Nem Meu Rei, nem Celtic Princess:
 venceu Mr.Universo

No Hipódromo de Cidade Jardim, São Paulo, foi corrido sábado o GP Derby Paulista (GI), terceira prova da Quádrupla Coroa, para produtos de 3 anos, em 2.400 metros, grama. Trata–se de carreira que é ansiosamente esperada pelos turfistas, por sua tradição e, principalmente, valor técnico.

Mostrando que sua ótima atuação anterior, quando quase derrotou Meu Rei, não foi obra do acaso, MR.UNIVERSO ganhou em grande estilo, fazendo–o por mais de dois corpos, após ficar um pouco embaraçado nos 500 metros. Lutando pela formação da dupla, escassamente separados, BIÓLOGO (Vettori) e CELTIC PRINCESS (Public Purse). Os filhos de Know Heights, JEUNE–TURC e BAIN DOUCHE, completaram o marcador. Os cinco agradaram, o que não pode ser dito de Meu Rei, o candidato ao título de tríplice coroado, que produziu corrida muito abaixo de suas reais possibilidades. E Celtic Princess não conseguiu correr amansada, como talvez fosse o ideal, quase perdendo o terceiro lugar para Jeune–Turc, ao qual, na Gávea, deixara longe.

O ganhador, criação do Haras Old Friends e propriedade do Stud Farda Amiga, foi dirigido por Ângelo Márcio Souza, é treinado por Selmar Lobo e assinalou 2Â’29”634, na pista pesada, um bom tempo.

Mr.Universo correu oito vezes para obter três vitórias (duas comuns). É irmão materno de Hatif, ganhador do GP Jockey Club de São Paulo (GI), devendo–se destacar que Klistin, avó materna de Trephine (Trempolino), sua mãe, foi ótima corredora, tendo vencido provas de grupo.

Roi Normand, pai do ganhador, figura entre os mais importantes garanhões que serviram na criação brasileira nos últimos tempos. Outros filhos seus ganharam o Derby carioca, como Super Power (tríplice coroado) e Pototó, sendo inúmeros seus descendentes que brilharam no Brasil, especialmente Riboletta e Redattore, que o fizeram também nos Estados Unidos. Pertence ao lineamento paterno de Phalaris, pelo ramo de Native Dancer, um dos mais importantes do turfe mundial, na atualidade, que pode ser enunciado da seguinte maneira: Roi Normand, Exclusive Native, Raise A Native, Native Dancer, Polynesian, Unbreakable, Sickle, Phalaris.

Hora de Voar: sensacional atropelada

Também sábado no Hipódromo Paulistano, foi disputado, em 1.600 metros, o GP Governador do Estado (GII). Na grama, para produtos de 3 anos e mais idade, contou com a presença do ganhador da Milha Internacional carioca deste ano.

O prevalecimento de dois cavalos de 5 anos, sem vitória nem colocação clássica, depõe, e muito, contra o resultado da carreira. Confirmando ostentar grande forma, HORA DE VOAR (Voando Baixo e Secret Trip, por Relaunch) entrou na reta em último e atropelou avassaladoramente a tempo de alcançar LEEWAY (Shudanz), derrotando–o por diferença mínima. FARENHEIT (Spend A Buck) terminou na terceira colocação, agarrado aos dois, enquanto um pouco afastados, HAPPY RUNNER (Romarin) e o favorito JET (Yagli), decepcionando, completaram o marcador.

Hora de Voar, criação do Haras São José do Bom Retiro e propriedade do Stud Recanto da Orla, foi pilotado por Carlos Lavor e é treinado por Amazílio Magalhães Filho. Bom o tempo na pista pesada: 1Â’35”868.     

Eletro Nuclear continua vencendo

Ainda no Hipódromo Paulistano, mas no domingo, foi realizado o GP Proclamação da República (GII), para produtos de 3 anos e mais idade, que recebeu inscrições de cavalos e éguas de ótimo nível.

