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Colunista:

Provas de Grupo, por Ivamar
12/03/2008 - 04h49min

A melhor potranca foi Right Idea

Páreo aguardado pelos turfistas brasileiros, o GP Diana (GI), segunda prova da Tríplice Coroa de potrancas, reuniu, domingo, no Hipódromo da Gávea, Rio de Janeiro, um bom lote de 3 anos, mas não todas as melhores, infelizmente.

Eleita franca favorita do público apostador, RUBIA DEL RIO (Put It Back), por problema físico, não conseguiu se manter candidata ao título de tríplice coroada, terminando em terceiro, próxima das duas primeiras. A vitória coube à sua companheira de treinamento RIGHT IDEA (Nedawi), surpreendendo a cátedra, pois tinha apenas uma vitória em nove páreos comuns disputados, e fazia seu reaparecimento (em novas cocheiras) após uma parada de quase cinco meses. Por seu pedigree e pelo que demonstrou, deverá ir bem aos 2.400 metros, assim como a segunda colocada, NEW PLAY (Matisse). Esta era a que mais corria no final. Completaram o marcador, agarradas, FOR YOU ONLY (Roi Normand) e a responsável pelo vertiginoso ritmo imprimido à carreira, SCILICET (Torrential). Da primeira até a sexta, Serelepe, apenas dois corpos.  

Right Idea, criação do Haras Santa Maria de Araras e propriedade do Stud Santa Maria, foi dirigida por Bruno Reis e é treinada, assim como a terceira colocada, por Roberto Morgado Neto. Os 2.000 metros, na grama leve, foram percorridos em 1Â’59”65, tempo muito bom.

Fixed Idea (Bright Again), mãe da ganhadora, produziu também Fort Wilderness, vencedor de provas dos Grupos III e II. A esta linha materna pertencem, entre outros, British Empire, Coastal Traffic, Chulmleigh, Tapuia, Aporé, Tibetano, Cristie, Strong IÂ’thÂ’Arm, Fallow, Farm, Fizz, White Clover, Faranloy, Fain, Marenostrum e Fayrsal.

O pai da vencedora, Nedawi (Ever Love, Core Business, Quick As Ray, Cruzada Americana, Faz de Conta, Fuco etc), pertence ao lineamento paterno de Phalaris, da seguinte maneira: Nedawi, Rainbow Quest, Blushing Groom, Red God, Nasrullah, Nearco, Pharos, Phalaris.

Papel Moeda dá ótima demonstração

Clássico que geralmente recebe inscrições de cavalos de 3 anos e mais idade da primeira turma de arenáticos, foi disputado sábado, no Hipódromo Paulistano, o GP Piratininga (GII), em 2.200 metros.

A carreira marcou novas apresentações dos vencedores dos últimos GPs Bento Gonçalves e Paraná, ou seja, dois ganhadores de Grupo I, o que, teoricamente, dava importância ao páreo. O resultado, infelizmente, comprovou o erro da classificação daquelas provas. Mais dois que tiveram participações medíocres, como de resto tem acontecido com quase todos os  ganhadores daqueles clássicos regionais. O triunfo ficou com o 3 anos PAPEL MOEDA (Boatman e Financial Affair, por Black Tie Affair), uma grata revelação. Em sete apresentações, conquistou quatro vitórias, sendo esta a primeira clássica. A aproximadamente um corpo, AMOR SURPRESA (First American), 4 anos, formou a dupla, livrando nítida vantagem nos metros finais sobre FOREVER FRIENDS (Roi Normand), 5 anos, a mesma idade do quarto colocado, ALUCARD (Patio de Naranjos). GIRUÁ (Bonapartiste), de 3 anos, perdeu a invencibilidade, parecendo não ter gostado do aumento da distância, enquanto Starman terminava em sexto e último.

O vencedor, criação do Haras Ponta Porã e propriedade do Stud Raça, foi pilotado por Vagner Leal e é treinado por Marcos Guimarães Campos. Para a distância, na areia molhada, assinalou 2Â’14”940, tempo muito bom.

