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Colunista:

Provas de Grupo, por Ivamar
14/08/2007 - 19h47min

Light Green é a líder paulista

Sábado, no Hipódromo de Cidade Jardim, em São Paulo, fêmeas de 3 anos estiveram em ação no GP Barão de Piracicaba (GI), primeira prova da Tríplice Coroa de potrancas, em 1.600 metros, grama, um dos páreos mais importantes do turfe brasileiro.  

Confirmando ser a melhor de São Paulo, LIGHT GREEN (Blush Rambler e Star Procida, por Procida) obteve a terceira vitória, segunda clássica, na quarta apresentação. A  dois corpos, sua irmã paterna, JILENA que, assim como a ganhadora, não teve percurso livre de prejuízos, formou a dupla, livrando cabeça sobre a carioca ÉISSOAÍ (Roi Normand), que fez algumas baldas nos primeiros metros da reta. Completando o marcador, muito perto, BLESSED MAID (Belo Colony) e MARY RÊ (Ghadeer) empatadas em quarto. O jóquei de Mary Rê reclamou do de Jilena, mas o páreo foi confirmado. Exterminadora, objeto de muita esperança, chegou em sexto.

Light Green, criação da Agro Pastoril Haras São Luiz Ltda. e propriedade do Haras Santa Camila, foi pilotada por Mário Fontoura, é treinada por Pedro Nickel e assinalou 1Â’35”484, na pista leve, fraco para a turma.

Blush Rambler, pai das duas primeiras, como quase todos os pais de ganhadores clássicos na atualidade descende de Phalaris, pelo ramo Phalaris, Pharos, Nearco, Nasrullah, Red God, Blushing Groom, Blush Rambler.

Olympic City, de ponta a ponta

Também no sábado, em Cidade Jardim, foi realizada a milha da Copa Japão de Turfe (L), em sua XIII versão. Na grama, para éguas de 4 anos e mais idade, reuniu éguas paulistas que não estão inscritas no GP Roberto e Nelson Grimaldi Seabra.

De ponta a ponta, demonstrando nítida evolução, OLYMPIC CITY (Yagli e A Primogênita, por Tsunami Slew) ganhou em muito bom estilo, sinalizando ser, talvez, a melhor égua paulista do momento. QUE VICTORIA (Wild Event) acompanhou a ponteira, não conseguiu dominá–la, mas formou a dupla, sem maior esforço. Em terceiro, a quase dois corpos, SILLY GIRL (Wondertross), com GRAZIANA (Midnight Tiger) e ARMY SWEET (Rêve Doré) a seguir. Foi a quinta vitória de Olympic City, segunda clássica, em 11 apresentações. As cinco primeiras têm 4 anos. Nova Lei voltou a mostrar que não é mais a mesma.
 
A ganhadora, criação do Haras Morumbi e propriedade do Haras Regina, foi dirigida por Vagner Leal e é treinada por Althayr Oliveira. Bom o tempo na pista leve, 1Â’34”207, superior ao das potrancas.

Sussex, um bom velocista 

Ainda no sábado, o Hipódromo Paulistano foi palco da realização da Prova Especial Duque de Caxias, para produtos de 3 anos e mais idade, em 1.200 metros, areia.

Mandando sempre no páreo, enquanto os demais participantes eram envolvidos em prejuízos antes da entrada da reta, SUSSEX (Midnight Tiger e Sunshine Miami, por Irish Fighter) conquistou a quarta vitória, segunda da programação clássica, em nove atuações. Venceu por cinco corpos, em estilo convincente. LIGEIRO E CORREDOR (Notation) formou a dupla, deixando OURO DE PONTA (Punk) em terceiro, a quase três corpos. NESPRESSO (Jules) e LUZ DA MANHÃ (First American) completaram o marcador. Com exceção de Nespresso, de 7 anos, os demais têm 4. O irregular Ignis chegou em último.

Sussex, criação do Haras Morumbi e propriedade do Stud Alvarenga, foi conduzido por João Moreira e é treinado por Estanislau Petrochinski. O tempo foi regular: 1Â’11”328, na pista molhada.

Easy Pat, primeira vitória clássica

No Hipódromo da Gávea, Rio de Janeiro, domingo, foi corrida a Prova Especial Mário Jorge de Carvalho, para potrancas de 3 anos, em 1.600 metros, grama.

Atropelando forte nos 400 metros, para obter o batismo clássico, EASY PAT (Put It Back e Miss Pat, por Ghadeer) livrou meio corpo sobre JET LEG (Voando Baixo), que no mesmo instante também vinha de trás, por dentro, e a ganhadora, por fora. Afastada, em terceiro, MARIA CANIGLIA (Fahim), com HILARIS (Parme) e MISTURA INDIANA (Know Heights)  completando o marcador. 

Easy Pat, criação e propriedade do Haras Doce Vale, foi pilotada por Dalto Duarte, é treinada por Venâncio Nahid e assinalou 1Â’37”27, na grama macia, com cerca móvel. Correu quatro vezes e nas duas em que pisou a grama o fez vitoriosamente.

Light of Loose, o caixa econômica 

Ainda no Hipódromo da Gávea, mas no sábado, aconteceu a Prova Especial Jockey Club de Campos, para produtos de 3 anos e mais idade, em 1.100 metros, areia.