Em distância curta, como geralmente acontece, as fêmeas dominaram a carreira. Demonstrando qualidade e regularidade, ELETRO NUCLEAR (Dodge e Maravilhas, por Clever Trick) continuou a série de vitórias, conquistando o quarto triunfo (consecutivos). Na dupla, a meio corpo, SUPER DUDA (Notation), e no terceiro lugar, GUIGA (Ibero), em ótimo esforço final. Foram três boas atuações. Completaram o marcador KIK–MALO (Feijão Preto) e INCO TOWN (Romarin).   

Eletro Nuclear, criação de Marcos e Mauro Ribeiro Simon e propriedade do Stud Farda Vencedora, foi dirigida por João Moreira e é treinada por Nilson Lima. O quilômetro foi percorrido em 56”509, na grama pesada. A ganhadora é irmã materna de Todas as Flores (Roi Normand), vencedora do GP Independência (GIII).

Happy Boy reabilita–se

No Hipódromo de Cidade Jardim, São Paulo, foi corrido, sábado, o GP Criadores e Proprietários de Cavalos de Corrida de São Paulo (GIII), para produtos de 4 anos e mais idade, em 2.400 metros, grama.

Apesar de ter tido percurso bastante favorável pois, muito ligeiro e largando por dentro, foi para a ponta e correu à vontade até os 400 metros, TOP HAT (Royal Academy) não resistiu à atropelada de HAPPY BOY (Ski Champ e Ultra Maresca, por Filago), que obteve a quinta vitória, segunda clássica, com firmeza, por mais de um corpo. Em inexpressivo terceiro,  QUICK ROAD (Jules), com OCHO EL NEGRO (Ski Champ), perto dele, em quarto. IRAPUÃ (Know Heights) fechou a raia, muito longe. Registre–se que no encontro anterior entre os dois primeiros, vencido facilmente por Tap Hat, Happy Boy correra pouco. O vencedor, o terceiro e o quinto têm 4 anos, o segundo e o quarto, 5.

Happy Boy, criação e propriedade do Haras Torrão de Ouro, teve a condução de José Aparecido, é treinado por Althayr Oliveira e assinalou 2Â’30”387, na pista pesada.

Portuga, um galope de saúde

No Hipódromo da Gávea, Rio de Janeiro, foi disputado, sábado, o GP Nestor Jost (GIII), para potros de 3 anos, em 1.600 metros, areia.

Embora enfrentando adversários aparentemente sem possibilidades de influir nos páreos clássicos do ano que vem, foi muito convincente a atuação de PORTUGA (Vettori e Just Lucky, por Spend A Buck), que deu um vareio nos rivais. Venceu e convenceu e, ainda por cima, corre igualmente bem na grama, onde tem colocações clássicas. SENHOR COMPADRE (Spring Halo) e PÚBLICO E NOTÓRIO (Public Purse) terminaram longe, lutando pela dupla, favorável ao primeiro que, diga–se de passagem, não largou bem. Completando o marcador, NO GATILHO (Crimson Tide), que também teve má largada, e NEW ROYALE (Coax Me Clyde).

Portuga, criação e propriedade do Stud TNT, teve a condução de Dalto Duarte, é treinado por Venâncio Nahid e assinalou bom tempo: 1Â’38”06, na pista pesada. O ganhador correu nove vezes, para obter duas vitórias, uma clássica.

Batismo clássico para In Fraganti

Ainda no Hipódromo da Gávea, mas no domingo, aconteceu o GP Mariano Procópio (GIII), para potrancas de 3 anos, em 1.600 metros, areia.

Na sexta atuação, e já com duas colocações em provas de grupo, além de duas vitórias comuns, correndo bem nas duas pistas, IN FRAGANTI (Blade Prospector e Junkie, por Roi Normand) firmou–se como uma das melhores potrancas cariocas, derrotando OLYMPIC GLORY (Choctaw Ridge) que, registre–se, lhe deu muito trabalho. A aproximadamente dois corpos, BIA GHENOU (If You Ask) foi a terceira. POLISH DE NARANJOS (Patio de Naranjos) e, muito longe, CRISTAL FIX (Choctaw Ridge), completaram o marcador.   

