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Notícias da Semana, por Sérgio T. Gonçalves 19/03/2008 - 11h41min
Ricardo e GP, atrações... sem público
Ao iniciar a minha coluna, bato na mesma tecla. E duvido que me desmintam. Para um jornalista que, mesmo antes de sê–lo, assistia às corridas na Gávea deste o fim dos anos 40, é triste saber por amigos (a telinha não mostra) que as tribunas cheias do outrora lindo Hipódromo Brasileiro hoje recebem poucos turfistas. A emoção já faz parte do passado.
No último domingo, voltou à Gávea, por 24 horas, ou menos, pois tinha compromissos no dia seguinte, na Argentina, o extraordinário jóquei brasileiro JORGE RICARDO, campeão mundial de vitórias.
Ricardo montou em diversas carreiras, ganhou apenas uma e quase venceu o clássico. Recebeu o carinho de amigos, parentes e colegas, além de um troféu do JCB pelas dez mil vitórias obtidas recentemente. A presença do correto profissional e a realização do GP Francisco Eduardo de Paula Machado, segunda prova da Tríplice Coroa de produtos, seriam suficientes para levar um bom público à Gávea. Tal não aconteceu. Sem promoção não há público. Hoje, diversos esportes despertam mais interesse do que o turfe brasileiro que, na minha opinião, passa por grave crise.
E para completar uma jornada que deveria (deveria, repito) ser emocionante, o JCB transfere uma prova do Grupo I, e logo da Tríplice Coroa, da grama para a areia. Por que não passar a prova para outro dia? É triste, muito triste.
Apostas
Como ocorrera na semana anterior, os últimos MOVIMENTOS DE APOSTAS na Gávea, em simulcasting com a programação de Cidade Jardim, foram bons, muito bons, à exceção do de sexta–feira, em simulcasting com o Tarumã. É verdade que dos programas de sábado e domingo, na Gávea, constavam 12 páreos em cada, mas isso, na minha opinião, não tem importância. Valem os números registrados, e esses foram muito bons, repito, especialmente o montante de domingo, quando os apostadores despejaram o dinheiro nas agências, tanto que o movimento passou de R$ 1 milhão e 140 mil.
Vigil e Machado
Significativos êxitos de dois profissionais em atividade no Hipódromo do Cristal, em Porto Alegre. Quando da última reunião, quinta–feira, 13, realizada no mais importante prado gaúcho, CARLOS ALEX VIGIL, campeão de várias estatísticas e líder da atual, montou cinco ganhadores em oito páreos, chegando às 804 vitórias. Uma delas na carreira final, o Grande Prêmio Breno Caldas, primeira prova da Tríplice Coroa, por intermédio de Duque di Lorenzo, que triunfou por vários corpos. Pena que somente um pequeno público tenha comparecido ao programa.
No mesmo dia, no mesmo local, um feito também digno de registro. O treinador HERMÍNIO PAULO MACHADO, que lidera a estatística, obteve 500 vitórias na difícil profissão, com Onkel, partindo já para as 600 ao ganhar com Duque di Lorenzo a carreira principal. Felicidades a ambos.
Um recorde no Paraná
Na sexta–feira, 14 de março, outro feito dos mais expressivos, o de UNO CAMPIONE ao vencer, em tempo recorde, o Clássico Alô Ticoulat Guimarães, Listed, segunda prova da Tríplice Coroa, que tinha como candidato Honorifique, o terceiro colocado. Uno Campione, que deixou o segundo, o companheiro Upper Winner, a oito corpos, marcou 120s8/10 nos 1.900 metros, areia pesada, melhorando a marca do então recordista Ídolo (121s4), estabelecida em 24 de fevereiro de 2006.
Finais...
Os turfistas antigos não esquecem da pista de areia, na Gávea, nos anos 50/60. Com a chuva e pista pesada, o cavalo que corria por fora, em plena reta final, dificilmente perdia. Passados muitos anos, o mesmo acontece no Hipódromo de Cidade Jardim, mas só que na grama. Raia pesada, a maioria dos concorrentes é levada para a cerca externa. Lamentável.
Lamentável, também, o desrespeito dos Jockeys da Gávea e de Cidade Jardim ao HORÁRIO. Para que estabelecê–lo, se não o cumprem? Uma das últimas reuniões da Gávea começou com 10 minutos de atraso. Turfe não é só jogo, é craque na pista, é emoção, é público, e bom, nas tribunas etc. Sem promoção e ordem, é o que se vê: o nosso turfe parece um balão apagado.
A partir desta semana, CRISTIANO SOUTTO, o S. Cristiano dos programas oficiais, monta como aprendiz de segunda categoria.
Não teremos corridas na SEXTA–FEIRA DA PAIXÃO. O Jockey Club Brasileiro realizará programações na quinta, em simulcasting com o Cristal; e sábado, domingo e segunda, com Cidade Jardim.
A Comissão de Corridas do JCB cancelou as matrículas de proprietários dos treinadores F. DA SILVA MACHADO e F. DA SILVA MACHADO JÚNIOR.
Uma decisão elogiável do JOCKEY CLUB BRASILEIRO: a partir deste ano, realizar Provas Especiais em homenagem aos craques que inscreveram seus nomes na História da Tríplice Coroa carioca. Começa esta semana com a Prova Especial Talvez!, que faz parte do programa de sábado. Em 1.000 metros, recebeu 15 inscrições.
Um abraço ao excelente jornalista MARCO AURÉLIO CARDOSO RIBEIRO, com quem trabalhei muitos anos no GLOBO. Agora transmitindo, de forma impecável, páreos realizados na Gávea, Marquinho brilha também como proprietário de cavalos. No último sábado, foi à raia, com amigos, receber Normand King, de sua propriedade, ganhador do oitavo páreo. Pouco antes, vendera o filho de Roi Normand no claiming. Saúde e sucesso, garoto!
Mais uma do RICARDINHO: o nosso fenômeno deverá participar de um torneio, dia 9 de agosto, em Ascot. E como tem recebido diversos convites, possivelmente dará um pulinho a Del Mar, Estados Unidos, para que os americanos conheçam a sua invejável técnica.
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