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Provas de Grupo, por Ivamar 20/02/2008 - 05h14min
Joe Bravo abre a Tríplice Coroa
O GP Estado do Rio de Janeiro (GI) está, atualmente, entre os páreos mais importantes realizados no Brasil. De fato, além de tratar–se do similar carioca dos Dois Mil Guinéus, da Inglaterra, por sua distância, pista e, principalmente, posição no calendário clássico nacional, reúne bons potros, já devidamente amadurecidos, que irão abrilhantar algumas das provas nobres do resto da temporada.
Este ano, surpreendentemente, embora do Grupo I e com dotação maior do que as de São Paulo, não recebeu inscrição de nenhum bom potro paulista, fato que lhe tirou muito do brilho e que merece reflexão. Estarão os muitos grandes clássicos do primeiro ano de campanha acabando, prematuramente, com os melhores potros?
Domingo, com melhor percurso, JOE BRAVO (Vettori) foi o vencedor, derrotando por mais de dois corpos, com total autoridade, ROONEY (Public Purse) e HAMPESCO (Impression), que terminaram, na ordem, lutando pela dupla. Depois de dar caça ao ponteiro Refuge Cove até os 500 metros finais, assumiu a dianteira para não mais perdê–la. Completando o marcador, um pouco afastados, BELO PURSE (Public Purse) e PTGUALICHO (P.T.Indy). Wire to Wire e Refuge Cove correram pouco. Registre–se que este último não pôde, desta vez, ser medicado com Lasix. Há alguns anos foi estabelecido, em entendimento que teria havido entre o Jockey Club Brasileiro, o Jockey Club de São Paulo e o Ministério da Agricultura, que em provas do Grupo I e do Grupo II não seria permitida a medicação, assim como, aos potros, até os três anos e meio. Assunto altamente polêmico.
Joe Bravo, criação do Stud Mega e propriedade do Haras Internacional, foi pilotado por Tiago Josué Pereira e é treinado por Venâncio Nahid. Os 1.600 metros foram percorridos em 1Â’33”10, na grama leve, um ótimo tempo. Foi a terceira vitória, primeira clássica, em 10 atuações.
O pedigree do ganhador é excelente. Sua mãe, Brave Lady (Roi Normand e Political Intrigue, por Deputy Minister), é irmã inteira do campeão Redattore, remontando esta linha materna à famosa La Troienne (Teddy). A ela pertencem, entre outros, Buckpasser, Besieged, Bimelech, Poker, Woodman, Easy Goer, Private Account, Effervescing, Midnight Tiger, King of the Castle, Easing Along, Public Purse, Mantle Rock, Mozart, Eastern Echo, Roar, Bernstein, Coray, Polish Navy etc.
Por sua vez, Vettori, agora definitivamente no Brasil, é um dos mais importantes garanhões em atividade no país, sendo pai, também, de Meu Rei, Do Canadá, Immortelle, Out of Control, Pretty Carolina, Ontemhojeesempre etc, pertencendo ao lineamento paterno de Phalaris, pelo ramo de Native Dancer, da seguinte maneira: Vettori, Macchiavellian, Mr. Prospector, Raise A Native, Native Dancer, Polynesian, Unbreakable, Sickle, Phalaris.
Sweet Kentucky: êxito de ponta a ponta
As fêmeas da nova geração, treinadas em São Paulo, participaram de prova graduada, sábado, 16, em Cidade Jardim, o GP Presidente João Carlos Leite Penteado (GIII), que recebeu oito inscrições, das quais quatro foram retiradas.
O triunfo, fácil, pertenceu a SWEET KENTUCKY, filha de Put It Back e Kentucky Royalty (Irish River), que, assim, manteve a liderança da turma paulista. ENGLISH HOME (Roi Normand), vencedora na estréia, formou a dupla, sem ameaçar. Muito longe, as outras duas concorrentes KEFEMINA (Shudanz) e DUNA DA GUANABARA (Fahim).
Sweet Kentucky, criação e propriedade do Haras Anderson, foi dirigida por Vagner Leal e é treinada por Marcos Olguin. Para o percurso de 1.200 metros, na areia molhada, assinalou 1Â’11”944.
West Hope é a líder carioca
Voltando ao Hipódromo da Gávea, promissoras potrancas cariocas da nova geração, disputaram o Clássico Ministério da Agricultura (L), em 1.100 metros, areia, no sábado.
Apenas seis candidatas ao triunfo, que acabou com a favorita WEST HOPE (Crimson Tide e West Night, por Slap Jack), mantendo a invencibilidade. Venceu de ponta a ponta, confirmando justo favoritismo. Muito distante, na dupla, SINDICALIZADA (Wild Event), não entusiasmando as demais. JEUNE PARIS (Torrential), SPECIAL CLASS (Wild Event) e A MI MANERA (First American) completaram o marcador. Com três vitórias, duas na areia e uma na grama, em três apresentações, já se pode dizer que West Hope é a legítima líder da turma feminina, no Rio.
West Hope, criação de Luis Antonio Ribeiro Pinto e propriedade da Coudelaria Jéssica, foi conduzida por Dalto Duarte e é treinada por Dulcino Guignoni. Para o percurso, na pista leve, assinalou 1Â’05”60.
