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Colunista:

Provas de Grupo, por Ivamar
21/11/2007 - 07h10min

        Jorge Ricardo vence pela primeira vez o Bento
    
O destaque da semana (apenas por sua grupagem) foi o GP Bento Gonçalves, corrido quinta–feira no Hipódromo do Cristal, Rio Grande do Sul, que mais uma vez teve campo medíocre pelas ausências de ganhadores de grupo no Rio e em São Paulo (como Happy Boy, Top Hat, Feito Craque, Bico Blanco, Nice Bet, Kalibanos etc). E mais, qualquer observador atento e sem paixões sabe que entre os inscritos dificilmente algum tem condições de ganhar as provas nobres cariocas ou paulistas. 

Ainda que em carreira tecnicamente fraca, foi impressionante a vitória do 4 anos STARMAN, que somente agora, na 17ª apresentação, conseguiu a segunda vitória, e logo em páreo do Grupo I. Continuando campanha em distâncias acima dos 1.900 metros e somente na areia, poderá vir a se firmar como cavalo de bom nível (e, quem sabe, até ganhar provas de grupo cariocas ou paulistas, para arenáticos?). Muito afastados, lutando pela dupla, terminaram o 3 anos PTPRINCE (P.T. Indy) e o 5 anos REALLY THE FIRST (Shudanz). Mais longe ainda, FLYER (Nedawi), da mesma idade do vencedor, e MATA LEÃO (Ski Champ), de 6 anos, completaram o marcador.

O ganhador, criação do Haras São José da Serra e propriedade de Aluizio Merlin Ribeiro, proporcionou a Jorge Ricardo e a Dulcino Guignoni o primeiro triunfo em uma das raras carreiras nobres brasileiras que eles ainda não tinham vencido. Tempo bom na pista leve: 2Â’30”8.

Sweet Mind (Baligh e Sweet Honey, por Egoísmo), mãe de Starman, uma das boas éguas da geração no Rio, vencedora do Clássico Octávio Dupont (L), é irmã materna da esplêndida Sweet Eternity, uma das duas melhores da geração no Brasil, que cumpriu campanha medíocre nos Estados Unidos, vítima de inscrições pessimamente feitas (ao contrário da outra, a não menos esplêndida Riboletta, que se consagraria, posteriormente, como égua do ano na América do Norte, em feito difícil de ser igualado).

Trempolino, pai do ganhador, é reprodutor consagrado mundialmente. No Brasil, logo na primeira geração produziu a ganhadora do Diana paulista, Zimbamia, e a do Diana carioca, Bike. Mais uma linhagem paterna que remonta a Phalaris, pelo ramo de Native Dancer, da seguinte maneira: Trempolino, Sharpen Up, Atan, Native Dancer, Polynesian, Unbreakable, Sickle, Phalaris. 

A ressurreição de Indianette  

No Hipódromo da Gávea, Rio de Janeiro, foi corrido domingo o GP Oswaldo Aranha (GII), para éguas de 3 anos e mais idade, em 2.400 metros, grama. 

O resultado do páreo foi extremamente simpático, na medida em que marcou a reabilitação de INDIANETTE (Know Heights e Vitalina, por Itajara), que nas duas últimas vezes, embora colocada, decepcionara. No GP Carlos Telles e Carlos Gilberto da Rocha Faria, então, deu a nítida impressão de estar em decadência. Felizmente, isso agora foi desmentido pela vitória mais impressionante das cinco (três de grupo) de sua campanha de 14 apresentações. Muito longe, terminaram FRENCH LADY (Ghadeer) e QUANTA CLASSE (Clackson), em segundo e terceiro, e a perder de vista LA LUCREZIA BORGIA (Blush Rambler) e RE THONG (Dancer Man), que deu a impressão de não ter gostado do aumento do percurso.

A ganhadora, criação do Haras São José e Expedictus e propriedade da Coudelaria Jéssica, foi dirigida por Carlos Lavor, é treinada por Dulcino Guignoni e assinalou 2Â’29”24, na pista pesada, com cerca móvel.