A ganhadora, criação do Haras LLC e propriedade do Stud Alvarenga, teve como jóquei Ilson Correa, é treinada por André Mion e assinalou 1Â’38”75, na pista pesada, um bom tempo.

Sex Slave, a primeira a vencer

Ainda no Hipódromo de Cidade Jardim, foi corrida, domingo, a Prova Especial Estréia, marcando o primeiro compromisso da geração nascida em 2005.

Em 800 metros, grama, obviamente para produtos de 2 anos, inéditos, teve como vencedora SEX SLAVE (Confidential Talk e London Princess, por Dodge), com SECRET EVENT (Wild Event) na segunda colocação. Completaram o marcador, afastados, EMBALO (Boatman), GUILMORE (Pitu da Guanabara) e EL CAPITAN (Boatman). Houve reclamação do segundo contra o primeiro, mas o páreo foi confirmado.

A ganhadora, criação e propriedade do Haras Anderson, foi dirigida por Ivaldo Santana, é treinada por Marcos Olguin e assinalou 44”683, na pista pesada, marca excelente. 

Avaliação das provas clássicas

Como geralmente acontece, o GP Derby Paulista (GI) teve excelente campo. Entre os 13 concorrentes, cinco ganhadores clássicos, dois de Grupo I, um de Grupo II, dois de Listed Race, e apenas três, sem colocação clássica.

O GP Governador do Estado (GII) também teve bom campo, pelas presenças de Jet, Happy Runner, Farenheit e San Fermin.

O GP Proclamação da República (GII) teve campo equivalente a um Grupo I. Excelente. 

O GP Criadores e Proprietários de Cavalos de Corrida de São Paulo (GIII) teve campo pequeno e muito bom. Merecia ser do Grupo II.

O GP Nestor Jost não correspondeu à sua classificação. Nenhum ganhador clássico entre os concorrentes.

O GP Mariano Procópio (GIII) teve um campo razoável. Três ganhadoras clássicas, mas nenhuma de grupo, e cinco sem colocação clássica.           

Próximas atrações

Rio Grande do Sul

Semana máxima do turfe gaúcho, em destaque o GP Bento Gonçalves, mais uma vez perto da realização do Derby Paulista, ambos em 2.400 metros. Claro, os proprietários dos melhores potros da geração preferem o páreo de São Paulo. O fato, que se repete há vários anos, só prejudica uma carreira que deveria receber inscrições dos melhores do Brasil (exceção dos que só atuam bem na grama). Tenho a esperança de que um dia a data do Bento será mudada de maneira a que não concorra com os GPs São Paulo, Brasil, Cruzeiro do Sul e Derby Paulista, e para reunir, pelo menos, alguns ganhadores de Grupo I na Gávea ou em Cidade Jardim, pois estes são, incontestavelmente, os que selecionam, no Brasil, os cavalos dignos de disputar as grandes provas. Ou será que é muito difícil?

Rio  de Janeiro

Domingo serão realizados: para éguas de 3 anos e mais idade, o GP Oswaldo Aranha (GII), em 2.400 metros, grama, e para produtos de 3 anos e mais idade, em 1.600 metros, os GP José Carlos e João José de Figueiredo (GIII), na grama, e a Prova Especial Presidente João Goulart, na areia.

Sábado será a vez dos fundistas. Eles correrão, na grama, o Clássico Derby Club (L), prova de maior percurso do turfe brasileiro, 3.500 metros. 

São Paulo

Depois de um final de semana magnífico, agora, a situação ficou modesta. Apenas duas carreiras de pouquíssima expressão: a Prova Especial Dark Brown, em 2.400 metros, areia, para produtos de 3 anos e mais idade, e a  Prova Especial Caluaby, em 1.400 metros, grama, para éguas de 3 anos e mais idade.

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