Colunista:
Notícias da Semana, por Sérgio T. Gonçalves 17/10/2007 - 07h45min
O Brasil perde seus craques
Nas décadas de 50 e 60, especialmente, os craques brasileiros (com letra maiúscula) ganhavam em nossas pistas e nelas se despediam, trocando–as pela reprodução. Anos de ouro. Hoje em dia, com tribunas vazias, apostas decepcionantes e prêmios ridículos, quem é proprietário de um craque, ou quase, acaba vendendo–o ou levando–o para o exterior, principalmente Estados Unidos, onde o Esporte dos Reis está muito à nossa frente.
O colunista, que viu inúmeros corredores, jóqueis e treinadores da mais alta expressão, é de opinião de que a nossa criação continua forte e que, apesar do desaparecimento de diversos proprietários que realmente amavam o turfe em todos seus segmentos, alguns poucos despontam, apaixonados que são pela estrela maior, o cavalo. Faltam–nos Jorge Ricardo, agora montando em hipódromos argentinos, longe dos palcos que o consagraram, e Juvenal Machado da Silva, que pendurou o chicote, retirando–se para a sua terra, Delmiro Gouveia, em Alagoas, mas os atuais jóqueis e treinadores, em sua maioria, são bons. Dos que estão espalhados pelo Brasil, o melhor, na minha opinião, dotado de invejável técnica e energia incomum, é João Moreira, radicado no turfe paulista.
E com a saída de nossos craques, nos programas passam a figurar puros–sangues apenas razoáveis, para tristeza do verdadeiro turfista, que antigamente lotava as tribunas, para apostar, sim, mas também para ver campeões desfilando nas pistas de grama e areia. É uma pena.
Não há dúvida, o nosso turfe, tecnicamente, está ficando mais pobre. Segundo fui informado, a extraordinária Celtic Princess pode ser levada à maior carreira argentina, o GP Carlos Pellegrini, e depois rumar para os Estados Unidos. Meu Rei, valente como poucos e candidato à Quádrupla Coroa paulista, também pode deixar em breve o nosso país, o que acontecerá com Éissoaí, que vem de vencer espetacularmente em Cidade Jardim, São Paulo, impondo–se em final de pura emoção a Light Green, que concorria ao título de tríplice coroada entre as potrancas.
Algo tem de ser feito para que os hipódromos mais importantes do país recebam um público bem maior e que os páreos tenham prêmios mais significativos. Como está, não dá.
Apostas
Pode ser que melhore, mas o MOVIMENTO DE APOSTAS registrado nas sextas após estabelecido um novo horário, positivamente não me convenceu. Bom, mesmo, o da última segunda–feira, cerca de R$ 800 mil, também sem simulcasting. Assim, como escrevi em mais de uma oportunidade, viva o simulcasting!
Volto a registrar o meu descontentamento com o desrespeito das principais entidades ao HORÁRIO INICIAL das programações. Começam, sempre, com atraso! Será que os dirigentes não compreendem que devem ensinar aos que apostam a respeitar o horário?
Aliás, o TRABALHO DE ALINHAMENTO, sem nenhuma informação mais importante, desgasta, cansa os que assistem aos páreos pela telinha. O vaivém dos corredores, guardadas as devidas proporções, mais parece um leilão entre leilões, com os movimentos de apostas sendo divulgados minuto a minuto. Dá sono. Ninguém quer comprar cavalos, apenas apostar. De resto, considerando somente a Gávea e o Cristal, um RETROSPECTO lamentável, lamentável!
Alex Mota
Passo os olhos nas montarias oficiais e constato que o jóquei ALEX MOTA, em recuperação de problema em um dos joelhos, assinou compromisso para montar somente Robber Danz no clássico de domingo na Gávea. É preocupante. Ele pode assinar um ou mil compromissos, mas antes terá de passar por exames no Departamento Médico do JCB, muito bem chefiado pelo dr. Perrota.
“Seu” Morales
Parece que foi mais um susto. ALCIDES MORALES, um dos melhores treinadores brasileiros de todos os tempos e que neste sábado completará 79 anos, está internado no Copa d`Or, recuperando–se de um hematoma cerebral decorrente de uma queda de bicicleta. A informação eu a obtive na manhã desta terça. Meus votos de pronto restabelecimento ao extraordinário profissional. O dr. Perrota, que me falou rapidamente na segunda, 15, sobre o acidente, adiantou que o popular Parrudo está sob os cuidados de um colega, mas acompanha os acontecimentos.
Finais...
No dia 29 deste mês, segunda–feira, serão recebidas as INSCRIÇÕES E MONTARIAS para as reuniões de quinta, sábado, domingo e segunda, dias 1, 3, 4 e 5 de novembro. Sexta, 2, Dia de Finados, os portões da Gávea permanecerão fechados.
Mais um recorde na Gávea: o de RUBIA DEL RIO ao marcar 80s80 nos 1.400 metros, grama leve, do último páreo de sábado na Gávea. É uma 3 anos, por Put It Back, criação e propriedade do Haras Santa Maria de Araras.
Não sei se é inédito, mas não há dúvida de que ganhar os cinco páreos finais de uma reunião é um feito dos mais importantes. Foi o que conseguiu o excelente CARLOS LAVOR. Ainda sobre o bridão: ele esteve presente à corrida de sexta–feira no Tarumã, em Curitiba, levando ao vencedor Alucard no GP Pedro Alípio Alves de Camargo, em 2.400 metros, areia. É bem possível que Alucard participe, com Lavor, do GP Bento Gonçalves, em novembro, no Hipódromo do Cristal, em Porto Alegre.
O GP TURFE GAÚCHO, segundo informações, será disputado em janeiro, no Cristal.
Na corrida de quinta–feira passada, no CRISTAL, durante o sétimo páreo Spring Shadow caiu em plena reta final. O resultado oficial, pasmem, diz apenas que não completou o percurso. Ponto para o Jockey Club do Rio Grande do Sul ao mostrar, pela telinha, o cavalo no chão (não sei se foi sacrificado) e seu jóquei, Adriano Santana, chorando e o acariciando. Uma cena triste, mas isso é jornalismo.
Na Gávea, ponto, também, para o JOCKEY CLUB BRASILEIRO ao mostrar a queda de Dalto Duarte de Impositivo, após cruzar o disco. Na telinha, também apareceu o jóquei sendo socorrido. Isso é jornalismo.
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