Desta vez, o vencedor foi Uly Di Josefine

Também domingo, no Hipódromo da Gávea, foi disputado o GP José Carlos e João José de Figueiredo (GIII), para produtos de 3 anos e mais idade, em 1.600 metros, grama.

No perde–ganha dos clássicos na milha, que inclui os nomes de Caio de Naranjos, Jet, Glória de Campeão, Professor Chico e Prodo, desta vez a vitória ficou com ULY DI JOSEFINE (Torrential e Josefine Di Glory, por Minstrel Glory), que entrou na reta na ponta e conseguiu resistir às atropeladas de ESTRELA BRONO (Roi Normand) e PRODO (Nedawi). Os três chegaram separados por pequenas diferenças. Completando o marcador, QUE PATRIOTA (Ayrton S) e QUEBEC JOUR (Trempolino). O primeiro, o quarto e o quinto têm 4 anos, e os segundo e terceiro, 5. 

Uly di Josefine, criação e propriedade do Haras Curitibano, foi pilotado por Bruno Reis e é treinado por Venâncio Nahid. Tempo de 1Â’36”53, na pista pesada, com cerca móvel. O ganhador correu 17 vezes no Rio e em São Paulo, para alcançar cinco vitórias, sendo esta a primeira clássica.

Févirtude vence páreo mais longo do Brasil

Sábado, no Hipódromo da Gávea, foi a vez dos fundistas. Programado para a grama, o Clássico Derby Club (L), prova de maior percurso do turfe brasileiro, 3.500 metros, foi transferido de pista, por causa das chuvas e, assim, pela primeira vez, aconteceu a realização de páreo na distância, na raia de areia.

Mais de uma vez manifestei minha opinião sobre os páreos em distância longa corridos no Brasil, nos dias de hoje. Os melhores cavalos (atualmente LÂ’Amico Steve, Quatro Mares, Top Hat, Quick Road, Happy Boy, Tango Di Gardel etc), enquanto tiverem condições de disputar e se colocar nos clássicos em 2.400 metros, jamais serão estendidos para correr 3.000 metros ou mais. Trata–se de um fato indiscutível. Então, o que acontece com os páreos dessa categoria? Ficam restritos a cavalos do segundo time, cujos pedigrees indiquem que terão boa adaptação. Ou seja, ficam sendo carreiras de valor discutível.

No Rio, foram instituídos alguns clássicos talvez para revelar fundistas. O que se tem visto, entretanto, é a vitória ficar a cada competição com um cavalo diferente. Às vezes, um ganha dois páreos. Se não me falha a memória, até hoje nenhum cavalo ganhou todas essas provas na mesma temporada.

Novamente a regra se confirmou. Em 2007, os triunfos ficaram com três cavalos diferentes: Leppard obteve um, Reux, outro, e agora FÉVIRTUDE, tendo o filho de Clackson e Virtuose, por Southern Halo, vencido por quase três corpos, ganhando status clássico. Impossível não fazer a pergunta: confirmará? Diga–se, a título de ilustração, que ele precisou correr 14 vezes para sair de perdedor, sendo esta a segunda vitória, que aconteceu na 17ª apresentação. Na dupla, terminou NIOBIUM (New Colony), completando o marcador, muito longe, REQUINTE (Yagli), IMBU (Contested Bid) e REUX (Roi Normand). O primeiro e o quarto têm 4 anos, o segundo e o terceiro, 5, e o quinto, 6. 

O ganhador, criação do Haras J.B.Barros e propriedade do Stud Alvarenga, foi conduzido por Carlos Lavor, é treinado por Luciano Tonini Holanda e assinalou 3Â’52”25, na pista encharcada.

Na areia, o melhor milheiro foi Blue Elf

Ainda na Hipódromo da Gávea, domingo, foi realizada a Prova Especial Presidente João Goulart, em 1.600 metros e para produtos de 3 anos e mais idade, na areia.

Voltando a correr medicado com Lasix, a vitória ficou com BLUE ELF (Choctaw Ridge e British Reef, por Main Reef), de 4 anos, que derrotou PREMIER PLAN (Dodge), um ano mais velho, por mais de quatro corpos.  Em terceiro, O MELHOR (Exile King), da mesma idade do segundo, com os 4 anos JUST A CHAMP (Ski Champ) e KA MON (First American) a seguir. 

