Belo Purse, o melhor na areia

Segunda prova da Tríplice Coroa carioca, o GP Francisco Eduardo de Paula Machado (GI), ainda que, inexplicavelmente, também não tenha contado com o interesse de nenhum proprietário paulista, foi bem mais interessante que o GP Diana, tendo recebido inscrições de alguns potros muito promissores.

Infelizmente, porém, em razão das fortes chuvas, a Comissão de Corridas determinou a sua transferência para a pista de areia, o que fez a carreira perder o seu brilho (e a sua importância), principalmente pela retirada do candidato ao título de tríplice coroado, Joe Bravo. O triunfo, que reafirmou a qualidade de Public Purse como reprodutor, terminou com BELO PURSE, que em bonita atropelada, por ¾ de corpo, dominou seu irmão paterno, AMIGO GAÚCHO. Este, por sua vez, deixou JAMBO (Golden Voyager), que imprimiu ritmo vertiginoso à carreira, a menos de meio corpo. Os três, em ótimas atuações, chegaram muito à frente dos demais. Completaram o marcador LESTE OESTE (Dancer Man) e MIGNONE (Torrential). Registre–se que todos os concorrentes que correram atrás, atrás ficaram.  

O vencedor, criação de Ulisses Lignon Carneiro e propriedade da Coudelaria Jéssica, foi dirigido por Dalto Duarte e é treinado por Dulcino Guignoni. Os 2.000 metros, na pista encharcada, foram percorridos em 2Â’07”45, tempo bom. Foi a quarta vitória, primeira clássica, em 10 apresentações, que também incluem três colocações em provas de grupo.

O citado Public Purse, pai dos primeiro e segundo colocados, pertence ao lineamento paterno de Teddy, que parecia fadado ao desaparecimento e que está voltando graças ao sucesso de alguns descendentes de Damascus. Assim ele pode ser descrito: Teddy, Sun Teddy, Sun Again, Sunglow, Sword Dancer, Damascus, Private Account, Public Purse.

Brilhatura (Basim), mãe do ganhador, é irmã materna de Miss Oromo, ganhadora clássica. A linha materna de Belo Purse remonta a Miss Florence, que produziu o craque Santarém (Novelty). 

Líder, Skypilot continua invicto

Clássico que reúne os melhores produtos de 2 anos treinados em São Paulo (e, às vezes, no Paraná), foi disputado sábado, no Hipódromo Paulistano, o GP Presidente José de Souza Queiroz (GII), em 1.400 metros.

Indicação lógica de qualquer catedrático, SKYPILOT (Put It Back) confirmou o que todos os turfistas já sabiam: é o melhor potro da geração 2005 estreado até agora. Logo após a partida foi para a vanguarda e não tomou conhecimento dos rivais. Curiosamente, deveria ser pule de devolução, mas não foi. Na dupla, a quase três corpos, SELLER BOY (Confidential Talk), deixando ótima impressão. BOKER TOV (Ayrton S) foi bom terceiro, com TETTORE (Redattore) e INVERNO (Uapybo) completando o marcador. 

O ganhador, criação e propriedade do Haras Santa Maria de Araras, foi pilotado por José Aparecido e é treinado, no Paraná, por Luiz Roberto Feltran. Para a distância, na grama pesada, com cerca móvel, assinalou 1Â’23”934. Skypilot correu duas vezes em São Paulo e uma vez no Paraná, vencendo todas.

Ilang–Ilang (Tokatee e Ocala Gal, por Vacilante), mãe do ganhador, embora não tenha ganho nenhum clássico, foi uma boa égua da geração amplamente liderada por Virginie (à qual secundou no GP Diana), tendo obtido várias colocações em provas de grupo. A esta linha materna pertencem, entre outros, Paris Queen e seu filho, o bicampeão do GP Brasil, Villach King.

Queops Pyramid: mais um show na areia

Voltando ao Hipódromo da Gávea, no sábado foi disputado o GP Euvaldo Lodi (GIII), por éguas de 3 anos e mais idade, em 1.600 metros.

Também transferido para a areia, o páreo ficou à vontade para a 4 anos QUEOPS PYRAMID (Jules) que, apesar de correr bem na grama, parece desenvolver todo o seu poderio locomotor na areia, onde ganhara uma prova especial, contra os machos, ano passado, por quase 24 corpos! Tudo indica que, se tiver campanha direcionada para a areia, não vai perder tão cedo. Na dupla, READY FOR ACTION (Confidential Talk), de 3 anos, a mais de 14 corpos. Completaram o marcador, afastadas, APÓLICE GLOBAL (American Gipsy) e CASH FOR HER (Arambaré), da mesma idade da ganhadora, e HILARIS (Parme), de 3 anos.

Queops Pyramid, criação do Haras Anderson e propriedade do Haras Pirassununga, teve a condução de Francisco Chaves, é treinada por Leonardo José dos Reis e assinalou 1Â’37”47, na pista encharcada, tempo muito bom. Foi a sexta vitória, terceira clássica, em 14 apresentações. Italian Hunter (Clackson e Secret Hunter), mãe da ganhadora, produziu também, entre outros, Mystic American, que ganhou o GP Francisco Villela de Paula Machado (GII).

Uno Campione bate o recorde dos 1.900 metros

No Hipódromo do Tarumã, em Curitiba, sexta–feira, aconteceu o Clássico Alô Ticoulat Guimarães (L), segunda prova da Tríplice Coroa paranaense, para produtos de 3 anos, na areia, que se encontrava pesada.

