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Provas de Grupo, por Ivamar 17/10/2007 - 07h18min
Celtic Princess é a melhor
No Hipódromo da Gávea, Rio de Janeiro, domingo, o destaque da semana em termos turfísticos, o tradicional GP LINNEO DE PAULA MACHADO, para produtos de 3 anos, em 2.000 metros, grama. Atualmente, de uma certa maneira, o páreo não tem a importância de outrora. Do Grupo I, seria desejável (e correto) que dele participassem os melhores da geração e não apenas os do Rio.
Confirmando sua grande categoria, comprovada contra os mais velhos no fortíssimo GP Presidente da República, disputado há dois meses, CELTIC PRINCESS conseguiu inconteste triunfo sobre DO CANADÁ (Vettori), um dos melhores machos da geração. A esta altura, os turfistas estarão imaginando se não será ela o melhor produto nascido em 2004. Para mim é e não tem mais nada a provar. Considerando pedigree, modo de correr e perfeita adaptação à grama, poderia ser a grande pioneira a desbravar terras européias e lá fazer campanha. Poucos puros–sangues mereceriam essa missão, quase santa. Se Colina Verde foi o grande nome do turfe em 2006, Celtic Princess o é em 2007. Em bons terceiro, quarto e quinto lugares terminaram PARC DES PRINCES (Vettori), JEUNE–TURC (Know Heights) e NEW ROYALE (Coax Me Clyde), este cumprindo muito bem seu papel de faixa.
A ganhadora, criação e propriedade da Coudelaria Jéssica, teve a direção de Dalto Duarte e é treinada por Dulcino Guignoni. Soma 4 vitórias e 1 segundo em cinco atuações, e o tempo, na grama leve, foi recorde da prova: 1Â’59”19.
Celtic Princess, cuja mãe é Exotic Dinner (Formal Dinner), faz parte da segunda geração brasileira de Public Purse, descendente de Teddy, uma das linhagens masculinas mais importantes no mundo em meados do século passado, aparentemente em vias de extinção, mas que agora, felizmente, ressurge com força através de Private Account, pai do pai da ganhadora. Public Purse, além dessa espetacular Celtic Princess, produziu Scalinatella, Inegrita, Professor Chico, Rooney e Team Victory, entre outros. O lineamento pode ser mostrado da seguinte maneira: Private Account, Damascus, Sword Dancer, Sunglow, Sun Again, Sun Teddy e Teddy.
Biólogo vence com autoridade
No Hipódromo de Cidade Jardim, São Paulo, a atração maior foi corrida no sábado, o Clássico Emerson (L), para produtos de 3 anos, em 2.400 metros, grama.
Dos concorrentes, todos tinham apenas uma vitória comum, e nenhum colocação em prova graduada. Daí, pode–se dizer que foi, em realidade, um páreo, sem importância, para machos sem mais de uma vitória. Diga–se, de passagem, que os melhores paulistas da geração correram na semana anterior. A vitória, obtida na sétima exibição, ficou com BIÓLOGO (Vettori e Heroic Move, por Clackson), que atropelou para deixar a ¾ de corpo, na dupla, o filho de Quinze Quilates, BARE WITH ME. Não muito longe, completaram o marcador MARECHALDAVITÓRIA (Nedawi), PUERTO TIROL (First American) e MURAT (Know Heights).
Biólogo, criação do Haras Fronteira e propriedade do Stud Raça, foi dirigido por Waldomiro Blandi, apresentado por Marcos Guimarães Campos e assinalou 2Â’29”767, na pista leve, com cerca móvel. Foi a sétima apresentação e a segunda vitória.
Eletro Nuclear ganha firme
Ainda no Hipódromo de Cidade Jardim, mas no domingo, foi realizada a Prova Especial Presidente Carlos Paes de Barros, para produtos de 3 anos e mais idade. O campo foi bom, considerando que para os velocistas (machos) gramáticos existem pouquíssimas oportunidades em provas graduadas, contentando–se os proprietários apenas com provas especiais.
A potranca ELETRO NUCLEAR (Dodge e Maravilhas, por Clever Trick), confirmando ser muito boa, venceu com autoridade. Na dupla, a um corpo e ¼, KIK–MALO (Feijão Preto) resistindo às investidas de GUIGA, filha do argentino Ibero, e de INCO TOWN (Romarin). Completou o marcador, agarrado, LORD–MÁLO, irmão inteiro do segundo colocado. A primeira, a terceira e o quinto têm 3 anos, e os outros dois são um ano mais velhos.
Eletro Nuclear, criação de Marcos e Mauro Ribeiro Simon e propriedade do Stud Farda Vencedora, foi dirigida por João Moreira, é treinada por Nilson Lima e percorreu os 1.000 metros em 55”040, na grama leve. Foi a terceira vitória, segunda clássica, com mais quatro segundos, em sete apresentações.
Final emocionante na prova clássica carioca
Voltando ao Hipódromo da Gávea, no sábado foi corrida a Prova Especial das Américas, para produtos de 3 e mais idade, em 1.200 metros, areia.
A carreira se confundiu com um páreo comum de pesos especiais, a pesos de tabela (e com título). Fraquíssima, tecnicamente. Reaparecendo de uma inatividade de quase 10 meses, venceu NEON LIGHTS (Ghadeer e Dizzy Quick, por Lode), de 7 anos, resistindo às atropeladas de QUIZOMBA (Wild Event) e SUSSEX (Midnight Tiger), ambos de 4. Diferenças de focinho e cabeça. Muito perto, em quarto e quinto, ESCULPIDO (Midnight Tiger) e CHILAVERT (Ibero), dois anos mais novos que o vencedor.
Neon Lights, criação do Haras Santa Maria de Araras, assim como a segunda colocada, e propriedade do Stud Chico City II, foi dirigido por Carlos Lavor. É treinado por Marcos Ferreira e assinalou 1Â’11”73, na pista leve.
Avaliação das provas clássicas
O GP Linneo de Paula Machado, em se tratando de prova do Grupo I, deveria contar com a presença dos melhores 3 anos do Brasil. Infelizmente, devido a uma coincidência (inevitável) de datas, deixou a desejar, como acontecera uma semana antes com o clássico paulista (GP Jockey Club de São Paulo) de idênticas chamada, pista e distância. Um problema difícil de ser resolvido.
O Clássico Emerson não poderia, evidentemente, contar com os melhores potros paulistas da geração, uma vez que os mesmos correram uma semana antes. Aparentemente, foi um páreo fraco que não merecia ser Listed Race. Para apagar esta impressão, resta esperar que, pelo menos, seus dois dominadores corram a contento no Derby Paulista. Próximas atrações
Rio de Janeiro
Domingo será realizado o GP Salgado Filho (GII), em 1.600 metros, para produtos de 3 anos e mais idade, e sábado os turfistas terão os Clássicos Octavio Dupont e Ernani de Freitas, respectivamente para potrancas e para potros, na areia, em 1.600 metros.
São Paulo
Apenas um páreo do calendário clássico, no sábado, a Prova Especial Estouvado, em 3.000 metros, grama.
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