O ganhador, criação do Haras San Francesco e propriedade do Stud Azul e Branco, foi dirigido por Dalto Duarte e é treinado por Dulcino Guignoni. A distância foi percorrida em 1Â’38”61, na pista pesada. Em 13 apresentações, cinco vitórias, duas clássicas.

Rainbow–Dancer , um bom arenático

No Hipódromo de Cidade Jardim, São Paulo, na noite de segunda–feira, houve a realização da Prova Especial Dark Brown, em 2.400 metros, para produtos de 3 anos e mais idade.

A vitória ficou com RAINBOW–DANCER (Shudanz e Inaima, por Potomac), de 5 anos, que derrotou GLÚTEN (Roi Normand), um ano mais novo, com facilidade. Este deixou o terceiro, KICORAÇÃO (Our Captain Willie), da mesma idade do segundo, a aproximadamente quatro corpos. Completaram o marcador LASSIGNY (Midnight Tiger), de 3 anos, e CORONADA NOVA (Ayrton S), de 5. 

O ganhador, criação do Haras Haras Guaiuvira e propriedade do Haras Moema, foi pilotado por João Moreira, é treinado por Victorio Fornasaro e assinalou 2Â’28”888, na areia molhada.

Bonito final entre éguas paulistas

No Hipódromo Paulistano, sábado, aconteceu a Prova Especial Caluaby, em 1.400 metros, para éguas de 3 anos e mais idade que, por ser na grama, teve campo quantitativamente expressivo (embora qualitativamente inexpressivo).

Em final sensacional, entre três competidoras, levou a melhor a 4 anos  DAMA DO EXÍLIO (Exile King e Date of Victory, por Assert), que atropelou para derrotar UDIGRUDI (Pleasant Variety), um ano mais nova que a vencedora, por pescoço, ficando à diferença semelhante, em terceiro, ISLA DE CUBA (Mandingo), dois anos mais velha. E as quarta e quinta colocadas, respectivamente, CLASSIC DE ICARO, de 4 anos, e FLIGHT FENIX, de 3, filhas de Choctaw Ridge, também chegaram perto.

Dama do Exílio, criação da Fazenda e Haras Calunga Agro Pecuária Ltda., e propriedade do Stud Crespi, foi pilotada por Mário Fontoura e é treinada por Pedro Nickel. Tempo na pista pesada: 1Â’24”619.

Avaliação das provas clássicas

O GP Bento Gonçalves, uma das duas provas de Grupo I na areia, está sendo prejudicado há anos pela data de sua realização (e, atualmente, também pela dotação que corresponde a uma prova de Grupo III no Rio de Janeiro). Já disse e repito. Só terá possibilidade de corresponder à sua classificação desde que realizado longe dos GPs São Paulo, Brasil, Derby Paulista e Cruzeiro do Sul, com os quais não pode concorrer. Por exemplo, nos meses de janeiro, fevereiro, setembro ou outubro. Como está, não tem valor de prova de Grupo I.

O GP Oswaldo Aranha (GII) teve campo muito bom, correspondendo à sua classificação. Uma ganhadora de Grupo I, duas de Grupo II, uma de Listed Race e apenas duas sem colocação clássica.

O GP José Carlos e João José de Figueiredo (GIII) teve bom campo, de acordo com sua grupagem. Um ganhador de Grupo I, um de Grupo III, três de Listed Race, e somente um sem colocação clássica. 

Próximas atrações

Rio de Janeiro

Semana muito fraca, tecnicamente. Programada para a grama, domingo será realizada a Prova Especial Raphael de Souza Paiva, em 2.400 metros, para produtos de 3 anos, e sábado, a Prova Especial Público Turfista, em 1.300 metros, para produtos de 3 anos e mais, na mesma pista.

São Paulo

Assim como no Rio, o fim de semana turfístico em São Paulo será fraco. Duas provas especiais, a saber: PE Corpo Consular, em 2.000 metros, areia, para éguas de 3 anos e mais idade, e PE Cacique Negro, onde produtos de 3 anos, na grama, enfrentarão os longos (para eles) 2.800 metros.



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