Linneo, sempre Linneo

Domingo é dia do GP LINNEO DE PAULA MACHADO, na Gávea, presentes, entre outros, os excelentes Do Canadá e Celtic Princess. Pode ser até que, numa grama sequinha, o recorde dos 2.000 metros seja batido. Em outros tempos, no outrora lindo Hipódromo Brasileiro, um excelente público assistia à carreira. Nos tempos atuais, com as tribunas vazias, vem à minha mente, e ao meu coração, a figura do homenageado, sem dúvida o personagem mais importante do turfe nacional, respeitado em todo o planeta.

Não o conheci. Quando de sua morte trágica, num acidente de avião, em setembro de 1942, o colunista tinha apenas seis anos. Os que o conheceram, ou mesmo os que dele ouviram falar, cientes de suas decisões não têm dificuldades de considerá–lo o maior vulto da História do nosso turfe. Graças a Linneo, o Hipódromo Brasileiro aí está. Graças à sua visão, aliada às de Adhemar de Faria e Antônio Joaquim Peixoto de Castro Júnior, foi possível incluir no calendário clássico do JCB o Grande Prêmio Brasil. Importador de cavalos que se destacaram nas pistas, além de puros–sangues para a reprodução, foi também o responsável pela vinda de Octavio Dupont, extraordinário médico e veterinário.

Para falar de ou sobre Linneo de Paula Machado, teria de escrever um livro. Fico por aqui, esperando que o milagre aconteça, ou seja, o nosso turfe volte aos tempos de ouro. Seria, no mínimo, uma homenagem a Linneo, sempre Linneo.

Show de Mazini

Quando o extraordinário Jorge Ricardo, hoje radicado no turfe argentino, montava no Brasil, pilotava 10, 11 e até mais ganhadores em apenas quatro reuniões no Hipódromo Brasileiro. Conseguiu–o em diversas oportunidades. Quero crer que nenhum outro profissional das rédeas, desde então, obteve 10 triunfos numa semana. Para alegria do colunista, o jovem MARCOS MAZINI, 23 anos, em evolução técnica digna de elogios, deu show no período de 5 a 8 deste mês ao conduzir 12 ganhadores, dois deles em substituição a Alex Mota, em recuperação de queda na pista, e a Marcelo Almeida, que sentia dores numa perna.

Registre–se, também, as seis vitórias obtidas pelo competente JÚLIO CÉSAR SAMPAIO, números que o levaram a liderar a estatística de treinadores. E mais, Sampaio fez 10 inscrições e conquistou quatro segundos com as restantes.

A semana do relógio

Não há dúvida, desde a última quinta–feira os ponteiros dos relógios correram mais depressa. Ou melhor, os ponteiros, não, e sim diversos competidores, no Cristal, na Gávea e em Cidade Jardim.

Dois recordes foram batidos, um no Hipódromo Brasileiro e outro no Paulistano. Neste, na programação de sábado, ZEITZ, com João Moreira, assinalou 74s280 nos 1.300 metros, grama, nova marca para o percurso. Na Gávea, um show de REQUEBRA ao ganhar de forma espetacular o quilômetro, na pista de grama, do GP Adhemar de Faria e Roberto Gabizo de Faria, em 54s32, também recorde.

Não pode passar despercebido o fato de que outros concorrentes venceram em ótimos tempos: Aromatic Lady e Fidelity, no Cristal; Scilicet, Nero, Quartieri, Queenlike (mesmo beneficiada por desclassificação, chegou perto da ganhadora que não levou), Uly di Josefine, Ouro Verde e Bibo Baggins, na Gávea; Meu Rei, Éissoaí, Flight Fenix, Fetuccine, Eyeforaneye, Ocean Bounty e Hora de Voar, em Cidade Jardim. Se esqueci algum, minhas desculpas.

Apostas

O MOVIMENTO DE APOSTAS mais expressivo, nas últimas reuniões, foi o da programação de sábado em Cidade Jardim, dia da realização de provas da Tríplice Coroa de potrancas e da Quádrupla de potros: R$ 1.046 mil, sinal evidente de recuperação do turfe paulista.

Não se pode omitir, no entanto, os ótimos movimentos de domingo e segunda no Hipódromo Brasileiro: R$ 1.008 mil e R$ 1.043 mil, respectivamente, valendo ressaltar que em quatro programações, as de sexta, sábado, domingo e segunda, vingaram apenas 15 FAVORITOS em 40 páreos realizados.

Fraco, mais uma vez, o movimento de sexta (R$ 735 mil) no novo horário (18 horas e 15 minutos). E o de sábado, com  simulcasting, não chegou à casa do milhão.    

Finais

 A lamentar, além do habitual atraso no início das corridas da Gávea, Cidade Jardim, Tarumã e Cristal, a FALTA DE INFORMAÇÕES quando do simulcasting (para todo o Brasil), o retrospecto das provas realizadas no Cristal e na Gávea (baseio–me no que vejo na telinha). O retardatário fica sem saber se houve desclassificação, empate, acidente etc.

 O JOCKEY CLUB DO RIO GRANDE DO SUL, que luta para sobreviver deu um show na quinta–feira, 4, ao mostrar diversas vezes a queda do jóquei Douglas Paz, como também a sua volta da pista, sem problemas, tanto que o profissional, após o acidente, montou quatro ganhadores, incluindo o do Clássico Senador Pinheiro Machado. Isso é jornalismo.

E o JOCKEY CLUB BRASILEIRO, ao contrário, corta a cena na qual aparece a queda do paranaense José Ventura do dorso de Oguna Sato, no quinto páreo de domingo, 7, em Cidade Jardim. Lamentável, lamentável!

Felizmente, segundo informações colhidas junto a Reinaldo Azevedo, assessor da CC paulista, o jóquei não sofreu nada de grave. Oguna Sato, no entanto, foi sacrificado.

 O PICK–8 de domingo, na Gávea, acumulado, teve apenas um acertador, que apostou na agência Olegário Maciel II, gastando R$ 288,00 para ganhar R$ 127.953,80.

 SIMUCASTING nas próximas reuniões: sexta–feira, Tarumã, com 10 páreos e início às 14 horas, e Gávea, com apenas oito provas, começando às 14 horas e 45 minutos; sábado, domingo e segunda–feira, Gávea / Cidade Jardim.

 Na luta pela supremacia no planeta, JORGE RICARDO tem 9.879 vitórias; RUSSELL BAZE, 9.858.

 No TURFE GAÚCHO, a maior penca nacional, 66 inscrições, O proprietário do ganhador deve receber R$ 140.000,00.

 CRISTIANO TRINDADE, radicado na Gávea, foi suspenso por indisciplina. Segundo informações, punição de 15 dias.

 BRUNO REIS, jóquei de No Duro, foi suspenso pela CC carioca de 9 a 16 deste mês, por causar prejuízo que alterou o resultado do páreo. E o treinador MANOEL RENATO LOPES, por falta de peso na repesagem de Ay Kebela Clark, desclassificada para último, foi punido de 16 deste mês a 14 de dezembro.

[ Escolher outro colunista ]