Honorifique: um bonito triunfo
Na milha, como acontece em todos os centros adiantados do mundo, menos nos Estados Unidos, foi iniciada a Tríplice Coroa paranaense com a realização, no Hipódromo do Tarumã, Curitiba, do Clássico Luiz Gurgel do Amaral Valente (L) – Taça Pinheiro de Ouro.
Com dotação pouco maior do que a de uma prova especial em São Paulo, o páreo, obviamente, não desperta o interesse de proprietários de bons 3 anos arenáticos paulistas, como seria desejável, o que daria à prova a importância que deveria ter, tornando–a mais que uma simples carreira regional. Por causa do baixo prêmio, nenhum ganhador de prova de grupo, entre os inscritos. Feito esse indispensável comentário, ficou a impressão de que o ganhador, HONORIFIQUE (Parme e Peacock Blue, por Ghadeer), e o segundo colocado, PRIME SHOT (Romarin), talvez possam se arriscar a competir contra os melhores de São Paulo e do Rio, pois o primeiro foi apresentado apenas cinco vezes e tem três vitórias, e o segundo correu menos ainda, duas vezes, obtendo uma vitória comum em São Paulo. Os demais não impressionaram. HIC (Impression), UPPER WINNER (Dancer Man) e VALETE DI JOB (Job di Caroline) completaram o marcador.
Honorifique, criação do Haras Santarém e propriedade do Stud Avanti Tricolori, foi pilotado por Antônio Queiroz e é treinado por Márcio Ferreira Gusso. Para o percurso, na pista encharcada, assinalou 1Â’41”, bom tempo.
Líder Maior conquista boa vitória
Também no Hipódromo de Cidade Jardim, sábado, foi corrida a Prova Especial Olhada, em 2.400 metros, grama.
Reunindo cinco éguas de 3 anos e mais idade, a vitória, felizmente, ficou com a única 3 anos do lote, LÍDER MAIOR (Our Captain Willie e Zezémaior, por Khatango). As demais eram éguas mais velhas, sem maiores credenciais clássicas. Perto, NHACUNDÁ (Know Heights), de 5 anos, formou a dupla, em muito boa atuação. Aproximadamente cinco corpos atrás, JULIER (Above The Sky), de 4 anos, foi a terceira, com AMARULA FAST (Nugget Point), dois anos mais velha, na quarta colocação. SÓ AÇÃO (Astor Place), de 5 anos, foi a última, muito longe, mas ganhando colocação clássica.
Líder Maior, criação do Haras Bandeirantes e propriedade do Stud Alvo Certo, foi conduzida por Antônio Mesquita e é treinada por Rodrigo Magalhães. Marcou 2Â’32”073, na pista molhada, com cerca móvel. Foi a segunda vitória (uma comum), em sete apresentações.
Avaliação das Provas de Grupo
O GP Estado do Rio de Janeiro deste ano não correspondeu. Prova do Grupo I com apenas um ganhador de grupo, convenhamos, é muito pouco. E entre os 11 inscritos, até potro perdedor!
As potrancas apresentadas no GP Presidente João Carlos Leite Penteado (prova do Grupo III para a nova geração já em fevereiro), a um primeiro exame pareceram ainda verdes, deixando em dúvida a verdadeira força das duas primeiras. De qualquer forma, elas sinalizaram ser de corrida, o que deverá ser confirmado (ou não) em futuro próximo.
O que foi dito acima vale igualmente para o Clássico Ministério da Agricultura (L), disputado no Rio. West Hope dá a impressão de ser muito boa, mas as rivais, facilmente derrotadas ainda nada demonstraram.
A prova nobre paranaense, não poderia mesmo ter bom campo com a dotação de R$ 6.300,00. À exceção dos dois primeiros, os demais inscritos no Clássico Luiz Gurgel do Amaral Valente talvez não tenham condições de correr com sucesso prova de grupo no Rio ou São Paulo. Próximas atrações
São Paulo
Uma semana melhor em São Paulo, com quatro provas interessantes. Disputado em 1.600 metros, na grama, por éguas de 3 anos e mais idade, o GP Presidente Hernani Azevedo Silva não tem importância maior, embora do Grupo II. Fosse corrido quatro ou cinco semanas antes da Milha Internacional ...
Já o GP Linneo de Paula Machado (GIII), que será disputado domingo, em 2.000 metros, grama, pode ser considerada a primeira de uma série de quatro provas–teste para o próximo GP São Paulo.
Também no sábado, os turfistas terão o GP Presidente Augusto de Souza Queiroz (GIII). Para produtos de 2 anos, em 1.200 metros, areia, dará status clássico a algum potro provavelmente apenas precoce.
E no domingo será corrido o Clássico Erasmo T. de Assumpção (L), para as privilegiadas velocistas (de 3 anos e mais idade) que têm páreos nobres exclusivos para elas e ainda correm contra os velocistas machos, sempre com altas possibilidades de vitória.
Rio de Janeiro
Na grama do Hipódromo da Gávea, domingo, os turfistas terão o GP Presidente Arthur da Costa e Silva (GIII), em 2.000 metros, grama, para produtos de 3 anos e mais idade, e no sábado, nas mesmas pista e distância, o Clássico Tude Neiva Lima Rocha (L), só que reservado às éguas de 4 anos e mais idade, e o Clássico Hernani Azevedo Silva (L), em 1.100 metros, areia, para os inexperientes 2 anos.
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