Colunista:
Notícias da Semana, por Sérgio
T. Gonçalves 16/04/2008 - 10h39min
Uma triste tarde de Derby
Em qualquer parte do
mundo, o DERBY é sinônimo de importância, de emoção. E arrasta multidões aos hipódromos. Em nosso país, isso
não acontece, de uns anos para cá. Prêmios ridículos, tribunas vazias, os melhores puros–sangues brasileiros
exportados. Não há promoção e o chamado Esporte dos Reis, completamente esquecido pela mídia, vai cedendo
lugar a outros esportes.
Pode ser que, em futuras reuniões, os movimentos de apostas voltem a melhorar,
levados por Betting e Pick–8 acumulados. O nosso turfe, sem dúvida em crise, mais parece uma gangorra, um vaivém
que me leva à falta de esperança por dias mais gloriosos.
O que dizer, leitores, turfistas ou não,
dos MOVIMENTOS DE APOSTAS registrados nas quatro últimas reuniões realizadas na Gávea? Pergunto e respondo: um
fracasso, especialmente a do dia do Derby, com a presença de Jorge Ricardo, um fenômeno das rédeas. Para que se
tenha uma idéia, a programação, com 11 páreos, movimentou, na Gávea, pouco mais de R$ 633 mil, melhorando para R$
855 mil com o simulcasting de Cidade Jardim, que considero salvador. Lamentável!
E é fácil provar que o
turfe brasileiro está retrocedendo. Com simples números. Ei–los: em abril de 1999 (isso mesmo, 1999), na gestão
Fragoso Pires, quando da realização do Grande Prêmio Cruzeiro do Sul, o Derby, participou da prova um dos maiores
freios brasileiros de todos os tempos, Gonçalino Feijó de Almeida, o Goncinha, que veio dos Estados Unidos. E
Goncinha não perdeu a viagem, levando à vitória, de maneira espetacular, o potro Chico Corredor, que derrotou
Humbie nos metros finais e deixou em terceiro o grande favorito, Funtastic, candidato à Tríplice Coroa e em cujo
dorso estava o extraordinário Jorge Ricardo, hoje o maior ganhador do mundo.
Pois bem, naquele dia, numa
reunião com 11 páreos, mesmo número do programa de domingo passado, foram apostados R$ 738 mil, sem
simulcasting.
Doping
E a novela continua. Em vista do resultado dos exames aos quais foi
submetido Arqueiro do Conde, segundo colocado no terceiro páreo da reunião de 28 de março passado, a Comissão de
Corridas do Jockey Club Brasileiro suspendeu por 180 dias o treinador ORLANDO LUIZ SILVA (O.L. Silva) a partir de
ontem, segunda–feira, 14 de abril, além de desclassificar, sem direito a prêmios, não só Arqueiro do Conde como
também Univalente, terceiro na referida carreira e do mesmo proprietário.
Outras suspensões
A CC do JOCKEY CLUB BRASILEIRO, além de Orlando L.Silva,
puniu outros profissionais: RODRIGO D.L. SANTOS, por prejuízos a adversários montando Rainbow Bright e
London Eye, foi suspenso por oito reuniões; ELIZANDRO COSTA, jóquei de Scilicet e Culminante Double, pelo mesmo
motivo ficará 20 programas sem montar em páreos comuns; R. SALGADO (Príncipe da Guiné), também por prejuízos,
deixará de montar em duas reuniões.
LUCIANO ABREU, por uso imoderado do chicote em Point Of Gazza
e Nerium, foi suspenso por 45 dias, enquanto ILSON CORREA, piloto de Bienpensado, por causar prejuízos que
alteraram resultado de páreo, foi punido de 15 a 22 próximo.
Os treinadores JULIO CEZAR SAMPAIO,
líder destacado da estatística, e BRENO PIOVESAN também foram suspensos. O primeiro, de 22 a 29 deste mês, por não
apresentar Punk Desejada no horário; Piovesan, recebeu punição mais rigorosa (90 dias), a partir do dia 22
próximo, por estar incurso no artigo 4° e parágrafo 1° do regulamento que trata do uso da Furosemida.
E
conforme noticiei semana passada, o aprendiz EMERSON S. LIMA, segunda categoria, foi desligado da Escola de
Profissionais do Turfe do Rio de Janeiro.
Os números de
Venâncio
O excelente treinador VENÂNCIO NAHID, sem dúvida dos melhores do nosso turfe, já foi
até homenageado pelo Jockey Club Brasileiro ao obter, segundo os dirigentes da entidade, duas mil vitórias na
Gávea. Os meus cálculos não batem com os do JCB. Segundo dados colhidos na Secretaria da Comissão de Corridas, do
próprio JCB, Venâncio soma 1.999 triunfos no Hipódromo Brasileiro, faltando–lhe, assim, apenas um para chegar às
duas mil já comemoradas.
Emoção na estatística
Não há promoção,
mas não interessa. O mais importante é que a ESTATÍSTICA DE JÓQUEIS na Gávea nos reserva muitas emoções.
Liderando–a está DALTO DUARTE, com 146 vitórias, contra 145 de TIAGO JOSUÉ PEREIRA e MARCOS MAZINI, este
atravessando a melhor fase da carreira. A temporada termina a 30 de junho e até lá, sem dúvida, os três darão tudo
para chegar ao título de campeão.
Finais...
Esta
semana, SIMULCASTING Gávea / Tarumã, sexta–feira, valendo registrar que no referido dia serão disputados apenas
nove páreos no Hipódromo Brasileiro. Sábado, domingo e segunda (feriado), dez páreos em cada programação da Gávea,
que fará simulcasting com Cidade Jardim. E na segunda, a corrida começa às 13 horas e 45
minutos.
No próximo dia 18, sexta–feira, completará mais um ano o empresário e criador de
cavalos, um dos titulares do Haras Santa Ana do Rio Grande, JOSÉ CARLOS FRAGOSO PIRES JÚNIOR. Na data
ele estará no Sul, assistindo a um leilão, devendo retornar no dia seguinte ao Rio de Janeiro. É uma das melhores
pessoas que conheci. Ao Júnior, meus votos de muita saúde e crescente sucesso.
RODRIGO
FERREIRA, que começou na Gávea, mas trocou duas vezes o turfe carioca pelo paulista, obteve o primeiro êxito, após
longo tempo novamente no Hipódromo Paulistano, com High Fight, na semana passada.
Espetaculares os tempos registrados por REQUEBRA, na Gávea, e GIRUÁ, em Cidade Jardim.
Requebra arranhou o próprio recorde ao vencer em 1.000 metros, e Giruá ficou a 5/10 da marca nos 1.600 metros,
areia, no Hipódromo Paulistano. Correm muito!
Para terminar, faço a mesma pergunta: por
que as reuniões, na Gávea e em Cidade Jardim, sempre começam com ATRASO?
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