O candidato ao título, HONORIFIQUE (Parme), não confirmou a vitória obtida na primeira prova e acabou em inexpressivo terceiro lugar. Com isso, UNO CAMPIONE (Mane Minister e Newcastle, por Clackson), que não corria desde dezembro, quando foi segundo no GP Paraná, pôde vencer com muita facilidade, por aproximadamente oito corpos. Seu companheiro UPPER WINNER (Dancer Man) formou a dobradinha do Haras dos Girassóis. Em quarto e quinto, BUFALLO BILL (Pitu da Guanabara) e TIMBROS (Kahyasin).

O ganhador foi pilotado por João Moreira e é treinado, assim como o segundo colocado, por Gladston Figueiredo Santos. Tempo excepcional, novo recorde: os 1.900 metros foram percorridos em 2Â’00”8. Uno Campione pertence à linha materna de Redbrick (Crepello), mãe das ganhadoras de grupo e excelentes reprodutoras Remember e Court Lady.

Zincato ganha páreo fraco

No Hipódromo de Cidade Jardim foi corrida sábado a Prova Especial 14 de Março, outrora páreo dos mais importantes do calendário clássico paulistano, para produtos de 3 anos e mais idade. Mesmo não sendo mais prova de grupo, poderia servir de teste para o próximo GP São Paulo, mas seu campo saiu fraco.

Vitória de ZINCATO (New Colony e Sage, por Baligh), promissora, pois tem 3 anos (assim como todos no páreo) e correu poucas vezes, vencendo duas carreiras em Cidade Jardim, uma no Tarumã e uma em Uvaranas. Disputando a dupla terminaram OUTSTANDING NEW (Nugget Point) e GAMÃO (Nedawi) com vantagem de pescoço para este que, entretanto, foi desclassificado após reclamação do jóquei e julgamento da Comissão de Corridas. Completaram o marcador MR. NEDAWI (Nedawi)  e BARE WITH ME (Quinze Quilates). 

O ganhador, criação do Haras Valente e propriedade do Stud Campal, teve a direção de João Moreira e é treinado por Pedro Nickel. Para o percurso, na pista pesada, assinalou 2Â’32”502.

Public Relations: milheiro promissor

Ainda no Hipódromo de Cidade Jardim, mas no domingo, foi realizada a Prova Especial Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, para produtos de 3 anos e mais idade, em 1.600 metros, grama. Campo muito bom, pelas inscrições de três ganhadores de Grupo I, dos quais dois, entretanto, chegaram descolocados, deslustrando suas campanhas.

A vitória, autoritária, obtida por dois corpos, ficou com o 3 anos  PUBLIC RELATIONS (Public Purse e Compeer–Costly, por Punk), sinalizando que, especializado na milha, vai obter triunfos mais significativos. Na dupla, o 5 anos LEEWAY (Shudanz) superando por pequenas diferenças FUCO (Nedawi), UIGUR (Astor Place), de 4 e 3 anos, e CONSELHEIRO MOR (Inexplicable), da mesma idade do ganhador. E todos os que tem apreço pelo cavalo puro–sangue de corridas, devem estar lamentando o triste fim do recordista, ganhador de provas de grupo, Top Hat, último colocado..

Public Relations, criação do Haras Ponta Porã e propriedade do Stud Andrômeda, foi conduzido por Vagner Leal e é treinado por Valter dos Santos Lopes. A distância, na pista pesada, foi percorrida em 1Â’36”728, um bom tempo.

Avaliação das provas clássicas

O GP Francisco Eduardo de Paula Machado inexplicavelmente não contou com o interesse dos proprietários de bons potros paulistas, apesar de ser prova do Grupo I e ter melhor dotação que os clássicos em Cidade Jardim. Assim, restrito aos cariocas e sem Meu Rei, Mr.Universo, Do Canadá e Bain Douche, não foi um autêntico Grupo I, como já acontecera semana passada com o GP Diana.

Sendo o GP Presidente José de Souza Queiroz (GII) destinado a potros que estão em início de campanha, a possibilidade de uma análise mais ampla é quase impossível. Aqui, entretanto, aconteceu a exceção que confirma a regra. Venceu um potro que não é apenas precoce e, seguramente, não venceu por acaso.

No GP Euvaldo Lodi (GIII), éguas de 4 anos e mais idade e potrancas de 3, que não estão disputando a Tríplice Coroa, têm a oportunidade de correr prova nobre. Das 13 inscritas, duas tinham vitória clássica, mas seis não tinham nem colocação (clássica). Tecnicamente, uma Listed Race.

O Clássico Alô Ticoulat Guimarães (L), a não ser pelo fato de ser componente da Tríplice Coroa paranaense, não tem grande importância. 

Próximas atrações

Rio de Janeiro

Os melhores milheiros treinados no Rio de Janeiro, correrão domingo, disputando o GP Presidente Emílio Garrastazu Médici (GII). Na grama, é o páreo–teste para a Milha Internacional paulista e por isso, importante.

Velocistas gramáticos atuarão na nova Prova Especial Talvez!, no quilômetro.

São Paulo

Interessante páreo, em 1.800 metros, grama, o Clássico Presidente Luiz Oliveira de Barros (L) reúne éguas de 3 anos e mais idade, a caminho do OSAF paulista.

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