Venceu firme, por mais de um corpo, o 6 anos LIGHT OF LOOSE (Dodge e La Heaven, por Piece of Heaven). Na dupla, a pouco mais de um corpo, NABUCÃO (Yagli), de 5 anos, com CHILAVERT (Ibero), da mesma idade, em terceiro, a igual distância. Perto, os 4 anos ORGULHO PARAGUAIO (Punk), que reaparecia, e QUENIAN KILLER (Dodge) completaram o marcador. De pouco valor técnico, o páreo é apenas um pesos especiais com título. Não mereceria maiores considerações, não fosse pela observação de dois fatos: Light of Loose é o que se conhece na linguagem turfística por cavalo caixa econômica. Em 39 atuações, conquistou 14 vitórias, com apenas quatro descolocações, numa campanha praticamente ininterrupta. De uma utilidade impressionante, derrubaria minha tese de que o puro–sangue muito explorado não vai longe. Prefiro ver nele, um cavalo extremamente forte, a exceção que confirma a regra. O outro fato (incomum) é que Xaskan, que começou campanha só aos 5 anos, ganhando três carreiras no Cristal e cinco na Gávea, em oito apresentações em páreos comuns, estando, portanto, invicto, perdeu esta condição ao se defrontar com rivais um pouco mais fortes. Ficou provado que turma é turma.

Light of Loose, criação do Haras Treis Pinheiros e propriedade do Stud Amigos da Barra, teve como jóquei Rodrigo Dias dos Santos Lepre e é treinado por João Coutinho Filho. O tempo foi bom: 1Â’05”41, na pista leve.

Avaliação das provas clássicas

O GP Barão de Piracicaba (GI), uma das carreiras fundamentais do turfe brasileiro, ainda que calcado (ou por isso mesmo) no famoso Mil Guinéus inglês, está entre os momentos mais aguardados pelos turfistas. Aqui se conhece a melhor potranca da geração. Infelizmente, não foi o que poderia ser. Duas candidatas merecedoras do título, Celtic Princess e Cruzada Americana, não foram inscritas, e do páreo ainda participaram duas perdedoras!

A Copa Japão de Turfe (L), na grama, continua sendo páreo nobre de pequena expressão, principalmente por sua proximidade com o GP Roberto e Nelson Grimaldi Seabra. Mesmo assim, este ano contou com duas éguas de boa categoria, Que Victoria e Nova Lei, e outra, Olympic City,  em plena evolução, correspondendo, por isso, à sua classificação.

Próximas atrações

Rio de Janeiro

O conjunto de programas formado para os próximos dias 17, 18, 19 e 20 de agosto é um dos mais aguardados do ano. Na ocasião, os turfistas brasileiros, ao vivo ou pelas televisões e internet, assistirão ao maior evento do turfe do Rio de Janeiro, que tem como clímax os 2.400 metros do famosíssimo GP Brasil, para produtos de 4 anos e mais idade. Na grama, como de resto, as outras três provas de Grupo I, é um dos páreos mais importantes da América do Sul.

Também do Grupo I, só que para 3 anos e mais idade, serão realizados o GP Presidente da República, que aponta o melhor milheiro do Brasil, e o GP Major Suckow, em 1.000 metros, o melhor velocista.

Finalmente, as éguas de 4 anos e mais idade disputam os 2.000 metros do GP Roberto e Nelson Grimaldi Seabra (GI), que nem sempre é vencido pelas melhores, considerando–se que, às vezes, alguns proprietários preferem corrê–las no GP Brasil.

A prova máxima do turfe carioca tem em Quatro Mares o seu favorito, por vir o mesmo de vitória inconteste no GP Matias Machline–Copa dos Criadores Clássica (GI). Outros três ganhadores de Grupo I foram inscritos: Top Hat, Quick Road e Pototó. E LÂ’Amico Steve e His Friend não podem ser de maneira alguma descartados. Surpresas podem vir por intermédio de Punch Punch, que esteve no exterior, onde ganhou duas carreiras em Dubai, e Pantaleon, se confirmar a boa corrida efetuada no GP São Paulo.

Na Milha Internacional, os ganhadores das provas similares paulista deste ano e carioca do ano passado, Olho de Tigre e Quick Gipsy dão importância à carreira. Outros competidores têm possibilidades iguais ou até maiores, como Celtic Princess, inscrição audaciosa (aos 3 anos e invicta, enfrentará os melhores milheiros), Que Fuerza, Glória de Campeão, Jet e Don Lopes.

O clássico de velocistas está fraco, tecnicamente, sem nenhum ganhador de Grupo I e apenas dois de Grupo II, entre os 17 inscritos. Os destaques são  Karlo Guitar, Kik–Malo, Super Duda, Querência Amada e os mais novos Senhor Extra, Select Reason, Red Tail e Sicília. E não será grande surpresa o prevalecimento de outro competidor.

O páreo das éguas está equilibrado, sendo de se notar que não recebeu inscrição das melhores paulistas, principalmente de Scalinatella. As forças são Faz de Conta, Indianette, Calandrelle, Re Thong, Estrela Brynhild, Niquita e Quadriglia. O proprietário de Quanta Classe preferiu corrê–la no GP Brasil. E pode aparecer uma assombração.   

Mais três páreos nobres, bons quantitativamente, serão disputados: a Taça Cidade Maravilhosa (L), uma espécie de consolação do GP Brasil, logo em 2.400 metros, grama, para produtos de 4 anos e mais idade, e os clássicos que dão oportunidade aos arenáticos, a milha do Breno Caldas (L), para 3 anos e mais idade, e os 1.900 metros do Delegações Turfísticas (L), para 4 e mais.

São Paulo

O Hipódromo Paulistano só terá dois páreos do calendário clássico, a Prova Especial Família Marchioni, em 1.400 metros, areia, para éguas de 3 anos e mais idade, e a Prova Especial Narvik, em 3.000 metros, grama, para produtos de 4 anos e mais idade.



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