Onda da Guanabara, em final emocionante

Também no Hipódromo de Cidade Jardim, mas no domingo, foi disputado o GP Presidente Guilherme Ellis (GII), por potrancas de 2 anos, sem a aparente líder, Sweet Kentucky, e já abordando 1.400 metros.

Predomínio de duas potrancas perdedoras, ONDA DA GUANABARA (Pitu da Guanabara e Sul Americana, por Baronius) e KATITA PORÃ (Special Nash), esta a menos apostada e que por pouco não venceu. Próximas, PRAIA DO ROSA, ganhadora e irmã paterna da segunda, CORES DO BRASIL (First American), perdedora, e SURFER GIRL (Wild Event), que vencera na estréia, completaram o marcador.

A ganhadora, criação do Stud Smith de Vasconcellos e propriedade do Stud Gaeta, teve a condução de Nelito Cunha, proporcionou a Antônio Fagundes sua primeira vitória em prova de grupo como treinador e assinalou 1Â’24”227, na grama leve, com cerca móvel. Também o reprodutor Pitu da Guanabara, um velocista extraordinário, recebeu o batismo clássico. 

Estrela do Oriente derrota Green Market

O Clássico José Calmon (L), também realizado na grama do Hipódromo da Gávea, mas no sábado, recebeu inscrições de 11 potros de 2 anos. Na areia, nas duas temporadas anteriores, recebera seis.

Em final muito bonito, protagonizado por dois potros altamente  promissores, o triunfo ficou com ESTRELA DO ORIENTE (Redattore e Academia Real, por BankerÂ’s Gold), que atropelou por fora para alcançar GREEN MARKET (Roi Normand) nos últimos metros. Em bom terceiro, depois de lutar muito pela liderança antes da reta, QUICK CAT (P.T.Indy), com  SABERETE (Wild Event) próximo, em quarto. FUNNY GUY (Ghadeer) completou o marcador. 

Estrela do Oriente, criação do Haras São José da Serra e propriedade do Stud Estrela Energia, foi dirigido por Jorge Leme, é treinado por Cosme Morgado Neto e assinalou, na pista leve, 1Â’15”76. Foi a terceira atuação, segunda vitória, primeira clássica.

Prince Dodge, correndo de trás

Voltando ao Hipódromo de Cidade Jardim, sábado aconteceu o Clássico Câmara Municipal de São Paulo (L), para produtos de 3 anos e mais idade, na areia.

Correndo diferente desta vez, venceu, em bonita atropelada, por quase dois corpos, o 5 anos PRINCE DODGE (Dodge e Midnight Queen, por Slew OÂ’Gold), com SOUTHAMPTON (Midnight Tiger), 6 anos,  na dupla. KANGOO (Mane Minister), 4 anos, foi terceiro, longe. IGNIS (Romarin), 5 anos, e GIBI DE BIRIGUI (Banking), 3, completaram o marcador. O jóquei do segundo reclamou do primeiro, mas o páreo foi confirmado.  

O ganhador, criação do Haras Anderson e propriedade de José Luiz Ferreira da Rocha, foi pilotado por Antônio Queiroz e é treinado, no Paraná, por Antenor Menegolo Neto. Os 1.400 metros, na pista molhada, foram percorridos em 1Â’22”456, um bom tempo.

Menina di Lucca vence páreo fraco

Ainda no Hipódromo de Cidade Jardim, foi corrido sábado o Clássico Donética (L), para éguas de 3 anos e mais idade, em 1.900 metros, areia.

Vitória de MENINA DI LUCCA (Puerto–Madero e Inaima, por Potomac) que derrotou LÂ’AZZURA (Vettori) com dificuldade. Ambas têm 4 anos. Longe, em terceiro, SEDUCE MINISTER (Mane Minister), de 5 anos, enquanto I WANNA DANCE (Ski Champ), dois anos mais nova, e HERMANA MIA (Public Purse), 4 anos, completavam o marcador.

