victor
Barbosa. A ganhadora correu quatro vezes, três na areia, as quais converteu em vitórias. Tempo muito bom:
1’09”559, na pista molhada.
Caro Bebeto, de ponta a ponta
Sábado, no
Hipódromo da Gávea, foi corrida a Prova Especial Paulo César Catalano, para produtos de 2 anos, com descarga para
os perdedores. Mesmo na grama, recebeu poucas inscrições, sete.
Êxito fácil de CARO BEBETO (Notation e
Maastrich, por Tsunami Slew), que em duas atuações, uma na areia e outra na grama, não se colocara. Ou este páreo
foi tecnicamente muito fraco, ou o potro de criação e propriedade do Stud Capitão evoluiu muito, e esta suposição
é provável, pois o tempo, na pista pesada, 1Â’22”48, foi ótimo. MAGIC FIRST (First American) e o estreante MAGICAL
(Burooj), a aproximadamente três corpos, terminaram lutando pela segunda colocação, favorável ao primeiro.
Afastados, completaram o marcador SUSUMO (Wild Event) e CAPITAL ASSET (Boatman).
Caro Bebeto foi
pilotado por Tiago Josué Pereira e é treinado por Cláudio Peixoto de Almeida.
Giruá consegue a
reabilitação
Sábado, no Hipódromo de Cidade Jardim, foi realizada a Prova Especial Presidente
Vicente Renato Paolillo, milha, na areia, para produtos de 3 anos e mais idade, com bom campo.
Êxito
extraordinariamente fácil do 3 anos GIRUÁ (Bonapartiste e Ellefrance, por Fast Gold), que nos 500 metros despediu
os rivais, dos quais SOUTHAMPTON (Midnight Tiger), de 6, e QUARTER BUCK (Spend A Buck), de 4, foram os que, na
ordem, mais próximos chegaram. SÉRGIO DO FAXINA (Our Captain Willie) e CONSELHEIRO MOR (Inexplicable), ambos de 3
anos, completaram o marcador. E Triton Danz continua sem confirmar a vitória obtida em agosto último sobre o ótimo
Nice Bet.
O ganhador, criação de Eloi José Quege e propriedade de Eládio Mavignier Benevides, foi
dirigido por José Aparecido, é treinado por Mário Gosik e assinalou 1Â’33”882, tempo muito bom.
Giruá
correu seis vezes em Cidade Jardim, todas na areia, e ganhou cinco. Sua única derrota, em 2.200 metros, na minha
opinião, não deve ser atribuída ao aumento da distância e sim aos sérios contratempos sofridos naquela ocasião. Em
corrida normal, na areia, dá a impressão de não ter adversários (pelo menos em São
Paulo).
Avaliação das provas clássicas
O GP Cruzeiro do Sul, embora esteja
bem acima da maioria das carreiras desenroladas no Rio de Janeiro, não foi, para decepção dos turfistas, um
autêntico Grupo I. Apenas um ganhador de grupo entre os 12 inscritos, com sete sem colocação em prova dessa
categoria. São causadores desse fato o êxodo para o exterior e as lesões provocadas pelo rigorosíssimo primeiro
ano de campanha (quando todos são “obrigados” a mostrar qualidade para se tornar alvo do interesse de compradores
estrangeiros).
O GP Associação de Criadores e Proprietários de Cavalos de Corrida do Rio de Janeiro
(GIII) correspondeu à sua classificação. Dos participantes, 50% eram ganhadores clássicos.
Foi de bom
nível o campo do Clássico Outono (L) – Taça Barão do Rio Branco. Seis ganhadores clássicos (três do Grupo I),
entre os 16 inscritos, com apenas dois sem colocação clássica. Digno de um Grupo II.
Próximas
atrações
Rio de Janeiro
Domingo será disputado o GP João Borges Filho (GII),
em 2.400 metros, grama, último teste carioca para o GP São Paulo, que se aproxima, e sábado, o GP Marciano de
Aguiar Moreira (GII), que dará oportunidade às melhores éguas cariocas de serem testadas com vistas ao OSAF
paulista. São páreos importantes.
São Paulo
Teoricamente, a quarta semana mais
importante do ano do Jockey Club de São Paulo, logo abaixo das semanas do GP São Paulo, do Derby Paulista e da
Copa dos Criadores–ABCPCC. Estão programados, para a grama do Hipódromo de Cidade Jardim, três clássicos que,
certamente, vão reunir os melhores corredores de São Paulo, nos 2.400 metros (GP Oswaldo Aranha), na milha (GP
Presidente Antônio Teixeira de Assumpção Neto) e entre as éguas (GP Presidente Fábio da Silva Prado, 2.000
metros).
Por receberem, sempre, inscrições dos melhores corredores paulistas com pretensões às provas de
Grupo I da semana do GP São Paulo, são carreiras tecnicamente atraentes e importantes, mas ainda assim, apenas do
Grupo III.
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