A ganhadora, criação do Haras Guaiuvira e propriedade de Luis Alberto Rodrigues de Souza, teve a direção de Carlos Lavor e é treinada, no Rio, por Leopoldo Cury. Para o percurso, na pista molhada, assinalou 1Â’56”121.

Team Victory: bonita vitória, bela campanha

Ainda no sábado foi realizada, no Hipódromo da Gávea, a Prova Especial Reynato Sodré Borges, para produtos de 3 anos e mais idade, em 1.900 metros, areia.

A vitória, difícil, obtida por pequena diferença, ficou com o 3 anos TEAM VICTORY (Public Purse e Incitante, por Minstrel Glory), que na quinta apresentação conseguiu a quarta vitória, segunda em prova especial. Encontrou terrível rival em NO GATILHO (Crimson Tide), da mesma idade, que com ele lutou desde os 400 metros finais. Muito longe, o favorito ISTAMBUL (Vettori), de 4 anos, acabou no terceiro posto, completando o marcador BOZÓ (Public Purse) e LEPORELLO (Dubai Dust), igualmente de 4 anos.

Team Victory, criação do Haras Evany e propriedade do Stud Eternamente Rio, foi conduzido por Marcello Cardoso e é treinado por Luiz Esteves. A distância, na pista leve, foi percorrida em 1Â’58”31, um bom tempo.

Avaliação das provas clássicas

O GP Diana, por seu histórico e tradição tem de ser prova do Grupo I, como de fato é. Infelizmente, nos dias de hoje, ótimas potrancas são levadas para o exterior, em busca de melhores prêmios, esvaziando qualitativamente a importante carreira. Este ano, isto pôde ser comprovado pela ausência de Celtic Princess, Éissoaí, Light Green, Zardana  Entre as 14 inscritas, apenas uma ganhadora de grupo.

O GP Piratininga (GII) teve bom campo, com quatro ganhadores de prova de grupo, entre os sete candidatos. Correspondeu à sua classificação.

Do GP Presidente Guilherme Ellis (GII) e do Clássico José Calmon (L) não há muito o que falar. Ninguém, em sã consciência, pode afirmar, nesta época do ano, que este potro ou aquela potranca serão grandes corredores. Muito menos que são legítimos líderes de turma. É muito cedo. Existe pouco subsídio para uma avaliação isenta de paixões. E são, no entanto, páreos que dão status clássico aos potrinhos e que podem até servir de incentivo para a venda e o envio de alguns para o exterior.

No Clássico Câmara Municipal de São Paulo (L), bons corredores de areia estiveram presentes. Afinal, quase todos já venceram clássico ou prova especial, ao contrário do Clássico Donética (L), que não contou com  nenhuma ganhadora de prova de grupo em seu campo. E a maioria não tinha sequer colocação clássica. Parecia uma simples prova especial.
 
Próximas atrações

Rio de Janeiro

A Tríplice Coroa carioca terá, domingo, seu prosseguimento com o GP Francisco Eduardo de Paula Machado (GI). Em 2.000 metros, a exemplo do que aconteceu com a primeira prova, não contou, inexplicavelmente, com o interesse de proprietários paulistas.

As éguas de 3 anos e mais idade estarão em ação, sábado, no GP Euvaldo Lodi (GIII), uma milha, na grama.

São Paulo

Bom fim de semana em São Paulo, programadas as realizações, do GP Presidente José de Souza Queiroz (GII), para os produtos de 2 anos, em 1.400 metros, da Prova Especial 14 de Março, em 2.400 metros, e  da Prova Especial Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, em 1.600 metros, ambas para produtos de 3 anos e mais idade. Os três, na grama.

Paraná

Está programada para o dia 14, próxima sexta–feira, a segunda etapa da Tríplice Coroa paranaense, em 1.900 metros, pista de areia.



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